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sexta-feira, outubro 01, 2021

Pesquisa comprova que novo remédio da Merck contra Covid reduz risco de morte

Publicado em 1 de outubro de 2021 por Tribuna da Internet

Cápsulas de remédio

Enfim, um remédio eficaz

Deena Beasley
Reuters

O molnupiravir, remédio experimental contra a Covid-19 produzido pelo grupo farmacêutico Merck e ministrado por via oral, reduziu em cerca de 50% a chance de hospitalização ou morte para pacientes em risco de desenvolver formas graves da doença, de acordo com resultados preliminares anunciados nesta sexta-feira (1º).

A Merck (empresa que no Brasil se chama MSD) e sua parceira Ridgeback Biotherapeutics planejam buscar autorização para uso de emergência da pílula nos Estados Unidos o mais rápido possível. Elas também vão submeter pedidos de licença às autoridades regulatórias de outros países.

FIM DOS TESTES – Devido aos resultados positivos, o teste em fase três do remédio está sendo interrompido antes da data prevista, com base em recomendações de monitores externos. “Isso vai mudar o diálogo sobre como administrar a Covid-19”, disse à Reuters Robert Davis, presidente-executivo da Merck.

Se autorizado, o molnupiravir, que foi projetado para introduzir erros no código genético do vírus, seria a primeira medicação oral contra o coronavírus. A notícia fez com que as ações da Merck abrissem em alta na Bolsa de Nova York.

Rivais como a Pfizer e o grupo farmacêutico suíço Roche Holding estão correndo para desenvolver uma pílula antiviral fácil de ministrar para a Covid-19, mas até agora apenas coquetéis de anticorpos —que precisam ser aplicados de forma intravenosa— foram aprovados para o tratamento de pacientes não hospitalizados de Covid.

RESULTADO POSITIVO – Análise preliminar dos 775 pacientes que participaram do estudo da Merck constatou que 14,1% das pessoas que receberam um placebo foram hospitalizadas ou morreram nos 29 dias posteriores ao tratamento. Entre as pessoas que receberam o molnupiravir, 7,3% foram hospitalizadas e nenhuma morreu (contra oito mortes nos pacientes que receberam o placebo).

 “Tratamentos antivirais que possam ser feitos em casa para manter as pessoas portadoras de Covid-19 fora dos hospitais são extremamente necessários”, afirmou Wendy Holman, presidente-executiva da Ridgeback.

Cientistas celebraram o potencial novo tratamento para ajudar a prevenir formas graves da Covid, doença que já matou quase 5 milhões de pessoas em todo o mundo. “A disponibilidade de um medicamento oral efetivo e bem tolerado vai ser particularmente útil ao suplementar a vacinação como meio de reduzir a proporção de pacientes que demandem hospitalização”, afirmou Penny Ward, professora do King’s College de Londres.

POR CINCO DIAS – No teste da Merck, com pacientes de todo o mundo, o molnupiravir foi usado em intervalos de 12 horas por cinco dias.

O estudo envolveu pessoas com Covid-19 entre amena e moderada confirmada em exames de laboratório, que apresentavam sintomas havia no máximo cinco dias. Todos os pacientes tinham pelo menos um fator de risco associado a desfechos negativos para a doença, como obesidade ou idade mais elevada.

A Merck afirmou que o sequenciamento viral feito até agora demonstra que o molnupiravir é efetivo contra todas as variantes do coronavírus, incluindo a delta, altamente transmissível.

EFEITOS COLATERAIS? – A empresa disse que a proporção de efeitos adversos era semelhante para os pacientes que receberam o molnupiravir e aqueles que receberam placebos, mas não ofereceu detalhes sobre os efeitos colaterais.

A Merck afirmou que os dados demonstram que o molnupiravir não causa alterações genéticas em células humanas, mas os homens envolvidos no tratamento tiveram de se abster de relação heterossexual ou concordar em usar contraceptivos.

Mulheres em idade fértil não podiam participar se estivessem grávidas e tinham de usar anticoncepcionais.

MILHÕES DE KITS – A Merck anunciou que espera produzir 10 milhões de pacotes do tratamento até o final de 2021 e promete produção ainda maior no ano que vem.

A companhia tem um contrato com o governo dos Estados Unidos para fornecer 1,7 milhão de pacotes do tratamento de molnupiravir a um preço de US$ 700 por paciente.

Davis disse que a Merck tem contratos semelhantes com outros governos e que está negociando novos acordos. A empresa informou que planeja implementar um sistema de escala de preços baseado em critérios de renda nacional dos países que receberem o remédio.

ACORDO COM A ÍNDIA – A Merck também fechou acordo para licenciar diversos fabricantes de medicamento genéricos da Índia para produzir o remédio. Eles poderiam fornecer o tratamento aos países de renda média e baixa.

O molnupiravir também está em fase três de um teste de prevenção de infecção por coronavírus em pessoas expostas ao vírus. Representantes da Merck disseram que não estava claro quanto tempo duraria a revisão do remédio pela Food and Drug Administration (FDA), agência americana de fiscalização e regulamentação de alimentos e remédios.

“Acredito que eles devam tentar trabalhar com urgência nisso”, disse Dean Li, que comanda os laboratórios de pesquisa da Merck. (Tradução de Paulo Migliacci).

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
 – Notícia sensacional. Mais uma grande vitória da Ciência, com um registro: jamais devemos esquecer os que morreram ao participar da pesquisa, por tomarem placebo ao invés do medicamente verdadeiro. São os heróis desconhecidos da Humanidade. (C.N.)

Mais uma reclamação contra Casa de Apoio, o prato de todo dia.

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Qual o motivo do prefeito retirar a Casa de Apoio Pelourinho de Perto do Hospital Aristides Maltês, para lá no calcanhar-de-juda?
Essa pergunta não é de minha autoria, mas desse cidadão que teve a coragem de exercer seu direito de cidadania.
Prefeito o senhor esquece do que diz, porém esse Blog não.
No dia 31 de julho de 2018, quando sua gestão cancelou de forma unilateral e sem respaldo legal, o contrato da Casa de Apoio do seu antecessor, teceu o maiores elogios a nova contratação, que iria beneficiar o povo de Jeremoabo.
Porém, não irei publicar aqui as suas palavras, porém de um preposto da Casa de Apoio recém contratada:

A seguir estou reproduzindo as informações prestadas pelo Sr. Marcos Dantas:



A casa de repouso também possui um quarto com camas para os mais doentes.

Acontece que a lotação é de 40 pessoas e se não tiver beliche não dá.
Achar uma csa maior que essa é quase impossívl em Brotas e vizinho ao hospital.
Dos 417 municípios baianos somente uns 15 tem casa próximo ao Aristides.
Eu propus ser no Hotel Pelourinho que seria 15 quartos com 4 camas em cada e um banheiro.
Fica a 2,8 km do Aristide Maltês e colocaríamos um Micro Ônibus a disposição, mas o povo prefere ficar vizinho ao hospital.
A casa atual ainda tem a vantagem de estar vizinha a CIA de Polícia e em frente a Casa de Apoio Oficial do Aristides ou seja com médico e enfermeiros e que podemos solicitar ajuda caso alguém necessite.
Em média na semana ficam cerca de 30 pessoas.
No final de semana cerca de dez.
Note que a qualidade das camas é melhor na atual.
Na antiga para dar 40 pessoas tinham que dormir no chão.
Note que tem vários colchões sobre as camas.
Os colchões não eram forrados e até sexta-feira os da casa atual serão todos forrados com capas de Napa Branca e assim ter condições de serem limpos e passar álcool 70.
Como eu disse a ideia não é ter lucro e sim humanizar o atendimento. 

https://www.facebook.com/photo.php?fbid=438211283329113&set=pcb.438211739995734&type=3

Nota da redação deste Blog - Ao terminar de publicar a matéria acima, recebi essa foto, onde o remetente acrescentou a seguinte pergunta:
De que adianta fazer calçamento com praças sem saneamento básico, se os doentes estão sendo encaminhados para Tratamento em Salvador sem abrigo e sem alimentação?
                                            Foto Divulgação



Polícia Civil indicia quatro pessoas por compra de votos em Campo Grande, AL

 

Por g1 AL

 


Polícia Civil indiciou quatro pessoas por compra de votos em Campo Grande — Foto: Reprodução/TV Gazeta

Polícia Civil indiciou quatro pessoas por compra de votos em Campo Grande — Foto: Reprodução/TV Gazeta


A Polícia Civil indiciou nesta sexta-feira (1º) quatro pessoas por compra de votos em Campo Grande, Agreste de Alagoas. Os nomes dos investigados não foram divulgados. O inquérito foi concluído e encaminhado à Justiça Eleitoral.

As investigações foram abertas após um homem denunciar à polícia que recebeu dinheiro de um integrante de uma chapa que disputava a prefeitura do município para que ele e sua família votassem em um determinado candidato para a eleição suplementar, realizada em 12 de setembro, e que elegeu Téo Higino (Republicanos) e Pimenta (Republicanos) como prefeito e vice-prefeito.

À época dessas denúncias, uma operação policial prendeu o então candidato a vice, Pimenta.

A Polícia Civil constatou que o denunciante foi visto na casa de um candidato de uma chapa, mas não revela qual.

Durante as investigações, a moto do denunciante foi apreendida, já que existe a suspeita de que o veículo foi comprado com dinheiro pago pela compra de votos.

Os quatro suspeitos foram indiciados por extorsão, associação criminosa, indução ao falso testemunho e compra de votos.

Eleição de setembro

Téo Higino, do Republicanos, foi eleito prefeito de Campo Grande em eleição suplementar do município. Ele teve 3.270 votos, o que corresponde a 49,83% dos votos válidos, contra 3.261 de Cícero Pinheiro (MDB), 49,70%. Maria Inês Correia (PSD) também estava concorrendo ao cargo e teve apenas 31 votos (0,47%).

O novo pleito foi determinado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) em dezembro de 2020 após o pleno indeferir o registro de candidatura de Arnaldo Higino (PP), prefeito reeleito no município, por improbidade administrativa.

Uma sugestão para os vereadores e também para ONG para socorrer os injustiçados que buscam Tratamento Fora de Domicílio em Salvador.

O caso impune da usurpação covarde e desumano contra os " menos iguais", vulneráveis que se deslocam até Salvador em busca de socorro médico especializado,  e  levando-se em conta o desrespeito as normas do SUS, tornando-os verdadeiros abandonados, sem abrigo, sem transporte,  sem alimentação, "eira nem beira", para que não aleguem que esse Blog critica e não parabeniza, não irei parabenizar, todavia, apresentar  solução. 

Ontem publiquei uma matéria https://dedemontalvao.blogspot.com/2021/09/saiba-o-que-e-tratamento-fora-do.html, que explica todos os direitos referentes a Tratamento Fora de Domicílio – TFD, instituído pela Portaria nº 55 da Secretaria de Assistência à Saúde (Ministério da Saúde),

Como a injustiça que provoca o tripudia a maioria dos pacientes doentes e o seu grito de socorro, já ultrapassou a razoabilidade,  verdadeira irresponsabilidade e malvadeza que envergonha todo cidadão normal e  de bem, chegamos ao ponto de que alguém está na obrigação de agir diante desse ato de indignidade contra o ser humano.

 Pela Portaria nº 55 da Secretaria de Assistência à Saúde (Ministério da Saúde), todo paciente que se deslocar por mais de 50 km fora do município, terá direito a indenização pelo transporte, pela acomodação e pela alimentação, inclusive o acompanhante, mesmo que não pernoite.

Esse direito de forma perversa está sendo sonegado pela gestão municipal de Jeremoabo, fato grave e criminoso, onde sugiro aos vereadores que em defesa desse povo carente e humilde, ofereça o trabalho do Jurídico da Câmara para ingressar com uma Ação na Justiça reivindicando todo esse direito usurpado desde o início,(primeiro deslocamento até o último) no caso Diária concernente a acomodação, alimentação e transporte para movimentar-se em Salvador, ou onde o fato ocorreu, inclusive requerendo indenização por danos morais.

Caso os edis continuem omissos, que a ONG-TransparênciaJeremoabo assuma esse vácuo deixado pelos vereadores e, mais uma vez cubra essa omissão.


Uma sugestão para os vereadores e também para ONG para socorrer os injustiçados quem buscam Tratamento Fora de Domicílio em Salvador..

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O caso impune da usurpação covarde e desumano contra os " menos iguais", vulneráveis que se deslocam até Salvador em busca de socorro médico especializado,  e  levando-se em conta o desrespeito as normas do SUS, tornando-os verdadeiros abandonados, sem abrigo, sem transporte,  sem alimentação, "eira nem beira", para que não aleguem que esse Blog critica e não parabeniza, não irei parabenizar, todavia, apresentar  solução. 

Ontem publiquei uma matéria https://dedemontalvao.blogspot.com/2021/09/saiba-o-que-e-tratamento-fora-do.html, que explica todos os direitos referentes a Tratamento Fora de Domicílio – TFD, instituído pela Portaria nº 55 da Secretaria de Assistência à Saúde (Ministério da Saúde),

Como a injustiça que provoca o tripudia a maioria dos pacientes doentes e o seu grito de socorro, já ultrapassou a razoabilidade,  verdadeira irresponsabilidade e malvadeza que envergonha todo cidadão normal e  de bem, chegamos ao ponto de que alguém está na obrigação de agir diante desse ato de indignidade contra o ser humano.

 Pela Portaria nº 55 da Secretaria de Assistência à Saúde (Ministério da Saúde), todo paciente que se deslocar por mais de 50 km fora do município, terá direito a indenização pelo transporte, pela acomodação e pela alimentação, inclusive o acompanhante, mesmo que não pernoite.

Esse direito de forma perversa está sendo sonegado pela gestão municipal de Jeremoabo, fato grave e criminoso, onde sugiro aos vereadores que em defesa desse povo carente e humilde, ofereça o trabalho do Jurídico da Câmara para ingressar com uma Ação na Justiça reivindicando todo esse direito usurpado desde o início,(primeiro deslocamento até o último) no caso Diária concernente a acomodação, alimentação e transporte para movimentar-se em Salvador, ou onde o fato ocorreu, inclusive requerendo indenização por danos morais.

Caso os edis continuem omissos, que a ONG-TransparênciaJeremoabo assuma esse vácuo deixado pelos vereadores e, mais uma vez cubra essa omissão.

É improvável que o prefeito Tista de Deda seja impedido de estar nas urnas, das próximas eleições.

                                   Foto Divulgação


Pelo que tenho conhecimento até o momento de oficial, o único empecilho no caminho para que o ex-prefeito Tista de Deda não pudesse sair candidato a crago eletivo, era um processo de improbidade  administrativa concernente a promoção pessoal através de placas.

Como o presidente Jair Bolsonaro (sem partido)sancionou nesta quinta-feira(30)uma lei que permite a candidatura de políticos que tiverem as contas julgadas rejeitadas durante o exercício do mandato, o ex-prefeito Tista de Dede tem passagem livre para disputar qualquer eleição que poderá ser até eleição suplementar.

Aliás, a depender do motivo e da gravidade pelos quais as CONTAS de Chaves e Deri do Paloma foram rejeitadas, tudo indica que ambos irão pegar carona nesse mesmo barco.

Além disso para reforçar a "anistia" o Senado Nessa quarta-feira (29),  aprovou mudanças que diminuem o alcance da lei de improbidade administrativa. A alteração na legislação determina que os políticos só poderão ser imputados quando existir comprovação de que houve intenção de causar dano aos cofres públicos, tal mudança é conhecida também como a  A LEI DA IMPUNIDADE. (Fonte Sputnik Mews / Jornal do Brasil).


 

Bolsonaro sanciona lei que flexibiliza regras para candidatos com contas rejeitadas durante mandato




O presidente da República afirmou que a sanção foi para "evitar punições desproporcionais". Decisão ocorre um dia após o Senado aprovar mudanças que diminuem alcance da lei de improbidade

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) sancionou nesta quinta-feira (30) uma lei que permite a candidatura de políticos que tiveram as contas julgadas rejeitadas durante o exercício do mandato.

Segundo a medida, todos os condenados a pagarem multa por contas irregulares poderão participar das eleições desde que não haja danos ao erário. Antes, a lei estabelecia que aqueles que tivessem as contas rejeitadas ficariam inelegíveis por oito anos para qualquer cargo, desde que a decisão não tenha mais possibilidade de recurso.

A sanção visa evitar punições desproporcionais nos casos em que existe "pequeno potencial ofensivo", afirmou o presidente, visto que se restringe à rejeição de contas em que não houve danos aos cofres públicos ou enriquecimento ilícito.

Bolsonaro já afirmou, em diversas ocasiões, que considera exageradas as punições e investigações sobre prefeitos de cidades pequenas.

"O que visa o projeto também é dar uma flexibilizada nisso aí. Isso não é escancarar as portas da corrupção. Converse com um prefeito de uma cidade pequena. Cidade grande já fica mais fácil de trabalhar porque tem gente para trabalhar do seu lado. Cidade pequena não tem condições. Tem prefeito que fica até 20 anos até que prescreva respondendo processo por improbidade", argumentou o presidente.

Nessa quarta-feira (29), o Senado Federal aprovou mudanças que diminuem o alcance da lei de improbidade administrativa. A alteração na legislação determina que os políticos só poderão ser imputados quando existir comprovação de que houve intenção de causar dano aos cofres públicos.

Sputnik Mews / Jornal do Brasil

Vetos em queda - Editorial

 



Combinação de presidente frágil e Congresso oportunista tende a ser perigosa

Só na segunda-feira (27), o Congresso derrubou 12 vetos que o presidente Jair Bolsonaro apusera a projetos de lei. Nesta quinta (30), está prevista uma nova rodada de votações do tipo, e o governo poderá sofrer novas derrotas.

Bolsonaro já é, de longe, o recordista dos vetos derrubados. Ele já teve mais de meia centena de vetos revertidos. Michel Temer (MDB), o campeão anterior, sofrera 21 reveses; Dilma Rousseff (PT), 7; Luiz Inácio Lula da Silva (PT), 2.

A comparação direta não é perfeita porque, ao longo dos anos, as regras para tais medidas sofreram alterações. Foi só a partir de 2013, por exemplo, que se efetivou o trancamento de pauta do Congresso caso a matéria não fosse apreciada. Naquele mesmo ano, as votações deixaram de ser secretas.

De toda maneira, quaisquer que sejam as normas, a derrubada de veto não deveria ser um fato corriqueiro, já que exige maioria absoluta nas duas Casas legislativas, ou seja, pelo menos 257 votos dos 513 da Câmara e 41 dos 81 do Senado. É inescapável, portanto, a conclusão de que Bolsonaro se encontra politicamente fragilizado.

Seu acordo com o centrão se mostra suficiente para protegê-lo de um processo de impeachment e talvez de pautas-bombas que desestabilizem de vez o governo, mas não para conferir-lhe a liderança do processo político.

Basicamente, os parlamentares não derrubam o presidente, mas fazem o que querem —não o que interessa à administração.

Isso fica claro quando se considera o teor dos vetos derrubados. Como se viu na segunda, há um pouco de tudo, desde interesses corporativos, como a volta das federações de partidos para escapar à cláusula de desempenho, a gestos simpáticos para a população, caso da suspensão da prova de vida do INSS até o fim do ano.

Há também decisões relevantes, mas caras —tome-se a ampliação do acesso à internet em escolas públicas. Medidas com impacto ainda maior serão apreciadas.

Se não houver surpresas políticas, econômicas ou sanitárias, a tendência é que o centrão mantenha esse arranjo por mais tempo. O grupo, afinal, tem acesso a cargos e verbas e ainda se vê praticamente livre para votar como prefere.

A situação pode mudar à medida que as eleições se aproximarem, e os parlamentares se vejam compelidos a posicionar-se de forma mais vantajosa para o pleito.

De todo modo, a combinação de um presidente fraco e um Congresso oportunista traz riscos consideráveis, aí incluídos danos ao erário e legislação de má qualidade.

Folha de São Paulo

Combustível para a demagogia - Editorial

 




Pretender que problemas como o do preço dos combustíveis sejam resolvidos com passes de mágica fajuta é típico de quem vive de vender terrenos na Lua

O presidente Jair Bolsonaro ganhou um reforço de peso em sua campanha para confundir a opinião pública a respeito dos preços dos combustíveis e atribuir a terceiros uma responsabilidade que é parcialmente sua e de seu governo. Trata-se do presidente da Câmara, Arthur Lira, que, na terça-feira passada, sem nenhum pudor, disse que “ninguém aguenta mais” a alta da gasolina e anunciou que vai colocar em debate um projeto para fixar o valor do Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) incidente sobre os combustíveis.

“Sabe o que faz o combustível ficar caro? São os impostos estaduais”, declarou o deputado, acrescentando que os governadores têm arrecadado muito na pandemia – sugerindo haver interesse dos Estados na carestia.

Trata-se de uma farsa em múltiplas dimensões, a começar por uma inexistente relação de causalidade. De fato, os Estados estão aumentando expressivamente sua arrecadação, graças em parte ao aumento dos preços dos combustíveis e da tarifa da energia elétrica, principais fontes de cobrança de ICMS. Mas, no caso dos combustíveis, o ICMS é cobrado sobre o preço médio ponderado ao consumidor final – ou seja, mesmo na hipótese maluca de que o ICMS fosse zero (o que, diga-se, o presidente Bolsonaro já teve a audácia de propor, ignorando a enorme importância desse imposto para os Estados), o preço provavelmente seria pouco afetado. 

Por isso, não é o aumento da arrecadação do ICMS que faz subir o preço do combustível, como dizem os bolsonaristas; é, ao contrário, o aumento do preço dos derivados de petróleo que faz crescer a arrecadação, porque a base de cálculo sobre a qual incide o tributo é o preço final do combustível; se essa base aumenta, necessariamente aumentará a arrecadação sobre esse produto, sem que tenha havido mudança nas regras de cálculo ou aumento da alíquota.

Na segunda-feira passada, o presidente da República queixou-se de novo do alto preço dos combustíveis. De maneira elegante, o presidente da Petrobras, general da reserva Joaquim Silva e Luna – escolhido por Bolsonaro com a intenção óbvia de interferir na estatal para frear os preços dos combustíveis –, disse que a empresa não alteraria sua política de preços, que procura acompanhar as alterações do mercado internacional. Ato contínuo, a Petrobras aumentou o preço do diesel, o que afetará os fretes rodoviários, num país cuja matriz de transporte é predominantemente rodoviária.

Em favor de Bolsonaro e Arthur Lira, é preciso reconhecer que os dois não são os únicos demagogos a oferecer aos incautos a ilusão de que o preço dos combustíveis sobe ou desce por ato de vontade, e não por força das circunstâncias de mercado. A política da Petrobras foi criticada também pelo antípoda de Bolsonaro, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Para o chefão petista, “o que está acontecendo é que a Petrobras está acumulando verba para pagar acionista americano”. É o estado da arte da vigarice lulopetista – a mesma que, sob o infausto governo de Dilma Rousseff, obrigou a Petrobras a subsidiar gasolina barata para segurar a inflação, o que quase quebrou a estatal. 

A explicação para a alta dos preços dos combustíveis é bem mais complexa do que pretendem fazer crer os populistas irresponsáveis. O cenário econômico difícil e uma conjuntura política tensa, graças à incompetência e à truculência de Bolsonaro, tiveram como uma de suas consequências a disparada do dólar – e, por tabela, dos derivados de petróleo.

Ademais, a desvalorização do real potencializa, no caso dos combustíveis, um problema mundial, que é o crescimento muito rápido da demanda. O alívio proporcionado pelo avanço da vacinação estimula a procura por muitos bens, inclusive os da área energética. O resultado é o aumento dos preços – o petróleo alcançou, nesta semana, sua cotação mais alta em três anos – e, agora, o temor de sua escassez.

Pretender que problemas dessa extensão sejam resolvidos com passes de mágica fajuta é típico de quem, como Bolsonaro, Lula, Arthur Lira e companhia bela, vive de vender terrenos na Lua.

O Estado de São Paulo

Covid: A bolha de silêncio explodiu

 




Por Carlos Castilho

O relatório final da CPI da Covid ainda não foi concluído, mas um resultado já é visível por todos: a bolha de silêncio que nos impedia de ver o que estava sendo tramado pelos negacionistas da pandemia simplesmente explodiu.

Conhecemos agora os detalhes de como o Kit Covid encobriu um vasto plano envolvendo ministros, altos funcionários públicos, políticos, empresários, hospitais e associações de médicos e profissionais da medicina para impedir que a economia nacional parasse por causa da doença e garantisse a sobrevivência política do presidente Bolsonaro.

Os depoimentos e dados divulgados pela Comissão Parlamentar de Inquérito mostraram também algo capaz de tirar o sono de nós, jornalistas. Ficou claro que fomos incapazes de identificar, divulgar e promover o debate público sobre um plano global que o governo pretendia impor ao país usando uma suposta cura do coronavírus para consolidar uma estratégia política ultraconservadora.

A imprensa não fez aquilo que os manuais jornalísticos colocam com um dos pilares da profissão: investigar dados, fatos e eventos que ameacem o bem-estar público. É claro que o governo usou o sigilo para ocultar seu plano, mas a CPI mostrou agora uma farta coleção de mensagens, vídeos e conversas entre os membros do gabinete paralelo que já permitiam levantar suspeitas sólidas sobre um projeto bem mais amplo e complexo do que o noticiário periférico e superficial da imprensa desde o início da pandemia.

Os grandes conglomerados midiáticos do país chegaram a formar um consórcio para produzir estatísticas sobre o número de casos e mortes causadas pelo vírus visando contornar a bolha de silêncio imposta pelo Ministério da Saúde. O consórcio poderia ter servido de base para um esforço conjunto de investigações sobre o que ocorria nos bastidores do governo. Uma união de ferramentas investigativas dos principais órgãos de imprensa poderia ter antecipado em vários meses o fim da bolha de silêncio e dado aos brasileiros as ferramentas para diminuir o saldo de 600 mil mortes causadas pela doença.

O medo da transparência

A pandemia já tem um ano e nove meses. Sabemos agora que o plano para transformar o coquetel da hidroxicloroquina, ivermectina, azitromicina, colchicina, vitamina D, e outras drogas, na principal ferramenta para criar a chamada imunidade de rebanho. Mas desde março de 2020, a grande imprensa nacional baseou o seu trabalho no chamado jornalismo declaratório, ou seja, publicar apenas afirmações dos vários atores envolvidos no jogo de interesses da Covid.

Os dados divulgados pela CPI permitem concluir que a grande bolha de silêncio começou a se inflada quando o ministro Luiz Henrique Mandetta deixou o Ministério da Saúde. Várias justificativas foram apresentadas na época, mas uma explicação só ficou evidente agora: Mandetta usou a transparência informativa para tranquilizar a população, diante do pânico e insegurança gerados pelo aumento das mortes por Covid. Só que a transparência era incompatível com o plano bolsonarista de oferecer um remédio para a doença, buscando com isto que as pessoas trabalhassem e consumissem normalmente, o que era fundamental para o fortalecimento da coalização de extrema direita instalada no Palácio do Planalto, em Brasília.

Os depoimentos na CPI permitiram descobrir como interesses empresariais e financeiros ligados ao governo Bolsonaro estimularam o presidente a formar um gabinete paralelo composto por empresários, políticos, militares e médicos para desenvolver um remédio ou kit de remédios capaz de ser apresentado ao público como a solução para a pandemia e assim garantir que a economia não fosse atingida pela mortandade causada pela Covid. Claro que tudo isto tinha que ser feito na sombra e à margem das instituições oficiais, porque o governo tinha pressa em produzir resultados de impacto perante a opinião pública. Agora se sabe também que os negacionistas do gabinete paralelo apostaram no kit como a bala mágica contra a pandemia e encontraram no grupo hospitalar Prevent Senior o parceiro médico para realizar experimentos com pacientes e dar caráter científico ao projeto.

Zona de conforto

A imprensa foi uma coadjuvante importante no trabalho da Comissão Parlamentar de Inquérito do Senado para esvaziar a bolha de silêncio montada pelo governo. Sem a transmissão ao vivo das sessões, os desmandos do governo e de seus apoiadores ultraconservadores não teriam entrado para a agenda pública de debates. Mas o jornalismo poderia ter ido mais fundo do que os parlamentares, limitados por questões legais e jurídicas, como o repetitivo recurso de vários depoentes ao direito de ficar em silêncio. A investigação jornalística tem muito mais liberdade para ir à origem dos fatos e mostrar o seu contexto do que os procedimentos parlamentares.

O caso Prevent Senior, por exemplo, poderia ter sido investigado de forma muito mais rápida, ampla e detalhada do que a coleta de documentos promovida pelos senadores da comissão e seus assessores. Os jornais impressos e os telejornais da Rede Globo têm em suas equipes repórteres dotados de grande experiência em trabalhos investigativos. Teria sido de extrema relevância para todos os brasileiros que os jornais e telejornais tivessem publicado diariamente fatos, dados e eventos inéditos envolvendo os desmandos do governo e de empresas, em vez de reproduzir declarações de políticos, acusados e testemunhas.

Mesmo numa situação crítica, a imprensa preferiu não sair de sua zona de conforto, optando pelos procedimentos convencionais na cobertura de uma crise sanitária inédita na história do país e do mundo. A imprensa poderia ter ditado a agenda informativa e, consequentemente, condicionado os temas em debate na opinião pública. Na zona de conforto, é mais fácil e cômodo reproduzir e repercutir o que os grandes atores políticos decidem dizer ou fazer. A imprensa perdeu uma grande oportunidade de mostrar que é uma protagonista chave na defesa do real interesse público, num momento em que as autoridades optam por bolhas de silêncio para proteger seus próprios objetivos.

*Carlos Castilho é jornalista com doutorado em Engenharia e Gestão do Conhecimento pelo EGC da UFSC. Professor de jornalismo online e pesquisador em comunicação comunitária. Mora no Rio Grande do Sul.

Observatório da Imprensa

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