TRIBUNA DA BAHIA
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O mercado de segunda residência no Nordeste e particularmente na Bahia, embora já absorva investimentos estrangeiros, pode se tornar um importante vetor de desenvolvimento para a região. Uma missão baiana, integrada pelo governador Jaques Wagner e outros governadores do NE e empresários, dentre eles o vice-presidente da Associação para o Desenvolvimento Imobiliário e Turístico do Nordeste (Adit), Roberto Carlos, vão a Dubai no mês de fevereiro, mostrar aos árabes as oportunidades de negócios nesse segmento. “Eles têm mais de 100 bilhões de euros para serem investidos nesse nicho e nós queremos atrair uma fatia para a Bahia e para o Nordeste”, frisou Carlos. Ele falou em entrevista exclusiva à Tribuna da Bahia ontem, durante a XVIII Convenção Anual da Ademi-BA, sobre o potencial do Nordeste no mercado de segunda residência. No mundo, esse mercado já está consolidado há muito tempo, com algumas áreas muito conhecidas. “Hoje você disputa com 13 destinos para atrair investimentos europeus e agora árabes. Você tem o Caribe, sacramentado com vários lugares, a República Dominicana, Cancún, por demais conhecido, o México, a Ilha da Madeira, a Grécia, a Bósnia, a Bulgária, que está explodindo, o sul de Portugal, a região do Algavre e outros lugares. O Nordeste tem um grande potencial, temos preço, sol o ano inteiro, não temos problemas climáticos, vulcão, terremotos etc e muito menos intolerância religiosa”, disse Carlos Numa análise sobre o capital internacional, ele afirma que o mundo está com excesso de liquidez, “os fundos imobiliários europeus estão buscando dentro do seu portfólio de investimentos destinar 5% dos recursos para colocar no Nordeste. No ano de 2005 foram investidos 3 bilhões de euros, no mercado de segunda residência, fora da Europa. Os números de 2007 ainda não estão fechados, mas devem se situar na casa dos 9 bilhões de euros”. Carlos argumenta que “ precisamos mostrar no exterior, de maneira organizada, o nosso potencial, muitas vezes as pessoas não conhecem o Brasil. O mercado árabe é excelente para o Brasil entrar porque a imagem do País lá fora é muito forte, por causa do futebol e nós temos uma colônia grande de árabes em São Paulo. Eles têm uma excelente imagem do Brasil. Os Emirados Árabes abriram um fundo imobiliário para captar 6 bilhões de euros e chegaram a 100 bilhões. Eles já estiveram no Nordeste, sobrevoaram todo o litoral e estão buscando lugares onde aplicar”. O presidente da Adit estima que o Nordeste possa receber 5 bilhões de euros do capital árabe e a Bahia ser contemplada com metade desses recursos, ou seja, 2,5 bilhões de euros. “ Vinte presidentes de empresas do segmento imobiliário vão a Dubai com o governador Jacues Wagner e mais 4 governadores do Nordeste fazer um workshop durante uma semana , no final de fevereiro, em Duibai, mostrar nosso potencial. Agora precisamos ter regras claras no quesito meio ambiente, o que não pode acontecer são mudanças depois que o empreendimento está aprovado”, reclama Roberto Carlos. “Você passa ás vezes um ano ou um ano e meio para licenciar um empreendimento, você aprova, registra e vai ao mercado, aí vem o Ministério Público e embarga o empreendimento, dizendo que está tudo errado. Veja o que aconteceu com o Ibero Star e com o Reta Atlântico. A Cosbat teve o empreendimento do Rio Vermelho embargado depois que ele estava na quinta laje. As regras precisam ser claras, do contrário você cria uma incerteza jurídica, o que acaba inibindo os investimentos”, Segundo o presidente da Adit, hoje “há algo em torno de 2 bilhões de dólares aplicados no segmento de segunda residência na Bahia, são projetos que estão contratados, em processo de aprovação, construção e alguns que nem deram partida ainda, esperando que as regras sejam definitivas, muitas áreas estão compradas à espera de deslanchar os projetos e acredito que podemos crescer esses números exponencialmente. Hoje o mundo tem liquidez e a Bahia pode se aproveitar desse momento, ou ficar para trás. Precisamos entender que o capital hoje é global, você não disputa mais mercado com Rio, São Paulo, Ceará, Paraíba, você disputa com a Itália,com o Caribe, com o leste europeu”, analisa Roberto Carlos.
A bola de neve que vem de Guarajuba
* Paulo Roberto Sampaio - Diretor de Redação Esse mundo está mesmo louco. Anteontem descobri que Guarajuba se transformou numa ilha. Senão toda a costa do pujante município de Camaçari e que tanto orgulha o prefeito Luís Caetano, mas os 200 mil metros quadrados onde está situado o Vila Galé e que neste prolongado fim de semana abriga a convenção da Ademi. Ilha de confiança e felicidade. Pois é, ontem foi dia de sol inclemente nesse paraíso onde estão confinados, por certo a contragosto, centenas de pesos pesados da construção civil na Bahia, a brindar o estupendo 2007 e a festejar o 2008 que se aproxima. Mas apesar do sol abrasador e antes mesmo que ele se escondesse atrás do denso coqueiral que emoldura a bela paisagem de Guarajuba, descobri que mais um fenômeno estava surgindo nessa ilha. Primeiro, que ela parece incrustada no topo de uma montanha e que aqui estava a nevar. Uma imensa bola de neve começava a se formar e a se movimentar vagarosamente em direção a Salvador com uma malemolência própria do que a lenda tratou de presentear o jeito de ser dos baianos e que nada mais é do que um estilo especial de vida. Fenômeno testemunhado por estafados empresários a empunhar copos de chopp e caipirinha que insistiam em evaporar numa velocidade impressionante, por certo por conta do inclemente sol de Guarajuba. Coisas dessa Bahia. Pelo tamanho que a bola já tem e pelo que cresceu nos últimos meses vejo que ela tende a se transformar numa avalanche a cobrir Salvador ainda no fim desse verão quando esse tipo especial de neve começar a derreter e a espelhar por toda a cidade seus efeitos. Uma imensa e saudável avalanche de progresso a sacudir a economia, a gerar empregos e serviços e a irrigar os bolsos de milhares de baianos. A bola de neve que o mercado imobiliário gerou e está gerando pode ser mensurada apenas pelos números de um só lançamento, o Le Parc, situado na Avenida Luis Viana Filho, tolamente chamada de Paralela. Pelo ilustre baiano que a nomeia, o termo Paralela não deveria sequer existir. Em dez dias já foram comercializadas 300 unidades do gigantesco projeto, um resort vertical a ser erguido ao longo dos próximos 36 meses, com 18 torres. Algo inédito na Bahia. Pois é, só este lançamento gerou, em pouco mais de uma semana, um faturamento de aproximadamente R$ 150 milhões. Números que em outros segmentos como a petroquímica, por exemplo, ou até e indústria automobilística, iriam passar a quilômetros do seu bolso, mas que no caso da construção civil vão chegar rapidinho à economia baiana e o que é mais importante: pulverizando seus efeitos entre todas as classes, mas sendo mais sentido exatamente nas classes C, D e E, geradoras de mão-de-obra e serviços para o mercado imobiliário. Assim, não é demais alertar a você, que meio desiludido já pensava em fechar aquela portinha que insiste em chamar de sapataria ou a senhora, que pendura meia dúzia de vestidos e blusas numa improvisada arara e chama orgulhosamente de boutique. Não importa se em Cajazeiras, Periperi ou Nordeste de Amaralina. Deixe o desânimo para trás e se prepare para trabalhar até no fim de semana. Os efeitos multiplicadores desse mercado aquecido tendem a ser sentidos rapidamente, tão logo os canteiros de obras passem a recrutar gente, os grandes distribuidores de material de construção reforcem seus estoques, as caçambas comecem a carregar areia e terra e a paisagem de dezenas de ruas e avenidas dessa centenária e põe centenária nisso, Salvador, comece a mudar com os tapumes a indicar o início das obras. Para o presidente da Ademi, Guto Amoedo, se poucos comemoram até aqui os resultados de um ano de muito trabalho, de sacrifícios, de ousadia, mas altamente positivo, logo muitos haverão de se beneficiar desse momento que se aproxima para a economia baiana. E Guto leva adiante seu otimismo: - Em 2008 estimo um crescimento mínimo de 20 por cento para o setor. Grandes grupos resolveram apostar na Bahia, os tradicionais do Estado estão gerando mais e mais negócios e os novos, seguindo no rastro. E arremata Guto: - Já falei para meu amigo Wanderley, do Leão de Ouro, que ele pode reforçar o estoque porque 2008 vai ser a vez dele e do comércio faturarem. Pelo sim, pelo não, melhor que Wanderley encomende também umas botas de cano longo para andar na neve. Do jeito que essa bola está crescendo por aqui, não sei não...
Fonte: Tribuna da Bahia
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