Partido vai entregar cargos ao prefeito João Henrique Carneiro
Cíntia Kelly
Por unanimidade, o PT municipal decidiu, na madrugada de ontem, lançar candidato próprio para prefeito de Salvador. A decisão põe fim a uma espera agonizante dos militantes ligados às tendências que desde dezembro desejam o lançamento de candidato “puro-sangue” nas eleições de outubro. Apesar da decisão, há dirigentes do PT da capital que defendem uma saída sem traumas da administração municipal.
No documento aprovado pela diretoria do partido não há críticas ao prefeito João Henrique Carneiro (PMDB). O texto relata apenas que a administração tem limitações e que João Henrique, que tinha esperanças de contas com o apoio dos petistas na sua campanha à reeleição, não assumiu o “protagonismo político de Salvador, apesar dos apelos e oportunidades”. O teor sem agressividades e críticas deixou descontente o secretário geral da legenda, Edísio Nunes, para quem a administração, cujo slogan é de participação popular, deixa a desejar.
“Lamento que o documento não faça criticas à falta de participação popular, não mencione o desastre da votação e aprovação do PDDU (Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano) e o pouco caso feito com as causas sociais”, argumentou Nunes.
Sobre a oficialização da saída do PT da administração, a Executiva se reúne na terça-feira, às 11h, na sede do partido, a fim de discutir a data e a forma de entregar os cargos que ainda mantém na administração. Atualmente, o PT é responsável por quatro secretarias: saúde, Reparação Racial, Desenvolvimento Social e Governo. “Acho que devemos sair o quanto antes para que o PMDB não faça conosco o mesmo que fez com o PCdoB e com o PSB, usando palavras e expressões de baixo tom”, afirmou Edísio Nunes.
Pré-candidato - Um dos pré-candidatos à prefeitura de Salvador, o deputado federal Nelson Pellegrino comemorou a decisão do partido. “Era inevitável, porque essa sempre foi a vontade do partido, da sua militância”, frisou. Mais uma vez, Pellegrino reafirmou a sua disposição de disputar pela quarta vez eleições para prefeito da capital baiana. “Sou o nome que mais acumula na cidade. Mas isso deve passar por um debate interno. Acho que cada um de nós que deseja ser candidato deve debater suas idéias no partido com a militância”, apontou.
Informações dão conta de que o ex-Campo Majoritário, que ganhou as eleições do diretório estadual e municipal, está dando força à candidatura do deputado federal Walter Pinheiro. Apesar da sua trajetória, inclusive sempre estando entre os melhores parlamentares do Congresso Nacional, segundo pesquisa do Diap, Pinheiro, informou uma fonte petista, não tem a preferência dentro do partido para disputar e vencer a prévia. “Ele só será candidato se Pellegrino abrir mão da candidatura. E isso não vai acontecer”, disse um petista.
Há quem defenda, no entanto, que Pinheiro teria melhores condições de dialogar com outros partidos num eventual segundo turno, inclusive com o PMDB. Na reunião de anteontem, ficou também definido um calendário com datas para inscrição de pré-candidatos à prefeitura, que é de 14 a 24 deste mês.
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Já somam dez os pré-candidatos
Com a decisão do PT de ter candidato próprio, sobe para dez as pré-candidaturas para o Palácio Thomé de Souza. Além do nome que será definido pelas prévias do Partido dos Trabalhadotes, estão no páreo o prefeito João Henrique (PMDB), Lídice da Mata (PSB), ACM Neto (DEM), Olívia Santana (PCdoB), Miguel Kertzman (PPS), Raimundo Varela (PRB), Antonio Imbassahy (PSDB), Edvaldo Brito (PTB) e Carlos França (Psol).
A seis meses das eleições, ainda não houve definição se esse número diminuirá. Os partidos de esquerda, capitaneados pelo PT, poderão formar frente. Neste caso, o tabuleiro sucessório teria algumas defecções, como do PCdoB e PSB. No entanto, a formação da frente não será uma equação fácil. “O PT tem legitimidade para encabeçar a frente. Mas vamos conversa com todos os partidos. Mas é legitimo que o PT queira ser o cabeça de chapa, já que é o partido do presidente Lula e do governador Wagner”, disse Nelson Pellegrino.
A “legitimidade” é colocada em xeque por alguns partidos como PCdoB e PSB. Tanto Olivia Santana quanto Lídice da Mata já mostraram que se o diálogo entre o Pt e os demais partidos ditos de esquerda começar desta forma, começará mal. “Se começar com esse discurso fica difícil querer o diálogo. Não só o PT tem condições de encabeçar a chapa”, ressaltou a vereadora Olívia Santana.
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Kassab não quer o Senado
SANTOS - “O Brasil só tem a ganhar, caso o governador José Serra chegue à Presidência da República, já que o considero um homem credenciado para ocupar todos os cargos da vida pública. E, como ele já ocupou quase todos, só falta mesmo o de presidente”, afirmou ontem o prefeito Gilberto Kassab (DEM), durante a solenidade de encerramento do 52º Congresso Estadual de Municípios, realizado desde a noite de segunda-feira, no Mendes Convention Center, em Santos.
Kassab negou que, ao se dirigir aos prefeitos e vereadores paulistas em seu discurso, tivesse a intenção de lançar a candidatura de Serra à presidência. “Não tive esta intenção. Apenas registrei a minha opinião, de um brasileiro, de alguém que conhece muito bem o atual governador e o considera capacitado para ocupar o cargo de presidente”, explicou. Durante entrevista coletiva concedida a mais de uma dezena de jornais e emissoras de televisão, o prefeito Kassab, o político mais assediado durante o encerramento do congresso, manifestou a sua vontade de permanecer à frente da prefeitura, descartando uma negociação para que abrisse mão da sua candidatura para concorrer ao Senado. (AE)
Fonte: Correio da Bahia
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