Posted on by Tribuna da Internet
Pedro do Coutto
Os eleitores e eleitoras de Jair Bolsonaro foram às ruas ontem para reforçar seu apoio ao presidente da República independentemente da concordância ou não, total ou parcialmente, com seus projetos. Com essa atitude, grande parcela da população praticamente lançou uma campanha para fortalecê-lo à frente do governo, inclusive porque, sem dúvida alguma, Bolsonaro tornou-se um dos maiores fenômenos eleitorais da história moderna do país.
Basta destacar sua vitória nas urnas para a presidência da República. Com tal performance, pode ser incluído num grupo restrito de grandes eleitos e também pelo fato de ter arrastado consigo governadores de estados, deputados e senadores.
NO ARRASTÃO – Pode se ressaltar a eleição de Wilson Witzel no Rio de Janeiro, Romeu Zuma em Minas Gerais, entre outros estados da Federação.
Senadores e deputados foram eleitos como integrantes de sua campanha. Dois de seus filhos foram eleitos para a Câmara e Senado Federal. Influência semelhante só as de Vargas em 1945, Jânio Quadros e Lula. No caso de Fernando Henrique Cardoso, o tucano venceu duas disputas no primeiro turno. Isso é fato. No entanto, não pode ser considerado um grande eleitor em matéria de transferência de votos. Mas essa é outra questão.
DELÍRIO DE GUEDES – Vamos agora falar do voo de Paulo Guedes para a fantasia. Para isso basta ler sua entrevista a Tiago Bronzatto na revista Veja que se encontra nas bancas. Vou destacar suas próprias palavras. Após sustentar que a reforma da Previdência resolverá os problemas das contas internas, da dívida do governo, além de atrair investimentos para a poupança interna, disse que irá também melhorar o nível de emprego.
Falando em fantasia, tipo reino encantado de OZ, transcrevo agora texto integral de sua entrevista à Veja. Disse Paulo Guedes: “o que estamos propondo é fechar esta fábrica de privilégios. Lá na frente a empregada doméstica e a patroa vão se aposentar no mesmo regime”. Os leitores deste artigo devem fazer uma reflexão. Paulo Guedes revelou que logo após a vitória de Bolsonaro ele sugeriu ai presidente eleito que anunciasse a reforma da Previdência para que ela fosse iniciada ainda no final do governo Michel Temer. Incrível.
ALARMANTE – “Se não fizermos a reforma, o Brasil pega fogo. A velha Previdência quebrou. Não vamos ter nem dinheiro para pagar aos funcionários”. E acentuou:” a Previdência hoje é um buraco negro que engole tudo ao redor”.
Na entrevista disse que a curto prazo podemos nos tornar uma Argentina com inflação entre 30 a 40%. A médio prazo, antes de o governo acabar, o Brasil pode virar uma Venezuela. Finalmente, como todos os jornais publicaram nas edições de ontem, Paulo Guedes afirmou enfaticamente que se a reforma não for aprovada sairá do governo, pegará um avião e vai residir no exterior.
Os leitores deste artigo, penso eu, devem julgar se a posição do Ministro da Economia voa como sua fantasia.