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terça-feira, novembro 13, 2007

PF fecha o cerco a reduto de Renan

Vasconcelo Quadros
Brasília. Era o que faltava para complicar ainda mais a situação do presidente licenciado do Congresso, Renan Calheiros. A Operação Carranca, deflagrada ontem pela Polícia Federal, com a descoberta de um rombo de R$ 20 milhões em desvios de verbas federais e a prisão de 20 pessoas, pegou a Prefeitura Municipal de Murici, no interior de Alagoas, administrada pelo filho do senador, Renan Vasconcelos Calheiros Filho, o Renanzinho. Os federais prenderam servidores municipais, donos de construtoras fantasmas e fizeram buscas na Prefeitura de Murici, de onde levaram cópias de contratos que já haviam passado por auditoria confirmando irregularidades que vão da licitação à suposta execução de obras bancadas por repasses do governo federal.
A polícia ainda não tem indícios apontando o envolvimento direto do prefeito, mas ele deverá ser ouvido numa segunda fase do inquérito instaurado ontem. Murici integrava um grupo de 12 prefeituras sorteadas pela Controladoria Geral da União (CGU), num universo de 55 municípios onde haviam sido detectados indícios de irregularidades na última etapa da liberação de dinheiro público, que era a execução física das obras. Um relatório preliminar em cima das liberações feitas pelo governo federal entre 2004 e 2007 mostrou que quatro grupos lotearam Alagoas e dividiam, entre eles, os recursos que deveriam ser aplicados integralmente em programas sociais desenvolvido em conjunto com seis ministérios (Cidades, Integração, Educação, Saúde, Turismo e Desenvolvimento Agrário).
Segundo a PF, além de construtoras fictícias - criadas apenas para dar fachada ao recebimento do dinheiro - havia também obras fantasmas, como o caso de um hospital pelo qual a quadrilha recebeu, mas não construiu, e casas populares fora dos padrões previstos na licitação, concluídas com superfaturamento.
Dos 21 mandados de prisão expedidos pela Justiça Federal de Arapiraca, a PF cumpriu 20 e fez buscas em 51 locais. A Justiça bloqueou contas bancárias e seqüestrou 31 imóveis e 35 carros que teriam sido comprados para lavar dinheiro. Os acusados foram indiciados por improbidade administrativa, peculato, corrupção ativa e passiva, formação de quadrilha, fraude em licitação, lavagem de dinheiro e falsidade ideológica. A polícia diz que a quadrilha tinha base em Alagoas, mas vai investigar o possível envolvimento de parlamentares federais com a liberação dos recursos, parte deles originária de emendas de bancada e individuais.
A primeira fase das investigações envolveu 69 convênios federais e se restringiu aos 12 municípios escolhidos por amostragem. Nenhum deles escapou do pente-fino da CGU. Além de Murici, foram encontradas irregularidades também em Batalha, Palmeira dos Índios, Água Branca, Traipú, Marechal Deodoro, Major Isidoro, Mata Grande, Matriz de Camaragiba, Tanque D'Arcas, Viçosa e São Luís de Quitunde. Se a auditoria tivesse sido estendida aos outros 43 municípios que receberam verbas federais no mesmo período e têm obras supostamente executadas pelas mesmas empresas, o montante da fraude poderia ser entre quatro a cinco vezes mais que os R$ 20 milhões detectados agora.
A Polícia Federal não quis divulgar os nomes de políticos a quem supostamente o grupo desbaratado ontem seria ligado. Há três semanas o jornal O Estado de S. Paulo noticiou que o senador Rena Calheiros estava sendo acusado de apresentar uma emenda, no valor de R$ 280 mil, que teria beneficiado uma empresa fantasma em Alagoas, a KSI Consultoria e Construções Ltda, apresentada como responsável pela construção de 280 casas populares em Murici. A denúncia acabou arquivada no Senado.
Fonte: JB Online

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