O procurador-geral da República, Augusto Aras, permanece em silêncio sobre os indícios de crime cometidos pelo presidente Jair Bolsonaro. O que ele divulgou ontem não é resposta que se dê. Ele pegou um vídeo velho de uma entrevista a jornalistas estrangeiros. Assim ele fingiu responder, mas poupando Bolsonaro, porque não havia acontecido ainda a reunião. Apenas escreve “diante dos últimos acontecimentos”.
Aras foge das suas obrigações constitucionais quando se omite dessa forma absurda e faz pouco da inteligência do país. Ele recebeu do procurador federal dos direitos do cidadão e de todos os procuradores dos direitos do cidadão nos estados uma notícia-crime. Se uma autoridade recebe a denúncia de um crime e nada faz, o que é isso? Tem nome: é prevaricação.
Os subprocuradores-gerais e subprocuradores da República, o topo do Ministério Público, também, na sua nota, fazem referência aos indícios de crime naquela reunião do Alvorada.
A resposta a isso não pode ser um vídeo editado de uma entrevista de dez dias antes do evento. Augusto Aras, ao divulgar isso, como se fosse uma resposta, está sendo arrogante, como se dissesse ao país o seguinte: querem uma resposta? Aí está. E confirma dessa forma a sua omissão diante do fato específico.
Não se quer a opinião de Aras sobre as urnas eletrônicas, é muito mais que ele. Pelo cargo que ocupa, ele precisa responder o que tem a dizer diante de indícios dos crimes dos quais foi notificado.
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