Publicado em 26 de agosto de 2021 por Tribuna da Internet
Denise Rothenburg
Correio Braziliense
“O MDB sempre sabe o momento de dizer chega, basta, não dá mais. Foi assim na redemocratização do país. Hoje, quando vemos a divisão que há no Brasil, de brasileiros contra brasileiros, o MDB está dizendo basta, chega”, disse o ex-presidente Michel Temer, menos de um minuto depois de citar o líder do governo no Senado, Fernando Bezerra Coelho, que estava sentado na lateral, à direita de quem chegava ao jardim da sede do partido.
O discurso de Temer, que encerrou o encontro convocado especialmente para lançar o documento “Todos por um só Brasil”, soou para muitos emedebistas como dois chamamentos: Primeiro, para que o partido entre na roda de uma busca para terceira via e promova inclusive um resgate do que foi conquistado em seu governo. Em segundo lugar, não perca de vista que o atual governo está em severas dificuldades com a radicalização.
DESTRUINDO A HARMONIA – “No caso do presidente, palavras têm sido destruidoras da harmonia entre os brasileiros. Temos três Poderes que deveriam ser independentes e harmônicos. E não temos harmonia em nosso sistema. Quando as autoridades constituídas não praticam a harmonia, estão praticando a inconstitucionalidade”, destacou o ex-presidente.
Temer fez questão de citar em sua fala que promoveu um governo de diálogo, que proporcionou o início da recuperação da economia, o teto de gatos, a responsabilidade social, com dois aumentos no valor do Bolsa Família. Citou também ganhos ambientais, como o aumento da área da Chapada dos Veadeiros. “No meu governo tivemos ousadia”, disse Temer, garantindo que não deseja ser candidato.
BOLSONARO FORA – O ex-presidente disse também que é cedo para apontar um nome e considera difícil uma aliança com o PT. Porém, está praticamente certo que Bolsonaro não será o nome que o MDB abraçará.
Na entrevista que concedeu logo após o evento, o presidente descartou qualquer ação golpista. Diz que as Forças Armadas não agirão nessa direção e que as instituições nacionais são sólidas e estão unidas na defesa da democracia. O presidente também não acredita em impeachment de Bolsonaro.