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quarta-feira, maio 05, 2021

Professores da rede estadual de Sergipe e de 74 municípios decretam greve contra retorno presencial das aulas

 Por G1 SE

 


Assembleia virtual do Sintese decidiu por greve contra o retorno presencial das aulas  — Foto: Divulgação/Sintese

Assembleia virtual do Sintese decidiu por greve contra o retorno presencial das aulas — Foto: Divulgação/Sintese

Professores da rede estadual e dos municípios sergipanos — exceto Aracaju — decidiram entrar em greve contra o retorno das aulas presenciais, agendado para o dia 10 de maio. De acordo com o Sindicato dos Trabalhadores em Educação Básica de Sergipe (Sintese), as aulas remotas continuarão sendo ministradas. As decisões ocorreram durante uma assembleia virtual realizada nessa terça-feira (4).

  • Mapa do coronavírus: mortes e casos de Covid nas cidades de Sergipe
  • A volta às aulas deve ocorrer, segundo o governo, para o 1º e 2º ano do ensino fundamental, no caso da rede estadual, e para quaisquer outras turmas das redes municipais, conforme decisão de cada prefeitura. Dados do Censo Escolar apontam que em 2020 foram matriculados cerca de 44 mil estudantes nessas séries. Atualmente, creches e pré-escola funcionam presencialmente no estado.

    O Sintese informou que a categoria espera que os gestores municipais não iniciem as aulas presenciais, continuem com o trabalho remoto e garantam as condições necessárias para que elas sejam ministradas pelos educadores e acessadas pelos estudantes. Uma ação será judicializada para tentar impedir o retorno.

    “Até o momento, não nos foi apresentada nenhuma justificativa científica que corrobore o retorno das aulas presenciais, quando vivemos o momento mais difícil da pandemia, com ocupação máxima de leitos de UTI, sem perspectiva de quando os trabalhadores da Educação serão vacinados, sem testagem em massa dos estudantes e sem condições sanitárias e até mesmo de pessoal nas escolas. A decisão da assembleia é uma defesa da vida e não somente a dos professores e professoras, mas dos trabalhadores das escolas, dos estudantes e de suas famílias”, disse a presidenta do Sintese, Ivonete Cruz.

    Um ato está agendado para o dia 10 de maio, em frente à Secretaria de Estado da Educação, do Esporte e da Cultura (Seduc), na capital.

    O Sindicato dos Profissionais do Ensino do Município de Aracaju (Sindipema) informou que vai se reunir virtualmente nessa quinta-feira (6) para tratar sobre o tema. Mas, segundo a assessoria de comunicação, só haverá retorno às salas de aula após a vacinação.

    O que diz o governo

    De acordo com o governo do estado, a Seduc e os municípios estão realizando um levantamento com o número de professores que trabalham em escolas com previsão de retorno para o dia 10 de maio, para preparar a vacinação. O governador Belivaldo Chagas, na semana passada, havia manifestado intenção de antecipar a imunização da categoria.

    "Tudo está sendo feito para que a volta às aulas aconteça de forma gradual e segura. Assim que tivermos essa lista pronta, prepara-se a vacinação", disse o superintendente de comunicação Givaldo Ricardo.

MP-BA e MPT querem suspensão de contratação de médicos por PJ: 'Fraude'


por Jade Coelho

MP-BA e MPT querem suspensão de contratação de médicos por PJ: 'Fraude'
Foto: Cláudia Cardozo/Bahia Notícias

O Ministério Público do Estado da Bahia (MP-BA) e o Ministério Público do Trabalho (MPT) solicitaram na Justiça do Trabalho que o governo da Bahia suspenda a contratação de médicos através de contratos firmados por Pessoa Jurídica (PJ). A promotora Rita Tourinho vê neste regime de contratação uma “fraude” e uma forma de esvaziamento de direitos trabalhistas.

 

Essa é uma pauta defendida pelo Sindicato dos Médicos (Sindimed-BA) (lembre aqui). Na semana passada a categoria chegou a protocolar uma Denúncia de Fato no MP para expor detalhes da situação dos médicos, que estão sendo "levados a deixar seus vínculos estatutários e/ou CLT e migrarem para pessoa jurídica". Segundo a categoria, os profissionais estão há mais de 11 anos sem concurso na Bahia (leia mais aqui).

 

“Nós pedimos que seja proibida essa contratação, esse credenciamento de PJ pelo estado, dizendo inclusive que essa pratica de contratação PJ é uma fraude aos direitos trabalhistas dos médicos”, disse Rita Tourinho ao BN.

 

Como exemplo a promotora de Justiça citou que alguns médicos que trabalharam sob esse regime na primeira onda da pandemia da Covid-19, no ano passado, não quiseram mais prestar serviços durante a segunda onda, em março deste ano, “em função da instabilidade”. “Porque quando eles adoeciam não tinham direito a nada”, afirmou. 

 

Os órgãos entendem como “fraude” a contratação de médicos por Pessoa Jurídica porque o estado acaba terceirizando uma função que é típica de cargos públicos. “Ele não está fazendo uma contratação de prestação de serviço, porque o que o estado alega é que está contratando prestação de serviço, mas não é. O que ele está fazendo é uma contratação de mão de obra para exercer função típica de cargo público de médico”, argumenta a promotora.

 

Rita Tourinho ainda compara a situação dos médicos a outros cargos públicos, a exemplo dos professores. Segundo ela, o entendimento atual do governo da Bahia para adotar esse regime de contratação pode ser aplicado também entre os profissionais da educação. “Dessa forma que o estado está fazendo é muito capaz que amanhã ou depois ele queira contratar professor por PJ. A situação seria a mesma”, analisou Rita Tourinho. 

 

Na ação o MP-BA e o MPT pedem que os contratos com médicos sejam firmados “através de formas legais que são permitidas e não através desses subterfúgios”, ao citar como exemplo concurso público ou Regime Especial de Direito Administrativo (Reda).

Bahia Notícias

Relator propõe reforma tributária ampla e Lira decide extinguir comissão

 

por Fábio Pupo e Danielle Brant | Folhapress

Relator propõe reforma tributária ampla e Lira decide extinguir comissão
Arthur Lira | Foto: Sérgio Lima/ Poder 360

No dia em que a comissão mista da reforma tributária se reuniu para finalmente ouvir o relatório do deputado Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), os integrantes foram surpreendidos com informações desencontradas sobre o fim do colegiado.

 

O deputado apresentou nesta terça-feira (4) um relatório com uma fusão ampla de impostos cobrados hoje por União, estados e municípios. O texto contrariava o governo, que queria implementar uma mudança fatiada e voltada inicialmente apenas a tributos federais.

 

A proposta de uma reforma ampla (com estados e municípios) contraria a equipe econômica, que considera que o relatório de Aguinaldo tem potencial para prolongar indefinidamente as discussões e gerar um custo multibilionário para a União bancar entes por eventuais perdas com as mudanças.

 

O governo quer agora voltar as atenções tanto à CBS como a outros pontos considerados pelo time de Guedes como viáveis e importantes para simplificar o sistema tributário.

 

Um deles será a unificação da legislação de ICMS e ISS, conforme relatos ouvidos pela reportagem, com limitação no número de alíquotas que governadores e prefeitos poderão escolher — evitando a guerra fiscal entre eles e diminuindo a quantidade de diferentes regras tributárias pelo país.

 

Logo após a proposta ter sido apresentada, o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), anunciou a extinção da comissão —conforme relatou o jornal Folha de S.Paulo.

 

O deputado Marcelo Ramos (PL-AM), vice-presidente da Câmara, confirmou a informação. “Lira acaba de me confirmar que, considerando que a Comissão da Reforma Tributária extrapolou o prazo de sessões, por força do Regimento Interno da Casa, a comissão está extinta”, publicou em rede social.

 

Pouco depois, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), se pronunciou e afirmou que os trabalhos se concluem com a apresentação do relatório de Aguinaldo. "É razoável e inteligente darmos oportunidade de [os membros da comissão] concluírem o trabalho, o que se efetiva com a apresentação do parecer pelo deputado Aguinaldo Ribeiro", afirmou em nota.

 

De acordo com o líder do governo na Câmara, o deputado Ricardo Barros (PP-PR), a intenção agora é que os trabalhos sejam refeitos e a reforma seja apresentada de forma fatiada —como o governo defende.

 

Em pronunciamento para esclarecer sobre o episódio, Lira afirmou que tomou a decisão de extinguir a comissão especial sobre a PEC 45, de autoria da Câmara, após parecer técnico. Ele disse ainda que o texto de Aguinaldo seria aproveitado. "Nada se desperdiça no Congresso Nacional. O relatório final da reforma sem dúvida irá incorporar alguns pontos do relatório do Aguinaldo, não tenho dúvida disso, se não em sua grande parte."

 

Segundo Lira, o despacho que foi proferido pela presidência da Câmara envolveu a comissão especial da PEC 45, que já havia expirado seu prazo regimental há mais de um ano e meio.

 

"Com esse cuidado, nós trouxemos o texto para o plenário da Casa, como manda o regimento, e a partir de uma reunião com os líderes da casa, com o relator Aguinaldo, com os senadores que nós iremos ainda procurar e conversar, nós haveremos ainda de encontrar uma saída rápida que dê segurança jurídica e que traga o melhor texto possível para o Brasil", afirmou.

 

Os membros do colegiado misto reagiram. O presidente da comissão, senador Roberto Rocha (PSDB-MA), afirmou que os trabalhos da comissão se estenderam até maio por motivos diversos, como a própria pandemia de Covid-19 e o tratamento de câncer do filho.

 

O presidente da comissão, mesmo com a informação sobre a extinção da comissão, reiterou os prazos anunciados no início dos trabalhos da sessão e disse que eles foram combinados com Pacheco. Até sexta-feira (7), segundo ele, serão recebidas sugestões de parlamentares ao texto. E até o dia 11 será feita a apresentação do relatório final.

 

Ele reiterou que o objetivo da comissão é esclarecer o debate e pediu para que seja evitado o calor. "A gente conversou sempre. Queremos trazer luz a essa arena política. Já chega de calor. Luz", disse.

 

O deputado Hildo Rocha (MDB-MA), vice-presidente da comissão, afirmou que o trabalho feito por Aguinaldo não pode ser destruído ou jogado fora e sugeriu que os trabalhos sejam tocados pelo Senado.

 

"Já que ele [Lira] não quer pela Câmara, podemos propor que iniciemos pelo Senado. Tenho certeza que o presidente Pacheco vai querer fazer, em benefício da sociedade brasileira", afirmou Hildo Rocha.

 

Deputados da base governista também lamentaram a extinção do colegiado e consideraram a decisão do presidente da Câmara equivocada.

 

Sem querer se identificar, eles avaliam que a extinção passa um péssimo sinal ao mercado e deixa o relator numa situação desconfortável. Eles pediram a Lira esclarecimentos sobre por que decidiu tomar essa medida.

 

Os demais membros da comissão haviam elogiado o trabalho de Aguinaldo. O parlamentar usou como base a PEC (Proposta de Emenda à Constituição) de autoria da Câmara, mas incorporou também sugestões da PEC do Senado.

 

Além disso, ele buscou atender o plano do ministro Paulo Guedes (Economia) de começar com uma mudança mais simples –voltada inicialmente apenas a PIS e Cofins.

 

"Estamos aqui propondo uma reforma estruturante e faseada, não fatiada. [Mas] estamos incorporando a contribuição do governo, que é a CBS, como primeiro passo", afirmou Aguinaldo, que disse ter tido amplo diálogo com os envolvidos, inclusive o governo.

 

Todas as propostas analisadas tinham em comum o objetivo de fundir impostos para simplificar regras. Tinham como diferenças entre si o alcance das mudanças, além de uma série de particularidades –por isso, uma mesma peça podia ser interessante para um setor enquanto era considerada uma tragédia para outro.

 

Seu relatório prevê uma transição em duas fases. Uma federal, de dois anos (começando apenas pela fusão de PIS e Cofins), seguida de uma nacional, de quatro anos (que contemplaria a fusão do estadual ICMS e do municipal ISS de forma gradativa).

 

O relatório propõe ao fim do processo a extinção de PIS (Programa de Integração Social), Cofins (Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social) e IPI (Imposto sobre Produto Industrializado), além do estadual ICMS (imposto sobre circulação de mercadorias e serviços) e do municipal ISS (Imposto Sobre Serviços).

 

No lugar, seria criado o IBS (Imposto sobre Bens e Serviços), com detalhes a serem formulados em lei complementar, e um imposto seletivo aplicado a itens como combustível e energia.

 

O IBS seria um imposto de base ampla que incidiria sobre qualquer operação com bens ou serviços. Os detalhes referentes ao imposto, como quais operações serão tributáveis, regras para geração de crédito e regimes diferenciados serão definidos posteriormente, em lei complementar.

 

O texto também buscou atender uma preocupação da indústria, garantindo o ressarcimento de créditos aos contribuintes para não gerar cumulatividade ao longo da cadeia.

 

Com a extinção da comissão, deputados e senadores que participavam do colegiado calculam que o trabalho terá que começar do zero agora.

 

No entanto, apesar de considerarem mais difícil a aprovação da PEC ampla neste ano, dizem que é possível votar um texto mais simples, como a fusão de PIS e Cofins, apresentada em setembro do ano passado por projeto de lei do Executivo.

 

Nas últimas semanas, Lira aumentou a pressão sobre Aguinaldo para que apresentasse o parecer final. Em 24 de abril, o presidente da Câmara usou uma rede social para informar que o relatório seria divulgado nesta segunda.

 

Em entrevista dois dias depois, Lira defendeu o fatiamento da reforma e disse que conversaria com o governo para analisar as convergências em torno do texto, com o objetivo de aprovar as mudanças ainda neste ano.

Bahia Notícias

Bolsonaro lamenta morte de Paulo Gustavo por Covid e é criticado: 'A culpa é sua'


por Júnior Moreira Bordalo

Bolsonaro lamenta morte de Paulo Gustavo por Covid e é criticado: 'A culpa é sua'
Montagem: Bahia Notícias

Na madrugada desta quarta-feira (5), o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) escreveu um recado lamentando a morte do ator e comediante Paulo Gustavo, que foi uma das 3.025 vítimas da Covid-19 nas últimas 24 horas. O ator, que tinha 42 anos, era casado com Thales Bretas e deixa dois filhos, os gêmeos Gael e Romeu, de um ano (lembre aqui).

 

"Meus votos de pesar pelo passamento do ator e diretor Paulo Gustavo, que com seu talento e carisma conquistou o carinho de todo Brasil. Que Deus o receba com alegria e conforte o coração de seus familiares e amigos, bem como de todos aqueles vitimados nessa luta contra a Covid", postou Bolsonaro.

 

Nos comentários, muitos usuários o acusaram de ser o culpado pela partida do artista. "Você é o maior responsável pelo que aconteceu com o Paulo. Você é o maior responsável por esses 400 mil Paulos", escreveu um em referência a marca que de óbitos que o Brasil ultrapassou. "Que Deus em sua infinita misericórdia consiga te perdoar, dificilmente nós aqui na Terra vamos", postou outro.

 

"Precisou morrer uma pessoa que o Brasil inteiro ama para você demonstrar solidariedade às vítimas do vírus que você menosprezou e ajudou (e continua ajudando) a disseminar, não é seu vagabundo? Desce desse palanque que seu futuro é a cadeia, maneiro genocida, assassino!", atacou mais uma. "Teu projeto segue de vento em popa. É a tua 'imunidade de rebanho', é o seu tratamento precoce, que custa a vida de pessoas brilhantes como o Paulo. Lava tua boca pra falar dele, seu verme", disse outra. Confira mais alguns:

 

A mensagem de Bolsonaro foi publicada quase duas horas após o recado deixado pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). "Recebi com muita tristeza a notícia da morte de Paulo Gustavo. A covid levou hoje mais um de nós. Um grande brasileiro, que brindou nosso país com tanta alegria. Descanse em paz. Seu talento jamais será esquecido", escreveu o petista.

Investigação conclui que assessor de Bolsonaro fez gesto com conotação racista no Senado

 

Investigação conclui que assessor de Bolsonaro fez gesto com conotação racista no Senado
Foto: Reprodução

O relatório da investigação envolvendo o assessor para assuntos internacionais da presidência da República, Filipe Martins, foi entregue ao Ministério Público Federal. A apuração concluiu que os gestos feitos às costas do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), em 24 de março, tinham conotação racista, traz a Folha de S. Paulo.

 

Martins foi indiciado pela Polícia do Senado com base no artigo 20 da lei 7.716/1989, que fala em pena de reclusão de um a três anos e multa para quem "praticar, induzir ou incitar a discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional". Após a conclusão da investigação, cabe ao MPF decidir se denuncia Martins ou se opina pelo arquivamento.

 

A reportagem ressalta que, em países que vivenciam o crescimento de movimentos de extrema direita, o gesto feito por Martins é associado ao movimento supremacista branco e significa “poder branco”. Isso porquê os três dedos esticados simbolizam a letra "w", que seria uma referência à palavra em inglês "white" (branco). O círculo formado representa a letra "p", para a palavra "power" (poder).

Bahia Notícias

Reação da França à carta de militares contra emigrantes é um bom exemplo para Brasil

Publicado em 5 de maio de 2021 por Tribuna da Internet

França e parceiros com

Florence Parly, ministra da Defesa, mandou punir os oficiais

Deu em O Globo

A independência da Argélia deixou sequelas profundas na França. Uma ala militar sempre considerou o general Charles de Gaulle traidor da pátria por ter cedido a soberania aos argelinos. Tal ala, que combatera os separatistas na Guerra da Argélia nos anos 1950, encetou o fracassado “putsch de Argel” contra De Gaulle em 1961.

Dez anos depois, ajudou a fundar a Frente Nacional, o partido de extrema direita criado por Jean-Marie Le Pen aglutinando descontentes com o gaullismo, hoje transformado na Reunião Nacional de sua filha, Marine.

MÉTODOS DE TORTURA – Foram militares franceses egressos da Guerra da Argélia que, ao longo dos anos 1960 e 1970, ensinaram métodos de tortura desenvolvidos e aplicados nos argelinos a seus colegas dos países latino-americanos onde os golpes deram certo e resultaram em ditaduras, entre eles o Brasil.

Seis décadas depois, fantasmas daquele período continuam a assombrar a caserna francesa.

No aniversário de 60 anos do “putsch de Argel”, no último dia 21 de abril, 20 generais franceses da reserva, apoiados por militares da ativa, publicaram na revista de extrema direita “Valeurs Actuelles” uma carta aberta contra o que chamam de “desintegração” do país.

IMIGRANTES DO ISLà– “Desintegração que, com o islamismo e as hordas da periferia, acarreta a separação de múltiplas parcelas da população para transformá-las em territórios submetidos a dogmas contrários à nossa Constituição”, diz a carta.

Os signatários conclamam os políticos “que dirigem o país” a “erradicar esses perigos” para combater a violência. “Não é mais hora de tergiversar, senão amanhã a guerra civil porá fim a esse caos crescente, e os mortos, cuja responsabilidade recairá sobre os senhores, se contarão aos milhares.”

É tentador traçar um paralelo entre a manifestação dos militares franceses e o papel crescente que seus colegas brasileiros têm assumido na política.

AS DIFERENÇAS – Lá, há uma mobilização por ocupar um espaço político maior. Aqui, o espaço já foi ocupado. Lá, o caminho para o poder passa pela extrema direita de Marine Le Pen, que aplaudiu o teor da carta da caserna. Aqui, pela de Bolsonaro.

Porém, por mais que a repercussão da carta lembre a de certos tuítes de generais brasileiros, as diferenças são mais significativas que as semelhanças. A ministra da Defesa francesa, Florence Parly, uma civil, imediatamente condenou a manifestação e prometeu punir o que lhe pareceu uma tentativa de sedição.

“Solicitei ao chefe de Estado-Maior que aplique as regras previstas no estatuto dos militares, ou seja, sanções”, afirmou. O primeiro-ministro Jean Castex a secundou, qualificando a iniciativa de “contrária a todos os nossos princípios republicanos, à honra, ao dever do Exército”.

“MEU EXÉRCITO” – Aqui, o presidente da República fala em “meu Exército” e trocou o ministro da Defesa, um militar da reserva, por outro mais suscetível a suas sugestões de usar as Forças Armadas em benefício de seu projeto político.

Toda a cúpula militar foi demitida por resistir às extravagâncias de Jair Bolsonaro. Exemplo de como as coisas funcionam numa democracia madura — e de como ainda não funcionam no Brasil.

Lula encontra com Molon, do PSB, e fala em aliança para derrotar Bolsonaro em 2022

Publicado em 5 de maio de 2021 por Tribuna da Internet

O deputado Alessandro Molon
Foto: Marcos Ramos / Agência O Globo

Molon, ex-PT, conhece Lula e sabe com quem está tratando…

Augusto Fernandes
Correio Braziliense

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva iniciou sua visita a Brasília esta semana se reunindo com o deputado Alessandro Molon (PSB-RJ), líder da oposição na Câmara. O encontro foi mais um dentro da agenda de compromissos com políticos de diferentes partidos montada pelo petista mirando uma estratégia para as eleições do ano que vem.

Não à toa, um dos principais tópicos da conversa com Molon foi a construção de uma aliança entre os partidos de oposição para derrotar o presidente Jair Bolsonaro na corrida para o Palácio do Planalto.

A OFERTA DO PT – De acordo com o deputado do PSB, Lula disse que o PT está disposto a abrir mão de disputar as eleições em alguns estados e compor alianças com legendas de esquerda para enfraquecer eventuais candidatos apoiados por Bolsonaro.

Molon também comentou que, caso os partidos progressistas queiram ter sucesso contra o atual presidente em 2022, será fundamental derrotá-lo no Rio de Janeiro.

“Falamos da importância de derrotar o bolsonarismo, sobretudo em seu berço, o Rio de Janeiro. É preciso construir uma frente ampla de partidos para a disputa eleitoral no estado, mesmo que esta aliança seja de partidos que apoiem diferentes candidatos à Presidência da República. Lula manifestou apoio a este tipo de iniciativa e disse que o PT está disposto a abrir mão de lugar nas chapas estaduais em favor de nomes de outros partidos”, frisou o deputado.

AUXÍLIO EMERGENCIAL – Outro assunto que esteve na pauta do encontro entre Lula e Molon foi a assistência financeira para os brasileiros mais humildes em meio à pandemia da covid-19. De acordo com o deputado do PSB, o petista defendeu o restabelecimento do auxílio emergencial a R$ 600 até o fim do ano.

Antes do compromisso com Molon, Lula conversou com o senador Fabiano Contarato (Rede-ES). Ao parlamentar, o ex-presidente também pediu uma mobilização para que o auxílio emergencial volte a ser pago no valor original.

Além disso, Lula convidou Contarato para se filiar ao PT e concorrer ao governo do Espírito Santo no ano que vem. “Eu tenho que analisar, porque estou construindo vários diálogos com partidos com os quais me identifico mais, que são partidos progressistas. Claro que com esse convite formalizado, vamos avaliar com bastante carinho”, disse Contarato.

OUTRAS REUNIÕES – A agenda do petista por Brasília continuará pelo menos até quinta-feira (dia 6). Ele deve se reunir com embaixadores e parlamentares, como os senadores Kátia Abreu (PDT-TO), Otto Alencar (PSD-BA) e Jader Barbalho (MDB-PA).

Além disso, existe a expectativa de uma reunião de Lula com o ex-presidente José Sarney, que semana passada foi visitado pelo presidente Jair Bolsonaro.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
 – Livre, leve e solto, como diria o genial jornalista Nelson Motta, o candidatíssimo Lula investe firme na campanha para voltar ao poder, graças a Fachin, Gilmar & Cia, livre de qualquer ameaça jurídica, como se fosse um cidadão acima de qualquer suspeita, no filme de Elio Petri. Mas era só o que faltava!, diria o Barão de Itararé. (C.N.)


Bolsonaristas não conseguem obstruir depoimento de Mandetta na CPI


Pronunciamento foi sereno, transferindo a munição para Renan

Pedro do Coutto

A bancada bolsonarista na CPI da Covid-19 tentou mas não conseguiu procrastinar os trabalhos e tampouco obstruir e confundir o ex-ministro Henrique Mandetta na exposição que fez, relatando com tranquilidade os problemas com os quais se confrontou no governo Bolsonaro quando esteve à frente do Ministério da Saúde.

Mandetta disse que não conseguiu colocar em prática medidas previsíveis a respeito da pandemia que começou a ocorrer em janeiro de 2020 e que somente foi notada pelo governo a partir de março e, mesmo assim, sem acreditar, de fato, no perigo que ela representava.

ALERTA – Os fatos, disse ele, provaram o contrário, destacando ter alertado o Palácio do Planalto quanto à ineficácia da cloroquina no tratamento do coronavírus. O ex-ministro da Saúde relatou as atividades que fez e a preocupação que teve com a distribuição de oxigênio para evitar casos como o de Manaus.

Mandetta não fez ataques ao presidente da República. Na minha impressão deixou as informações que obteve com a sua experiência para análise da própria Comissão Parlamentar de Inquérito. Foi um pronunciamento sereno, conforme assinalei, transferindo a munição de choque para o relator Renan Calheiros. Um dos fatos marcantes no dia de ontem é que o trabalho da CPI vai continuar no mesmo tom com que começou.

QUEIROGA E A IMPRENSA –  A Folha de São Paulo focalizou nesta segunda-feira a confusão feita pelo ministro Marcelo Queiroga  em evento na Federação das Indústrias do Estado de São Paulo, ao dizer aos empresários que não devem programar anúncios comerciais para parte da imprensa “não contribui com o Brasil” em meio à pandemia.

Queiroga praticamente propôs um tipo de chantagem e cooptação. No seu modo de ver, a imprensa que criticar o governo não deve ser programada publicitariamente pelas empresas industriais de São Paulo. Um absurdo total, provando que o ministro não entende nada do que fazem os jornais e as emissoras de televisão.

ANTIÉTICO – Condicionar publicidade à linha editorial não é certo. A ideia fica na tentativa e depois como papel usado jogado no lixo. Ele está baseado nas informações da antiga imprensa em que os donos de jornais impunham linhas políticas aos veículos dos quais eram proprietários. Isso acabou, desapareceu do mapa essa antiética.

A notícia é dada de acordo com os fatos ocorridos. Querer que a imprensa só fale bem do governo é um desserviço à opinião pública. As edições são elaboradas profissionalmente, não representando e nem podendo ser porta-vozes de interesses empresariais ou político-administrativos.

FALHAS NO MEC –  O governo Jair Bolsonaro está sendo marcado pelos erros seguidos e pelas omissões que o envolvem. Como exemplo, no Ministério da Educação, o ministro Milton Ribeiro é praticamente um ausente do sistema educacional. Sua ausência vem sendo acompanhada por erros primários.

Agora de acordo com reportagem de Paulo Saldaña, Folha de São Paulo desta segunda-feira, o MEC transferiu errado R$ 836 milhões de recursos do Fundeb, educação básica, através do qual se realizam parcerias com governos estaduais e municipais num esforço que deveria ser conjunto para as várias escalas da educação  nacional.

A parcela foi repassada na última sexta-feira para estados e municípios apesar de milhares de matrículas terem sido deixadas de fora nos cálculos do fundo. A correção ficou de ser feita dentro de alguns meses. Mais um grande problema para o governo Bolsonaro.

UNIFICAÇÃO TRIBUTÁRIA –  Geraldo Adoca e Fernanda Trisotto publicam reportagem no O Globo sobre o projeto do governo de unificação dos tributos federais. Trata-se da pretendida fusão que poderá ser feita por etapas e que vai agregando aos poucos todas as unificações contidas na proposição do projeto considerado importante para o país.

O problema é que, na minha opinião, os impostos só podem produzir mais receita se o poder de consumo da sociedade evoluir, afastando-se do panorama de carência que o envolve nos dias de hoje. Conforme digo sempre, qualquer ação tributária depende fundamentalmente do nível do poder de consumo. Com os salários perdendo para a inflação não é possível receita alguma tornar-se suficiente para enfrentar os problemas que tem pela frente,

Também no O Globo, matéria de Bruno Alfano, revela que pelo orçamento votado pelo Congresso e que teve origem no trabalho do Ministério da Economia, o Ministério da Educação foi atingido fortemente pelo corte de suas verbas. Um absurdo. Em 2018, para que se tenha uma ideia, a rubrica orçamentaria da Educação atingiu R$ 23,2 bilhões. Agora, em 2021, após os índices inflacionários de 2019 e 2020 o corte reduziu os recursos para R$ 8,9 bilhões.

EDUCAÇÃO TORPEDEADA – Com esse corte, que engloba os investimentos da pasta, o sistema educacional foi torpedeado. Um retrocesso total. Retrocessos assim não acontecem, por exemplo, com os bancos de primeira linha, como é o caso do Itaú, do Bradesco e do Santander. Reportagem de Aline Bronzati e Marcelo Mota, o Estado de São Paulo, focaliza o lucro líquido do Itaú no primeiro trimestre deste ano: foi de R$ 6,4 bilhões, segundo o banco, superando até as expectativas.

O lucro de R$ 6,4 bilhões representa um aumento de 64% do lucro alcançado no primeiro trimestre de 2020. Portanto o lucro líquido do Itaú superou por larga margem os índices inflacionários calculados pelo IBGE.

BIG BROTHER  –  Na edição de segunda-feira da Folha de São Paulo, Júlia Moura publica reportagem sobre os reflexos no mercado da publicidade que empresas fizeram no Big Brother Brasil deste ano. Há casos em que o avanço de compras surpreendeu e alcançou um aumento de 80% comparado com o nível mensal anterior à fase final do programa.

O BBB, que é baseado em um projeto norte-americano, no Brasil, na edição de 2021 que se encerrou ontem, tornou-se um fator recorde de vendas comerciais. O nível de audiência teve base em pesquisa da empresa Kantar que adquiriu o Ibope no início deste ano.

AUDIÊNCIA – A audiência bateu em torno de 27 a 30 pontos por domicílio. Para se ter uma ideia do que esse índice representa no plano concreto, acrescenta a reportagem que o público estimado pelo Kantar foi de 39,8 milhões de pessoas.

Mas não é só: é preciso considerar, digo eu, que o programa desencadeou nas pessoas um impulso fora do comum para a aquisição dos produtos colocados pelas páginas coloridas da publicidade comercial. Para exemplificar a força da publicidade no caso do BBB, acrescenta o Kantar, o preço da TV Globo , preço nacional, é de R$ 504 mil por 30 segundos.

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