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terça-feira, março 01, 2022

Bolsonaro minimiza sanções à Rússia | Atriz morre em acidente | BBB 22

 

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Bolsonaro ouve apoios e xingamentos em passeio de moto pela Baixada Santista




O presidente da República, Jair Bolsonaro (PL), passeou de moto pela Baixada Santista na manhã desta segunda-feira, 28, e ouviu xingamentos e manifestações de apoio pelos locais por onde passou.

O chefe do Executivo federal saiu às 10h do Forte dos Andradas, no Guarujá, onde está hospedado neste feriado de carnaval. Ele estava acompanhado de assessores, seguranças e do deputado federal, Hélio Lopes (PSL).

A comitiva presidencial utilizou a travessia de balsas para chegar na cidade de Santos e seguiu pela orla da praia cumprimentando apoiadores pelo caminho. Na sequência, o presidente passou pelas cidades de São Vicente e Praia Grande, onde parou para comer pastel e tomar caldo de cana. Em momentos do passeio, Bolsonaro foi hostilizado por algumas pessoas e ouviu xingamentos.

Após parar em alguns pontos para cumprimentar e tirar fotos com apoiadores, o presidente voltou para Guarujá também pela orla das praias e chegou no Forte dos Andradas às 13h30.

O presidente está no município litorâneo desde o último sábado, 26. Ele deve voltar a Brasília apenas na quarta-feira de cinzas. Esta é a décima vez em que Bolsonaro folga no Guarujá.

Estadão / Dinheiro Rural

***

Zambelli diz ainda não ter sido notificada sobre ação de Sâmia, Talíria e Manuela

A deputada Carla Zambelli (União-DF) afirmou ao Broadcast Político que soube pela imprensa da ação por danos morais da qual é alvo e que foi movida na Justiça pelas deputadas Sâmia Bomfim (Psol-SP) e Talíria Petrone (Psol-RJ) e a ex-deputada Manuela D'Ávila (PcdoB), que foi concorreu como vice na eleição de 2018 na chapa de Fernando Haddad (PT). "Não fomos notificados ainda", afirmou a parlamentar.

Nesta segunda-feira, 28, a deputada Sâmia Bomfim divulgou em seu Twitter que ela, Talíria Petrone e Manuela DÁvila haviam entrado na Justiça contra Zambelli "em razão de publicações difamatórias".

À reportagem, Zambelli disse que só se manifestará após ser notificada pela Justiça "para saber qual o fundamento da acusação".

A investida ocorre após Carla Zambelli atacar as parlamentares por celebrarem a legalização do aborto na Colômbia, no último dia 21, e associá-las a "esquerda genocida".

Estadão / Dinheiro Rural

No cercadinho com o inimigo




Por Miguel de Almeida (foto)

Vivemos o tempo dos homens ocos, como lá atrás decretou T.S. Eliot. Também o aguçamento das mentiras, na visão de Marcel Proust ao ler as falsas notícias de vitórias francesas na Primeira Guerra Mundial. Em fuga das armadilhas fáceis das generalizações, Thomas Mann discordava de quem colocava o nazismo em igual patamar do comunismo.

— O nazismo é apenas o niilismo diabólico — teria declarado em 1949, alertando ainda que não era comunista.

Os três escritores passaram por guerras — Proust apenas pela Primeira Guerra (morreu em 1922). Já morando em Londres, Eliot, que era americano, permaneceu como professor e, em seu posto bancário, sem muitos percalços ao longo dos dois conflitos mundiais, somente decepcionado com a maldade humana. Basta ler “A terra desolada” e escutar seu mergulho no desencanto.

Mann, dos três, foi quem mais sentiu na pele os dramas de seu tempo. Para quem hoje joga a toalha diante da bozofrenia e da Covid-19, os desterros do escritor alemão, cuja mãe, Júlia, era brasileira, deveriam servir de paralelo.

Com uma homossexualidade sublimada, para desalento de seu filho Klaus, Thomas Mann, Nobel de Literatura em 1929, sentiu o cheiro do demônio já em 1933, com a ascensão de Hitler ao poder. Casado com uma judia, tratou de se mudar para a Suíça. Com o avanço das tropas nazistas na Europa, partiu para os Estados Unidos, onde se tornou um dos intelectuais públicos mais ativos e heroicos na luta contra Hitler.

Após a guerra, Mann, lenda viva da melhor intelectualidade, passou a ser perseguido pelo macarthismo — foi visto como comunista por ser um militante da paz. Ele, um rematado humanista, capaz de raciocinar em desafio aos dogmas políticos, resolveu deixar aquela loucura anticomunista e voltou a morar na Suíça, pouco depois do suicídio de seu filho Klaus Mann, também escritor e homossexual assumido. Se recusaria a permanecer muitos dias na Alemanha, por vergonha e inconformidade com o apoio de seus compatriotas ao nazismo.

Um livro como “The magician: a novel”, do escritor irlandês Colm Tóibín, espécie de biografia romanceada da vida de Mann, ao enveredar por seu diário e cartas pessoais, escande outro de seus dramas — a homossexualidade sublimada (definição de seu filho Klaus).

Era um tempo em que a orientação sexual fora do papai e mamãe dava cadeia. Proust morria de medo de como interpretariam o herói ambíguo de “Em busca do tempo perdido”. A França dele parecia ser mais tolerante que a Inglaterra, onde Oscar Wilde foi condenado por sodomia. Depois de cumprir sua pena, foi em Paris que Wilde passou seus últimos anos.

(Apenas em meados de 1960 a homossexualidade deixou de ser crime na Inglaterra dos Beatles e David Bowie.)

Perseguido pelo nazismo e pelo macarthismo, mas sem disposição de enfrentar mais essa pelota, intolerável mesmo para muitos de seus amigos, o alemão Thomas Mann fez da literatura o bunker confessional de sua sexualidade. “Morte em Veneza” explode o desejo entre um jovem efebo (baseado num personagem real) e um famoso e premiado escritor mais velho (alter ego de Mann). Visconti, ao filmar a obra em 1971, carregou mais na tensão sexual entre os dois amantes — vale dizer, ainda um escândalo naquela época.

A desinformação das redes sociais, reprodução preguiçosa do que foram os programas das rádios AM na década de 1980, sob a voz dos idiotas, teima em tirar de perspectiva e nivelar as atrocidades. Nazismo e comunismo não se assemelham em suas desumanidades. Lula não é comunista (ele é sindicalista), Putin (ao menos até agora) não é Hitler, e Bozo nem sequer chega a ser um Plínio Salgado, já que o integralista não era barrigudo e dominava a sintaxe.

Os tempos da alta conectividade sugerem que a comunicação se tornou apenas mais fácil, porém superficial e ainda mais manipulável. A era dos extremos enfrentada por Thomas Mann e T.S. Eliot recebeu em troca obras como “A montanha mágica” e “A terra desolada” ou “Guernica”, de Pablo Picasso, que também enfrentou duas guerras mundiais.

No Ano III de Bozo, até o momento, só se anotam a bunda de Anitta e o barulho pelo cancelamento de “Com açúcar, com afeto”. Pois é.

O Globo

Política como negócio familiar - Editorial




Força do clã Tatto na capital paulista mostra que a exploração da política como negócio de família não tem contornos ideológicos

Uma recente reportagem do Estadão mostrou o tamanho do domínio do clã Tatto, vinculado ao PT, sobre uma grande área da zona sul da cidade de São Paulo – que há muito tempo é conhecida como “Tattolândia”. O que chama a atenção, além da extensão do controle dos Tattos na região, é o fato de que a exploração da política eleitoral como um empreendimento familiar no Brasil não tem contornos partidários ou ideológicos.

O presidente Jair Bolsonaro (PL), por exemplo, já chegou a afirmar que seu grande objetivo político era “sarneyzar o Rio de Janeiro”, aludindo ao domínio que o clã Sarney, vinculado ao MDB, exerceu sobre o Maranhão ao longo de décadas. É discutível se Bolsonaro, de fato, logrou “sarneyzar” o Rio, mas o fato é que construiu no Estado não só a sua própria carreira política, como fabricou a de seus dois filhos mais velhos, Flávio e Carlos Bolsonaro. Já Eduardo Bolsonaro, vulgo “03”, veio para São Paulo, onde conseguiu se eleger deputado federal também pela força do sobrenome. O outro filho homem do presidente, Jair Renan, também demonstrou ter pretensões eleitorais, com estímulo do pai orgulhoso.

Essencialmente, a visão dos Tattos e dos Bolsonaros sobre a presença da família na política não é diferente da visão dos Garotinhos. Liderado pelo casal Anthony e Rosinha Garotinho, o clã já transitou por partidos de diferentes colorações ideológicas, mas nunca deixou de dominar a política no norte fluminense. Uma filha do casal, Clarissa Garotinho (PROS-RJ), é deputada federal. Um filho, Wladimir Garotinho (PSD), é o atual prefeito de Campos dos Goytacazes, base eleitoral do clã. De lá, Anthony e Rosinha pavimentaram o caminho até o Palácio Guanabara, de onde ambos saíram para a cadeia. Mas isso é outra história.

Não surpreende que a exploração da política eleitoral como uma empreitada familiar não apresente recortes partidários ou ideológicos. A bem da verdade, para os que se beneficiam dessa prática tão arraigada no País, nem haveria de apresentar mesmo. Afinal, o que une Tattos, Bolsonaros, Sarneys e Garotinhos, entre outras famílias com muitos mandatários entre os seus, é justamente a ideia de que os interesses familiares sempre se sobrepõem aos interesses públicos mediados pela política, esta sim, por excelência orientada por premissas partidárias e ideológicas, e não por laços de consanguinidade. Em outras palavras: quando os objetivos privados de uma determinada família fortemente presente na política, seja qual for a coloração partidária, colidem com os objetivos gerais da sociedade, tanto pior para a coletividade.

Jilmar Tatto, o mais proeminente membro do clã Tatto, atual secretário nacional de Comunicação do PT e figura de destaque nas pré-campanhas do exprefeito Fernando Haddad ao governo de São Paulo e Lula da Silva à Presidência da República, pretende ser candidato a deputado federal nas eleições de outubro. Seus irmãos Enio e Nilto tentarão a reeleição para a Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp) e para a Câmara dos Deputados, respectivamente. Enio está no sexto mandato. Nilto, no segundo. Outros dois irmãos Tatto, Arselino e Jair, são vereadores na capital paulista.

Mesmo diante dessa forte presença da família Tatto na política eleitoral – membros da família estão nas três esferas do Poder Legislativo –, Jilmar afirmou ao Estadão que o envolvimento dos irmãos na política “não é um projeto pessoal” de cada membro da família, mas sim um “projeto coletivo”. De fato, vê-se que é. Só faltou dizer a serviço de quem.

É de justiça reconhecer que nenhum dos irmãos Tatto, assim como ninguém dos clãs Bolsonaro, Garotinho, Sarney ou de qualquer outro clã presente na política brasileira, tomou à força o mandato que exerce. Foram todos eleitos de acordo com as leis em vigor. Por isso, é de fundamental importância a participação dos eleitores para a construção de um quadro de representação política mais arejado e, principalmente, mais infenso à contaminação da política por interesses de natureza privada.

Toda eleição é uma oportunidade para que cada cidadão reflita sobre suas escolhas e, na medida de sua responsabilidade, contribua para o amadurecimento da democracia representativa no País.

O Estado de São Paulo

Evocando Churchill em defesa da Ucrânia




A ‘hora mais negra’ regressou à Europa com a infame invasão da Ucrânia pelo banditismo político-militar do czar soviético Vladimir Putin. É altura de evocar Winston Churchill. 

Por João Carlos Espada (foto)

1 Surpreendentemente, ou talvez não, várias vozes no Ocidente continuam a dizer que a culpa da invasão russa da Ucrânia foi do Ocidente. Surpreendentemente, ou talvez não, essas vozes já não partem só da extrema-esquerda (aliás em declínio bem vindo, ainda que tardio). Surpreendentemente, ou talvez não, parece ser agora em sectores anti-liberais do populismo de direita que têm crescido nos últimos anos as vozes de conciliação — por vezes mesmo de elogio aberto — ao ditador Putin. Isto está a acontecer pelo menos em França, em Itália, no Brasil e até nos EUA, não sei se também em Portugal.

Uns argumentam que o Ocidente ameaçou a Rússia com a entrada da Ucrânia na NATO; outros dizem que a União Europeia e o Ocidente vêm ameaçando a Rússia com a “exportação da ditadura do politicamente correcto”; outros ainda, em delírio total, chegam ao ponto de dizer que a Rússia de Putin é hoje a derradeira defensora da cultura europeia “não-politicamente correcta”. E muitos ainda ganharam o hábito de dizer que o Ocidente já não é verdadeiramente democrático e que se tornou uma “ditadura das elites oligárquicas e politicamente correctas” — um “argumento”, aliás, que era comum aos comunistas e aos nacionais-socialistas nazis dos anos 1920-40.

2 Os factos mostram sem margem para dúvida que a responsabilidade — e a culpa — da invasão da Ucrânia cabe inteiramente ao banditismo político-militar do czar soviético Vladimir Putin. Os factos têm sido exemplarmente divulgados pela comunicação social nacional e internacional e têm sido livre e civilizadamente escrutinados. Não preciso de voltar a eles.

O ponto que aqui me parece crucial é a emergência de vozes significativas no interior das democracias liberais dizendo que a democracia liberal já não é democrática — teria passado a ser uma “ditadura das elites oligárquicas” Por esse motivo, alegam, pode ser justificável e até aconselhável apoiar a ditadura russa (por enquanto, que eu saiba, ainda não a ditadura chinesa).

É a este propósito que gostaria de evocar Winston Churchill.

3 Quando as democracias ocidentais estavam dilaceradas por uma aliança nazi-comuinsta contra as chamadas ‘democracias parlamentares capitalistas’ —. que conduziu ao infame Pacto Germano-Sovético, (Ribbentrop-Molotov) de 23 de Agosto de 1939 que acordou a dupla invasão da Polónia — Churchill avisou antes disso:

“Não temos nós uma ideologia — se tivermos de usar essa palavra horrível — não temos nós uma ideologia própria na liberdade, numa Constituição liberal, no Governo democrático e parlamentar, na Magna Carta e na Petição de Direitos?” (Discurso em Paris, 24 de Setembro de 1938).

Dois anos antes, também em Paris, Churchill denunciara igualmente a coligação entre as tiranias nazi e bolchevique:

“Entre as doutrinas do camarada Trotsky e as do Dr. Goebels, deve haver espaço para cada um de nós, e mais umas quantas pessoas, cultivarmos as nossas próprias opiniões. […] Como poderemos nós, criados como fomos num clima de liberdade, tolerar ser amordaçados e silenciados; ter espiões, bisbilhoteiros e delatores a cada esquina; deixar que até as nossas conversas privadas sejam escutadas e usadas contra nós pela polícia secreta e todos os seus agentes e sequazes; ser detidos e levados para a prisão sem julgamento; ou ser julgados por tribunais políticos ou partidários por crimes até então desconhecidos do direito civil?”

4 Por outras palavras, Winston Churchill sabia com clareza distinguir as ditaduras nazi e comunista das democracias liberais. Nunca as confundiu e nunca aceitou que as ditaduras fossem justificadas pelas imperfeições da democracia liberal — “o pior regime, com excepção de todos os outros”. Foi por isso que soube liderar a condenação e a resistência contra o bolchevismo e o nazismo desde a primeira hora.

Churchill certamente acreditava que os povos de língua inglesa tinham um apego particularmente forte à tradição da liberdade. Foi também por isso que Churchill assinou com Roosevelt a Carta Atântica, logo em Agosto de 1941. E foi por isso que foi nos EUA, a 5 de Março de 1946, que ele lançou a primeira denúncia pública da “Cortina de Ferro” e retomou o apelo para a constituição da NATO.

Mas Churchill também sabia que a tradição da liberdade pertencia à Europa no seu conjunto e não apenas ao Reino Unido ou mesmo aos povos de língua inglesa. No final da guerra, opôs-se aos que queriam punir a Alemanha e os seus aliados e apelou abertamente a alguma forma de Clube Europeu. A 5 de Junho de 1946, três meses depois do discurso de denúncia da Cortina de Ferro, disse Churchill em pleno Parlamento britânico:

“Devemos proclamar sem medo: Deixemos a Alemanha viver. Deixemos a Áustria e a Hungria serem livres. Deixemos a Itália retomar o seu lugar no sistema europeu. Deixemos a Europa levantar-se de novo em glória e pela sua força e unidade garantir a paz no mundo.”

A 19 de Setembro desse mesmo ano, no célebre discurso na Universidade de Zurique (em cujo 50º aniversario tive o prazer e privilégio de participar) Churchill foi ainda mais longe e argumentou que a reconstrução da Europa deveria ser fundada na reconciliação entre a França e a Alemanha: “Não poderá haver renascimento da Europa sem uma França espiritualmente grande e uma Alemanha espiritualmente grande.“

5 Em suma, creio que é nosso dever defender a Ucrânia e o Mundo Livre. Como disse Churchill: “Nunca nos renderemos!”.

Observador (PT)

Putin em tempo de Bolsonaro: a esquerda brasileira e os abismos de duas esquinas

 




Por Paulo Fábio Dantas Neto* (foto)

O fato incontornável da semana, candidato a ter longa vida, é a agressão militar da Rússia contra a Ucrânia, ato cujas causas e consequências cabe a análises especializadas detectar e estimar e cujo alcance destrutivo, nos sentidos político e humanitário, nenhum agente que exerça ou aspire exercer autoridade política, em qualquer lugar do mundo, tem direito de ignorar ou relativizar. É um novo desafio que se apresenta aos democratas brasileiros, já às voltas com uma devastação promovida por um autocrata interno. Palavras e gestos escolhidos para uma situação podem repercutir sobre a outra.

É imperativo que analistas voltados à compreensão dos cenários anterior e posterior à agressão russa usem informação qualificada, multilateral, o mais isenta possível de vieses e produzam interpretações equilibradas, dotadas de senso de objetividade. Tão imperativo quanto isso é não faltar, por outro lado, em declarações de líderes, partidos e outros agentes da política, a capacidade de se colocar, com clareza e senso de urgência, em oposição a um gesto político-militar imediato e concreto que liquida, por decisão unilateral do governo de um país, instituições e vidas humanas que importam a todos, seja no sentido da solidariedade entre indivíduos e entre povos, seja no da autopreservação de cada pessoa, ou país. São igualmente problemáticas, numa hora dessas, a contaminação ideológica de quem se propõe a ocupar o lugar de analista e a ausência, no caso de agentes políticos, da disposição subjetiva de encarar a agressão militar sob a orientação primordial de valores.

Nenhuma posição política realista precisa ou deve ser cancelada em emergências assim. Ao contrário, nessas situações-limite elas são ainda mais requisitadas, porém, o que delas se requer, como uma de suas premissas, é que não confundam uma saudável recusa à ideologia com sua diluição num varejo destituído de causas, o que denota, não política realista, apenas uma política pequena. Daí que a condenação da agressão não comporta meias palavras da parte de quem tem responsabilidade política.

Minha opinião é desprovida de pretensões analíticas do contencioso geopolítico que ora se degenera em guerra. Faltam-me informação e reflexão sistemática sobre o assunto para estar apto a tais pretensões. Mas me é possível analisar, sim, ainda que evitando assertivas fortes, a conduta de atores politicamente responsáveis, no Brasil e no exterior. Em particular, a de forças que historicamente se autodefinem como esquerda, para as quais guerra e paz – como par de opostos - constituem, por tradição, um tema político nobre, que se mantém perene após o eclipse factual da oposição entre capitalismo e socialismo. Além de nobre, tema decisivo para a esquerda brasileita, face à hipótese provável dela voltar a ser governo.

Escapa a semileigos como eu, em relações internacionais, uma plena compreensão das razões mais ou menos determinantes pelas quais a derrocada, há mais de três décadas, do chamado socialismo real - da qual o fim da URSS foi o recibo de quitação – não levou, apesar de esforços feitos nesta direção, à desmilitarização da Europa. E das razões pelas quais não houve conversão mais relevante de recursos de estados nacionais e organismos multilaterais empregados em objetivos militares, em estratégias globais de caráter econômico, social, ambiental ou cultural. Como a ideologia não pode suprir esse déficit cognitivo, a discussão segue enevoada e convoca a política para não permitir que a controvérsia derive em guerra durante o tempo em que impera. A democracia é o melhor recurso que a política pôde até aqui oferecer ao mundo para cumprir sua missão de promover convívio pacifico aos humanos do presente, sem ofender a memória dos que já morreram, nem comprometer a vida de gerações futuras.

A democracia associada a instituições liberais não é um imperativo moral que possa ser imposto, a fórceps, a sociedades que jamais a experimentaram, como se pode dizer, sem exagero, que é o caso da sociedade russa. Ela não é uma crença universal, mas é uma fórmula política universalizável. Em vários países em que se firmou também como crença, tornou-se uma evidência institucionalizada, possível de ser oferecida, como alternativa de organização política e como dinâmica processual para resolução de conflitos, a sociedades submetidas a autocracias. O método desse oferecimento precisa ser, no entanto, o mais próprio da política democrática, o da persuasão e da participação políticas, continuamente praticadas em sociedades plurais.  É a democracia ganhando força pelo exemplo, mais que pela coerção.

O arranjo liberal-democrático é um achado histórico que vigora numa parte do mundo, sob sério risco. Analistas e pensadores diversos apontam uma crise da fórmula, mas quase nenhum nega a sua vigência. As raízes e saídas da crise, bem como as chances da fórmula se manter vigente são temas controversos. Na prateleira há explicações e prognósticos úteis a vários credos políticos. Mas há sempre uma escolha política a fazer entre agir para deter ou para aprofundar essa crise. Escolha limitada pelas famosas condições objetivas tão evocadas em clássicos discursos da esquerda vinculada ao tronco principal da tradição marxista. Mas ainda assim escolha, mais ou menos assumida, ou dissimulada.  

O gesto agressor do regime de Vladimir Putin induz-nos à explicitação de uma escolha política. Ser institucionalmente conservador diante de contextos onde a democracia liberal prevalece, reformador onde está constrangida por instituições iliberais e subversivo onde simplesmente ela inexiste ou foi revogada por atos arbitrários internos ou de agressão externa, como pode vir a ocorrer na Ucrânia. Essa escolha implica respaldar esforços ocidentais para dissuadir o governo russo de prosseguir na agressão; em confrontar argumentos nacional-militaristas de Putin que conferem ao interesse nacional russo um suposto direito de produzir efeitos negativos globais ao agredir “preventivamente” outro país, enquanto cala, autocraticamente, a oposição interna; por fim, implica em solidariedade à Ucrânia e à resistência dos que, naquele país, se opuserem à agressão em curso, apontando sempre a diplomacia e a pressão política como vias adequadas para detê-la.  O que por sua vez implica, para não ser discurso oco, aceitar as consequências de tal opção, entre as quais a principal é que sub ótimos são o céu que a limita. Respaldar a aliança das democracias ocidentais não resolve os seus problemas. Enfrentar Putin não anula seu poder. A solidariedade à Ucrânia e seu povo não anula o extremismo do seu atual governo.

Essa escolha política também não expressa opção ideológica ou “cultural” pelo Ocidente ou por esse ou aquele tipo de organização econômica e social. Expressa alinhamento com a paz como valor e com a democracia, como instituições e conduta. Isso, em boa hora, tem orientado posicionamentos de líderes e partidos de esquerda ocidentais para os quais seria bom que a esquerda brasileira se voltasse em busca de referência e convergência. Refiro-me, como exemplos, à posição do primeiro-ministro português António Costa, à declaração pública do seu partido, o PS, bem como à da Internacional Socialista.

Observadores agudos do quadro internacional hão de analisar essas e outras falas e textos, indo além da recepção esperançosa que lhes dedico. Mais especialmente ao pronunciamento do presidente chileno Gabriel Boric, firme, simples e abrangente, dirigindo-se, sem omissões e sem excessos ou contorcionismos verbais, aos pontos cruciais: “Rusia há optado por la guerra como medio para resolver conflictos. Desde Chile condenamos la invasion a Ucrania, la violación de su soberania y el uso ilegítimo de la fuerza. Nuestra solidaridad estará com las víctimas y nuestros humildes esfuerzos com la paz”.    

É ocioso comentar o flagrante contraste das palavras do presidente do Chile com o silêncio no mínimo leniente do presidente brasileiro, que sucedeu a suas palavras e gestos públicos de simpatia dirigidos a Putin. Mais significativo é comparar a fala do jovem líder chileno com a do experimentado líder popular da esquerda brasileira que, conforme indicações de todas as pesquisas, é o político com mais possibilidades de livrar o país da hipótese de reeleição do extremista. Pode-se dizer, sem dúvida, que as posições dos dois líderes da esquerda sul-americana têm sentidos gerais convergentes.  Leiamos Lula: “É lamentável que na segunda década do século 21, a gente tenha países tentando resolver suas divergências territoriais, políticas ou comerciais através de bombas, tiros e ataques, quando deveria ter sido resolvido em uma mesa de negociação. Ninguém pode concordar com guerra, ninguém pode concordar com ataques militares de um país sobre outro". Convergindo no sentido geral, as duas declarações em tuíte distinguem-se, pela presença (Boric) e ausência (Lula) do termo invasão na descrição do fato ocorrido. Também pelo anonimato dos protagonistas (Rússia e Ucrânia), no caso de Lula e pela nomeação dos bois, no de Boric.

Entre o tom explícito do chileno e o genérico do brasileiro poder-se-ia ver o efeito da maior experiência do segundo, seu maior traquejo na lida com as distinções entre política e diplomacia. Essa interpretação seria, no entanto, benevolente com Lula. Em outros momentos da mesma comunicação, divulgada por Leonardo Sakamotto, o insuspeito colunista do Uol, em 24.02, fica claro que a diferença não é o que falta, mas o que sobra na análise de Lula, em relação ao posicionamento político de Boric. Fala Lula: "A gente está acostumado a ver potências fazendo isso de vez em quando sem pedir licença. Foi assim que os Estados Unidos invadiram o Afeganistão e o Iraque. Foi assim que a França e a Inglaterra invadiram a Líbia. E é assim que a Rússia está fazendo com a Ucrânia”. Aí estão os nomes do boi agressor e do boi agredido, porém, diluídos em meio a outros bois, que pastaram em outros contextos.

Os excessos dispersores do foco não são os únicos a retirar da fala de Lula o caráter de posição política orientada por valores diante da emergência dramática de uma crise atual, para torná-la uma incursão no mundo da estratégia politicamente orientada para o médio e o longo prazos, na qual presente, passado e futuro fundem-se em ritmo de tese. Para tanto, contribui também, na mesma fala, um discurso crítico da ONU que parece remetido ao contexto em que ele governou o Brasil, ou mesmo, mais atrás, o da eclosão, em plena guerra fria, do movimento dos não-alinhados a lembrar à ONU que a geopolítica do mundo mudara no sentido de congelá-la. Como entender a evocação, em flashback, neste momento, de uma política alternativa, embora não antagônica, à do globalismo liberal, que Bolsonaro xinga e Putin desafia? É possível que, em momentos não críticos, ela conte com simpatia e até parceria de Boric. Logo, não se trata de ver entre ambos os líderes, uma divergência de fundo. Mas a que atribuir a recusa de Lula a traduzir suas intenções em política externa em tática de efetivo e decidido engajamento contra o atual agressor da paz e ao lado do presente agredido? A pergunta requer olhar o que se dá na esquerda brasileira, mormente no PT, retaguarda que Lula pode interpelar, não confrontar,

É fato que se detecta no Brasil disposição semelhante à de Boric, por parte de algumas lideranças de esquerda, como se dá no caso do deputado carioca Marcelo Freixo, que certamente não é voz solitária. Frustram, por outro lado, e até preocupam as dificuldades do maior partido da esquerda brasileira em posicionar-se como a hora exige de agentes políticos que não podem se refugiar, como se analistas fossem, nas ambiguidades certamente reais e sérias que uma situação complexa envolve. Esse dilema entre se posicionar politicamente ou escapar pela análise é que parece acossar o ex-presidente Lula. O modo como enfrentará essa esquina é de alto interesse público no momento em que sob seus ombros se depositam as expectativas de muitos brasileiros que querem ou precisam sair do beco, sem sair do país.

Produz algum alívio saber que uma desastrada nota da bancada do partido no Senado - que criticava e responsabilizava principalmente os EUA e a aliança ocidental e secundariamente a Rússia, desviando o foco do caso concreto que tensiona o mundo - foi revista e tirada de circulação a tempo. Bom saber que há no PT anticorpos contra atrações ideológicas típicas de esquerda negativa, seja a saudade da guerra fria, seja a simulação ideal de uma polaridade norte/sul.  Mas fica evidente ali também a presença relevante de posições que confundem alvos num momento tão delicado da política mundial e brasileira. Um mero ponto intermediário entre o olhar grudado no retrovisor e a inspiração no que se desenha como esquerda no horizonte do nosso século ainda jovem não basta porque pode, no máximo, produzir declarações genéricas que podem ser anódinas num contexto em que até o Talibã prega que se resolva a crise “por meio de diálogo e meios pacíficos”. Antes de ceder a piadas é preciso pensar que não basta pregar paz, tem que participar e se engajar, não cumprir tabela e depois torcer contra, entre amigos. 

Sem agora mais me referir a líderes ou partidos específicos, registro a percepção, fora da direita autoritária (onde esse tipo de fenômeno é, a princípio, mais esperado) de uma admiração contida pela performance guerreira de Putin em áreas gauche de nossa elite política e da nossa intelectualidade. O traço é determinante na virtual extrema-esquerda (insignificante no Brasil) mas afeta, de viés, também a esquerda política, mais ainda em suas conexões universitárias, onde incide um esquerdismo doutrinário superficialmente intelectualizado. Mesmo quando se vê como “centro-esquerda”, ele segue refém da mentalidade bipolar dos tempos da guerra fria, agora aplicada a novas polaridades. A antiga atitude política anti-imperialista recicla-se pela denúncia de um “neo-liberalismo” elástico a ponto de estigmatizar todo o campo liberal, pressionando a porta do edifício liberal-democrático que é hoje o grande alvo de Putin. Mas se o olhar ousar uma penetração mais funda cogitará que a admiração pelo seu lado de “estadista” abriga reminiscências ideológicas que independem do antiamericanismo e da aversão “cultural” ao capitalismo e ao Ocidente. Pode-se ver aversão a pecados mundanos da política liberal-democrática, desfavoravelmente comparada à potência de um líder forte para promover justiça. 

Como se não nos bastassem os ataques que a democracia sofre hoje no Brasil, um problema adicional seria as cadeiras de geopolítica renderem-se ao pontificado de autocratas militaristas como Putin. Será uma lástima se, na atual quadra crítica, parte relevante da esquerda brasileira admitir retroceder à lógica e à retórica da guerra fria. Nessa hipótese, ela caberá como uma luva na máxima do poeta Samuel Coleridge, da qual Roberto Campos retirou a expressão-título do seu famoso livro "Lanterna na Popa": "(...) a paixão cega nossos olhos e a luz que nos dá é a de uma lanterna na popa, que ilumina apenas as ondas que deixamos para trás". Para personagens como Roberto Campos, um liberista tido como radical, adversário ardoroso do socialismo e desconfiado da democracia, a esquerda sempre contribuiu para esse atraso em que via o Brasil mergulhado. Diagnóstico certamente exagerado, até injusto, mas que passará a valer como profecia se, numa esquina como a de hoje, a nossa esquerda não puder olhar para o mundo das possibilidades democráticas, do qual ela própria surgiu, para receber algum oxigênio.

Putin e Bolsonaro, noves fora as não poucas nem pequenas distinções entre ambos, precisam ser encarados como símbolos atualíssimos de um mesmo desafio às possibilidades da política como via de resolução de conflitos. Sendo guerreiros da autocracia como a titular da última razão, não se pode contemporizar ou flertar com os abismos que abrem, para aguardar suas vítimas no além das esquinas.

*Cientista político e professor da UFBa
Fundaç;ão Castrojildo


Exército russo está perto da maior central nuclear ativa da Ucrânia

 




Chernobyl foi um dos primeiros locais tomado pela Rússia após a invasão na Ucrânia

Agência Internacional de Energia Atômica monitora situação em tempo real; reunião foi convocada para discutir os riscos

A Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) afirmou que o exército russo está perto da Usina Nuclear de Zaporizhia, maior unidade do país.

Segundo a entidade, vinculada à ONU, os seis reatores da central de Zaporizhia estão seguros neste momento.  A situação está sendo atualizada com regularidade pelas autoridades ucranianas. 

As tropas russas "operam perto da central, mas não tomaram a mesma", ressaltou a AIEA, cujo diretor geral, Rafael Grossi, voltou a alertar para "qualquer ação que possa ameaçar a segurança" das instalações nucleares daquele país.

Uma reunião do Conselho de Governadores foi convocada para a próxima quarta-feira em Viena, sede da AIEA, para discutir os "riscos reais" representados pelo conflito. 

Usinas 

A Ucrânia tem quatro centrais nucleares ativas, que fornecem cerca da metade da eletricidade consumida pelo país, e vários depósitos de resíduos radioativos, como o de Chernobyl, onde ocorreu a pior catástrofe nuclear da História, em 1986.

"Um acidente poderia ter consequências graves na saúde pública e no meio ambiente", advertiu Grossi, sublinhando a importância de que as equipes mobilizadas continuem trabalhando normalmente e "possam descansar".

AFP / Estado de Minas

Rússia admite perdas de tropas na Ucrânia pela primeira vez




Guerra na Ucrânia: Pela primeira vez, Rússia reconhece as mortes de soldados durante conflito.

Rússia "desacelerou ritmo da ofensiva" na Ucrânia, afirma exército de Kiev

O Ministério da Defesa da Rússia reconheceu pela primeira vez as baixas sofridas em suas tropas desde o começo dos conflitos na Ucrânia. O exército russo admitiu que houve soldados “mortos e feridos” entre os combatentes, contudo, sem informar o número total.

Por meio da televisão estatal, o porta-voz do Exército de Moscou, Igor Konashenkov, afirmou que “os militares russos estão mostrando coragem e heroísmo enquanto cumprem tarefas de combate na operação militar especial”, e acrescentou: “Infelizmente, há mortos e feridos entre nossos camaradas.”

Ainda assim, exaltou a capacidade russa no conflito: “Nossas perdas são várias vezes menores do que as dos nacionalistas destruídos e as perdas entre as forças armadas ucranianas.”

Putin coloca forças de dissuasão nuclear em 'alerta especial'

Mais cedo neste domingo (27), o presidente russo Vladimir Putin colocou as forças estratégicas de dissuasão nuclear do país em alerta “especial” neste domingo (27). A medida foi anunciada durante uma reunião com o ministro da Defesa da Rússia, Sergey Shoigu, e o chefe de gabinete, Valery Gerasimov.

Segundo o presidente da Rússia, a postura vem em resposta à retórica "hostil" de altos funcionários da OTAN. "Os países ocidentais não estão apenas tomando ações econômicas hostis contra nosso país, mas os líderes dos principais países da OTAN estão fazendo declarações agressivas sobre nosso país. Então, ordeno que as forças de dissuasão russas passem a um regime especial", afirmou Putin.

Rússia "desacelerou ritmo da ofensiva" na Ucrânia, afirma exército de Kiev

A Rússia "desacelerou o ritmo da ofensiva" militar na Ucrânia no início do quinto dia da invasão, quando são aguardadas negociações em Belarus, afirmou nesta segunda-feira (28) o exército ucraniano.

"Os ocupantes russos desaceleraram o ritmo da ofensiva, mas continuam tentando obter êxitos em algumas áreas", afirma um comunicado divulgado pelo Estado-Maior ucraniano.

A Rússia invadiu a Ucrânia na quinta-feira, o que marcou o início de uma guerra que chocou o mundo.

As forças ucranianas, apoiadas por armamento ocidental, lutam de maneira intensa para resistir ao avanço do exército russo, segundo o governo dos Estados Unidos, que lidera as condenações e a campanha do Ocidente de sanções.

"Em violação ao direito humanitário internacional, os ocupantes executaram um ataque com míssil contra edifícios residenciais nas cidades de Zhytomyr e Chernigov", afirmou o Estado-Maior das Forças Armadas, em referência a cidades do noroeste e norte do país.

"Ao mesmo tempo, todas as tentativas dos invasores russos de alcançar o objetivo da operação militar fracassaram", acrescentou.

"O inimigo está desmoralizado e sofre muitas perdas. Observamos casos frequentes de deserção e desobediência. O inimigo percebeu que a propaganda e a realidade são diferentes", conclui a nota do exército ucraniano.

DefesaNet

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Publicado em 28 de dezembro de 2024 por Tribuna da Internet Facebook Twitter WhatsApp Email Charge do Duke (Arquivo |Google) Charge do Duke ...

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