SÃO PAULO - No Brasil, cerca de 273 mil pessoas são vítimas de morte súbita por ano - 90% delas com algum problema cardíaco, e grande parte não diagnosticada, segundo dados divulgados por publicações internacionais na área de ressuscitação cardiopulmonar e pela Sociedade Brasileira de Arritmias Cardíacas (Sobrac). Em um esforço para conscientizar e educar a população para o problema, hospitais de 19 estados e do Distrito Federal vão celebrar hoje o Dia Nacional de Prevenção das Arritmias Cardíacas e Morte Súbita, organizado pela Sobrac, com palestras e atividades educacionais sobre o tema.
Além das atividades de conscientização, o objetivo do evento é arrecadar fundos para a colocação de desfibriladores externos em locais públicos de grande circulação de pessoas. Alguns estados possuem leis que dispõem sobre a necessidade do aparelho, mas, segundo a Sobrac, é preciso ampliar a ação e a qualificação de pessoas para usar o equipamento. "A campanha tem o intuito de fazer da Sociedade referência para um papel que teoricamente é compulsivo do poder público", comentou o presidente da Sobrac, Martino Martinelli.
Participarão do Dia de Prevenção 60 hospitais e clínicas em todos os estados do Sul e Sudeste, além de hospitais na Bahia, Ceará, Maranhão, Paraíba, Pernambuco, Sergipe, Amazonas, Belém, Roraima, Tocantins, Mato Grosso, Goiás e no Distrito Federal. As atividades e palestras variam de acordo com a instituição.
As doenças cardiovasculares, segundo a Sobrac, representam a primeira causa de morte no Brasil, superando aids, câncer de mama e pulmões e acidentes vasculares cerebrais. A arritmia é a alteração da freqüência da batida do coração, e normalmente acomete pessoas que já têm algum problema cardíaco.
A maioria das vítimas está em idade produtiva, e existem ocorrências em todas as faixas etárias - inclusive recém-nascidos. "É importante alertar aos jovens, que são mais impulsivos e praticam atividades físicas, que também estão sob risco", alertou Martinelli.
Apesar de ter diagnóstico e tratamento simples, a doença não apresenta sintomas perceptíveis no dia-a-dia, e em muitos casos só é identificada após a morte súbita. Quando diagnosticada, a arritmia pode ser tratada com remédios, ablação (espécie de cateterismo), colocação de marca-passo e uso de desfibrilador interno. O eletrocardiograma pode ser feito gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
Fonte: Tribuna da Imprensa
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