Nicola PamplonaFolha
A taxa de subutilização da força de trabalho brasileira bateu recorde no primeiro trimestre de 2019. Segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), chegando a 25%. Isso significa que 28,3 milhões de brasileiros não trabalharam ou trabalharam menos do que gostariam no período. É o maior índice desde o início da série histórica da Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio) Contínua, iniciada em 2012.
Na comparação com o trimestre encerrado em dezembro, houve alta de 5,6%, ou 1,5 milhão de pessoas.
SEM COMEMORAÇÃO – “Amanhã é dia do Trabalho e 28 milhões de pessoas não vão ter condições de comemorar”, comentou o coordenador da pesquisa, Cimar Azeredo, durante entrevista para anunciar os resultados nesta terça (30). Entre eles, estão os desempregados, desalentados e aqueles que trabalham menos de 40 horas por semana.
No primeiro trimestre de 2014, antes do início da crise no mercado de trabalho, a taxa de subutilização chegou a 15,5%. O crescimento reflete tanto a alta do desemprego quanto a alta do desalento – quando a pessoa está impossibilitada de procurar emprego por falta de dinheiro ou por acreditar que não encontrará vaga, por exemplo.
O número de pessoas desalentadas cresceu 3,9% no primeiro trimestre de 2019 (em comparação com o trimestre anterior), chegando a 4,8 milhões. Na comparação com o primeiro trimestre de 2019, a alta foi de 5,6%. A taxa de desalento chegou a 4,4%, o maior para o período desde o início da pesquisa.
SUBUTILIZAÇÃO – O número de pessoas subocupadas por insuficiência de horas trabalhadas ficou em 6,8 milhões no primeiro trimestre, estável em relação ao trimestre anterior e 10,2% maior do que a verificada nos três primeiros meses de 2018.
“A subutilização da força de trabalho é o indicador em que os gestores têm que pensar para planejar em políticas públicas”, disse Azeredo. “É a fotografia mais precisa, o diagnóstico mais preciso, aquele que a gente tem que olhar e dar mais atenção.”
No primeiro trimestre sob o governo Jair Bolsonaro, a taxa de desemprego no país foi de 12,7%. Ao todo, 13,4 milhões de brasileiros procuravam emprego no período, alta de 10,2% com relação ao trimestre encerrado em dezembro. Nos últimos três meses, segundo o IBGE, 1,2 milhão de pessoas a mais passaram a procurar emprego no país. E Azevedo lembra que, no quarto trimestre, há eventos que estimulam o emprego, como festas de fim de ano, Natal, Black Friday e férias.
DISSE BOLSONARO – No início do mês, Bolsonaro questionou a metodologia da pesquisa, que considera desempregado a pessoa que procurou emprego no período em análise. “É uma coisa que não mede a realidade”, disse o presidente, em entrevista à TV Record.
Na ocasião, o IBGE respondeu que a metodologia segue recomendações da OIT (Organização Internacional do Trabalho). As críticas geraram no mercado preocupações sobre possível intervenção política no órgão.
“É uma das pesquisas mais elogiadas do mundo. Nenhum país tem o que a Pnad Contínua tem, em termos de detalhes”, afirmou nesta terça Azeredo.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – É grave a crise, mas o ministro Paulo Guedes não dá um só palavrar sobre o maior problema – a dívida pública. Parece que o responsável pela Economia está no melhor dos mundos, como se fosse uma reedição do hilário professor Pangloss, que vivia ensinando as pessoas a serem otimistas. Não há dúvida que Guedes é do tiplo panglossiano, sem pagar royalties a Voltaire. (C.N.)
NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – É grave a crise, mas o ministro Paulo Guedes não dá um só palavrar sobre o maior problema – a dívida pública. Parece que o responsável pela Economia está no melhor dos mundos, como se fosse uma reedição do hilário professor Pangloss, que vivia ensinando as pessoas a serem otimistas. Não há dúvida que Guedes é do tiplo panglossiano, sem pagar royalties a Voltaire. (C.N.)