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quarta-feira, junho 02, 2021

Garimpeiros atacam o ICMBio em Roraima, fazem reféns e ameaçam matar os fiscais


Crédito: Arquivo/Agência Brasil

Área da tribo Ianomami é a mais invadida por garimpeiros

Lisandra Paraguassu
UOL (Reuters)

Um grupo de oito garimpeiros invadiu a base do ICMBio na Estação Ecológica de Maracá, em Roraima, fez três brigadistas reféns e roubou materiais apreendidos em uma operação de fiscalização feita na unidade e também equipamentos do próprio órgão, de acordo com relato feito por um dos servidores e confirmado pelo ICMBio em Brasília.

De acordo com o relato, repassado à Reuters por uma fonte com acesso aos servidores atacados, os oito homens, encapuzados e armados com fuzis, invadiram a base, no norte de Roraima, e obrigaram os três brigadistas a levar os equipamentos para eles até o porto da base, que fica às margens do rio Uraricoera, que marca o limita da unidade de conservação e dá acesso à Terra Indígena Ianomâmi.

AMEAÇA AOS SERVIDORES – Segundo os reféns, os garimpeiros “buscavam agentes de fiscalização do ICMBio e disseram que se tivessem encontrados fiscais eles não seriam poupados. Durante a saída foi dito que eles estavam monitorando todos os servidores e que iriam queimar as viaturas do órgão caso encontrassem alguma”.

Em nota, o ICMBio confirmou o ataque e informou que a Polícia Federal foi acionada. “A Polícia Federal foi acionada e já está com investigação em andamento, contando com apoio integral do ICMBio e demais órgãos governamentais”, diz o texto enviado à Reuters.

De acordo com a fonte ouvida pela Reuters, os brigadistas fugiram para a mata depois de serem liberados pelos garimpeiros, mas antes avisaram por rádio sobre o ataque. O ICMBio organizou uma equipe de resgate para tirá-los do local onde se esconderam e a unidade está fechada por enquanto.

NA ÁREA IANOMAMI – Segundo o relato dos servidores, tem havido na região ameaças constantes aos fiscais e demais servidores do ICMBio na região.

A Estação Ecológica de Maracá faz divida com a Terra Indígena Ianomâmi, uma das mais atacadas pelo garimpo ilegal.

A estimativa de ONGs que atuam na região é de que mais de 20 mil garimpeiros ilegais atuem na área e os conflitos e ataques são constantes. Há 10 dias, indígenas relataram ataques de garimpeiros às aldeias, inclusive quando havia a presença de policiais federais na área.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
 – Importante notícia, enviada pelo comentarista Batista Filho. A reportagem está correndo o mundo, nas asas da agência Reuters, sujando ainda mais a imagem do país no exterior. O texto mostra que os garimpeiros perderam o respeito às instituições e já nem temem a Polícia Federal. E os fiscais do meio ambiente correm risco de serem mortos se insistirem em continuar trabalhando. Não seria hora de os generais que integram o poder perguntarem que país é esse?. (C.N.)

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