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quarta-feira, junho 02, 2021

Nomeação de Pazuello representa uma afronta à opinião pública e também às Forças Armadas


O general Pazuello vai cuidar dos Estudos Estratégicos

Vicente Limongi Netto

Mais duas insanidades ultrajantes e irresponsáveis do irrecuperável Bolsonaro. Irresponsavelmente e sem fazer prévias avaliações, autorizou a realização da Copa América no Brasil. Ainda não-satisfeito, nomeou o subserviente general Eduardo Pazuello para exercer funções relevantes no governo, como responsável pela Secretaria dos Estudos Estratégicos do governo.

Na verdade, foi uma afronta à opinião pública e às Forças Armadas. Em respeito às normas disciplinares do Exército, o ex-ministro da Saúde deveria ser exemplarmente punido por participar de ato político com Bolsonaro.

CAXIAS DE LUTO – Ao agir assim, o mito de barro também expõe ao ridículo as valorosas Forças Armadas.  “O patrono do Exército, Duque de Caxias, está de luto”, lamentou o ex-presidente do Superior Tribunal Militar (STM), tenente-brigadeiro Sérgio Xavier Ferolla, em entrevista ao Estadão.

As duas decisões do debochado chefe da nação humilham o bom senso e agridem familiares dos já perto de 500 mil brasileiros mortos pela covid. #ansiadevômito.

UM LIVRO NOTÁVEL – O novo livro do professor Carlos Augusto Sanches, mestre e doutor em Educação, “Epopeia Italiana em Manaus”,  é essencial e importante para historiadores e público em geral desejosos em conhecer pormenores marcantes da colônia italiana no Amazonas e no Brasil. Recomenda-se que o livro de Sanches passe a ser encontrado, estudado e pesquisado  nas bibliotecas públicas e particulares.

Por rigorosa exigência histórica e sentimental. Sanches já merecia ser imortalizado pela Academia Amazonense de Letras.  Segundo o autor da magnífica obra, “A imigração italiana em Manaus tem sua essência nos movimentos migratórios condicionados a expansão do capitalismo europeu que direcionou para o continente americano e especificamente Manaus, foco do estudo”.

ERA DOS PIONEIROS – Relata Carlos Sanches que  as famílias italianas se estabeleceram nas atividades mercantis e profissionais na Amazônia. O próprio Sanches é da família Conte.

“Em Manaus, revela Sanches, as famílias Conte, Russo, Calderaro, Aronne, Celani, Biondi, Pelosi, Limongi, Cardelli, Desideri e Faraco”. Em Belém, prossegue o escritor, se estabeleceram as famílias Grisolia, Conte, Falesi, Verbicaro, Mileo, Calderaro, Florenzano, Vallinoto, Megale, Priante, Savino, Cerbino, Libonati e Tancredi”.

Na construção da sociedade amazônica também contribuíram muitos imigrantes com seu trabalho anônimo de engraxates, jornaleiros, verdureiros, carregadores, estivadores, ferreiros e vendedores ambulantes.

DE PORTA EM PORTA – Uns ofereciam seus serviços de porta em porta como consertos de sombrinhas e utensílios domésticos; outros tinham banca de engraxate próximo do terminal de trem ou no comércio, onde também consertavam sapatos”, prossegue Carlos Sanches:

“Na Amazônia predominaram os imigrantes vindos da Itália Meridional, de regiões como Calábria, Basilicata e Campânia. Ocorreu também emigração da Itália Setentrional, das províncias de Vêneto, Lombardia, Ligúria, Emilia Romagna,  da Itália Central e das províncias de Toscana e Lazio”.

Na página 147, Sanches lista famílias calabresas, lucanas e campanas, que chegaram até o início do século XX ao Pará e ao Amazonas, segundo região de origem e cidade de destino. Meu xará e avô paterno aparece na lista como o número 50: Limongi – Basilacata Potenza Maratea –  Manaus.

EMOÇÃO DO NETO – Tenho orgulho da odisseia vigorosa do meu avô. Desfrutamos de bons momentos e eu costumava ir na Sapataria Limongi, fundada por ele. Nossa família era numerosa e unida.

A emoção de neto com 76 anos de idade sugere que eu respire fundo para então prosseguir contando trechos do fascinante livro de Carlos Sanches.

Na foto da capa, aparecem Sanches e a mulher, Íris Paula da Silva Sanches, vestidos com trajes da época dos imigrantes italianos. E voltando à família do imigrante Conte: a senhora Filomena Conte casou-se com o senhor Jesus Benito Sanches. Tiveram 5 filhos, entre eles, o autor do livro.

Carlos Sanches sublinha que a história dos imigrantes italianos, continua sendo escrita através de seus descendentes. “Uma história de gente corajosa, amante do trabalho digno. Uma gente brava e gentil, ao mesmo tempo rude e carinhosa que ajudou com seu suor a forjar as bases da economia de Manaus”.

MANAUS ANTIGA – Outro personagem do livro é o advogado Délio Conte, filho do imigrante Domingos Conte, um dos grandes comerciantes no ramo de sapataria, a exemplo do imigrante Vicente Limongi, nas duas primeiras décadas do século passado. Délio recorda passagens de Manaus dos velhos tempos. Onde é a sede do Rio Negro Clube e a Praça da Saudade foi o Cemitério São José. Havia o Aeroporto de Ponta Pelada, de chão barrento.

Os bondes eram meios de transportes. Profissões daquela época eram carvoeiro, geleiro, açougueiro, peixeiro e vendedor de frutas. A graxa Amazônia foi inventada pelo pai dele, Domingos.

FAMÍLIA CABRAL – Délio falou de um rapaz chamado Cecílio Cabral, irmão de Bernardo Cabral. Conhecido como Caroço, que um dia foi beber no bairro de Flores, num quiosque no final da linha do bonde.

“Caroço tinha um físico avantajado e ocorreu um desentendimento com um policial que atirou e matou Caroço. Bernardo Cabral cursou Direito e se formou em advogado. Se tornou Delegado de Policia, exerceu vários cargos importantes e por fim foi Ministro da Justiça no Governo de Fernando Collor de Mello”.

O falar e suas origens nos exibem a miscigenação dos povos através de suas palavras


Traduções de mandarim? A Korn Traduções faz para você!

A palavra chinesa “mandarim”, por exemplo, vem do português “mandar”

Eduardo Affonso
O Globo

Volta e meia alguém olha atravessado quando escrevo “leiaute”, “becape” ou “apigreide” – possivelmente uma pessoa que não se avexa de escrever “futebol”, “nocaute” e “sanduíche”. Deve se achar um craque no idioma, me esnobando sem saber que “craque” se escrevia “crack” no tempo em que “gol” era “goal”, “beque” era “back” e “pênalti” era “penalty”. E possivelmente ignorando que esnobar venha de “snob”.

Quem é contra a invasão das palavras estrangeiras (ou do seu aportuguesamento) parece desconsiderar que todas as línguas do mundo se tocam, e que falar seja um enorme beijo planetário.

BEIJANDO BEM – As palavras saltam de uma língua para outra, gotículas de saliva circulando em beijos mais ou menos ardentes, dependendo da afinidade entre os falantes. E o português é uma língua que beija bem.

Quando falamos “azul”, estamos falando árabe. E quando folheamos um almanaque, procuramos um alfaiate, subimos uma alvenaria, colocamos um fio de azeite, espetamos um alfinete na almofada, anotamos um algarismo.

Falamos francês quando vamos ao balé usando um paletó marrom, quando fazemos um croqui ou uma maquete com vidro fumê; quando comemos uma omelete ou pedimos na boate um champanhe ao garçom; quando nos sentamos no bidê, viajamos na maionese, ou quando um sutiã (sob o edredom) provoca uma gafe – ou um frisson.

EM TUPI-GUARANI – Falamos tupi ao pedir um açaí, um suco de abacaxi ou de pitanga; quando vemos um urubu ou um sabiá, ficamos de tocaia, votamos no Tiririca, botamos o braço na tipoia, armamos um sururu, comemos mandioca (ou aipim), regamos uma samambaia, deixamos a peteca cair. Quando comemos moqueca capixaba, tocamos cuíca, cantamos a Garota de Ipanema.

Dá pra imaginar a Bahia sem a capoeira, o acarajé, o dendê, o vatapá, o axé, o afoxé, os orixás, o agogô, os atabaques, os abadás, os babalorixás, as mandingas, os balangandãs? Tudo isso veio no coração dos infames “navios negreiros”.

As palavras estrangeiras sempre entraram sem pedir licença, feito uma tsunami. E muitas vezes nos pegando de surpresa, como numa blitz.

HÁ EXAGEROS, CLARO – Posso estar falando grego, e estou mesmo. Sou ateu, apoio a eutanásia, gosto de metáforas, adoro bibliotecas, detesto conversar ao telefone, já passei por várias cirurgias. E não consigo imaginar que palavras usaríamos para a pizza, a lasanha, o risoto, se a máfia da língua italiana não tivesse contrabandeado esse vocabulário junto com a sua culinária.

Há, claro, os exageros. Ninguém precisa de um “delivery” se pode fazer uma “entrega”, ou anunciar uma “sale” se se trata de uma “liquidação”. Pra quê sair pra night de bike, se dava tranquilamente pra sair pra noite de bicicleta?

Mas a língua portuguesa também se insinua dentro das bocas falantes de outros idiomas. Os japoneses chamam capitão de “kapitan”, copo de “koppu”, pão de “pan”, sabão de “shabon”. Tudo culpa nossa. Como o café, que deixou de ser apenas o grão e a bebida, para ser também o lugar onde é bebido. E a banana, tão fácil de pronunciar quanto de descascar, e que por isso foi incorporada tal e qual a um sem-fim de idiomas. E o caju, que virou “cashew” em inglês (eles nunca iam acertar a pronúncia mesmo).

E O MANDARIM? – “Fetish” vem do nosso fetiche, e não o contrário. “Mandarim”, seja o idioma, seja o funcionário que manda, vem do portuguesíssimo verbo “mandar”. O americano chama melaço de “molasses”, mosquito de “mosquito” e piranha, de “piranha” – não chega a ser a conquista da América, mas é um começo.

Tudo isso é a propósito da passagem do 5 de maio, Dia da Língua Portuguesa, cada vez mais inculta e nem por isso menos bela. Uma língua viva, vibrante, maleável, promíscua – vai de boca em boca, bebendo de todas as fontes, lambendo o que vê pela frente.

Mais de oitocentos anos, e com um tesão de vinte e poucos.

(Crônica enviada por Mário Assis Causanilhas)

 

Grupos explodem bancos em Coronel João Sá e Santa Cruz da Vitória

 


Grupos explodem bancos em Coronel João Sá e Santa Cruz da Vitória
Santa Cruz da Vitória / Foto: Reprodução / Redes Sociais

Duas agências bancárias foram atacadas entre a noite desta terça-feira (1°) e a madrugada desta quarta (2). As explosões ocorreram no Banco do Brasil de Coronel João Sá, na divisa da Bahia com Sergipe; e no Bradesco de Santa Cruz da Vitória, no Médio Sudoeste baiano.

 

Em Coronel João Sá, a ação se deu por volta das 11h30 desta terça. Um grupo armado chegou ao local - situado no Centro da cidade, ao lado da prefeitura - a bordo de uma Hilux e explodiu a agência. Depois, eles fugiram no sentido da cidade de Jeremoabo.

Coronel João Sá / Foto: Reprodução / Destaque Notícias

 

Já em Santa Cruz da Vitória, o ataque aconteceu por volta da 0h40 e durou cerca de 40 minutos. A agência do Bradesco ficou destruída. Em um dos lados, o que abrigava o cofre, um buraco grande foi aberto. Não se sabe ainda o número de integrantes da quadrilha. A suspeita é que os acusados conseguiram levar uma quantia de dinheiro, mas o valor ainda não foi apurado.

 

O Bradesco era o único banco em Santa Cruz da Vitória, que conta agora apenas com um correspondente bancário. 

Bahia Notícias

Omar Aziz, presidente da CPI, afirma que já existem “provas suficientes para indiciamento”


O presidente da CPI da Covid, o senador Omar Aziz, em coletiva de imprensa

Aziz não revela quem será indiciado, mas todo mundo já sabe

Amanda Pupo e Gustavo Porto
Estadão

A cúpula da CPI da Covid avalia já haver provas suficientes de que o governo de Jair Bolsonaro não quis comprar vacinas para combater o novo coronavírus. O presidente da comissão, senador Omar Aziz (PSD-AM), disse que, com um mês de funcionamento, o colegiado conseguiu reunir evidências de que Bolsonaro seguia orientações de um “gabinete paralelo” ao Ministério da Saúde e agiu de forma “deliberada” para atrasar a compra dos imunizantes, apostando na chamada “imunidade de rebanho”.

Para Aziz, a CPI já tem motivos para pedir ao Ministério Público o indiciamento de agentes públicos por crime sanitário e contra a vida. “Já temos provas suficientes de que o Brasil não quis comprar vacina”, disse o presidente da CPI, ao Estadão/Broadcast Político. “Isso não tem mais o que provar. Tenha a certeza de que a CPI não vai dar em pizza.”

MISSÃO IMPOSSÍVEL – Embora sem dizer os nomes de quem deverá ser apontado como cúmplice da crise no País, sob o argumento de que, no comando da comissão, não pode fazer esse tipo de comentário, o senador afirmou ser impossível não responsabilizar Bolsonaro.

Na avaliação do senador, as ações do presidente contrárias ao isolamento social e ao uso de máscara de proteção mostram que ele apostava na imunidade de rebanho e no tratamento precoce com medicamentos sem eficácia comprovada, como a cloroquina. “Essas duas coisas estão diretamente ligadas a ele. Não tem jeito. Ele (Bolsonaro) foi quem falou diretamente sobre cloroquina”, destacou.

Após ouvir dez depoimentos, Aziz está convencido de que a posição de Bolsonaro tem por trás as orientações de integrantes de um “gabinete paralelo” na pandemia, formado por médicos e auxiliares do governo defensores de medicamentos sem respaldo da comunidade científica.

GABINETE PARALELO – “Ele se reunia muito mais com o ‘gabinete paralelo’ do que com o ministro da Saúde”, observou o presidente da CPI. “Comportamento atípico em relação a qualquer líder mundial. Nem em uma republiqueta, que não tem absolutamente nada, o líder fica sem máscara, fica falando esse tipo de coisa. Vocês lembram que o Pazuello disse que se reunia com o presidente uma vez por semana, quiçá de 15 em 15 dias? Não se reunia com o ministro, mas se reunia naquele ‘gabinete paralelo’ diariamente”, emendou o senador, numa referência ao depoimento do ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello, que foi novamente convocado.

Conhecido como G7, por abrigar sete dos 11 integrantes da CPI, o grupo de senadores de oposição e independentes diz que documentos em posse da comissão não deixam dúvidas sobre a atuação desse “gabinete paralelo”.

OS PARTICIPANTES – As reuniões para aconselhamento do presidente fora do Ministério da Saúde contavam com a presença do vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ), do então secretário de Comunicação, Fábio Wajngarten, do assessor especial da Presidência Tércio Arnaud Tomaz, do empresário Carlos Wizard, do deputado Osmar Terra (MDB-RS) e da médica Nise Yamaguchi.

Defensora do tratamento precoce, a oncologista e imunologista Nise prestará depoimento hoje à CPI. “A doutora Nise não tem por que mentir. Ela não faz parte do governo. Alguém a indicou para o presidente, não foi ela que foi lá e bateu na porta do Palácio do Planalto”, disse Aziz.

No seu depoimento nesta terça-feira, a médica Nise Yamaguchi negou integrar o Gabinete Paralelo e foi interpelada pelo presidente Aziz e pelo senador Otto Alencar, que é médico sanitarista.

PARECER AO MPF – Embora não caiba à CPI determinar punições, ao fim dos trabalhos o resultado da investigação parlamentar será enviado ao Ministério Público Federal, recomendando a responsabilização de agentes públicos. A CPI tem prazo de 90 dias para apresentar conclusões, mas esse período é prorrogável.

À CPI, o ex-presidente da Pfizer no Brasil Carlos Murillo informou aos senadores que nove ofertas de vacinas, feitas em cinco datas diferentes, ficaram sem resposta. Segundo Murillo, que hoje responde pelo comando da empresa na América Latina, o Brasil deixou de receber ao menos 4 milhões de doses no primeiro semestre deste ano por causa da demora do governo Bolsonaro em fechar negócio, firmado apenas em março.

Na semana passada, o diretor do Instituto Butantan, Dimas Covas, relatou que três propostas para compra de vacinas, apresentadas ao Ministério da Saúde, foram ignoradas. Se tivessem sido aceitas, o País poderia ter recebido 52 milhões de doses a mais da Coronavac. Bolsonaro chamava a Coronavac de “vacina chinesa” do Doria, numa provocação ao governador João Doria (PSDB), seu adversário.  (Colaborou Rafael Beppu)

PF faz buscas na casa do governador e tenta prender o secretário de Saúde do Amazonas


Wilson Lima, governador do Amazonas

Governador Wilson Lima está na mira da Polícia Federal

Fabiano Maisonnave
Folha

Em operação contra desvios de recursos para o combate à Covid-19, a Polícia Federal cumpre 25 mandados judiciais na manhã desta quarta-feira (2) em Manaus e em Porto Alegre, incluindo busca e apreensão na casa do governador do Amazonas, Wilson Lima (PSC), e a prisão temporária do Secretário Estadual de Saúde, Marcellus Campêlo.

“Há indícios de que funcionários do alto escalão da Secretaria de Estado de Saúde do Amazonas realizaram contratação fraudulenta, para favorecer grupo de empresários locais, sob orientação da cúpula do governo do estado, de um hospital de campanha que, de acordo com os elementos de prova, não atende às necessidades básicas de assistência à população atingida pela pandemia”, afirma a PF.

ESTÁ FORAGIDO – Segundo o site G1, a PF tentou prender Campêlo em três endereços, mas ele não foi localizado. Os agentes também fizeram buscas na sede do governo estadual.

Um dos mandados foi realizado na casa do empresário Nilton Costa Lins Júnior, dono do hospital contratado temporariamente pelo governo do Amazonas para tratar pacientes com Covid-19. Os policiais foram recebidos a tiros, mas ele acabou preso.

O empresário é pai das irmãs gêmeas e médicas recém-formadas Isabelle e Gabrielle Kirk Maddy Lins, 24. Elas foram exoneradas da Prefeitura de Manaus após terem recebido a primeira dose da vacina no dia 19 de janeiro, sendo que uma delas havia sido nomeada para o cargo no mesmo dia e a outra no dia anterior.

BENS E VALORES – Ao todo, são 6 mandados de prisão temporária e 19 mandados de busca e apreensão. Além disso, houve o sequestro de bens e valores, que, somados, chegam a R$ 22,8 milhões.

Os contratos sob investigação foram firmados em janeiro deste ano, quando o Amazonas atravessava a segunda e mais mortífera onda de casos de Covid-19.

Os crimes em investigação são de fraude à licitação, peculato e pertencimento a organização criminosa. Se condenados, poderão cumprir pena de até 24 anos de reclusão, afirma a PF.

ALVO DA CPI – Principal argumento para expandir o escopo da CPI da Covid-19 e tirar um pouco o foco no governo Jair Bolsonaro, as suspeitas de irregularidades no uso de recursos transferidos pela União aos estados e municípios provocaram quase 80 ações da Polícia Federal de um ano para cá.

Esse número inclui fases diferentes de uma mesma operação. Muitas vezes, essas investigações foram iniciadas a partir de apurações de outro órgão federal, a CGU (Controladoria-Geral da União). Grande parte das operações teve como alvos gestores de municípios, integrantes de secretarias de saúde e empresas contratadas pelas administrações, mas algumas também envolveram governadores.

É o caso da operação que levou ao afastamento de Wilson Witzel (PSC) do cargo no Rio de Janeiro, além do pedido da PF ao STJ (Superior Tribunal de Justiça) para indiciar Helder Barbalho (MDB), governador do Pará.


Mais circo do que pão, com a maluquice de realizar a Copa América no Brasil


Imagem

Charge do Nando Motta (Arquivo Google)

Merval Pereira
O Globo

Aparentemente, não foi preciso subornar ninguém para trazer a Copa América para o Brasil, depois que países vizinhos, todos envolvidos em crises sanitárias e políticas, ficaram inviabilizados como sede de um torneio de futebol que pode não ter importância maior, mas que, na hora do vamos ver, fará com que os torcedores esqueçam a irresponsabilidade que é organizá-la num país às vésperas de uma terceira onda da Covid-19, com 463 mil mortes nas costas e 14 milhões de desempregados.

Uma jogada diabólica de Bolsonaro, em sentido político, mas também quase literal, dado o perigo de disseminação do vírus. A camisa verde e amarela da seleção brasileira, apropriada indevidamente pelos bolsonaristas, estará espalhada pelo país, dando a ilusão de que os adeptos do presidente são mais numerosos do que na realidade.

PÃO E CIRCO – Desde a Roma Antiga, pão e circo são fatores políticos fundamentais, aqui no Brasil temos hoje mais circo do que pão na mesa do cidadão comum, com a inflação e o desemprego em alta.

O Brasil ganhou o direito de sediar a Copa do Mundo de Futebol de 2014 sete anos antes, no governo Lula, e teve um longo e tortuoso caminho até o momento decisivo. Dilma, que fora eleita com tranquilidade em 2010, chegou à Copa já capengando graças aos escândalos de corrupção que voltavam a atingir o PT com o petrolão e a Operação Lava-Jato.

A vaia que a presidente petista recebeu na abertura da Copa do Mundo, a crise econômica e os desvios de dinheiro público nas obras de construções de estádios pelo Brasil afora — hoje, muitos elefantes brancos sem utilidade prática que poderão ser aproveitados agora na Copa América — levou-a fragilizada à campanha presidencial, vencida por uma vantagem mínima que já previa o desastre que encerraria prematuramente seu segundo mandato.

TESTE DO MARACANà– Bolsonaro, como na campanha em que não precisou participar dos debates devido ao atentado que sofreu, não passará pelo teste de popularidade do Maracanã devido à pandemia. Duvido que seja autorizada a presença do público na final.

Aglomeração, seja de esquerda ou de direita, não pode ser considerada uma atitude correta, por melhores que sejam os objetivos. O direito à vida deve superar as disputas políticas.

Não compro a ideia de que “ir ao espaço público sempre comporta riscos, mas deixar as ruas — grande motor das transformações sociais ao longo da nossa História — como monopólio da extrema-direita, de viés neofascista, é risco maior”, como me mandou dizer numa mensagem o vereador Chico Alencar, criticando minha coluna de domingo, em que lamentava as manifestações da esquerda, por considerar que tiravam da oposição o peso moral de condenar as atitudes do presidente Bolsonaro e de seus seguidores na pandemia.

LULA CONCORDA – Pelo jeito, Lula também concorda. Segundo Bela Megale, ele não compareceu às manifestações para preservar sua capacidade de criticar as aglomerações bolsonaristas.

Com relação ao futebol, as infecções de jogadores pela Covid-19 falam por si contra a normalização dos jogos, mesmo com protocolos de segurança rígidos e sem a presença de público. Copa América no Brasil, a esta altura do campeonato (perdão pelo trocadilho), é uma maluquice total, um absurdo que confirma o descaso do governo Bolsonaro com a pandemia.

O Brasil está na iminência de uma terceira onda, quando começar a Copa América devemos estar com cerca de 500 mil mortos.

DECISÃO POLÍTICA – É um desrespeito completo marcar um evento esportivo desse tamanho no Brasil agora, neste momento. O Japão está com dificuldade de confirmar as Olimpíadas em julho, e nós agora vamos fazer um evento dessa magnitude no Brasil… É mais uma tentativa de fingir que está tudo bem entre nós. Foi uma decisão claramente política, que a CBF ajudou a montar.

Um populismo irresponsável, quase suicida. Não há nenhum sentido, o Brasil é atualmente um pária mundial. Os brasileiros estão impedidos de viajar ao exterior, porque somos considerados uma fonte de grande disseminação do coronavírus, e vamos trazer gente de fora para fazer uma grande manifestação esportiva.

Com direito a espalhar novas cepas. Acredito até que algumas seleções não venham porque a imagem sanitária do Brasil não favorece a realização de nada internacional por aqui.


Garimpeiros atacam o ICMBio em Roraima, fazem reféns e ameaçam matar os fiscais


Crédito: Arquivo/Agência Brasil

Área da tribo Ianomami é a mais invadida por garimpeiros

Lisandra Paraguassu
UOL (Reuters)

Um grupo de oito garimpeiros invadiu a base do ICMBio na Estação Ecológica de Maracá, em Roraima, fez três brigadistas reféns e roubou materiais apreendidos em uma operação de fiscalização feita na unidade e também equipamentos do próprio órgão, de acordo com relato feito por um dos servidores e confirmado pelo ICMBio em Brasília.

De acordo com o relato, repassado à Reuters por uma fonte com acesso aos servidores atacados, os oito homens, encapuzados e armados com fuzis, invadiram a base, no norte de Roraima, e obrigaram os três brigadistas a levar os equipamentos para eles até o porto da base, que fica às margens do rio Uraricoera, que marca o limita da unidade de conservação e dá acesso à Terra Indígena Ianomâmi.

AMEAÇA AOS SERVIDORES – Segundo os reféns, os garimpeiros “buscavam agentes de fiscalização do ICMBio e disseram que se tivessem encontrados fiscais eles não seriam poupados. Durante a saída foi dito que eles estavam monitorando todos os servidores e que iriam queimar as viaturas do órgão caso encontrassem alguma”.

Em nota, o ICMBio confirmou o ataque e informou que a Polícia Federal foi acionada. “A Polícia Federal foi acionada e já está com investigação em andamento, contando com apoio integral do ICMBio e demais órgãos governamentais”, diz o texto enviado à Reuters.

De acordo com a fonte ouvida pela Reuters, os brigadistas fugiram para a mata depois de serem liberados pelos garimpeiros, mas antes avisaram por rádio sobre o ataque. O ICMBio organizou uma equipe de resgate para tirá-los do local onde se esconderam e a unidade está fechada por enquanto.

NA ÁREA IANOMAMI – Segundo o relato dos servidores, tem havido na região ameaças constantes aos fiscais e demais servidores do ICMBio na região.

A Estação Ecológica de Maracá faz divida com a Terra Indígena Ianomâmi, uma das mais atacadas pelo garimpo ilegal.

A estimativa de ONGs que atuam na região é de que mais de 20 mil garimpeiros ilegais atuem na área e os conflitos e ataques são constantes. Há 10 dias, indígenas relataram ataques de garimpeiros às aldeias, inclusive quando havia a presença de policiais federais na área.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
 – Importante notícia, enviada pelo comentarista Batista Filho. A reportagem está correndo o mundo, nas asas da agência Reuters, sujando ainda mais a imagem do país no exterior. O texto mostra que os garimpeiros perderam o respeito às instituições e já nem temem a Polícia Federal. E os fiscais do meio ambiente correm risco de serem mortos se insistirem em continuar trabalhando. Não seria hora de os generais que integram o poder perguntarem que país é esse?. (C.N.)

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