Pedro do Coutto
A reportagem é de Ângela Boldrini e Daniele Brant, edição de ontem da Folha de São Paulo. Relata que Rodrigo Maia e Paulo Guedes reuniram-se na manhã desta terça-feira, quando acertaram a redação de um documento de defesa da reforma da Previdência. Essa explicação relativa à emenda constitucional elaborada pelo governo está sendo distribuída aos jovens deputados de primeiro mandato para que apoiem o projeto de emenda constitucional.
Além disso, o presidente da Câmara dos Deputados e o Ministro da Economia estão analisando a questão da menor jornada de trabalho com a diminuição proporcional ao tempo estabelecido na jornada.
REDUZIR CUSTOS – Eles se basearam na lei da Reforma Trabalhista instituída pelo governo Michel Temer. É sinal, penso eu, que tacitamente os dois políticos admitiram que a redução de despesas com o INSS e a seguridade social, no caso de funcionários públicos, não seria suficiente para a previsão anunciada por Paulo Guedes de alcançar a economia de 1 trilhão de reais ao longo da década.
Tenho a impressão que Paulo Guedes se preocupa mais em cortar despesas do que aumentar a receita. Aí é que está o problema da diminuição da jornada: ela reduz despesas e talvez produza efeito no caso da queda do nível de desemprego.
A ideia dirige-se principalmente ao funcionalismo público e aos servidores das empresas estatais. Isso porque não poderia e não adiantaria legislar sobre os trabalhadores das empresas privadas vinculados ao INSS e ao FGTS.
DIZ SANTOS CRUZ – Reportagem de Daniel Carvalho, também na Folha de São Paulo, reproduz comentários do Ministro Santos Cruz, reduzindo a importância dos ataques desfechados por Olavo de Carvalho e comentando também aspectos da comunicação social do governo, a ele subordinada.
O General Santa Cruz, embora sem citar nominalmente a Rede Globo, refere-se a ela quando destaca a emissora de maior audiência no país. O General cita dados de pesquisas que apontam que a Globo possui uma audiência média de 35% e, portanto, a distribuição das verbas de publicidade deve observar esse percentual, injetando recursos na mesma proporção.
O General Santa Cruz, que comanda a nuclearização destinada à publicidade, diz que o governo tem que falar sobre seus resultados, pois isso é essencial para a opinião pública. A comunicação do governo, para mim, tem que se referir em estilo jornalístico aos jornais, emissoras de televisão e redes sociais, que formam o amplo universo do mercado de informação do país.
SEM MATÉRIA PAGA – Nesse ponto deve se levar em conta que a comunicação fundamental é aquela que não envolve despesas publicitárias de alto volume. As peças publicitárias são importantes para as campanhas nos setores de saúde, segurança e educação.
Por falar em erro de objetivo, cito como exemplo a ridícula campanha do Prefeito Marcelo Crivella sobre o funcionamento da rede municipal de saúde.
Voltando à perspectiva federal, penso que reflete melhor na opinião pública a divulgação de estilo jornalístico, que é gratuita, e não como maneira publicitária, veiculada como se o governo fosse uma empresas particular.