Certificado Lei geral de proteção de dados

Certificado Lei geral de proteção de dados
Certificado Lei geral de proteção de dados

quarta-feira, julho 06, 2011

Leia Notícias do seu time

vencer

    • Corinthians
    • São Paulo
    • Palmeiras
    • Santos
    • Portuguesa
    • Guarani
    • Ponte preta
    • São Caetano
    • Santo André
    • Prudente

Teto do INSS deverá ser de R$ 3.882 em 2012

Juliano Moreira
do Agora

O reajuste das aposentadorias acima de um salário mínimo (hoje, R$ 545) deverá ser igual à inflação no ano que vem, segundo previsão do governo na LDO (Lei de Diretrizes Orçamentárias), que projeta os gastos para 2012.

O aumento previsto para essas aposentadorias é de 5,21% e considera uma estimativa do INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor) para este ano. Considerando esse índice, o novo valor do teto do INSS (valor máximo pago aos beneficiários) passará de R$ 3.689,66 para R$ 3.881,89. Para quem ganha, por exemplo, R$ 2.000, o valor do novo benefício seria de R$ 2.104,20.

No texto da LDO, que deverá ser votado na semana que vem pelo Congresso Nacional, o governo também prevê um aumento de 13,09% para o salário mínimo. O valor do piso nacional deverá passar de R$ 545 para R$ 616,34. O índice considera a inflação prevista para este ano mais o índice de crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) de 2010, que foi de 7,5%.

Leia esta reportagem completa na edição impressa do Agora nesta quarta

terça-feira, julho 05, 2011

Reflexão: - A extradição no Brasil após o Caso Battisti

Advogado esfaqueia três pessoas durante palestra em Sto. Antônio de Jesus

Publicada: 05/07/2011 09:14| Atualizada: 05/07/2011 09:14

Reprodução: Voz da Bahia
Advogado esfaqueou três pessoas em palestra

Um homem de 56 anos, esfaqueou três pessoas que participavam de uma palestra de negócios no auditório de um hotel, na noite desta segunda-feira (4), no município de Santo Antônio de Jesus. José Raimundo Orrico de Moraes, é advogado e entrou armado com um canivete no evento.

O acusado feriu Wilton Araújo de Carvalho, de 31 anos no abdômen; Uivalle Rui da Silva, 26 anos, no braço; e Vanderson Farias dos Santos, 28 anos, Av. Vereador João Silva, no tórax. Eles foram levados para o HRSAJ (Hospital Regional), e não correm risco de morte. O acusado foi contido pelos participantes do evento.

Ao site Voz da Bahia, José Raimundo alegou que um dos seus alvos já havia desferido um soco em seu rosto há 2 meses, por isso, segundo ele, partiu para vingança.

De acordo agentes da Policia Civil, tudo leva crer que o advogado sofreu um surto psicótico. Ele está detido na 4ª Coorpin da cidade.

*As informações são do site Voz da Bahia

Fonte: Tribuna da Bahia

Financiamento de carro pode virar péssimo negócio

KARINA BARACHO

Sessenta ou setenta meses sem entrada com parcelas que cabem no seu bolso. Esse é um dos maiores atrativos das concessionárias da capital baiana quando querem captar mais um cliente. Com parcelas tão tentadoras, os consumidores não prestam atenção nas entrelinhas dos contratos e, na maioria dos casos, acabam pagando por juros abusivos e taxas cobradas pelos bancos e concessionárias, que, segundo o Código de Defesa do Consumidor, são ilegais.

De acordo com a Associação de Defesa dos Direitos dos Consumidores do Estado da Bahia (Aceba), os contratos não são claros em especificar tudo que está sendo cobrado. “Eles divulgam uma taxa específica, mas quando o contrato é submetido a uma avaliação por um calculista percebe-se que o valor da taxa de juros está muito acima do divulgado”, disse a advogada Carolina Cavalcante, da Aceba.

Ao comprar o primeiro veículo financiado, o funcionário público Márcio Machado, 37 anos, pagou algumas taxas sem saber da irregularidade. “Me cobraram um valor que era para emissão de boleto e uma outra quantia para fazer o meu cadastro, já que eu nunca tinha financiado veículo com aquele determinado banco”, lembrou o funcionário público que acrescentou ainda estar surpreso com a cobrança.
“Não foi nada exorbitante, mas já que é totalmente ilegal na minha opinião é má fé com os consumidores.Será que para conseguirmos os nossos direitos temos que sempre recorrer à Justiça”, desabafou ele. Porém, casos como o de Machado não são incomuns e, segundo especialistas acontecem com frequência, deixando o consumidor com uma dívida maior do que a planejada.
O advogado Ivan Ribeiro do Vale, disse que as cobranças abusivas vão além de taxas simples. “Muitas concessionárias e bancos continuam por exemplo cobrando juros sobre juros, o que é ilegal”. Mas, segundo ele, o consumidor fica a mercê dessas empresas ao assinar um determinado acordo. “Todos os contratos são de adesão, o que deixa o consumidor à mercê daquilo que está sendo imposto. E nesse caso o consumidor é uma parte financeiramente fraca e acaba cedendo as condições impostas”, observou o advogado.
Ribeiro do Vale acrescentou ainda que as partes também podem discutir até que ponto são aplicadas tais taxas ou não. Destacou ainda que mesmo que os acordos já tenham sido pagos, caso o contratante se sinta lesado inda assim pode entrar com revisão judicial. “Se ainda não tiver acontecido o prazo de prescrição, que acontece geralmente entre dois a três anos”, lembrou ele.

Pesquisar é a melhor opção

O melhor negócio é pesquisar as taxas de juros em outras instituições financeiras. “E buscar o menor valor”, alertou Ribeiro do Vale. Outro destaque conforme ele, é para a compra programada. “A pessoa pode guardar o dinheiro, poupar e adquirir o bem à vista. Com isso pode conseguir um desconto”, pontuou ele.
Um carro que custa R$ 30 mil, financiado em cinco anos pode ao final chegar a quase o dobro do valor à vista. Em casos de atrasos no pagamento das parcelas do financiamento a situação é mais preocupante. “No atraso de dois dias numa parcela de R$ 1.000 por exemplo, o valor a ser cobrado de juros chega a R$ 100”, concluiu Ribeiro do Vale.
Fonte: Tribuna da Bahia

Nos jornais: Transportes elevou verba de 11 obras suspeitas

Folha de S. Paulo

Transportes elevou verba de 11 obras sob suspeita

O Ministério dos Transportes aumentou neste ano os valores de pelo menos 11 contratos de obras em estradas e ferrovias que tiveram irregularidades apontadas pelo TCU (Tribunal Contas de União). Em dois casos, o órgão de controle recomendou a paralisação dos trabalhos. A verba extra para as obras sob suspeita soma R$ 113,5 milhões. O dinheiro foi destinado a empreiteiras e consultorias técnicas por meio de termos aditivos, que são acréscimos ao valor original dos contratos. As obras pertencem ao Dnit (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes) e à Valec, estatal que cuida das ferrovias. Os diretores dos dois órgãos foram afastados no sábado por determinação da presidente Dilma Rousseff. Segundo reportagem da revista "Veja", o PR do ministro Alfredo Nascimento montou um esquema de cobrança de propina de empreiteiras nos dois órgãos. Dilma teria reclamado de descontrole na assinatura de aditivos. A Lei de Licitações permite que o valor original dos contratos seja aumentado entre 25% ou 50% (exclusivamente para reformas) quando há, por exemplo, "fatos imprevisíveis" durante a obra. No total, o ministério autorizou o aumento de R$ 336,6 milhões em 46 contratos que sofreram aditivos este ano, segundo levantamento feito pela Folha. O fato de o TCU ter encontrado irregularidades em 11 desses contratos não impede legalmente a pasta de aumentar o seu valor. A situação mais crítica está na Valec. Dos 11 contratos com irregularidades, oito são tocados pela estatal.

Acusações atingem líderes das três principais correntes de partido aliado

O temporário voto de confiança dado por Dilma Rousseff ao ministro Alfredo Nascimento (Transportes) se explica, em parte, pela dificuldade de encontrar um nome no PR para ocupar a pasta. Isso porque as acusações do "mensalão do PR" atingem de uma vez os três principais caciques que controlam feudos dentro do antigo PL, uma das legendas do mensalão: a do próprio ministro, o senador Blairo Maggi (MT) e o deputado Valdemar Costa Neto (SP). Na nota que emitiu, o ministro se preocupou mais em se esquivar de responsabilidades que em prestar esclarecimentos sobre o que acontecia em sua pasta. O expediente e o temporário aval que obteve de Dilma não o eximem do fato de que seu chefe de gabinete, Mauro Barbosa, foi um dos afastados do cargo em razão das suspeitas de irregularidade.

Dilma dá tempo a ministro mas cogita troca

A presidente Dilma Rousseff decidiu não trocar imediatamente o comando do Ministério dos Transportes para dar mais tempo ao titular da pasta, Alfredo Nascimento, de esclarecer denúncias de corrupção. Segundo assessores, Dilma disse em reuniões ontem e anteontem que, se houver novas denúncias ou "respingos" das acusações no ministro, ele não será poupado. Ontem, a Secom (Secretaria de Comunicação) divulgou comunicado afirmando que "o governo manifesta sua confiança no ministro" e que ele é o "responsável pela coordenação" da apuração das irregularidades. A decisão de que ele estará à frente da investigação foi anunciada após reunião entre Nascimento e Dilma na noite de anteontem. O ministro apresentou suas explicações e reiterou que não tem ligação com o esquema.

Nascimento se dispõe a ir ao Congresso

O ministro dos Transportes, Alfredo Nascimento, anunciou ontem a abertura de sindicância para apurar as denúncias e se colocou "à disposição" do Congresso para prestar esclarecimentos. "São esclarecimentos desejáveis ao pleno afastamento de quaisquer suspeitas que possam pairar sobre a atuação da pasta." Ele pediu a convocação do Conselho de Administração da Valec para deliberar sobre o afastamento do presidente da estatal, José Francisco das Neves, até o fim da investigação.

Promessa de cargo de Valdemar é "dívida", afirmam deputados

Uma das principais características da atuação de Valdemar Costa Neto (PR-SP) na Câmara é dominar a bancada prometendo e entregando cargos nos Estados. Deputados dizem que "promessa de Valdemar é dívida".
Atual secretário-geral do PR, é um dos principais dirigentes na legenda e tem influência no Ministério dos Transportes. O próprio ministro Alfredo Nascimento é nome de sua confiança. Valdemar era o padrinho do ex-diretor da Valec José Francisco das Neves, conhecido como Juquinha.
Os dois são citados pela revista "Veja" por envolvimento em esquema de superfaturamento de obras e recebimento de propina, ao lado de servidores ligados à pasta. Foi de Valdemar a ideia de levar para o partido grandes puxadores de votos, como Tiririca, em São Paulo, e Anthony Garotinho, no Rio.

Rivais pedem apuração de ida de Cabral às Bahamas

Adversários do governador do Rio, Sérgio Cabral, querem que seja investigado se ele voou no jato do empresário Eike Batista para a capital das Bahamas, com escala em Manaus, em dezembro. Dados da Infraero mostram que um avião de Eike esteve no local no fim de 2010. O episódio foi narrado semana passada na rádio BandNews e descrito ontem na coluna do jornalista Ricardo Noblat em "O Globo". O deputado estadual Marcelo Freixo (PSOL) entrou ontem com representação no Ministério Público Federal pedindo a apuração do caso. O deputado federal Anthony Garotinho (PR-RJ) pediu no dia 30 à Secretaria de Aviação Civil informações sobre os voos que transportaram Cabral desde 2006. Documento da Infraero ao qual a Folha teve acesso confirma que a aeronave de prefixo PR-AVX, da AVX Táxi Aéreo, passou pelos aeroportos de Nassau e Manaus nos dias 4, 5, 8 e 12 de dezembro. A AVX pertence a Eike.

Polícia Federal ouve pessoas contatadas por hacker

A Polícia Federal ouviu pessoas que tiveram contatos com o hacker identificado como "Douglas" que diz ter invadido, no ano passado, e-mails da presidente Dilma Rousseff. A invasão, ocorrida durante a campanha eleitoral, foi revelada pela Folha na semana passada. O rapaz ofereceu cópia dos e-mails ao PSDB e ao DEM em troca de dinheiro, sem sucesso. Após a reportagem, a PF abriu inquérito por ordem do ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo. A PF se recusa a dar detalhes sobre o andamento do inquérito, como o número e os nomes das pessoas já ouvidas. A orientação sobre o sigilo foi dada pelo Palácio do Planalto. A reportagem apurou que uma das pessoas ouvidas foi o jornalista no Distrito Federal Edmilson Edson dos Santos, conhecido como Sombra e uma das testemunhas do mensalão do DEM no ano passado.

Velório de Itamar reúne desafetos políticos

O velório do presidente e senador Itamar Franco reuniu ontem, em Belo Horizonte, adversários políticos e desafetos históricos. Em mais uma troca de afagos entre o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e a presidente Dilma Rousseff, os tucanos esperaram durante uma hora e meia pela comitiva presidencial. Dilma retribuiu o gesto, parabenizando FHC por seus 80 anos -completados no último dia 18 de junho. "Assim posso cumprimentá-lo pessoalmente", disse ela, cercada por tucanos, todos à beira do caixão. "Chega de comemorações", interveio o senador Aécio Neves (PSDB-MG). "A partir de agora, tem que deduzir dez anos em cada aniversário. Já faço isso", brincou Dilma. Um dos mais duros críticos de FHC, o ex-ministro Ciro Gomes (PSB) ressaltou a emoção do tucano. "Pude perceber que ele estava triste, emocionado", comentou.

Oposição quer explicações sobre contratos com empresa de senador

O PSDB vai pedir que o presidente da Petrobras, José Sergio Gabrielli, dê informações sobre contratos entre a estatal e a Manchester Serviços, do senador Eunício Oliveira (PMDB-CE). O requerimento será feito hoje, nas comissões de Fiscalização Financeira e Controle e de Minas e Energia da Câmara. No domingo, "O Estado de S. Paulo" publicou reportagem afirmando que a Manchester fechou oito contratos com a estatal entre fevereiro de 2010 e junho de 2011 para fornecer mão de obra terceirizada. Os contratos, feitos sem licitação, somam mais de R$ 50 milhões.

O Globo

Dilma apoia ministro mas dá prazo para sanear Transportes

Diante das denúncias de corrupção e superfaturamento em contratos do Ministério dos Transportes, a presidente Dilma Rousseff deu prazo para que o ministro Alfredo Nascimento faça uma limpeza na pasta. Dilma emitiu uma nota manifestando confiança em Nascimento, presidente de um partido aliado importante, o PR, e dizendo que o ministro estará à frente das investigações - mas mandou que ele acione a Controladoria Geral da União (CGU) para uma devassa nos contratos dos Transportes. Na prática, é uma intervenção branca, depois do afastamento de quatro nomes da cúpula da pasta. Dilma já determinou que Nascimento vá ao Congresso se explicar, e o ministro reuniu às pressas a bancada do PR em busca de apoio. A oposição tentará convocar Nascimento e pedirá que o Ministério Público abra inquérito sobre o caso

PR promete 'apoio incondicional' a ministro

Na tentativa de se fortalecer no cargo, o ministro dos Transportes, Alfredo Nascimento, deflagrou ontem de manhã operação para obter apoio do PR. No fim do dia, conseguiu atrair ao seu gabinete a bancada no Senado, mas poucos deputados. Após mais de três horas de reunião, Nascimento conseguiu que as bancadas do partido no Senado e na Câmara soltassem uma nota manifestando "apoio incondicional" ao ministro. O partido decidiu ainda que o ministro irá voluntariamente ao Congresso para dar explicações sobre as denúncias de irregularidades. Os requerimentos para que Nascimento seja convidado serão apresentados hoje pelo senador Blairo Maggi (PR-MT) e pelo deputado Luciano de Castro (PR-RR).

PSDB e DEM pedem ao MP abertura de inquérito sobre denúncias no Transportes

Ciente das dificuldades para criar uma nova CPI, a oposição decidiu agir em outras duas frentes para garantir a investigação sobre o suposto esquema de corrupção no Ministério dos Transportes. PSDB e DEM protocolam hoje no Ministério Público uma representação pedindo abertura de inquérito para apurar as denúncias. Representantes dos dois partidos também articulam uma estratégia para tentar aprovar em comissões da Câmara e do Senado requerimentos de convocação do ministro Alfredo Nascimento e de outros envolvidos no escândalo.

Por enquanto, a oposição não cogita criar uma nova CPI do Dnit. O líder do PSDB no Senado, Álvaro Dias (PR), considera que qualquer esforço nesse sentido seria praticamente inútil, diante da ampla maioria da base governista no Congresso. E lembrou que, ano passado, o Senado arquivou um requerimento do senador Mário Couto (PSDB-PA), antes que a CPI fosse instalada. Segundo o tucano, a prioridade da oposição é garantir que pelo menos Nascimento se explique.

No velório de Itamar, Dilma e tucanos se encontram; FH lembra Plano Real

O ex-presidente Itamar Franco foi cremado na tarde de ontem, com honras de chefe de Estado, após um velório que reuniu aliados e antigos desafetos, como o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e o ex--governador José Serra. Durante a passagem da presidente Dilma Rousseff pela cerimônia, acompanhada por quatro ministros, os portões do Palácio da Liberdade foram fechados, e até autoridades e amigos foram vetados.

Durante o velório, Fernando Henrique deixou de lado as desavenças com Itamar, surgidas após a eleição de 1994, e lembrou que, por muitos anos, teve uma relação estreita com o ex-presidente, entremeada por muitas brincadeiras. Ministro da Fazenda do mineiro, o tucano chegou ao Planalto em 1995, com o apoio de Itamar, mas depois seguiram rumos opostos. Ontem, Fernando Henrique atribuiu a Itamar o mérito de "apoiá-lo" na implantação do Plano Real, abrindo caminho para a estabilização da moeda:

Dilma gasta bilhões para pagar PAC de Lula

A presidente Dilma Rousseff priorizou nos seis primeiros meses de governo o pagamento de obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) que deveriam ter sido concluídas por seu antecessor, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em vez de dar início a novos projetos. Levantamento da ONG Contas Abertas no Sistema Integrado de Administração Financeira (Siafi) mostra que, dos R$12,2 bilhões gastos com o programa, apenas 13%, ou R$1,6 bilhão, foram para novas obras.

A prioridade dada aos restos a pagar no 1º semestre do ano é uma constante no PAC, desde o início do programa, em 2007, mas agora a prática foi reforçada com o valor recorde: R$10,6 bilhões desembolsados entre janeiro e junho. No 1º semestre do ano passado, o governo Lula destinou R$6,7 bilhões aos restos a pagar e R$2,3 bilhões para as novas obras.

Burocracia compromete o orçamento

Especialistas em finanças públicas acreditam que a dificuldade de vencer a burocracia para viabilizar uma obra pública acaba levando o governo a comprometer boa parte do orçamento de programas com restos a pagar.

- Para iniciar uma obra é preciso fazer o projeto executivo, obter a licença ambiental e a licitação. Muitas empresas que perdem a licitação acabam contestando na Justiça. Isso tudo demora muito. Dá um trabalho danado - afirma Amir Khair, consultor em finanças públicas.

- No setor público, as preocupações exigidas pela lei provocam atraso. Isso é natural - avalia Adriano Biava, professor da Faculdade de Economia e Administração (FEA) da USP.

Preso provisório por crime leve pode ser solto

As mudanças no Código de Processo Penal brasileiro, que entraram em vigor ontem, abrem espaço para a libertação de pelo menos 219.470 mil presos provisórios (que ainda aguardam julgamento) em todo o país, caso os juízes entendam que a prisão seja uma medida extrema. De acordo com as mudanças, no lugar da prisão, o juiz poderá determinar uma série de medidas, como monitoramento com tornozeleira eletrônica, proibição de frequentar lugares públicos e restrição a viagens, entre outras. Na prática, a prisão preventiva passa agora a ser decretada como última alternativa para crimes com penas inferiores a quatro anos.

Visitas íntimas para detentos homossexuais

Presos homossexuais poderão ter direito a visitas íntimas, assim como já ocorre com detentos heterossexuais. Recomendação nesse sentido, válida para homens e mulheres, foi publicada ontem, no Diário Oficial, pelo Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária - órgão vinculado ao Ministério da Justiça.

A juíza Christine Kampmann Bittencourt, que foi relatora da resolução, disse que caberá aos governos estaduais implementar a nova medida. Ainda que a decisão não tenha caráter impositivo, ela disse acreditar que todos os estados adotarão a visita íntima para presos homossexuais. A periodicidade mínima é de uma vez por mês.

- As diferenças precisam ser respeitadas. Temos que deixar os preconceitos de lado. Estamos no século XXI - disse Christine.

OAB reprova 88% dos bacharéis, e 81 cursos não têm um só aprovado

A maioria esmagadora dos formandos em Direito que fizeram a última edição do Exame de Ordem da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) foi reprovada. Dos 106.891 bacharéis inscritos, 88,2% não passaram na prova. Do total, apenas 12.534 candidatos foram aprovados, de acordo com a OAB. Ainda segundo o órgão, 81 das 610 faculdades brasileiras que submeteram estudantes de Direito ao exame não tiveram nenhum candidato aprovado.

- Isso é reflexo, infelizmente, do ensino jurídico do Brasil - disse o presidente da OAB, Ophir Cavalcante, que decidiu enviar um ofício ao ministro da Educação, Fernando Haddad, sugerindo que essas faculdades sejam supervisionadas pelo ministério.

As instituições de ensino submetidas ao regime de supervisão do MEC têm seus índices de aprovação em exames de proficiência acompanhados e devem cumprir metas, sob pena de serem punidas com redução de vagas, suspensão de cursos e até fechamento do curso.

O Estado de S. Paulo

Ministro fica, mas Dilma usa crise para trocar equipe de Lula

A presidente Dilma Rousseff decidiu manter Alfredo Nascimento no Ministério dos Transportes, dois dias depois da divulgação de supostas irregularidades e superfaturamento em órgãos ligados a pasta. Em nota, o Planalto informou que Nascimento conduzirá as investigações. Dilma usou a crise para, no fim de semana, demitir o diretor-geral do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), Luiz Antônio Pagot, e o presidente da Engenharia, Construções e Ferrovias S. A. (Valec), José Francisco das Neves. A presença de ambos no governo não agradava a presidente, mas eles foram aceitos porque haviam sido nomeados por Lula. A Controladoria-Geral da União (CGU) anunciou um pente-fino nos contratos e obras do Ministério dos Transportes. Na CGU, a área é alvo, há dois anos, de 168 processos disciplinares de fiscais e auditores.

Pagot já era réu por improbidade ao ser mantido no cargo

Luiz Antônio Pagot já era réu em ação por improbidade quando a então presidente eleita Dilma Rousseff (PT) decidiu mante-lo no cargo, em dezembro de 2010. O processo contra Pagot tramita na 5ª Vara da Justiça Federal em Brasília desde 2008. Trata-se de ação civil pública na qual Pagot é acusado pelo Ministério Público Federal de ter acumulado indevidamente, por sete anos, a direção da Hermasa Navegação da Amazônia S.A, e cargo público em comissão de secretário parlamentar do Senado.

A Procuradoria da República pede a condenação de Pagot ao pagamento de R$ 428,2 mil - valor não corrigido - "pela percepção ilícita de simulação de exercício de cargo público no Senado". Segundo a ação, a Hermasa pertence ao grupo André Maggi, controlado pelo senador e ex-governador de Mato Grosso Blairo Maggi (2003-2010). Blairo, do PR, é padrinho político de Pagot. Antes mesmo da posse de Dilma, o senador confirmou que Pagot seria mantido no cargo.

Oposição articula CPI e convocação de ministro

Enquanto a oposição anunciava a iniciativa de convocar o ministro Alfredo Nascimento para falar no Senado e cogitava abertura de CPI sobre as denúncias de fraudes em sua pasta, representantes das bancadas do PR decidiam em reunião que ele iria espontaneamente às duas Casas do Congresso dar explicações.

Pelo roteiro armado pelo PR - que em nota manifestou "incondicional confiança e apoio" a seu ministro -, Nascimento falará na Câmara em sessão conjunta das Comissões de Trabalho, Transportes e de Fiscalização e Controle. No Senado, vai depor em sessão conjunta nas Comissões de Fiscalização e Controle e na de Infraestrutura.

Líderes do PSDB e do DEM, contudo, não querem apenas explicações no Congresso. Vão pedir também que a Procuradoria-Geral da República investigue as acusações que levaram ao afastamento de toda a cúpula do ministério, à exceção do próprio Nascimento. Os tucanos também avaliam se o caso vai exigir uma CPI.

PF apura sobrepreço de R$ 48 mi na Norte-Sul

A Polícia Federal e o Ministério Público Federal investigam, por meio de uma ação de improbidade, superfaturamento de R$ 48 milhões no trecho de 105 quilômetros da Ferrovia Norte-Sul que liga Santa Isabel a Uruaçu, em Goias, de responsabilidade da Valec, estatal vinculada ao Ministério dos Transportes. O prejuízo aos cofres públicos, segundo o Ministério Público, passa de R$ 71 milhões em valores atualizados.

As investigações indicam que, desde o edital, as regras adotadas direcionaram a licitação em favor da construtora Constran e seus aliados na suposta fraude.

Houve apenas sete empresas disputando os sete lotes da Norte-Sul, em execução no atual cronograma do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Cada concorrente ganhou um trecho, indicando combinação prévia. "Não houve disputa entre as empresas e houve divisão de fatias do bolo", anotou o procurador Pedro Telho Corrêa Filho, que assina a ação. O sobrepreço no lote 4, entregue à Constran, teria sido de 29,45%. A fraude, diz o procurador, pode ser a ponta de um grande esquema de desvio de dinheiro público na estatal.

CGU diz investigar setor há 2 anos, mas não houve punições

A Controladoria-Geral da União (CGU) informou ontem que a área dos Transportes é alvo, há dois anos, de 168 processos disciplinares de fiscais e auditores, mas admitiu não ter informação sobre qualquer medida que sua equipe tenha tomado para coibir irregularidades dos quatro integrantes da cúpula do setor demitidos pela presidente Dilma Rousseff no sábado. Do total de processos disciplinares contra funcionários do setor, a CGU instaurou 18 e acompanha outros 150 abertos pelo próprio Ministério dos Transportes.

Após as demissões por suspeita de corrupção, o ministro da CGU, Jorge Hage, disse, no fim de semana, que irregularidades estavam no "DNA" do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) e que, a pedido de Dilma, iria investigar o setor. A posição contundente de Hage, divulgada ontem pela manhã - dois dias depois das demissões -, foi classificada de "prevaricação" por parlamentares do oposicionista PSDB e causou desconforto no Planalto.

PMDB tenta mensurar impacto de crise no Rio

O PMDB fluminense encomendou uma pesquisa para medir o impacto eleitoral das crises enfrentadas pelo governador Sérgio Cabral no último mês. Entre sexta-feira e domingo, uma empresa contratada pelo partido vai às ruas para perguntar à população se Cabral ultrapassou limites éticos ao viajar no jato particular de Eike Batista e ao participar da festa de aniversário do dono da empreiteira Delta, que tem contratos de R$ 1 bilhão com seu governo.

Há 50 perguntas no questionário, elaborado pelo instituto de pesquisas e aprovado pelo diretório regional do partido. Pelo menos 15 itens avaliarão as relações entre Cabral e os empresários.

Busca por miseráveis no campo começa por Bahia e Minas

O governo federal deve iniciar pelo interior dos Estados da Bahia e de Minas Gerais a busca de famílias de pequenos proprietários rurais que ainda vivem em situação de miséria, com renda de até R$ 70 por pessoa. A localização das famílias e sua inclusão em programas de estímulo à produção rural é uma das prioridades do programa Brasil Sem Miséria, lançado em maio. De acordo com números que orientam o programa, do total de 16,2 milhões de pessoas na miséria, 4 milhões estão na zona rural.

No final desta semana começa no Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) a seleção das empresas de assistência rural que irão trabalhar na busca nos chamados territórios da cidadania de Irecê e Velho Chico, na Bahia, e Serra Geral, em Minas. A inclusão produtiva, defendida pela presidente Dilma Rousseff, tem um duplo objetivo no caso dos pequenos proprietários rurais que estão sendo procurados agora: melhorar as suas condições de vida, com geração de renda, e aumentar a produção de alimentos no País.

Corpo de Itamar é cremado em Minas

Com honras de chefe de Estado, o corpo do senador Itamar Franco (PPS-MG) foi cremado no fim da tarde de ontem em cerimônia reservada a familiares e amigos mais próximos no Cemitério Parque Renascer, em Contagem, região metropolitana de Belo Horizonte. Durante o dia, o corpo do ex-presidente foi velado no salão nobre do Palácio da Liberdade, antiga sede do governo mineiro, com a presença da presidente Dilma Rousseff e dezenas de personalidades de diferentes correntes dos cenários políticos nacional e mineiro.

Uma multidão de cerca de 4,5 mil pessoas, segundo a Polícia Militar, foi ao local se despedir de Itamar. As cinzas do ex-presidente serão entregues hoje à família e, a pedido de Itamar, depositadas no túmulo de sua mãe, Itália Cautier, em Juiz de Fora.

Itamar morreu aos 81 anos no sábado, vítima de acidente vascular cerebral em São Paulo, onde estava internado para tratar uma leucemia.

Obra em Estado de ministro é investigada

Investigações do Tribunal de Contas da União (TCU) e do Ministério Público Federal (MP) em obras suspeitas de superfaturamento flagraram um caso emblemático na BR-174, na região de Roraima e Amazonas - redutos de parte da cúpula do PR, partido do ministro Alfredo Nascimento (Transportes). As empreiteiras da obra irrigaram as campanhas eleitorais do PR e do PMDB, no ano passado, com R$ 12 milhões.

Um acórdão do TCU, aprovado em setembro, aponta indícios de sobrepreço de R$ 24,5 milhões. A investigação foi feita em cima de R$ 282 milhões destinados à rodovia - total empenhado entre 2003 e junho de 2010.

Paralelamente ao trabalho do TCU, o MP investiga as doações das vencedoras· da licitação a Nascimento (que foi candidato ao governo do Amazonas), ao senador Romero Jucá (PMDB-RR), ao tucano Anchieta Júnior (candidato ao governo de Roraima) e ao deputado Luciano Castro (PR-RR). No total, as quatro empreiteiras - Via Engenharia, Delta Construções, CMT Engenharia e Engesa (do consórcio Seabra-Caleffi) - doaram aos candidatos e/ou aos partidos R$ 12,1 milhões em 2010.

Correio Braziliense

Oposição cobra saída de ministro e quer CPI

Cresce a pressão para que o ministro dos Transportes, Alfredo Nascimento, deixe o cargo. Envolvido em denúncias de superfaturamento em obras e cobrança de propina, ele se transformou no mais novo alvo da oposição, que resolveu atacar em várias frentes. PSDB, DEM e PPS querem convocá-lo para dar explicações no Congresso, correm atrás de assinaturas para criar uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) e cobram investigação do Ministério Público Federal, auditoria do Tribunal de Contas da União (TCU) e abertura de inquérito na Polícia Federal. Depois de afastar quatro assessores do ministro, a presidente Dilma dá sinais de que pretende mantê-lo na pasta. Mas o líder do PSDB, Álvaro Dias, diz que Nascimento não tem condições de permanecer no posto. "A obrigação é de saber e de ver o que ocorre no ministério. Se não sabe e não vê, não tem condições de ser ministro", afirmou

Trégua política na despedida a Itamar

No Palácio da Liberdade, em Belo Horizonte, palco de algumas de suas principais batalhas políticas, o ex-presidente e senador Itamar Franco (PPS) recebeu ontem as últimas homenagens de milhares de pessoas, entre populares, amigos, familiares e até mesmo antigos adversários. Algumas das principais personalidades políticas do Brasil, como a presidente Dilma Rousseff e a cúpula do PSDB, acompanharam a solenidade. Ao som de Oh, Minas Gerais e com uma chuva de pétalas de rosas brancas, o corpo foi recebido na antiga sede do governo, que ele ocupou entre 1999 e 2002.

Aplausos romperam o silêncio na chegada do caminhão do Corpo de Bombeiros que levou o caixão, coberto pelas bandeiras de Minas Gerais e do Brasil. Cerca de 4,5 mil pessoas, segundo a Polícia Militar, acompanharam o adeus. Imprevistos, bem ao estilo Itamar, não faltaram. Por causa do mau tempo em Juiz de Fora (MG), o traslado feito em avião da Força Aérea Brasileira (FAB) foi adiado e o segundo velório, na capital mineira, começou com uma hora e meia de atraso.

MP notifica Zezé Perrella

O primeiro-suplente de Itamar Franco no Senado, Zezé Perrella (PDT-MG), terá que prestar esclarecimentos ao Ministério Público (MP) de Minas Gerais sobre a sua evolução patrimonial. Segundo a assessoria de comunicação do MP, o promotor Eduardo Nepomuceno, do Patrimônio Público, já expediu a notificação, mas não informou a data do depoimento. Perrella é investigado pelo MP por supostas irregularidades envolvendo negociações de jogadores do Cruzeiro Esporte Clube, time do qual é presidente. A Polícia Federal também apura o suplente por supostos crimes de lavagem de dinheiro e enriquecimento ilícito.

Nascimento fica para enfrentar investigações

O ministro dos Transportes, Alfredo Nascimento, está mantido no cargo, mas terá que provar que as denúncias de cobrança de propina de 4% a 5% nas obras conduzidas pelo ministério estão restritas aos demais escalões da pasta e não desembocam em seu gabinete. Na manhã de ontem, Alfredo conversou com a presidente Dilma Rousseff no Palácio da Alvorada e chegou a colocar o cargo à disposição. Dilma não aceitou, mas obrigou o ministro a pedir a abertura de inquérito na Controladoria-Geral da União (CGU), no Tribunal de Contas da União (TCU), no Ministério Público Federal e na Polícia Federal. "Arque com as consequências dessa investigação", disse a presidente a Alfredo, segundo apurou o Correio.

Corredor polonês

O ministro dos Transportes, Alfredo Nascimento, começou ontem a travessia de um corredor polonês. Se sobreviver ao que vem pela frente, permanecerá no cargo. Caso contrário, será levado a pedir demissão. Ao ser colocado como o principal polo das investigações de propina e superfaturamento de obras no seu ministério, ele terá que apresentar resultados concretos. Ou inocenta a todos — o que ninguém acredita ser possível por causa do escoadouro de recursos que virou o setor de transportes — ou será obrigado a dizer que não controlava direito o ministério.

As duas situações são indigestas do ponto de vista político. E, para completar, o pior ainda está por vir. Alfredo será chamado ao Congresso para dar explicações em várias frentes. Isso se não vier uma Comissão Parlamentar de Inquérito. A oposição já se preparar para tentar levá-lo a várias instâncias

"Sem condições de continuar"

Os partidos de oposição definiram uma ampla estratégia para enfraquecer o ministro dos Transportes, Alfredo Nascimento. Convocação no Congresso, Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), abertura de investigação pelo Ministério Público Federal, auditoria no Tribunal de Contas da União (TCU) e pedido de inquérito na Polícia Federal são as armas de PSDB, DEM e PPS.

Nascimento se vê envolvido em denúncias de pagamento de propina em obras tocadas pela pasta para engordar o caixa do seu partido, o PR.

O líder do PSDB, Álvaro Dias, disse que o ministro não tem condições de tocar a pasta. "A obrigação é de saber e de ver o que ocorre no ministério. Se não sabe e não vê, não tem condições de ser ministro", afirmou Dias (PR). "Essa tática de transferir responsabilidade não pode prevalecer. A responsabilidade é de quem comanda. Os assessores devem ser condenados se praticaram ilícitos", acrescentou Dias.

Mais de 140 processos no TCU

Afastados pelo ministro dos Transportes, Alfredo Nascimento, após revelação de que um suposto esquema de pagamento de propina foi montado para beneficiar políticos do PR, o diretor-geral do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), Luiz Antonio Pagot, e o diretor-presidente da Valec Engenharia, Construções e Ferrovias, José Francisco das Neves, já são velhos conhecidos do Tribunal de Contas da União (TCU). Os dois são citados em mais de 140 acórdãos elaborados pelo tribunal. Boa parte dos processos aponta irregularidades em obras tocadas pelos dois órgãos, incluindo superfaturamento, sobrepreço, pagamento por serviço não prestado e licitações dirigidas. Em 2010, o Ministério dos Transportes foi o destino da maioria das emendas feitas por parlamentares do PR. Dos cinco parlamentares que elaboraram emendas para obras da pasta, três são de deputados do Partido da República: Valdemar Costa Neto (SP), Sandro Mabel (GO) e Wellington Fagundes (MT) (veja quadro).

Recesso também para a Emenda 29

O governo vai aproveitar o clima amistoso no Congresso conseguido após a prorrogação dos restos a pagar de 2009 para adiar a votação da Emenda 29, que destina mais recursos para a saúde. Apesar do discurso de líderes e da promessa do presidente da Câmara, Marco Maia (PT-RS), de votar a proposta, a base aliada já foi informada de que deve acalmar os ânimos e impedir que a matéria entre na pauta. É o preço cobrado pelo Planalto por ter contrariado as orientações da equipe econômica e evitado que cerca de R$ 4,6 bilhões das emendas sumissem de vez das perspectivas financeiras dos estados e municípios.

Os aliados devem ser obedientes e não vão apresentar reações ao discurso governista de adiamento da votação. A ideia é fechar um acordo para que a matéria só volte à pauta depois de agosto. "Temos muitas coisas na fila de prioridades. Há as medidas provisórias e o projeto que cria o Pronatec (Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico). Essas são nossas prioridades e vamos articular essas votações. A Emenda 29 só pode entrar na pauta depois de conversas e acordos com os governadores", avisa o líder do governo na Câmara, Cândido Vaccarezza (PT-SP).

Fonte: Congressoemfoco

Corpo de Itamar é cremado em Minas Gerais

A presidenta Dilma Rousseff e o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso compareceram ao velório do ex-senador e ex-presidente, no Palácio da Liberdade, em Belo Horizonte

Fabio Pozzebom/ABr
Dilma, Fernando Henrique, Aécio e Serra velam o corpo de Itamar Franco em Belo Horizonte

Fábio Góis

O corpo do ex-presidente da República Itamar Franco foi cremado na cidade de Contagem, região metropolitana de Minas Gerais. Fechado ao público, o procedimento foi restrito a familiares e amigos, que deixaram o local sem dar declarações à imprensa. O ex-senador pelo PPS mineiro morreu aos 81 anos no sábado (2), em São Paulo, onde estava internado no Hospital Albert Einstein desde 21 de maio para tratamento de leucemia.

Leia mais:
O topete de Itamar vai fazer falta
Itamar disparou contra tudo e todos no Senado
Itamar é criticado por jornal paraguaio

Momentos antes, a presidenta Dilma Rousseff e o presidente de honra do PSDB, Fernando Henrique Cardoso, encontraram-se no segundo velório de Itamar (o primeiro foi ontem, em Juiz de Fora), realizado no Palácio da Liberdade, antiga sede do governo mineiro. Segundo a Polícia Militar, cerca de 4,5 mil pessoas compareceram para o último adeus a Itamar, cujo corpo foi conduzido para a cremação sob aplausos de populares.

Ao chegar ao velório, Dilma abraçou as filhas do ex-presidente, Georgiana e Fabiana, evidentemente abaladas, e em seguida prestou reverência à memória do ex-presidente. Acompanhada de membros do governo, Dilma ficou cerca de uma hora no local, onde trocou palavras com FHC por alguns instantes, ao lado do caixão de Itamar. Acompanharam a presidenta os ministros Gleisi Hoffmann (Casa Civil), Antonio Patriota (Relações Exteriores), Ideli Salvatti (Relações Institucionais) e Helena Chagas (Secretaria de Comunicação da Presidência da República). O velório foi interrompido durante a permanência das autoridades.

Também compareceram ao velório nomes da cúpula do PSDB, entre eles o governador de Minas, Antonio Anastasia, o senador Aécio Neves (MG) e o ex-governador de São Paulo José Serra.

O corpo de Itamar foi conduzido ao velório, no fim da manhã de hoje (segunda, 4), no mesmo carro do Corpo de Bombeiros que conduziu os corpos de Tancredo Neves e José Alencar. Os populares atiraram pétalas no caixão do ex-presidente e entoaram a música de domínio público cujos versos garantem que, quem conhece Minas Gerais, não “esquece jamais”.

Fonte: Congressoemfoco

Arraiá da verba pública: R$ 22 milhões

As festas juninas espalhadas pelo país têm sido o destino preferido do dinheiro das emendas ao orçamento. Mesmo as maiores e recheadas de patrocínios não dispensam o dinheirinho público. Até alguns parlamentares reconhecem que o dinheiro poderia ter melhor aplicação

Embratur
As festas de São João, como a de Campina Grande, receberam R$ 22 milhões de emendas parlamentares até agora

Edson Sardinha

Festa junina no Brasil é assim: tem arraial, quentão, quadrilha ... e dinheiro público de montão. A pedido dos parlamentares, o Ministério do Turismo já garantiu, até o momento, o repasse de R$ 22 milhões para a realização dos festejos populares dos meses de junho e julho. Essa verba sairá dos cofres para atender às solicitações feitas nos últimos meses por 66 autoridades: 49 deputados, 12 senadores e cinco ex-parlamentares. Quase a metade desse valor, R$ 10,4 milhões, foi destinada a redutos eleitorais de apenas dez parlamentares, seis deles da Paraíba.

Os pedidos de direcionamento dos recursos foram feitos por ofícios encaminhados pelos gabinetes ao ministro Pedro Novais (PMDB). Um terço do dinheiro prometido contemplou as reivindicações de 17 parlamentares do partido dele. Até agora, R$ 7,8 milhões estão reservados para prefeitos indicados por peemedebistas. O PR, com R$ 3,35 milhões, e o PSC, com R$ 2 milhões, aparecem em seguida na lista dos partidos mais “festivos”. Entre as bancadas estaduais, a da Paraíba, com R$ 6,7 milhões, a do Ceará, com R$ 4,4 milhões, e a da Bahia, com R$ 2,95 milhões, foram as mais contempladas. O Maranhão, estado natal do ministro, ficou com apenas R$ 100 mil.

Mas a distribuição de dinheiro público para esse tipo de festa nos redutos eleitorais dos parlamentares este ano será ainda maior do que os R$ 22 milhões prometidos até agora. O Ministério do Turismo ainda analisa pedidos de convênio de prefeituras que vão promover festas em julho. Os dados fazem parte de levantamento feito pelo Congresso em Foco até a última sexta-feira (1º).

Mesmo os parlamentares que mais direcionaram recursos do orçamento às festas juninas reconhecem que esse dinheiro público poderia ser aplicado para atender demandas mais prementes da sociedade. Eles dizem fazer isso para atender a apelos de prefeitos e eleitores de seus estados. Outros sustentam que o aquecimento na economia local compensa o investimento e garante a preservação de uma tradição, forte principalmente no Nordeste.

A BANCADA DO SÃO JOÃO NO CONGRESSO
Os dez parlamentares que obtiveram mais dinheiro para as festas juninas
Senador Vital do Rêgo Filho (PMDB-PB)
- R$ 2,05 milhões
Deputada Gorete Pereira (PR-CE) - R$ 1,4 milhão
Senador Eduardo Amorim (PSC-SE) - R$ 1,23 milhão
Deputado Márcio Marinho (PRB-BA) - R$ 1 milhão
Senador Wilson Santiago (PMDB-PB) - R$ 950 mil
Ex-deputado Wilson Braga (PMDB-PB) e deputado Hugo Motta (PMDB-PB) - R$ 900 mil
Cícero Lucena (PSDB-PB) - R$ 800 mil
Carlos Eduardo Cadoca (PSC-PE) - R$ 800 mil
Wellington Roberto (PR-PB) - R$ 750 mil
Manoel Júnior (PMDB-PB) - R$ 600 mil
Contrários, mas nem tanto

Responsável pelo envio de R$ 1,4 milhão para festas juninas no Ceará este ano, a deputada Gorete Pereira (PR-CE) diz que a proibição de repasse dessa natureza forçaria as prefeituras a buscarem financiamento na iniciativa privada. “Os municípios ficam em cima da gente, pedindo recursos. Se o ministério acabasse com isso, a iniciativa privada financiava 100%. Seria melhor mandar dinheiro para fazer praça e escola”, reconhece a vice-líder do PR. “Mas as pessoas também vivem de circo”, acrescenta a deputada. Até a semana passada, 19 cidades cearenses haviam recebido a promessa (empenho) federal de ajuda para os festejos.

Também vice-líder do PR, o deputado Wellington Roberto é outro que se diz contrário a esse tipo de emenda, apesar de ter pedido o repasse de R$ 750 mil para a realização dos festejos de meio de ano na Paraíba. “Quando prefeito faz uma festa menor que o anterior, o seu antecessor cai em cima, dizendo que fez uma festa melhor, que trouxe bandas melhores. Existe essa queda de braço. Pense num negócio nojento. É concorrência desleal, o prefeito fica na saia justa, porque é cobrado pela população”, diz Wellington.

Ele conta que um dos municípios indicados por ele para receber R$ 150 mil acabou perdendo o recurso por estar com pendências em suas contas. Com isso, segundo o deputado, os pedidos atendidos dele ficaram em R$ 600 mil.

Colhendo os "louros"

O vice-líder do PR admite que as festas juninas rendem dividendos políticos e eleitorais para prefeitos e parlamentares. Além de liderar o volume de recursos, a Paraíba é o estado com mais municípios contemplados com recursos do Ministério do Turismo para festas juninas – são 38 ao todo. “Não posso afirmar que há uso político, mas o parlamentar vai pra lá na festa, onde está toda a população da cidade, e tira proveito disso. Você vai colher algum louro dentro da condição política”, reconhece Wellington.

Ele afirma que o dinheiro seria mais bem empregado em investimentos de infraestrutura turística. Mas, segundo o deputado, a emenda acaba sendo necessária para atender ao caráter festivo dos nordestinos. “O povo do Nordeste é festeiro. Vá após o encerramento da festa em Campina Grande. Os ‘nego’ tão caindo na calçada. Não sei aonde arranjam vigor físico para tomar tanta ‘cana’. Nos outros dias, estão caindo pelas tabelas também, mas estão trabalhando”, diz o deputado.

Corrupção em todo canto

O senador Wilson Santiago (PMDB-PB) e o deputado Manoel Junior (PMDB-PB) saem em defesa das emendas para a realização das festas juninas. Para eles, só quem vai a um grande arraial nordestino sabe reconhecer a importância desse tipo de evento para a cultura e a economia local. “É uma manifestação secular e espontaneamente popular. O que o Estado faz é promover intercâmbio de artistas. Quem lucra é o comércio, formal e informal. Isso é absolutamente legal. Corrupção há em todo canto. Não é por causa do São João”, diz Wilson Santiago, por meio de sua assessoria. O senador destinou R$ 950 mil para festas em seu estado.

Seguindo o mesmo raciocínio, Manoel Júnior afirma que o retorno econômico produzido pelas festas e a falta de recursos das prefeituras justificam a intervenção dos parlamentares no governo federal para garantir o repasse de dinheiro público. “De onde o prefeito vai tirar isso? Do Fundo de Participação dos Municípios e dos impostos municipais? Ele acabaria tirando dinheiro da saúde, da educação e da cultura. O prefeito tem de rebolar para atender às expectativas da população que gosta de arrastar o pé na poeira e que tem o direito, pelo menos uma vez por ano, de se divertir”, considera.

Até a semana passada, o Ministério do Turismo havia se comprometido a transferir R$ 600 mil para festas em municípios indicados pelo deputado peemedebista. “Não só estamos estimulando a cultura local, o forró tradicional e o forró de ‘plástico’, que atraem multidões, aquecendo a economia e o comércio locais. Além do retorno cultural, que é o fundamental, isso mantém a chama acesa de nossa cultura do Nordeste”, defende.

Fiscalização

Manoel Júnior afirma que o parlamentar não pode ser responsabilizado por eventuais desvios de recursos públicos com a realização de eventos. Ele diz que, de maneira preventiva, faz advertências aos aliados que costuma ajudar. “Não sou deputado que pede percentual nem indico empresa para fazer obra. A única coisa que peço aos meus prefeitos é que apliquem o dinheiro com correção. Este ano mesmo, reuni prefeitos para orientar melhor e não gerar problemas de aplicação de recursos”, ressalta.

Carlos Eduardo Cadoca (PSC-PE) também garante que a fiscalização é rígida nesse tipo de evento. “As festas já foram realizadas pelos respectivos municípios e devidamente acompanhadas por representantes do ministério para efeito de fiscalização. Falta pagar”, diz o pernambucano, que mandou R$ 800 mil do orçamento para prefeituras organizarem festas no estado.

O parlamentar afirma que ainda tem quase R$ 2 milhões para destinar a eventos. “Da rubrica eventos, ainda há um saldo de R$ 1,7 milhão, que será oportunamente destinado a outros eventos turísticos desde que exista limite financeiro para empenho por parte do ministério e os projetos apresentados pelas prefeituras sejam previamente aprovados”, declara.

Procurado pelo Congresso em Foco, o Ministério do Turismo diz que repassou mais de R$ 50 milhões para as festas juninas no ano passado e que já reservou mais de R$ 19 milhões em 2011. Segundo o ministério, todos os cuidados estão sendo tomados para coibir desvios. “Toda a documentação é analisada quando da apresentação da prestação de contas e caso não esteja adequado ao aprovado no Plano de Trabalho, o valor equivalente a este item será glosado”, informa a assessoria (leia a íntegra da resposta do MTur).

Emendas emprestadas

O interesse em atender as bases eleitorais com esse tipo de medida é tão grande que até alguns ex-parlamentares, que não renovaram o mandato em outubro, pediram ao ministério que direcionasse as emendas que eles apresentaram à proposta orçamentária para a geração de fluxo turístico. Alguns, como os ex-deputados Themístocles Sampaio (PMDB-PI), Virgílio Guimarães (PT-MG) e Airton José Medeiros (PT-PI) o fizeram em próprio nome.

O ex-senador Efraim Morais (DEM-PB) e o ex-deputado Jackson Barreto (PMDB-SE), atual vice-governador de Sergipe, cederam suas emendas a colegas. Efraim, ao deputado Efraim Filho (DEM-PB) e Jackson, ao senador Eduardo Amorim (PSC-SE). Os dois ex-congressistas informaram ao ministério que Efraim Filho e Eduardo Amorim dariam destino às suas emendas. Foi o que ocorreu.

Leia também:

Turismo diz que repasses seguem critério técnico

Fonte: Congressoemfoco

Lembranças de Juscelino

Sebastião Nery

“Tres dias antes de morrer, Juscelino viera de sua fazendinha em Luziania e pernoitara no apartamento do primo Carlos Murilo, em Brasília. Estava triste e deprimido por tantas injustiças e perseguições, e fez a esse seu primo e meu xará a seguinte confissão que, autorizado por ele, agora, pela primeira vez, vou revelar :

- “Meu tempo, aqui na terra, está acabado. Tenho o quê, de vida? Mais dois, tres ou cinco anos? O que eu mais quero agora é morrer. Não tenho mais idade para esperar. Meu único desejo era ver o Brasil retornar à normalidade democrática. Mas isso vai demorar muito e eu quero ir embora”.

Estava sem dinheiro e tomou 10 mil cruzeiros emprestados. Tendo Ulysses Guimarães e Franco Montoro como companheiros de vôo, viajou para São Paulo e desceu em Guarulhos, porque o aeroporto de Congonhas estava fechado. Ficou hospedado na Casa da Manchete, em São Paulo”.

***

No dia seguinte, JK despediu-se de Adolfo Bloch, que depois revelava:

- “Ele deu-me um abraço tão forte e tão prolongado que parecia estar adivinhando ser aquele o nosso ultimo encontro. E chegou a mostrar-me o bilhete da Vasp, como prova da sua viagem, naquela noitinha, para Brasília”.

E morreu dormindo. Mas, desde a véspera, havia telefonado para seu fiel motorista, Geraldo Ribeiro, pedindo-lhe que fosse a São Paulo buscálo de carro, e marcando um encontro no posto de gasolina, quilometro 2 da Dutra.

Pergunta-se hoje : por que Juscelino estava despistando e escondendo a sua real intenção de não ir para Brasília e sim de retornar ao Rio? Não queria que dona Sarah soubesse? Seria algum encontro amoroso?

E era”.

***

Esta é uma das muitas, numerosas historias contadas pelo veterano jornalista e acadêmico Murilo Mello Filho (nasceu em Natal, com a revolução de 30), com mais de meio século de redações, em seu livro, “Tempo Diferente” (primorosa edição da Topbooks) sobre 20 personalidades da política, da literatura e do jornalismo brasileiro:

- “Aqui estão contadas historias reais e verazes, acontecidas com tantos homens importantes no universo literário e político do pais, que viveram num tempo diferente” : Getulio, JK, Jânio, Café Filho, Lacerda, Chateaubriand, Tristão de Athayde, Augusto Frederico Schmidt, Carlos Drummond de Andrade, Celso Furtado, Evandro Lins, Austregésilo de Athayde, Guimarães Rosa, Jorge Amado, José Lins do Rego, Rachel de Queiroz, Raimundo Faoro, Roberto Marinho, Carlos Castello Branco, Otto Lara Rezende.

Agora que a imprensa e sobretudo a televisão quase esqueceram Juscelino, é bom relembrar outras historias contadas pelo depoimento de testemunha de Murilo, no capitulo “JK, do Seminarista ao Estadista”.

***

- “Eu era então (em 56) chefe da seção política da “Tribuna da Imprensa”, jornal de oposição, dirigido por Carlos Lacerda, que movia feroz campanha contra JK. Apesar disso, ele sempre me distinguiu com especial atenção e, na sua segunda viagem a Brasília, me convidou para acompanhá-lo.

Saímos do Rio num Convair da Aerovias-Brasil e aterrissamos numa pista improvisada, perto do Catetinho, que tinha sido inaugurado no dia 1o de novembro. Às quatro horas da madrugada do dia seguinte, ainda noite escura, JK já estava de paletó esporte, camisa de gola rolê, chapéu de aba larga, botinas e um rebenque, batendo à porta de nossos quartos, e convidando-nos para irmos com ele visitar as obras de Brasília, naquele imenso descampado :

- Aqui será o Senado, ao lado da Câmara, mais adiante os Ministérios. No outro lado, o Supremo e o palacio do Planalto, onde irei despachar”.

***

- “Naquela nossa primeira noite em Brasília, após um dia de calor escaldante, os engenheiros estavam na varanda do Catetinho, em torno de uma garrafa de uísque, que era bebido ao natural, isto é, quente, porque em Brasília não havia ainda energia eletrica e, portanto, não havia gelo, que era artigo de luxo. Juscelino, presente, comentou :

- Vocês sabem que eu não gosto de uísque. Mas que uma pedrinha de gelo, aí nos copos, seria muito bom, seria.

Nem bem ele acabou de pronunciar essas palavras, o céu se enfaruscou e uma chuva de granizo despencou sobre aquele planalto, levando os boêmios candangos a aparar as pedras, jogar nos copos e tomar uísque com gelo”.

Era o primeiro milagre de Brasilia.

***

E este bilhete de Adolfo Bloch a Murilo, já na “Manchete” em Brasília:

- “Murillo, ai vai esta lancha para você fazer relações publicas no lago de Brasília. Não faça economia em relações publicas. Nós, os judeus, perdemos o Cristo por falta de relações publicas. E fizemos um mau negocio, porque um homem como aquele não se perde”.

Fonte: Tribuna da Imprensa

Jobim: personagem de FHC, de Lula, de Dilma, agora de Nelson Rodrigues

Pedro do Coutto

O ex-deputado Nelson Jobim, ministro da Justiça de FHC, por este nomeado para o Supremo Tribunal Federal, e ministro da Defesa de Lula, após aposentar-se do STF, mantido no cargo por Dilma Rousseff, personagem portanto de vários governos, apresenta-se agora como personagem de “A Vida Como Ela É”, de Nelson Rodrigues. Recorreu a ele ao subir no palco dos acontecimentos, desta vez para passar à presidente sua cerimônia de despedida de tantos e diversos ministérios, de tantas e diversas tendências políticas.

Alguma dúvida? Se dúvida houvesse quanto sua intenção de afastar-se da Esplanada, não teria feito, no Senado, o discurso que fez ao participar da homenagem pela passagem dos 80 anos do ex presidente Fernando Henrique. Elogiou enfaticamente FHC e, no contexto, afirmou textualmente que hoje tem de tolerar idiotas. Esqueceu a expressão idiotas da objetividade a que o autor de “Vestido de Noiva” recorria frequentemente. “Só os profetas enxergam o óbvio”, para mim esta a melhor de todas. Cortes de linguagem fortes como os provérbios. E reveladoras de intenções, disfarces e de posicionamentos que a mente humana traduz e revela.

Nós precisamos ter presente – acentuou referindo-se a FHC – que os tempos mudaram. Nelson Rodrigues dizia no passado que os idiotas chegavam devagar e ficavam quietos. O que se percebe hoje é que os idiotas perderam a modéstia. E nós temos de ter tolerância e compreensão também com os idiotas (repetiu novamente), que são exatamente aqueles que escrevem para o esquecimento.

Mais do que evidente que as palavras de Nelson Jobim tinham (e têm) endereço definido. Presidente Dilma Roussef, no Palácio do Planalto, Brasília.

Não pode ser outro. Caso contrário, não injetaria nas expressões a ênfase que injetou. Está portanto de saída da Defesa. Partiu para o ataque. Escreveu para o esquecimento. Qual? Faltou explicar.

Mas a lacuna não tem importância, tantas as presenças em suas palavras. A maior delas a que passou a atmosfera de insatisfação. Clima indisfarçável para qualquer ator da cena política, uma vez que decorre sempre de situações reais bastante substantivas. Como vontades contrariadas, contestações em série, perda de espaço administrativo, enfraquecimento no eterno jogo do poder.

Existe a hipótese, mais plausível, de algum desentendimento mais forte com Dilma Rousseff, uma vez que Jobim projetou, no seu discurso, o confronto entre o estilo suave de Fernando Henrique em relação a outro mais rude. Tanto assim que revelou para todos que Fernando Henrique nunca levantou a voz. Levantar a voz? Porque dizer isso? Só poderia estar comparando o comportamento polido do homem do PSDB, tucano portanto, com o da mulher do PT que preside o país.

A excelente reportagem de Vera Magalhães e Cátia Seabra, Folha de São Paulo de sexta-feira, não dá margem a dúvida. O texto é primoroso. Traduziu o clima, tanto em torno de Jobim, quanto o panorama de tensão ampliado por ele.

Me veio à memória a única atuação de Nelson Rodrigues como ator, o de tio Raul, da peça “Perdoa-me por Me Traires”, Teatro Municipal, novembro de 1956. Tio Raul é chamado a intervir na crise conjugal de seu sobrinho e conclui: você não tem razão nenhuma.

Desce o pano. Intervalo para o segundo ato. Com o tipo de saudação a FHC, Nelson Jobim prepara sua saída de cena. Ou então ameaça deixar o palco caso Dilma não alise as arestas e os espinhos surgidos no Ministério Civil que deve coordenar as ações militares. Este o único dilema que Jobim iluminou pensando na reação de Roussef. Ela não queria mantê-lo no posto. Mas Lula a convenceu. Talvez agora o próprio antecessor esteja mais convencido das razões da sucessora. Quem sabe? As próximas semanas vão revelar. Uma novela.

Fonte: Tribuna da Imprensa

Nocaute no primeiro round

Carlos Chagas

Ultrapassou a presidente Dilma o obstáculo inicial no primeiro teste de combate à corrupção em seu governo. O episódio Antônio Palocci não valeu, pois as lambanças praticadas pelo ex-chefe da Casa Civil aconteceram antes da posse, mesmo revelados depois. Ainda assim, a presidente afastou o auxiliar.

Agora, caracterizou-se a roubalheira explícita no ministério dos Transportes e desde logo Dilma convocou os responsáveis, ainda que Alfredo Nascimento não comparecesse, saltando de banda. Olho no olho ela identificou as falcatruas e exigiu o afastamento de quatro integrantes da quadrilha. Ontem, durante o dia, faltava apenas a defenestração do ministro dos Transportes, já com a cabeça no cepo.

Fica para a Polícia Federal o levantamento do montante de recursos superfaturados, seu destino e a apuração de outros envolvidos, inclusive os empreiteiros, mas a pergunta que se faz é que estruturas Dilma Rousseff irá erigir sobre os escombros do PR. Se pretender manter o singular e diminuto partido em sua base de apoio, procurando bem, encontrará gente honesta, em seus quadros. Mas se preferir desinfetar o ministério, que forças convocará?

Por certo que PT e PMDB estão de olhos e goelas bem abertas para abocanhar mais essa fatia do poder, mas parece pouco provável que o ministério dos Transportes lhes venha a ser oferecido. O mais provável será uma solução parecida com a que ainda agora serviu para preencher a Casa Civil e o ministério das Relações Institucionais: pessoas da inteira confiança da presidente, com vinculação partidária mas muito mais ligadas a ela do que às legendas onde se integram, como Gleisi Hoffmann e Ideli Salvatti.

De qualquer forma, foi pronta a reação à primeira bandalheira descoberta, ao menos conforme as iniciativas adotadas. Dilma não esperou nem contemporizou, como fizeram Fernando Henrique e o Lula em diversas oportunidades. Optou pela fórmula Itamar Franco…

***
NÃO MEXAM COM A BAHIA

A frase preferida do falecido senador Antônio Carlos Magalhães era “não mexam com a Bahia”. Diversas vezes ele se insurgiu contra governos e governantes empenhados em prejudicar seu estado natal, até mesmo exagerando no episódio do Banco Econômico, que defendeu com unhas e dentes.

Estivesse entre nós o ACM, estaria distribuindo ponta-pés e caneladas em quantos tentam reavivar a proposta da divisão da Bahia em dois estados, criando-se um novo na região do outro lado do rio São Francisco. A História, a tradição e a política devem ficar acima da geografia, para os baianos da mesma cepa de seu três vezes governador. �

Se o mesmo raciocínio valer para o Pará, o resultado do plebiscito previsto para dezembro revelará o sentimento de unidade da maioria dos paraenses. Até porque, são alienígenas os defensores da formação dos estados do Tapajós e do Carajás. Bem como seus interesses.

***
NEM SÓ DE CRIMES DEVEM VIVER AS TELINHAS

A moda vem de longe, mas nos últimos meses acentuou-se fenômeno digno de ampla reflexão. Cada vez mais os telenoticiários especializam-se em divulgar crimes, violência e barbaridades verificadas no país e no estrangeiro. Não que devessem omitir essas desgraças, pretendendo sua inexistência. O problema é que para os responsáveis pela programação informativa parece existir apenas esse tipo de notícia. Até telejornais normalmente permeáveis a outros acontecimentos do dia-a-dia, como política, economia, esportes e entretenimento vão abrindo espaços para a desgraça alheia.

Retrucam ser isso o que o povo quer, ou seja, os índices de audiência aumentam, e o faturamento também, na medida em que se divulgam e esmiúçam assaltos, sequestros, estupros, latrocínios, tiroteios, corrupção, enchentes e terremotos.

Convenhamos, importa menos saber quem nasceu primeiro, se o ovo ou a galinha, ou seja, se o telespectador dá preferência a esse tipo de noticiário ou se esse tipo de noticiário não dá outra opção ao telespectador. Seria bom pensar grande, mesmo mantendo os parâmetros do sistema capitalista e evitando qualquer tipo de controle do conteúdo da informação.

***
AINDA ITAMAR

No auge da ditadura Geisel, quando da divulgação da “Lei Falcão”, em 1976, poucos reagiram como Itamar Franco diante da proibição de candidatos fazerem campanha pelo rádio e a televisão, nos períodos de propaganda eleitoral. Só era permitido apresentar, nas telinhas, uma foto do candidato, seu nome, número e profissão, proibindo-se debates e até cartazes nos muros e postes. O senador mineiro foi à tribuna e sugeriu que o governo militar baixasse uma lei mais simples: “é proibido ao eleitorado saber o que pensam os candidatos”.

Naqueles idos vigia o Ato Institucional numero 5, atingindo inúmeros parlamentares do então MDB. Especulações sobre novas listas de cassados eram feitas todos os dias, e Itamar frequentava todas. Aos jornalistas ele dizia não estar preocupado, porque assim teria oportunidade de voltar a exercer a profissão à qual jamais pode dedicar-se, a engenharia.

Fonte: Tribuna da Imprensa

Dilma começou bem no caso do Ministério dos Transportes, até que de repente resolveu perdoar o ministro. Coitado, ele não sabia de nada e agora terá de investigar os amigos.

Carlos Newton

É triste, mas temos de retirar o elogio feito ontem à presidente Dilma Rousseff, no caso de sua pronta intervenção para demitir a quadrilha que tomou conta do Ministério dos Transportes. Como é que a chefe do governo de repente tem uma recaída e manda até divulgar uma nota na qual manifesta absoluta confiança no ministro Alfredo Nascimento, que, se tivesse um mínimo de hombridade, já teria pedido demissão?

De acordo com a assessoria de imprensa da Presidência, caberá ao próprio Nascimento promover a investigação de denúncias de que a cúpula do Ministério sob seu comando promovia sobrepreço nas licitações e cobraria propina entre 4% e 5%, o que garantia às empresas aditamentos dos contratos.

“O governo manifesta sua confiança no ministro Alfredo Nascimento”, diz o texto lido por uma assessora. “O ministro é o responsável pela coordenação do processo de apuração das denúncias feitas contra o Ministério dos Transportes”, conclui.

Traduzindo: resolveram mandar o chefe da quadrilha investigar os crimes, que desta vez não foram revelados pela imprensa, mas pelo senador Mario Couto (PSDB-PA). Como registrou aqui no blog o comentarista Antonio Santos Aquino: “Da tribuna, dia sim dia não, o senador Mário Couto diz: “Pagot, tu és ladrão, estás roubando há muitos anos. Quem te segura, Pagot? Não esquece que eu estou te chamando de ladrão. E agora?”

A saudável novidade é que desta vez a própria Presidência da República resolveu ouvir a oposição, constatou que as denúncias de Mário Couto eram verdadeiras e defenestrou a quadrilha quase inteira. Pena que esqueceu de demitir o chefe, o próprio ministro, que também está necessitando de um belo Código de Conduta.

É claro que já circulavam muitos rumores sobre as irregularidades no Ministério, especialmente sobre a presença contínua do deputado Waldemar Costa Neto no gabinete do ministro Alfredo Nascimento, pois havia até uma sala especial reservada para ele, vejam a que ponto chegamos.

Aqui no blog da Tribuna, por exemplo, um dos comentaristas vivia fazendo brincadeiras com o sobrenome de Luiz Antonio Pagot, que era diretor geral do Dnit (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes). O comentarista (não recordo o nome) perguntava sempre: “Quem pagot?” ou “Já pagot?”

No final de semana, Dilma afastou o chefe de gabinete de Nascimento, Luiz Tito Bonvini, o diretor-geral do Dnit, Luiz Antonio Pagot, e o presidente da estatal Valec, José Francisco das Neves, o Juquinha, muito ligado ao deputado federal Waldemar Costa Neto (PR-SP), que em 2005 renunciou ao mandato para escapar da cassação por causa de envolvimento no mensalão, configurando um caso de reincidência específica em corrupção.

Pois é, a presidente estava se saindo tão bem nesse primeiro episódio de graves irregularidades em seu governo (Palocci não conta, pois vinha corrompido desde o governo Lula), e não dá para entender essa recuada e a demonstração de confiança num ministro mais do que sujo.

Aqui no blog, Helio Fernandes cansou de escrever sobre Alfredo Nascimento, explicando que ele só continuava ministro para que seu suplente (João Pedro, do PT) seguisse exercendo o mandato no Senado. João Pedro é um sindicalista amazonense, amigo particular de Lula, o que explica quase tudo.

O quadro é complexo, mas é muito duro supor que Dilma Rousseff esteja mantendo Nascimento apenas para agradar a Lula, com a preservação do mandato de João Pedro no Senado. Seria uma baixeza inominável, capaz de manchar de forma indelével a biografia da atual presidente.

É preferível acreditar que seja apenas uma jogada de efeito, para distrair a arquibancada, com tudo acertado nos bastidores. A presidente faz a nota de apoio ao ministro, pede que ele próprio conduza as investigações, seus colegas e correligionários então sentem a alma lavada, mas logo em seguida o próprio Alfredo Nascimento repentinamente resolve pedir demissão, por se sentir desconfortável ao ter de investigar amigos tão íntimos. É possível que isso aconteça, seria uma jogada inteligente, mas o senador João Pedro iria para o espaço, perdão, perderia a cadeira no Senado.

***
OPOSIÇÃO FAZ A FESTA

O líder do PSDB no Senado, Alvaro Dias, vai solicitar uma audiência pública com a presença do ministro dos Transportes, Alfredo Nascimento, e do ex-diretor-geral do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), Luiz Antônio Pagot, para que eles prestem esclarecimentos sobre as denúncias de corrupção e superfaturamento de obras envolvendo esse ministério.

Já o líder do PSDB na Câmara, deputado Duarte Nogueira, considerou insuficientes as medidas adotadas pelo governo de afastar a cúpula do Ministério dos Transportes e abrir sindicância interna para apurar a existência de um esquema de corrupção que envolve pagamento de propinas.

Nogueira disse que o episódio merece “uma investigação profunda” e pretende apresentar uma representação ao Ministério Público para pedir a abertura das investigações. Além disso, encaminhará um requerimento à Polícia Federal e um pedido de auditoria especial para o Tribunal de Contas da União. E também não está descartada a convocação do ministro da Controladoria Geral da União, Jorge Hage, para comparecer nas comissões temáticas da Câmara e esclarecer se o órgão já tinha detectado irregularidades na área.

***
SITUAÇÃO DE CABRAL SE COMPLICA

Embora aparentemente o escândalo no Ministério dos Transportes melhore a situação de Sergio Cabral, que sai do foco do noticiário, na verdade sua situação vai acabar piorando muito, porque um dos principais alvos da investigação será a Delta Construções, a empreiteira de Fernando Cavendish, um dos mais próximos amigos do governador fluminense.

Conforme assinalamos ontem no blog da Tribuna, a Delta Construções não é apenas a empreiteira favorita do governo do Estado do Rio de Janeiro, mas também uma das campeãs de faturamento nas obras a cargo do Ministério dos Transportes.

Quando o senador Mário Couto denuncia o Dnit, sabe muito bem o que está falando. Em seu Estado, o Pará, já houve uma grande operação da Polícia Federal que redundou na prisão de um dos diretores da Delta, por irregularidades em licitações, superfaturamento e muitas coisas mais, ou seja, nada mudou no Dnit.

Por fim, é triste constara que as relações perigosas de Cabral com Cavendish fizeram com que o governador se transformasse num personagem caricato, que sai pelas ruas à procura de um Código de Conduta, para tentar entender o que é certo ou errado. Que decadência.

Fonte: Tribuna da Imprensa

Fotos do dia

Lídia Barbieri é assistente de "O Melhor do Brasil" A gata é bailarina e sonha em ser cantora Clientes da lojas do Baú fazem fila para comprar em promoção de até 60% de desconto
Consumidor carrega um rack para TV comprado na liquidação no centro da capital José Serra, Aécio Neves, FHC e Dilma no velório de Itamar Franco em Belo Horizonte Soldado desmaia na chegada do corpo do ex-presidente no Palácio da Liberdade

Leia Notícias do seu time

vencer

    • Corinthians
    • São Paulo
    • Palmeiras
    • Santos
    • Portuguesa
    • Guarani
    • Ponte preta
    • São Caetano
    • Santo André
    • Prudente

Tribunal dá revisão para benefício até 1997

Ana Magalhães
do Agora

O TRF 3 (Tribunal Regional Federal da 3ª Região), que atende os Estados de São Paulo e Mato Grosso do Sul, decidiu que quem se aposentou antes de 1997 e teve a média salarial limitada ao teto da época tem o direito de receber a revisão pelo teto. A correção pode beneficiar quem se aposentou entre 1988 e 2003.

Uma decisão do tribunal, publicada no dia 24 de junho, nega o recurso do INSS --que alegava que aposentados e pensionistas têm o prazo de dez anos a partir da data de concessão do benefício para entrar com uma ação de revisão na Justiça ou no posto.

Os juízes que analisaram o caso entendem que o prazo de dez anos para pedir um recálculo do benefício foi criado por uma lei de 1997. Dessa forma, para o Judiciário, quem se aposentou antes disso pode pedir uma revisão a qualquer momento.

Leia esta reportagem completa na edição impressa do Agora nesta terça,

Em destaque

Por que temos de ajustar as contas? Ora, para evitar um novo Bolsonaro

Publicado em 26 de dezembro de 2024 por Tribuna da Internet Facebook Twitter WhatsApp Email Bolsonaro é antidemocrático e defende até a tort...

Mais visitadas