BRASÍLIA - O caso do general Augusto Heleno, comandante militar da Amazônia que levou o presidente Lula a exigir explicações sobre declarações que ele deu no Rio de Janeiro, pode ser considerado o 5º "princípio de crise", no atual governo, entre os chefes das Forças Armadas e o poder civil instalado no Planalto e no Ministério da Defesa.
Nenhum dos embates redundou em crise institucional, mas a tentativa de acordo sindical com os controladores de vôo, à revelia do Comando da Aeronáutica, foi o que chegou mais perto disso.
Os outros "princípio de crise", além do caso Heleno, foram: a trombada, em outubro de 2004, do Comandante do Exército, general Francisco Albuquerque, com o então ministro da Defesa, o embaixador José Viegas; o desconforto, em novembro do ano passado, com as críticas do general Maynard Santa Rosa à profusão de dirigentes oriundos de organizações não-governamentais (ONGs) no comando do ministério e de órgãos que cuidam do meio ambiente; a intromissão do Planalto e do Ministério do Planejamento na crise aérea e o motim dos controladores militares de vôo; e a ameaça do ministro Nelson Jobim (Defesa), feita na presença do general Luiz Edmundo Maia de Carvalho, chefe do Estado-Maior do Exército, de demitir todo o Alto Comando da Força.
O então comandante do Exército, general Albuquerque, estabeleceu uma queda de braço com Viegas ao classificar de "legítima resposta à violência" a tortura e a morte do jornalista Vladimir Herzog (1975). A nota do Exército, enviada ao jornal "Correio Braziliense", por conta de uma reportagem sobre Herzog, teve o consentimento de Albuquerque. O general se manteve no cargo à custa de uma nota oficial em que se retratou, mas ganhou a demissão de Viegas, que foi despachado para a Embaixada brasileira em Madri.
Por absoluta ironia histórica, na noite do dia 31 de março de 2007, aniversário do dia da instalação do regime militar no País (1964-1985), um motim de controladores de vôo deflagrado nos centros de vigilância aérea levou o ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, por ordem do presidente, a assinar um documento com promessas trabalhistas e de compromisso de negociações sindicais com um grupo regido pela hierarquia militar.
A quebra da ordem da caserna chegou a tal ponto, que, dessa vez, foi Lula quem teve de bater em retirada, arquivar as promessas e acatar as críticas do brigadeiro Juniti Saito, comandante da Aeronáutica, que viu no ato do Planalto o patrocínio da quebra de disciplina.
O general Santa Rosa, que ocupava, em setembro de 2007, o cargo de secretário de política, Estratégia e Assuntos Internacionais do Ministério da Defesa, foi posto na "geladeira funcional" depois de dizer na Comissão de Relações Exteriores da Câmara dos Deputados que o governo era permissivo com a quantidade de ONGs instaladas na Amazônia.
Falou de "motivações ocultas" ou "inconfessáveis" envolvendo essas organizações, e sugeriu que se investigasse o porcentual "muito grande" dos quadros dirigentes de ministérios voltados para a questão amazônica provenientes dessas ONGs, que, na opinião dele, "permitem aspirações que se fazem subterraneamente, de forma oculta, já que grande parcela dos órgãos federais de gestão é controlada por agentes de ONGs".
Com Nelson Jobim no comando do Ministério da Defesa, setembro de 2007 foi marcante. Quando o comandante interino do Exército, o general e chefe do Estado Maior, Edmundo Carvalho, ameaçou atacar publicamente o livro Direito à Memória e à Verdade, editado pela secretaria de Direitos Humanos e que dá a versão da comissão especial do Ministério da Justiça para os mortos e desaparecidos no regime militar, Jobim levou a insubordinação a Lula e respondeu em uma solenidade, no Planalto, dizendo que "teria resposta" quem reagisse. Na conversa com Carvalho, Jobim ameaçou demitir os chefes do Exército.
Fonte: Tribuna da Imprensa
Certificado Lei geral de proteção de dados
sábado, abril 19, 2008
Menina chegou ferida ao apartamento
SÃO PAULO - Havia uma trilha de sangue ao apartamento que o assassino tentou disfarçar. Ela começava no carro de Alexandre Nardoni, de 29 anos, e continuava a partir da entrada do apartamento. Por tudo isso, a perícia chegou à conclusão de que a menina Isabella de Oliveira Nardoni, que faria 6 anos ontem, chegou ferida ao apartamento do 6º andar do Edifício London, na Rua Santa Leocádia, na Vila Isolina Mazzei, Zona Norte. Essas são algumas das revelações do laudo da perícia do Instituto de Criminalística (IC), que colocam Alexandre na cena do crime.
Mas isso não é tudo. Os peritos também constataram que a marca de esganadura no pescoço da menina é compatível com as mãos da madrasta Anna Carolina Trotta Peixoto Jatobá, de 24. A trilha de sangue foi produzida por pingos que caíram de uma altura de 1,2 ou 1,3 metro de altura, o que é compatível com a altura do pai da menina. A trilha começa no carro de Alexandre, o Ford Ka estacionado na garagem do prédio, e só foi revelada por causa do uso do luminol (substância química que manchas invisíveis a olho nu).
Havia sangue de Isabella na lateral direita da cadeira do bebê e entre os bancos, perto do freio de mão do veículo. Além disso, havia sangue no encosto do banco do motorista. As primeiras análises haviam dado negativo, mas os exames de DNA confirmaram a presença do sangue no veículo. Sabe-se ainda que a fralda encontrada de molho no apartamento foi utilizada para envolver a cabeça da menina do carro até o apartamento.
Além da porta do apartamento, a trilha continuava, passando ao lado da mesa com seis lugares e do sofá de couro preto. Em seguida, os pingos mostraram que o assassino de Isabella levou a menina no colo pela sala onde estava a televisão de plasma de 50 polegadas até o corredor em direção dos quartos.
Uma gota foi identificada, por exemplo, em frente à porta do banheiro. O criminoso entrou na primeira porta à esquerda - o quarto de Cauã e Pietro, que fica antes do de Isabella. Ele pôs Isabella em cima da cama enquanto cortava a rede da tela de proteção, daí a mancha de sangue no lençol encontrada no quarto. Os exames de DNA comprovaram que o sangue de fato era de Isabella.Foi então que o assassino escorregou e pisou no lençol da cama. É ali que foi encontrada a pegada característica do chinelo que Alexandre vestia na noite do crime. A tela foi cortada rapidamente com uma faca e com uma tesoura. Na camisa do pai havia micropartículas de naílon da tela de proteção, indicando que ele teve contato com a tela. Isabella foi segura pelas mãos e solta primeiro pela mão esquerda e depois pela direita. Havia uma mancha de sangue em forma de dedos de criança a cerca de 5 centímetros do parapeito da janela do apartamento.
O fato de Isabella ter chegado ferida ao prédio desmente o álibi do pai de Isabella. De fato, Alexandre afirmou, ao ser interrogado, que a menina estava bem quando chegou ao prédio. Isabella dormia. Alexandre afirmou que a levou no colo até o quarto da menina, mas a perícia encontrou o lençol esticado na cama dela.
Alexandre contou à polícia que levou Isabella sozinho até o apartamento enquanto sua mulher e seus dois outros filhos aguardavam na garagem. Segundo ele, quando voltou ao apartamento encontrou a tela da janela rompida e a criança havia sido jogada pela janela. Não havia sinais de arrombamento no apartamento.
A trilha de sangue no apartamento foi desfeita às pressas pelo criminoso. Para tanto, ele usou um pano de chão. O que o bandido não contava era que a trilha de pingos de sangue e a presença de manchas no pano fossem detectadas pelo uso do luminol. Foi por meio dele ainda que os peritos do IC encontraram sangue na sola do sapato da madrasta de Isabella.
Os peritos também analisaram as fitas de vídeo do sistema de segurança do Edifício London e do prédio em frente ao local do crime. Em nenhum momento foi observada a presença de qualquer pessoa estranha ou veículo entrando no prédio no dia do crime.
Além disso, os peritos usaram um homem de 1,9 m de altura para exemplificar que seria impossível que alguém escalasse o muro dos fundos do prédio para entrar no imóvel. Assim, os peritos concluíram que não havia nenhuma possibilidade de que uma terceira pessoa tivesse invadido o prédio e matado a menina.
Portanto, os dois únicos adultos que estavam no apartamento naquela noite era o pai e madrasta da menina. Essa certeza se deve ainda a um dos princípios de toda perícia criminal: todo contato deixa uma marca. Nenhuma outra pessoa deixou marcas dentro do apartamento além dos dois acusados. Todas as marcas e vestígios no lugar foram feitos pelo casal e pelas três crianças.
Já o laudo do Instituto Médico-Legal (IML) demonstrou que Isabella morreu depois de cair do 6º andar. A menina sofreu uma embolia que provocou a parada respiratória. Antes, os legistas constataram que a menina havia sofrido uma tentativa de esganadura - quando alguém tenta matar uma pessoa apertando-lhe o pescoço. Os médicos constataram ainda a existência de fraturas e traumas em Isabella.
Eles verificaram ainda a existência de um corte na testa da menina e de escoriações e hematomas na perna e sinais de esganadura no pescoço, o que demonstra o processo de violência a que Isabella foi submetida naquela noite de 29 de março. Foram essas as principais provas usadas pela polícia para convencer o pai de Isabella e a madrasta a contar o que ocorreu na noite do crime.
Para os policiais, os resultados da perícia não deixavam dúvida de que eles foram os autores do crime. Aliados aos testemunhos que desmentiam os dois suspeitos, os laudos deram aos policiais do 9º Distrito Policial a convicção do que precisavam para acusar o casal.
Fonte: Tribuna da Imprensa
Mas isso não é tudo. Os peritos também constataram que a marca de esganadura no pescoço da menina é compatível com as mãos da madrasta Anna Carolina Trotta Peixoto Jatobá, de 24. A trilha de sangue foi produzida por pingos que caíram de uma altura de 1,2 ou 1,3 metro de altura, o que é compatível com a altura do pai da menina. A trilha começa no carro de Alexandre, o Ford Ka estacionado na garagem do prédio, e só foi revelada por causa do uso do luminol (substância química que manchas invisíveis a olho nu).
Havia sangue de Isabella na lateral direita da cadeira do bebê e entre os bancos, perto do freio de mão do veículo. Além disso, havia sangue no encosto do banco do motorista. As primeiras análises haviam dado negativo, mas os exames de DNA confirmaram a presença do sangue no veículo. Sabe-se ainda que a fralda encontrada de molho no apartamento foi utilizada para envolver a cabeça da menina do carro até o apartamento.
Além da porta do apartamento, a trilha continuava, passando ao lado da mesa com seis lugares e do sofá de couro preto. Em seguida, os pingos mostraram que o assassino de Isabella levou a menina no colo pela sala onde estava a televisão de plasma de 50 polegadas até o corredor em direção dos quartos.
Uma gota foi identificada, por exemplo, em frente à porta do banheiro. O criminoso entrou na primeira porta à esquerda - o quarto de Cauã e Pietro, que fica antes do de Isabella. Ele pôs Isabella em cima da cama enquanto cortava a rede da tela de proteção, daí a mancha de sangue no lençol encontrada no quarto. Os exames de DNA comprovaram que o sangue de fato era de Isabella.Foi então que o assassino escorregou e pisou no lençol da cama. É ali que foi encontrada a pegada característica do chinelo que Alexandre vestia na noite do crime. A tela foi cortada rapidamente com uma faca e com uma tesoura. Na camisa do pai havia micropartículas de naílon da tela de proteção, indicando que ele teve contato com a tela. Isabella foi segura pelas mãos e solta primeiro pela mão esquerda e depois pela direita. Havia uma mancha de sangue em forma de dedos de criança a cerca de 5 centímetros do parapeito da janela do apartamento.
O fato de Isabella ter chegado ferida ao prédio desmente o álibi do pai de Isabella. De fato, Alexandre afirmou, ao ser interrogado, que a menina estava bem quando chegou ao prédio. Isabella dormia. Alexandre afirmou que a levou no colo até o quarto da menina, mas a perícia encontrou o lençol esticado na cama dela.
Alexandre contou à polícia que levou Isabella sozinho até o apartamento enquanto sua mulher e seus dois outros filhos aguardavam na garagem. Segundo ele, quando voltou ao apartamento encontrou a tela da janela rompida e a criança havia sido jogada pela janela. Não havia sinais de arrombamento no apartamento.
A trilha de sangue no apartamento foi desfeita às pressas pelo criminoso. Para tanto, ele usou um pano de chão. O que o bandido não contava era que a trilha de pingos de sangue e a presença de manchas no pano fossem detectadas pelo uso do luminol. Foi por meio dele ainda que os peritos do IC encontraram sangue na sola do sapato da madrasta de Isabella.
Os peritos também analisaram as fitas de vídeo do sistema de segurança do Edifício London e do prédio em frente ao local do crime. Em nenhum momento foi observada a presença de qualquer pessoa estranha ou veículo entrando no prédio no dia do crime.
Além disso, os peritos usaram um homem de 1,9 m de altura para exemplificar que seria impossível que alguém escalasse o muro dos fundos do prédio para entrar no imóvel. Assim, os peritos concluíram que não havia nenhuma possibilidade de que uma terceira pessoa tivesse invadido o prédio e matado a menina.
Portanto, os dois únicos adultos que estavam no apartamento naquela noite era o pai e madrasta da menina. Essa certeza se deve ainda a um dos princípios de toda perícia criminal: todo contato deixa uma marca. Nenhuma outra pessoa deixou marcas dentro do apartamento além dos dois acusados. Todas as marcas e vestígios no lugar foram feitos pelo casal e pelas três crianças.
Já o laudo do Instituto Médico-Legal (IML) demonstrou que Isabella morreu depois de cair do 6º andar. A menina sofreu uma embolia que provocou a parada respiratória. Antes, os legistas constataram que a menina havia sofrido uma tentativa de esganadura - quando alguém tenta matar uma pessoa apertando-lhe o pescoço. Os médicos constataram ainda a existência de fraturas e traumas em Isabella.
Eles verificaram ainda a existência de um corte na testa da menina e de escoriações e hematomas na perna e sinais de esganadura no pescoço, o que demonstra o processo de violência a que Isabella foi submetida naquela noite de 29 de março. Foram essas as principais provas usadas pela polícia para convencer o pai de Isabella e a madrasta a contar o que ocorreu na noite do crime.
Para os policiais, os resultados da perícia não deixavam dúvida de que eles foram os autores do crime. Aliados aos testemunhos que desmentiam os dois suspeitos, os laudos deram aos policiais do 9º Distrito Policial a convicção do que precisavam para acusar o casal.
Fonte: Tribuna da Imprensa
Ministro insinua que Senado agiu de má-fé
SÃO PAULO - O ministro da Previdência, Luiz Marinho, insinuou que o Senado agiu com má-fé, ao aprovar projetos de lei que acabam com o fator previdenciário e estabelecem que todas as aposentadorias sejam reajustadas pelo mesmo critério de aumento do salário mínimo. Para ele, se o Senado quisesse de fato que os projetos fossem aplicados, teria destinado receita para compensar as perdas que essas alterações vão causar ao caixa da Previdência, conforme determina a Lei de Responsabilidade Fiscal.
"O Senado não disse de onde virá a receita para honrar esses projetos. Então, são projetos que não têm a mínima chance de serem colocados em prática", disse. "Vai aumentar a contribuição dos empregadores? Os empresários dizem que é necessário desonerar a folha de pagamento. Vai aumentar a contribuição dos trabalhadores? Essa é a pergunta que faço aos senadores."
Questionado sobre os motivos que teriam levado o Senado a aprovar o projeto sem levar em conta essas questões, o ministro respondeu: "Não sei o que passa pela cabeça dos senadores quando aprovam um projeto desses. Chamo a atenção dos deputados para as mesmas questões." Ele evitou dizer se o Senado quer desgastar o governo, que pode vetar as propostas.
Marinho ressaltou que os aposentados e as centrais sindicais devem cobrar do Legislativo a definição da origem das receitas que vão compensar as perdas desses projetos de lei. Para Marinho, o fator previdenciário é uma "compensação imperfeita" para a não-regulamentação da idade mínima, mas, segundo ele, essas questões devem ser discutidas no âmbito de uma reforma previdenciária, não de forma isolada.
"Se as centrais e o parlamento de fato desejam acabar com o fator previdenciário, é preciso discutir a introdução da idade mínima. Sem introduzir a idade mínima, é impossível acabar com o fator previdenciário", destacou. "É um erro discutir os dois projetos de forma isolada. Ou se discute dentro de uma reforma da Previdência para termos as compensações ou é impraticável."
Marinho disse esperar que os deputados, que ainda vão analisar e votar as propostas na Câmara, façam correções à forma como foram aprovados no Senado - ou seja, que o plenário destine uma receita para compensar as perdas decorrentes de sua aprovação ou não então não as aprove. "Não adianta uma instância querer colocar uma camisa-de-força em outra instância", alfinetou.
Na avaliação do ministro, o governo seria irresponsável se permitisse que os projetos de lei fossem aprovados da forma como estão. "Seria uma irresponsabilidade do governo comprometer o futuro e a sustentabilidade da Previdência, e seria uma irresponsabilidade minha dizer 'tudo bem', sem estabelecer as compensações que devemos fazer." Apesar de demonstrar contrariedade em relação aos projetos, Marinho disse não saber se o presidente Lula vai vetá-los, caso sejam aprovados na Câmara.
Fonte: Tribuna da Imprensa
"O Senado não disse de onde virá a receita para honrar esses projetos. Então, são projetos que não têm a mínima chance de serem colocados em prática", disse. "Vai aumentar a contribuição dos empregadores? Os empresários dizem que é necessário desonerar a folha de pagamento. Vai aumentar a contribuição dos trabalhadores? Essa é a pergunta que faço aos senadores."
Questionado sobre os motivos que teriam levado o Senado a aprovar o projeto sem levar em conta essas questões, o ministro respondeu: "Não sei o que passa pela cabeça dos senadores quando aprovam um projeto desses. Chamo a atenção dos deputados para as mesmas questões." Ele evitou dizer se o Senado quer desgastar o governo, que pode vetar as propostas.
Marinho ressaltou que os aposentados e as centrais sindicais devem cobrar do Legislativo a definição da origem das receitas que vão compensar as perdas desses projetos de lei. Para Marinho, o fator previdenciário é uma "compensação imperfeita" para a não-regulamentação da idade mínima, mas, segundo ele, essas questões devem ser discutidas no âmbito de uma reforma previdenciária, não de forma isolada.
"Se as centrais e o parlamento de fato desejam acabar com o fator previdenciário, é preciso discutir a introdução da idade mínima. Sem introduzir a idade mínima, é impossível acabar com o fator previdenciário", destacou. "É um erro discutir os dois projetos de forma isolada. Ou se discute dentro de uma reforma da Previdência para termos as compensações ou é impraticável."
Marinho disse esperar que os deputados, que ainda vão analisar e votar as propostas na Câmara, façam correções à forma como foram aprovados no Senado - ou seja, que o plenário destine uma receita para compensar as perdas decorrentes de sua aprovação ou não então não as aprove. "Não adianta uma instância querer colocar uma camisa-de-força em outra instância", alfinetou.
Na avaliação do ministro, o governo seria irresponsável se permitisse que os projetos de lei fossem aprovados da forma como estão. "Seria uma irresponsabilidade do governo comprometer o futuro e a sustentabilidade da Previdência, e seria uma irresponsabilidade minha dizer 'tudo bem', sem estabelecer as compensações que devemos fazer." Apesar de demonstrar contrariedade em relação aos projetos, Marinho disse não saber se o presidente Lula vai vetá-los, caso sejam aprovados na Câmara.
Fonte: Tribuna da Imprensa
sexta-feira, abril 18, 2008
Ofensa no Orkut
Google terá de indenizar mulher chamada de “caloteira”
O prestador de serviços tem o dever de responder pelas falhas do serviço, independentemente da culpa. O entendimento foi firmado pelo juiz Yale Sabo Mendes, do Juizado Especial do Planalto, em Cuiabá (MT), ao condenar o Google a pagar R$ 10 mil de indenização por danos morais a uma mulher chamada de “caloteira” em uma comunidade criada no Orkut. Cabe recurso.
Em novembro do ano passado, a Google Brasil foi obrigada a tirar a comunidade do ar. Na ocasião, a empresa também teve de excluir os sites sob sua responsabilidade que buscavam a informação ofensiva. Agora, no julgamento do mérito, foi condenada a pagar pelo dano.
“O dano moral sofrido é de difícil reparação e, se não concedida à medida de urgência, o abalo moral aumentará, uma vez que a cada dia são colocadas novas ofensas na internet, além do acesso fácil de várias pessoas a estas comunidades”, ressaltou o juiz ao mandar retirar a comunidade do ar.
A Google Brasil, para se defender, alegou que é impossível fazer uma fiscalização técnica das comunidades criadas no site de relacionamentos. Disse, ainda, que não existe legislação específica para obrigar provedores a exercer o controle do conteúdo inserido na internet por terceiros. Os argumentos não foram aceitos.
Ao condenar a empresa, o juiz Yale Sabo Mendes se baseou no artigo 14, do Código de Defesa do Consumidor, que trata da responsabilidade do fornecedor pelo serviço defeituoso. Segundo ele, pela teoria do risco do empreendimento, quem fornece serviços tem o dever de responder por eles.
Clique aqui para ler a decisão
Revista Consultor Jurídico
O prestador de serviços tem o dever de responder pelas falhas do serviço, independentemente da culpa. O entendimento foi firmado pelo juiz Yale Sabo Mendes, do Juizado Especial do Planalto, em Cuiabá (MT), ao condenar o Google a pagar R$ 10 mil de indenização por danos morais a uma mulher chamada de “caloteira” em uma comunidade criada no Orkut. Cabe recurso.
Em novembro do ano passado, a Google Brasil foi obrigada a tirar a comunidade do ar. Na ocasião, a empresa também teve de excluir os sites sob sua responsabilidade que buscavam a informação ofensiva. Agora, no julgamento do mérito, foi condenada a pagar pelo dano.
“O dano moral sofrido é de difícil reparação e, se não concedida à medida de urgência, o abalo moral aumentará, uma vez que a cada dia são colocadas novas ofensas na internet, além do acesso fácil de várias pessoas a estas comunidades”, ressaltou o juiz ao mandar retirar a comunidade do ar.
A Google Brasil, para se defender, alegou que é impossível fazer uma fiscalização técnica das comunidades criadas no site de relacionamentos. Disse, ainda, que não existe legislação específica para obrigar provedores a exercer o controle do conteúdo inserido na internet por terceiros. Os argumentos não foram aceitos.
Ao condenar a empresa, o juiz Yale Sabo Mendes se baseou no artigo 14, do Código de Defesa do Consumidor, que trata da responsabilidade do fornecedor pelo serviço defeituoso. Segundo ele, pela teoria do risco do empreendimento, quem fornece serviços tem o dever de responder por eles.
Clique aqui para ler a decisão
Revista Consultor Jurídico
Medição mais exata da taxa de glicose
Novo aparelho já vem codificado, evitando erros de leitura
Angélica Paulo
São Paulo
Existem hoje no Brasil 11 milhões de diabéticos. Muitos sequer fazem idéia de que são portadores da doença. Mas aqueles que convivem com o tipo 1 ou 2 sabem que são necessários cuidados específicos para que se possa levar uma vida normal. Um dos passos mais importantes é o monitoramento dos níveis de glicose, feito por aparelhos que usam o sangue para fazer a medição.
Chegou ontem ao mercado brasileiro o primeiro sistema de monitoramento inteligente, o Bayer Breeze 2, que por já ser codificado, evita que o paciente cometa erros de leitura no nível da glicose.
- Estes erros, quando ocorrem, podem interferir no tratamento da doença, levando-o a administrar níveis errados de insulina – alerta Antônio Cardone, diretor da divisão Diabetes Care da Bayer para a América Latina.
Os aparelhos utilizados por pacientes no Brasil, hoje em dia, são operados pelo próprio paciente, que insere um código ou chip a cada nova troca das tiras utilizadas para a medição da glicose, fazendo com que, muitas vezes, a leitura seja realizada de maneira incorreta.
- Um em cada seis pacientes que usam aparelhos convencionais faz a codificação de maneira incorreta - afirma Cardone. - Com a nova tecnologia, conseguimos zerar os erros na leitura do diagnóstico decorrentes de falhas nessa codificação.
Antônio Roberto Chacra, chefe de Endocrinologia da UNIFESP/EPM (Universidade Federal de São Paulo / Escola Paulista de Medicina, esclarece que o paciente precisa de números exatos para administrar a insulina:
– Um simples erro nos resultados pode alterar a conduta em relação ao tratamento.
A dor decorrente dos exames tradicionais também pode ficar mais aliviada. É que o Bayer Breeze 2 exige uma quantidade menor de sangue (um decilitro) do que os aparelhos já disponíveis no mercado. Além disso, realiza o diagnóstico em apenas cinco segundos e tem memória para 420 resultados de testes. As tiras reagentes (onde o paciente deposita o sangue a ser analisado) são embaladas individualmente, evitando contaminação e contato com o ambiente externo.
Pacientes idosos vão se beneficiar do amplo visor do equipamento.
Já disponível em lojas especializadas, a nova tecnologia também não deve pesar no bolso. Segundo Cardone, o preço máximo sugerido para o aparelho é R$ 85, enquanto a caixa com 50 tiras não deve sair por mais do que R$ 82. O paciente que adquirir o Bayer Breeze 2 ainda encontra, no site da empresa (www.bayer.com.br), o software do produto que, entre outras especificidades, permite o envio online do resultado da medição do diabético diretamente para seu médico.
Fonte: JB Online
Angélica Paulo
São Paulo
Existem hoje no Brasil 11 milhões de diabéticos. Muitos sequer fazem idéia de que são portadores da doença. Mas aqueles que convivem com o tipo 1 ou 2 sabem que são necessários cuidados específicos para que se possa levar uma vida normal. Um dos passos mais importantes é o monitoramento dos níveis de glicose, feito por aparelhos que usam o sangue para fazer a medição.
Chegou ontem ao mercado brasileiro o primeiro sistema de monitoramento inteligente, o Bayer Breeze 2, que por já ser codificado, evita que o paciente cometa erros de leitura no nível da glicose.
- Estes erros, quando ocorrem, podem interferir no tratamento da doença, levando-o a administrar níveis errados de insulina – alerta Antônio Cardone, diretor da divisão Diabetes Care da Bayer para a América Latina.
Os aparelhos utilizados por pacientes no Brasil, hoje em dia, são operados pelo próprio paciente, que insere um código ou chip a cada nova troca das tiras utilizadas para a medição da glicose, fazendo com que, muitas vezes, a leitura seja realizada de maneira incorreta.
- Um em cada seis pacientes que usam aparelhos convencionais faz a codificação de maneira incorreta - afirma Cardone. - Com a nova tecnologia, conseguimos zerar os erros na leitura do diagnóstico decorrentes de falhas nessa codificação.
Antônio Roberto Chacra, chefe de Endocrinologia da UNIFESP/EPM (Universidade Federal de São Paulo / Escola Paulista de Medicina, esclarece que o paciente precisa de números exatos para administrar a insulina:
– Um simples erro nos resultados pode alterar a conduta em relação ao tratamento.
A dor decorrente dos exames tradicionais também pode ficar mais aliviada. É que o Bayer Breeze 2 exige uma quantidade menor de sangue (um decilitro) do que os aparelhos já disponíveis no mercado. Além disso, realiza o diagnóstico em apenas cinco segundos e tem memória para 420 resultados de testes. As tiras reagentes (onde o paciente deposita o sangue a ser analisado) são embaladas individualmente, evitando contaminação e contato com o ambiente externo.
Pacientes idosos vão se beneficiar do amplo visor do equipamento.
Já disponível em lojas especializadas, a nova tecnologia também não deve pesar no bolso. Segundo Cardone, o preço máximo sugerido para o aparelho é R$ 85, enquanto a caixa com 50 tiras não deve sair por mais do que R$ 82. O paciente que adquirir o Bayer Breeze 2 ainda encontra, no site da empresa (www.bayer.com.br), o software do produto que, entre outras especificidades, permite o envio online do resultado da medição do diabético diretamente para seu médico.
Fonte: JB Online
Lula exige explicações de general
Críticas do comandante da Amazônia ao governo podem lhe custar o cargo e abrem crise
Vasconcelo Quadros
Brasília
As declarações do general Augusto Heleno, comandante militar da Amazônia, contra a política indigenista e a demarcação da Reserva Raposa/Serra do Sol em área contínua, causaram desconforto no Palácio do Planalto o podem desembocar na primeira crise forte entre o governo e a área militar. Irritado com o discurso do general no Clube Militar do Rio, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva aproveitou, ontem, o despacho com o ministro da Defesa, Nelson Jobim, para discutir o reajuste dos militares, e pediu explicações por escrito sobre as críticas. Ao encontro estava presente, também, o comandante do Exército, general Enzo Peri. O presidente havia definido a posição do governo pela demarcação da reserva conforme os termos do decreto do governo. E não escondeu: sentiu-se ofendido.
O primeiro reflexo da crise teria sido a uma decisão de retirar o nome do general Heleno como a primeira opção do governo numa eventual sucessão no comando do Exército, assunto que não está na agenda, mas poderia ser discutido mais para a frente. Na hipótese mais radical, especulou-se a possibilidade de o general perder o comando da Amazônia. Ex-comandante das tropas brasileiras no Haiti, ele assumiu o cargo no ano passado, em substituição ao general Maynard Santa Rosa, afastado justamente por se opor à política indigenista e ao livre trânsito de organizações não-governamentais (ONGs) estrangeiras na região. O governo achava seria um obstáculo à demarcação da reserva.
Soberania ameaçada
As declarações do general Heleno, segundo avaliação de alta fonte do Ministério da Justiça, abrigam a tese da ameaça à soberania difundida pelo grupo de arrozeiros que se armou para enfrentar a Polícia Federal na Reserva Raposa/Serra do Sol. Além disso, representam um desafio à posição tomada pelo presidente em consolidar a reservar em área contínua, retirando da área toda a população não-índia. Os primeiro sintomas de uma crise anunciada surgiram com a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que, para evitar um banho de sangue, suspendeu a operação de retirada e agora ameaça rever os termos do decreto do governo, permitindo que a reserva seja definida em ilhas, como querem os arrozeiros e os críticos do governo. Antes disso, o Exército se recusou a colaborar com a Polícia Federal, ao mesmo tempo em que militares da reserva davam apoio aos grupos que, segundo a PF, passaram a adotar táticas de guerrilha para se opor Operação Upatakon III. Um deles chegou a virar alvo de pedido de prisão, suspenso com a decisão do STF. O principal líder dos arrozeiros, o prefeito de Pacaraima, Paulo Cesar Quartiero, não escondeu de ninguém que recorreria à ajuda de militares venezuelanos para defender a soberania do Brasil. O ministro Tarso Genro criticou o "nacionalismo" dos arrozeiros ao lembrar que era uma postura incoerente, mas admitiu que o governo estava perdendo a guerra da propaganda. Nos últimos dias, em todas as solenidades que participou, provavelmente percebendo os sinais da crise, Genro passou a destacar o papel das Forças Armadas na defesa da soberania e na garantia do território nacional. Ele afirmou que as reservas indígenas são terras da União e que o Exército não teria restrições em circular na área. Não foi o suficiente. No item do discurso que mais irritou o governo, o general Heleno chamou de caótica a política indigenista e afirmou que "o alto comando é um órgão que serve ao Estado brasileiro e não ao governo".
Ao deixar a reunião com o presidente, ontem, à noite, o ministro Nelson Jobim se limitou a afirmar, por meio de sua assessoria, que pediu ao comandante do Exército que obtenha as explicações do general Augusto Heleno. O ministro da Justiça, Tarso Genro, também não quis falar sobre o assunto. Informou, apenas, que a Funai tem autonomia para se defender e que eventuais desdobramentos do caso com a área militar é da alçada de seu colega Jobim.
Fonte: JB Online
Vasconcelo Quadros
Brasília
As declarações do general Augusto Heleno, comandante militar da Amazônia, contra a política indigenista e a demarcação da Reserva Raposa/Serra do Sol em área contínua, causaram desconforto no Palácio do Planalto o podem desembocar na primeira crise forte entre o governo e a área militar. Irritado com o discurso do general no Clube Militar do Rio, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva aproveitou, ontem, o despacho com o ministro da Defesa, Nelson Jobim, para discutir o reajuste dos militares, e pediu explicações por escrito sobre as críticas. Ao encontro estava presente, também, o comandante do Exército, general Enzo Peri. O presidente havia definido a posição do governo pela demarcação da reserva conforme os termos do decreto do governo. E não escondeu: sentiu-se ofendido.
O primeiro reflexo da crise teria sido a uma decisão de retirar o nome do general Heleno como a primeira opção do governo numa eventual sucessão no comando do Exército, assunto que não está na agenda, mas poderia ser discutido mais para a frente. Na hipótese mais radical, especulou-se a possibilidade de o general perder o comando da Amazônia. Ex-comandante das tropas brasileiras no Haiti, ele assumiu o cargo no ano passado, em substituição ao general Maynard Santa Rosa, afastado justamente por se opor à política indigenista e ao livre trânsito de organizações não-governamentais (ONGs) estrangeiras na região. O governo achava seria um obstáculo à demarcação da reserva.
Soberania ameaçada
As declarações do general Heleno, segundo avaliação de alta fonte do Ministério da Justiça, abrigam a tese da ameaça à soberania difundida pelo grupo de arrozeiros que se armou para enfrentar a Polícia Federal na Reserva Raposa/Serra do Sol. Além disso, representam um desafio à posição tomada pelo presidente em consolidar a reservar em área contínua, retirando da área toda a população não-índia. Os primeiro sintomas de uma crise anunciada surgiram com a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que, para evitar um banho de sangue, suspendeu a operação de retirada e agora ameaça rever os termos do decreto do governo, permitindo que a reserva seja definida em ilhas, como querem os arrozeiros e os críticos do governo. Antes disso, o Exército se recusou a colaborar com a Polícia Federal, ao mesmo tempo em que militares da reserva davam apoio aos grupos que, segundo a PF, passaram a adotar táticas de guerrilha para se opor Operação Upatakon III. Um deles chegou a virar alvo de pedido de prisão, suspenso com a decisão do STF. O principal líder dos arrozeiros, o prefeito de Pacaraima, Paulo Cesar Quartiero, não escondeu de ninguém que recorreria à ajuda de militares venezuelanos para defender a soberania do Brasil. O ministro Tarso Genro criticou o "nacionalismo" dos arrozeiros ao lembrar que era uma postura incoerente, mas admitiu que o governo estava perdendo a guerra da propaganda. Nos últimos dias, em todas as solenidades que participou, provavelmente percebendo os sinais da crise, Genro passou a destacar o papel das Forças Armadas na defesa da soberania e na garantia do território nacional. Ele afirmou que as reservas indígenas são terras da União e que o Exército não teria restrições em circular na área. Não foi o suficiente. No item do discurso que mais irritou o governo, o general Heleno chamou de caótica a política indigenista e afirmou que "o alto comando é um órgão que serve ao Estado brasileiro e não ao governo".
Ao deixar a reunião com o presidente, ontem, à noite, o ministro Nelson Jobim se limitou a afirmar, por meio de sua assessoria, que pediu ao comandante do Exército que obtenha as explicações do general Augusto Heleno. O ministro da Justiça, Tarso Genro, também não quis falar sobre o assunto. Informou, apenas, que a Funai tem autonomia para se defender e que eventuais desdobramentos do caso com a área militar é da alçada de seu colega Jobim.
Fonte: JB Online
Os militares e as fronteiras
Mauro Santayana
É necessário que o bom senso venha a prevalecer na Questão de Roraima. O Senado devia ser o centro do entendimento, mas os senadores da região estão ocupados em coisas menores. O descontentamento militar para com a demarcação em área contínua da Reserva Raposa Serra do Sol deve ser entendido e provocar uma reflexão mais profunda, tendo em vista todos os aspectos do problema. Enquanto se espera a decisão que o Supremo Tribunal Federal vier a adotar, é bom que o presidente e seus ministros continuem a negociar com todos os interessados.
O Congresso, desde o famoso Consenso de Washington, parece ter abandonado o seu principal dever, que é o de garantir a integridade do território nacional. Ao contrário disso, abriram-se as fronteiras setentrionais para a invasão das ONGs – em continuidade a projeto antigo, do qual foi braço importante o senhor Nelson Rockfeller. Há, sobre o assunto, livro importante, de Gerard Colby e Charlotte Dennet (Thy will be done). É preciso que sejam expulsos da área os agentes provocadores estrangeiros, membros de ONGs que ali atuam, em franca violação da soberania nacional.
A Igreja Católica pode compreender a necessidade de que a faixa de fronteira fique sob ocupação militar ostensiva e permanente, e que a demarcação em ilhas – respeitando a ocupação histórica das tribos – é a solução lógica. A tese é a de que a cultura autóctone deve ser preservada. Ela exigiria que os missionários de qualquer culto deixassem os índios com seus próprios deuses. Não há violação mais forte contra a identidade de um povo do que a de lhe trazer deuses estranhos. Não têm faltado defensores apaixonados da globalização da causa indígena, mas têm faltado defensores da soberania nacional.
Em 1900, ao defender a causa do Brasil na Questão de Limites com a Guiana, Joaquim Nabuco (que nunca foi nacionalista extremado), lembrou que a Inglaterra havia mandado para a fronteira de sua colônia com o Brasil o pastor missionário Ioud, ainda em 1838. O evangelista se estabeleceu entre os macuxis da região de Pirara, e essa presença serviu de pretexto para que, quatro anos mais tarde, a Inglaterra invadisse o território brasileiro com um contingente militar comandado pelo mercenário alemão, travestido de cientista, Robert Hermann Schomburgk. O governo britânico pedira ao governo brasileiro passaporte que autorizasse ao cientista que, nas pesquisas que faria na região, entrasse em território nacional. A nossa boa-fé funcionou, e Schomburgk hasteou a bandeira britânica nas nascentes do Rio Essequibo. Em conseqüência de nossa negligência durante o governo da Regência, perdemos dois quintos do território em litígio com os ingleses, com o laudo de arbitragem do rei da Itália em 1904. Estamos agora, no caso da Raposa Serra do Sol (a mesma região), entrando pelo mesmo caminho e podemos até mesmo perder o que nos sobrou há um século. Os macuxis – os mesmos que foram na conversa do pastor e do mercenário – estão sendo agora seduzidos pelas ONGs, pelos novos missionários protestantes, e pelo Cimi.
A questão básica de Roraima é a soberania brasileira sobre o território que nos foi legado pela História. O governo do presidente Lula naturalmente levará em conta que os governos, os partidos e todos nós somos efêmeros, mas que uma nação só merece existir se existir com o compromisso de permanecer para sempre. Outro aspecto é o do pacto federativo. O governo passado, aproveitando-se de circunstâncias conjunturais, decidiu a demarcação da Reserva – que era projeto do governo Collor, conforme confessou o senhor Sidney Possuelo, então superintendente da Funai. Já dissemos, neste espaço, que foi um erro converter os antigos territórios fronteiriços em Estados. Não havia neles cultura sedimentada que autorizasse a autonomia, nem tradições históricas de autogoverno. Mas sendo Roraima um Estado, tem todos os direitos do pacto federativo.
O terceiro aspecto – que se amarra aos interesses ingleses do século 19 – é o da atualidade geopolítica. O New York Times, o mais liberal (no léxico político clássico e não em seu significado econômico atual) dos diários americanos, acaba de fazer apelo à maioria democrática do Congresso para que aprove novo tratado com a Colômbia. O argumento – nele atentemos – é o de que é importante a presença dos Estados Unidos em uma região em que os seus interesses estão sendo ameaçados pela queda da credibilidade do governo Bush. O jornal não nomeia quem rejeita a presença americana na área, mas é certo que estamos entre os que gostariam de que não se imiscuíssem na América Meridional.
Alguns militares exageraram, ao dizer que, servindo ao Estado, não devem estar submetidos ao chefe de governo. Mas a sua angústia, diante das perspectivas do mundo, é explicável.
Fonte: JB Online
É necessário que o bom senso venha a prevalecer na Questão de Roraima. O Senado devia ser o centro do entendimento, mas os senadores da região estão ocupados em coisas menores. O descontentamento militar para com a demarcação em área contínua da Reserva Raposa Serra do Sol deve ser entendido e provocar uma reflexão mais profunda, tendo em vista todos os aspectos do problema. Enquanto se espera a decisão que o Supremo Tribunal Federal vier a adotar, é bom que o presidente e seus ministros continuem a negociar com todos os interessados.
O Congresso, desde o famoso Consenso de Washington, parece ter abandonado o seu principal dever, que é o de garantir a integridade do território nacional. Ao contrário disso, abriram-se as fronteiras setentrionais para a invasão das ONGs – em continuidade a projeto antigo, do qual foi braço importante o senhor Nelson Rockfeller. Há, sobre o assunto, livro importante, de Gerard Colby e Charlotte Dennet (Thy will be done). É preciso que sejam expulsos da área os agentes provocadores estrangeiros, membros de ONGs que ali atuam, em franca violação da soberania nacional.
A Igreja Católica pode compreender a necessidade de que a faixa de fronteira fique sob ocupação militar ostensiva e permanente, e que a demarcação em ilhas – respeitando a ocupação histórica das tribos – é a solução lógica. A tese é a de que a cultura autóctone deve ser preservada. Ela exigiria que os missionários de qualquer culto deixassem os índios com seus próprios deuses. Não há violação mais forte contra a identidade de um povo do que a de lhe trazer deuses estranhos. Não têm faltado defensores apaixonados da globalização da causa indígena, mas têm faltado defensores da soberania nacional.
Em 1900, ao defender a causa do Brasil na Questão de Limites com a Guiana, Joaquim Nabuco (que nunca foi nacionalista extremado), lembrou que a Inglaterra havia mandado para a fronteira de sua colônia com o Brasil o pastor missionário Ioud, ainda em 1838. O evangelista se estabeleceu entre os macuxis da região de Pirara, e essa presença serviu de pretexto para que, quatro anos mais tarde, a Inglaterra invadisse o território brasileiro com um contingente militar comandado pelo mercenário alemão, travestido de cientista, Robert Hermann Schomburgk. O governo britânico pedira ao governo brasileiro passaporte que autorizasse ao cientista que, nas pesquisas que faria na região, entrasse em território nacional. A nossa boa-fé funcionou, e Schomburgk hasteou a bandeira britânica nas nascentes do Rio Essequibo. Em conseqüência de nossa negligência durante o governo da Regência, perdemos dois quintos do território em litígio com os ingleses, com o laudo de arbitragem do rei da Itália em 1904. Estamos agora, no caso da Raposa Serra do Sol (a mesma região), entrando pelo mesmo caminho e podemos até mesmo perder o que nos sobrou há um século. Os macuxis – os mesmos que foram na conversa do pastor e do mercenário – estão sendo agora seduzidos pelas ONGs, pelos novos missionários protestantes, e pelo Cimi.
A questão básica de Roraima é a soberania brasileira sobre o território que nos foi legado pela História. O governo do presidente Lula naturalmente levará em conta que os governos, os partidos e todos nós somos efêmeros, mas que uma nação só merece existir se existir com o compromisso de permanecer para sempre. Outro aspecto é o do pacto federativo. O governo passado, aproveitando-se de circunstâncias conjunturais, decidiu a demarcação da Reserva – que era projeto do governo Collor, conforme confessou o senhor Sidney Possuelo, então superintendente da Funai. Já dissemos, neste espaço, que foi um erro converter os antigos territórios fronteiriços em Estados. Não havia neles cultura sedimentada que autorizasse a autonomia, nem tradições históricas de autogoverno. Mas sendo Roraima um Estado, tem todos os direitos do pacto federativo.
O terceiro aspecto – que se amarra aos interesses ingleses do século 19 – é o da atualidade geopolítica. O New York Times, o mais liberal (no léxico político clássico e não em seu significado econômico atual) dos diários americanos, acaba de fazer apelo à maioria democrática do Congresso para que aprove novo tratado com a Colômbia. O argumento – nele atentemos – é o de que é importante a presença dos Estados Unidos em uma região em que os seus interesses estão sendo ameaçados pela queda da credibilidade do governo Bush. O jornal não nomeia quem rejeita a presença americana na área, mas é certo que estamos entre os que gostariam de que não se imiscuíssem na América Meridional.
Alguns militares exageraram, ao dizer que, servindo ao Estado, não devem estar submetidos ao chefe de governo. Mas a sua angústia, diante das perspectivas do mundo, é explicável.
Fonte: JB Online
O que pensam os prefeitos
Apesar de elogios ao presidente, prefeitos descartam re-reeleição. Maioria acredita que reforma promoverá justiça tributária
Erich Decat e Sofia Fernandes
A grande maioria dos 4 mil prefeitos que participaram da XI Marcha a Brasília em Defesa dos Municípios, entre a última terça-feira (15) e ontem (17), está satisfeita com o governo federal, mas é contra a possibilidade de se alterar a Constituição a fim de abrir caminho para um terceiro mandato do presidente Lula.
É o que revela sondagem feita pelo Congresso em Foco com 61 prefeitos, de 18 estados e 13 partidos, que participaram da mobilização esta semana na capital federal. Os entrevistados também opinaram sobre os efeitos da reforma tributária em discussão na Câmara, a fidelidade partidária e a representatividade do Congresso.
Ao todo, 75% dos ouvidos disseram ser contrários à possibilidade do terceiro mandato presidencial. A tese da re-reeleição, defendida abertamente pelo prefeito de Recife, João Paulo Lima e Silva (PT), teve apoio de apenas 21% dos entrevistados.
“Mesmo respeitando a opinião do meu partido, sou contra. Isso fere a democracia”, criticou o prefeito de Palmas, o petista Raul Filho.
Na outra ponta, porém, há até quem defenda a possibilidade de Lula se perpetuar no poder. É o caso do prefeito de Taipu (RN), Sebastião Ambrósio de Melo (PSB). “Se continuar o que está sendo feito, sou a favor não só do terceiro, mas do quarto, do quinto mandato”, justificou o prefeito do município de 12 mil habitantes.
Congresso em xeque
Mas os exageros não são exclusividade de políticos que integram partidos da base de apoio de Lula. O excesso vem até de quem, no plano nacional, seria oposição. O tucano Amaro Alves Saturnino, prefeito de Maxaranguape (RN), de 7 mil habitantes, chega a dizer que, com o petista no Planalto, o Congresso tornou-se dispensável para os municípios. “Acho que os deputados estão desestimulados, porque não precisa mais deles”, afirmou.
“O Lula está fazendo o trabalho dos parlamentares, chegando direto no interior. Hoje, somos mais reconhecidos, temos mais valor com esses programas sociais do governo federal”, acrescentou Sebastião Ambrósio.
O prefeito de Taipu não está só em seu descontentamento com o Congresso. Apenas 34% dos prefeitos, conhecidos como importantes cabos eleitorais dos deputados, se dizem bem representados na Câmara ou no Senado. Por outro lado, 36% não vêem nos parlamentares seus representantes. Outros 29% afirmaram que se sentem pouco representados em Brasília.
“O Congresso Nacional vive de barganha. As emendas são o principal foco deles”, critica Jaime Guedes (PMDB), de Charqueadas (RS), município de 34 mil habitantes.
“Eles deveriam ouvir mais os prefeitos na hora de fazer as leis” , reivindica Cláudio Lenisk (PSDB), de Dom Feliciano (RS), de 15 mil habitantes. “Falta ouvir mais as bases, que é onde está a população”, reforça Marcelo Carvalho (PR), de São Jose do Alegre (MG), de quatro mil habitantes.
Reforma tributária
A descrença com os parlamentares também se reflete na expectativa sobre o andamento da proposta mais aguardada pelos prefeitos no momento: a reforma tributária. Para três em cada quatro entrevistados (73%), a proposta encaminhada pelo Executivo ao Congresso promove a tão esperada justiça tributária entre os municípios, os estados e a União. Apenas 16% acreditam que ela não repartirá melhor os recursos entre os entes federativos (leia mais).
Apesar da importância dada ao assunto, somente 27% dos ouvidos acreditam que a proposta de reforma tributária tem muitas chances de ser aprovada ainda este ano. Para mais da metade (54%), são poucas as possibilidades de a votação ser concluída até dezembro. Outros 15% entendem que não há hipótese de isso ocorrer em 2008.
Ontem (17) o presidente da Câmara, Arlindo Chinaglia (PT-SP), indicou o ex-ministro da Fazenda Antonio Palocci (PT-SP) como presidente da comissão especial que analisará o mérito da PEC 233/08 e o deputado Sandro Mabel (PR-GO) como relator da proposição. Anteontem, no encontro com os prefeitos, Chinaglia prometeu que os deputados votarão a proposta até julho.
A maioria dos prefeitos ouvidos pelo Congresso em Foco vê três obstáculos para o andamento da reforma tributária no Legislativo em 2008: o excesso de medidas provisórias que travam a pauta do plenário das duas Casas, o conflito de interesses entre os estados e a proximidade das eleições de outubro.
“Alguns estados vão buscar vantagem, isso pode determinar o prolongamento do entendimento do projeto no Congresso”, disse à reportagem o prefeito de Ibirubá (RS), Mauri Eduardo Heinrich (PMDB).
A proposta do governo não escapa de críticas nem mesmo de petistas. Para o prefeito de Vitória da Conquista (BA), de 309 mil habitantes, José Raimundo Fontes (PT), o texto envidado pelo Executivo ao Congresso está incompleto.
“Ela apenas inicia um debate que deve ser aprofundado. Por exemplo, ainda não temos uma proposta dentro da reforma tributária sobre as grandes fortunas”, critica. Uma proposta nesse sentido foi apresentada há duas semanas pela bancada do PT na Câmara.
Infiéis
O Congresso em Foco também ouviu os prefeitos sobre um tema que tem tirado o sono de cerca de 8 mil políticos brasileiros, a grande maioria, vereadores: a possibilidade de perder o mandato por infidelidade partidária.
Alvos de poucos processos de perda de mandato por causa do prazo mais elástico estipulado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) como marco da fidelidade, os prefeitos entrevistados declararam, em sua maioria, apoio à decisão da Justiça eleitoral de cassar os infiéis.
Para 61% deles, quem trocou de partido no ano passado sem a devida justificativa tem mesmo é de perder o mandato. “Não conseguimos ter um partido forte sem que haja fidelidade”, defendeu o prefeito de Palmas, Raul Filho. “Hoje, o mau do Brasil são os partidos que usam sua sigla como aluguel”, acrescentou o petista.
Apenas 16% disseram ser contrários à resolução do TSE que prevê a perda do cargo para quem trocou de partido ate 27 de março – no caso dos eleitos pelo sistema proporcional (deputados estaduais, deputados federais e vereadores) – ou 16 de outubro de 2007 – para os eleitos pelo sistema majoritário (presidente da República, governadores, senadores e prefeitos).
Conforme revelou este site na semana passada, dos cerca de 8 mil detentores de mandato ameaçados de cassação, apenas 128 (1,5%) perderam o cargo até o momento. Desses, apenas um não era vereador: o deputado federal Walter Brito Neto (PRB-PB).
A sondagem
Na última terça-feira, dia da abertura da XI Marcha a Brasília em Defesa dos Municípios, o Congresso em Foco fez cinco perguntas a 61 prefeitos, de 18 estados e 13 partidos, que participavam do evento num hotel da capital federal.
Apesar do universo reduzido, perto dos cerca de 4 mil prefeitos presentes, a sondagem buscou explorar a diversidade geográfica. Foram ouvidos prefeitos de cidades pequenas, médias e de capital de todas as regiões do país.
A reportagem garantiu aos entrevistados o anonimato na divulgação das respostas. Alguns, no entanto, consentiram com a publicação de suas justificativas, conforme mostra o texto acima. Clique aqui para ver quais foram as perguntas e as respostas dadas pelos entrevistados.
Fonte: congressoemfoco
Erich Decat e Sofia Fernandes
A grande maioria dos 4 mil prefeitos que participaram da XI Marcha a Brasília em Defesa dos Municípios, entre a última terça-feira (15) e ontem (17), está satisfeita com o governo federal, mas é contra a possibilidade de se alterar a Constituição a fim de abrir caminho para um terceiro mandato do presidente Lula.
É o que revela sondagem feita pelo Congresso em Foco com 61 prefeitos, de 18 estados e 13 partidos, que participaram da mobilização esta semana na capital federal. Os entrevistados também opinaram sobre os efeitos da reforma tributária em discussão na Câmara, a fidelidade partidária e a representatividade do Congresso.
Ao todo, 75% dos ouvidos disseram ser contrários à possibilidade do terceiro mandato presidencial. A tese da re-reeleição, defendida abertamente pelo prefeito de Recife, João Paulo Lima e Silva (PT), teve apoio de apenas 21% dos entrevistados.
“Mesmo respeitando a opinião do meu partido, sou contra. Isso fere a democracia”, criticou o prefeito de Palmas, o petista Raul Filho.
Na outra ponta, porém, há até quem defenda a possibilidade de Lula se perpetuar no poder. É o caso do prefeito de Taipu (RN), Sebastião Ambrósio de Melo (PSB). “Se continuar o que está sendo feito, sou a favor não só do terceiro, mas do quarto, do quinto mandato”, justificou o prefeito do município de 12 mil habitantes.
Congresso em xeque
Mas os exageros não são exclusividade de políticos que integram partidos da base de apoio de Lula. O excesso vem até de quem, no plano nacional, seria oposição. O tucano Amaro Alves Saturnino, prefeito de Maxaranguape (RN), de 7 mil habitantes, chega a dizer que, com o petista no Planalto, o Congresso tornou-se dispensável para os municípios. “Acho que os deputados estão desestimulados, porque não precisa mais deles”, afirmou.
“O Lula está fazendo o trabalho dos parlamentares, chegando direto no interior. Hoje, somos mais reconhecidos, temos mais valor com esses programas sociais do governo federal”, acrescentou Sebastião Ambrósio.
O prefeito de Taipu não está só em seu descontentamento com o Congresso. Apenas 34% dos prefeitos, conhecidos como importantes cabos eleitorais dos deputados, se dizem bem representados na Câmara ou no Senado. Por outro lado, 36% não vêem nos parlamentares seus representantes. Outros 29% afirmaram que se sentem pouco representados em Brasília.
“O Congresso Nacional vive de barganha. As emendas são o principal foco deles”, critica Jaime Guedes (PMDB), de Charqueadas (RS), município de 34 mil habitantes.
“Eles deveriam ouvir mais os prefeitos na hora de fazer as leis” , reivindica Cláudio Lenisk (PSDB), de Dom Feliciano (RS), de 15 mil habitantes. “Falta ouvir mais as bases, que é onde está a população”, reforça Marcelo Carvalho (PR), de São Jose do Alegre (MG), de quatro mil habitantes.
Reforma tributária
A descrença com os parlamentares também se reflete na expectativa sobre o andamento da proposta mais aguardada pelos prefeitos no momento: a reforma tributária. Para três em cada quatro entrevistados (73%), a proposta encaminhada pelo Executivo ao Congresso promove a tão esperada justiça tributária entre os municípios, os estados e a União. Apenas 16% acreditam que ela não repartirá melhor os recursos entre os entes federativos (leia mais).
Apesar da importância dada ao assunto, somente 27% dos ouvidos acreditam que a proposta de reforma tributária tem muitas chances de ser aprovada ainda este ano. Para mais da metade (54%), são poucas as possibilidades de a votação ser concluída até dezembro. Outros 15% entendem que não há hipótese de isso ocorrer em 2008.
Ontem (17) o presidente da Câmara, Arlindo Chinaglia (PT-SP), indicou o ex-ministro da Fazenda Antonio Palocci (PT-SP) como presidente da comissão especial que analisará o mérito da PEC 233/08 e o deputado Sandro Mabel (PR-GO) como relator da proposição. Anteontem, no encontro com os prefeitos, Chinaglia prometeu que os deputados votarão a proposta até julho.
A maioria dos prefeitos ouvidos pelo Congresso em Foco vê três obstáculos para o andamento da reforma tributária no Legislativo em 2008: o excesso de medidas provisórias que travam a pauta do plenário das duas Casas, o conflito de interesses entre os estados e a proximidade das eleições de outubro.
“Alguns estados vão buscar vantagem, isso pode determinar o prolongamento do entendimento do projeto no Congresso”, disse à reportagem o prefeito de Ibirubá (RS), Mauri Eduardo Heinrich (PMDB).
A proposta do governo não escapa de críticas nem mesmo de petistas. Para o prefeito de Vitória da Conquista (BA), de 309 mil habitantes, José Raimundo Fontes (PT), o texto envidado pelo Executivo ao Congresso está incompleto.
“Ela apenas inicia um debate que deve ser aprofundado. Por exemplo, ainda não temos uma proposta dentro da reforma tributária sobre as grandes fortunas”, critica. Uma proposta nesse sentido foi apresentada há duas semanas pela bancada do PT na Câmara.
Infiéis
O Congresso em Foco também ouviu os prefeitos sobre um tema que tem tirado o sono de cerca de 8 mil políticos brasileiros, a grande maioria, vereadores: a possibilidade de perder o mandato por infidelidade partidária.
Alvos de poucos processos de perda de mandato por causa do prazo mais elástico estipulado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) como marco da fidelidade, os prefeitos entrevistados declararam, em sua maioria, apoio à decisão da Justiça eleitoral de cassar os infiéis.
Para 61% deles, quem trocou de partido no ano passado sem a devida justificativa tem mesmo é de perder o mandato. “Não conseguimos ter um partido forte sem que haja fidelidade”, defendeu o prefeito de Palmas, Raul Filho. “Hoje, o mau do Brasil são os partidos que usam sua sigla como aluguel”, acrescentou o petista.
Apenas 16% disseram ser contrários à resolução do TSE que prevê a perda do cargo para quem trocou de partido ate 27 de março – no caso dos eleitos pelo sistema proporcional (deputados estaduais, deputados federais e vereadores) – ou 16 de outubro de 2007 – para os eleitos pelo sistema majoritário (presidente da República, governadores, senadores e prefeitos).
Conforme revelou este site na semana passada, dos cerca de 8 mil detentores de mandato ameaçados de cassação, apenas 128 (1,5%) perderam o cargo até o momento. Desses, apenas um não era vereador: o deputado federal Walter Brito Neto (PRB-PB).
A sondagem
Na última terça-feira, dia da abertura da XI Marcha a Brasília em Defesa dos Municípios, o Congresso em Foco fez cinco perguntas a 61 prefeitos, de 18 estados e 13 partidos, que participavam do evento num hotel da capital federal.
Apesar do universo reduzido, perto dos cerca de 4 mil prefeitos presentes, a sondagem buscou explorar a diversidade geográfica. Foram ouvidos prefeitos de cidades pequenas, médias e de capital de todas as regiões do país.
A reportagem garantiu aos entrevistados o anonimato na divulgação das respostas. Alguns, no entanto, consentiram com a publicação de suas justificativas, conforme mostra o texto acima. Clique aqui para ver quais foram as perguntas e as respostas dadas pelos entrevistados.
Fonte: congressoemfoco
Inquérito midiático
Luiz Leitão*
Roberto Wanderley Nogueira**
O site do Estadão exibe a foto com a sintomática legenda: Pai de Isabella tenta "driblar" a imprensa à saída da prisão. O termo entre aspas como que ironiza a situação, dada a impossibilidade de um homem que nem acusado formalmente é, escapar do assédio dos repórteres.
A mídia dá o costumeiro destaque a temas que suscitam o clamor popular, mas é de se perguntar se todo esse frisson em torno do bárbaro caso do assassinato da menina Isabella Nardoni não está sendo exagerado pelos próprios meios de comunicação. Os textos e falas transpiram uma ansiedade que não se nota nem nos protagonistas da tragédia; a própria mãe da vítima tem estado serena e se absteve de fazer comentários e julgamentos.
Os repórteres e âncoras repetem exaustivamente as falas de testemunhas, promotor, delegados e outros envolvidos neste caso que deveriam, em respeito ao princípio constitucional da presunção de inocência, evitar dar declarações apressadas sobre o andamento das investigações, do tipo "provas ligam casal às agressões", como fez o promotor, em deplorável atuação.
A esmagadora pressão da mídia pode perfeitamente ter influído na decretação da prisão preventiva dos... o que são mesmo o pai e a madrasta de Isabella? Indiciados? Não.
Denunciados? Também não. São suspeitos, ou averiguados. Uma prisão injusta, apressada, ilegal; tanto assim que o Tribunal de Justiça concedeu liminar, em belo, longo e bem embasado despacho do desembargador Canguçu de Almeida (clique aqui).
Não foram só estes dois as vítimas do furor midiático dos editores das seções policiais; um pedreiro que chegou a integrar o rol dos suspeitos disse, às lágrimas, que estava sendo chamado de assassino por vizinhos depois que apareceu na televisão.
Não foram poucos os editoriais que criticaram, há algum tempo, a pirotecnia das ações da Polícia Federal, que na nova gestão tem se pautado pela discrição, raramente divulgando nomes e imagens dos presos em suas operações. Agora, em copiosas manchetes e reportagens repetitivas, a mídia faz muito pior. O Estadão chegou ao requinte de publicar (12/4, c-4) o endereço do avô paterno da vítima, onde ficarão hospedados os acusados.
Mas a televisão, o rádio e os portais dos jornais agem como se estivéssemos vivendo uma calamidade pública, praticamente em regime de plantão, a Folha Online com a chamada "urgente" para noticiar a soltura do casal Nardoni. A mesma Folha informa que os peritos têm trabalhado "com apreensão" em virtude da repercussão do caso, o que pode levá-los a cometer erros.
O público quer, evidentemente, ser informado, mas é de uma clareza solar que a imprensa, de certa forma, cria uma espécie de "demanda artificial" por uma enxurrada de notícias, especulações e depoimentos, quando as manchetes poderiam ser mais frugais.
Os indeléveis danos psicológicos causados por uma prisão eventualmente injusta, ainda que por "apenas" uma semana, não são mensuráveis e tampouco podem ser reparados com dinheiro.
Ao trauma de perder uma filha soma-se a crueldade do julgamento antecipado pelas palavras das autoridades e pela frenética cobertura da mídia. Mesmo os que não figuram entre os suspeitos, como a mãe e outros parentes da criança, sofrem com essa mórbida algaravia, mas a imprensa, indiferente, quiçá norteada pelo retorno financeiro proporcionado pela novelesca cobertura, se atira com inigualável apetite à cobertura de alguns fatos e numerosas suposições.
Pode ser que os atuais suspeitos venham a ser denunciados, julgados e condenados, mas essa tarefa cabe apenas ao Júri. À imprensa cumpre noticiar, sem censura, mas com parcimônia, ponderação, equilíbrio, senso de medida.
_______________
*Administrador de empresas
**Juiz federal em Recife
Fonte: Migalhas
Roberto Wanderley Nogueira**
O site do Estadão exibe a foto com a sintomática legenda: Pai de Isabella tenta "driblar" a imprensa à saída da prisão. O termo entre aspas como que ironiza a situação, dada a impossibilidade de um homem que nem acusado formalmente é, escapar do assédio dos repórteres.
A mídia dá o costumeiro destaque a temas que suscitam o clamor popular, mas é de se perguntar se todo esse frisson em torno do bárbaro caso do assassinato da menina Isabella Nardoni não está sendo exagerado pelos próprios meios de comunicação. Os textos e falas transpiram uma ansiedade que não se nota nem nos protagonistas da tragédia; a própria mãe da vítima tem estado serena e se absteve de fazer comentários e julgamentos.
Os repórteres e âncoras repetem exaustivamente as falas de testemunhas, promotor, delegados e outros envolvidos neste caso que deveriam, em respeito ao princípio constitucional da presunção de inocência, evitar dar declarações apressadas sobre o andamento das investigações, do tipo "provas ligam casal às agressões", como fez o promotor, em deplorável atuação.
A esmagadora pressão da mídia pode perfeitamente ter influído na decretação da prisão preventiva dos... o que são mesmo o pai e a madrasta de Isabella? Indiciados? Não.
Denunciados? Também não. São suspeitos, ou averiguados. Uma prisão injusta, apressada, ilegal; tanto assim que o Tribunal de Justiça concedeu liminar, em belo, longo e bem embasado despacho do desembargador Canguçu de Almeida (clique aqui).
Não foram só estes dois as vítimas do furor midiático dos editores das seções policiais; um pedreiro que chegou a integrar o rol dos suspeitos disse, às lágrimas, que estava sendo chamado de assassino por vizinhos depois que apareceu na televisão.
Não foram poucos os editoriais que criticaram, há algum tempo, a pirotecnia das ações da Polícia Federal, que na nova gestão tem se pautado pela discrição, raramente divulgando nomes e imagens dos presos em suas operações. Agora, em copiosas manchetes e reportagens repetitivas, a mídia faz muito pior. O Estadão chegou ao requinte de publicar (12/4, c-4) o endereço do avô paterno da vítima, onde ficarão hospedados os acusados.
Mas a televisão, o rádio e os portais dos jornais agem como se estivéssemos vivendo uma calamidade pública, praticamente em regime de plantão, a Folha Online com a chamada "urgente" para noticiar a soltura do casal Nardoni. A mesma Folha informa que os peritos têm trabalhado "com apreensão" em virtude da repercussão do caso, o que pode levá-los a cometer erros.
O público quer, evidentemente, ser informado, mas é de uma clareza solar que a imprensa, de certa forma, cria uma espécie de "demanda artificial" por uma enxurrada de notícias, especulações e depoimentos, quando as manchetes poderiam ser mais frugais.
Os indeléveis danos psicológicos causados por uma prisão eventualmente injusta, ainda que por "apenas" uma semana, não são mensuráveis e tampouco podem ser reparados com dinheiro.
Ao trauma de perder uma filha soma-se a crueldade do julgamento antecipado pelas palavras das autoridades e pela frenética cobertura da mídia. Mesmo os que não figuram entre os suspeitos, como a mãe e outros parentes da criança, sofrem com essa mórbida algaravia, mas a imprensa, indiferente, quiçá norteada pelo retorno financeiro proporcionado pela novelesca cobertura, se atira com inigualável apetite à cobertura de alguns fatos e numerosas suposições.
Pode ser que os atuais suspeitos venham a ser denunciados, julgados e condenados, mas essa tarefa cabe apenas ao Júri. À imprensa cumpre noticiar, sem censura, mas com parcimônia, ponderação, equilíbrio, senso de medida.
_______________
*Administrador de empresas
**Juiz federal em Recife
Fonte: Migalhas
Prefeitos são processados por manter os lixões
Maiza de Andrade, do A Tarde
Depois de sete meses de lançado o programa Desafio do Lixo, o Ministério Público Estadual (MPE) contabiliza 390 inquéritos instaurados e 41 ações civis públicas na Justiça para que vários prefeitos baianos dêem destino adequado aos resíduos sólidos de seus municípios. No caso das prefeituras de Ilhéus e Uruçuca (a 433 km e 405 km da capital, respectivamente), as ações são penais e a penalidade pode ser o bloqueio de recursos públicos.
A coordenadora do programa, a promotora Ana Luzia Santana, revela que em muitos casos tem sido precisfo recorrer ao Tribunal de Justiça (TJ-BA), pois os juízes locais se negam a dar liminares para o MP, como no caso de Retirolândia e Juazeiro (a 230 km e 500 km da capital).
Má gestão de resíduos sólidos também foi constatada em aterros sanitários. Dos 55 aterros implantados pela Companhia de Desenvolvimento Urbano do Estado da Bahia (Conder), “poucos estavam operando em condições aceitáveis”, segundo o MP.
UPB – Procurada pelos gestores municipais, a quem representa, a União dos Prefeitos da Bahia (UPB) reagiu. Com a orientação de uma ONG, está incentivando os prefeitos a darem o primeiro passo para evitar um mal maior. É que, com a lei federal que estabelece a política nacional do saneamento, que tem pouco mais de um ano de publicada, as prefeituras têm que elaborar planos municipais de saneamento para conseguir recursos da União e instituições financeiras.
De acordo com o coordenador jurídico da UPB, Evânio Antunes Coelho Júnior, o final do mandato não pode ser desculpa para os prefeitos deixarem a questão para depois: “Se o município demonstra interesse em resolver o problema, é possível que o Ministério Público retire as ações, porque a intenção não é a de punir, mas a de resolver”.
Para o presidente da UPB, o prefeito de Taperoá, Ito Meirelles, o MP está cumprindo o seu papel, mas precisa levar em conta que os prefeitos herdaram os lixões de outras gestões. Segundo ele, as principais dificuldades são a disponibilidade de áreas adequadas e a aquisição de recursos. “Isso não se resolve a toque de caixa. É preciso que o Ministério Público Estadual entenda isso, porque ninguém se sente bem com os lixões”, disse Meirelles, enquanto participava da 11ª Marcha dos Prefeitos, em Brasília, último dia 15.
Candeias – Em Candeias, Grande Salvador, um quadro tétrico produzido pelo acúmulo de lixo no local destinado a ser um matadouro chegou a paralisar o trabalho da empreiteira que executa um projeto da usina de biodiesel. Moscas infestaram os refeitórios dos trabalhadores.
O foco dos insetos fica a menos de 300 metros, em um lixão, onde a prefeitura resolveu descartar o lixo doméstico da cidade, com 78 mil habitantes. No local, homens, mulheres e crianças disputam com urubus o acesso aos resíduos, em meio à lama formada pelo chorume – líquido resultante da decomposição.
Se para quem está a uns 300 metros do lixão a situação está insuportável, pior ainda para as famílias que moram em barracos dentro de uma serraria vizinha ao depósito. Adriana Rodrigues Vieira, casada com um dos funcionários da serraria, tem dois filhos pequenos e conta que precisa deixá-los o dia todo na escola para evitar o contato com os insetos. Há dois anos, ela vê crescer a pilha de lixo a poucos metros do quintal da casa, repleto de gatos, que, segundo ela, chegam junto com o lixo. “Vêm ainda filhotes e vão ficando”, diz.
“Enquanto a prefeita e a vice de Candeias disputam, na Justiça, quem é que vai governar o município, o lixo está se acumulando na cidade”, conta o coordenador do Comitê da Cidadania, Manoel Amorim.
Dênio Primo, secretário de Serviços Públicos da gestão da prefeita destituída e instituída recentemente, Maria Célia de Jesus Magalhães (Amiga Ju), chegou a iniciar a transferência do lixo para o aterro de Camaçari, mas alega que o serviço foi interrompido durante o período em que a Amiga Ju ficou fora. “O lixo está tomando a cidade”, disse.
A coordenadora do programa, a promotora Ana Luzia Santana, revela que em muitos casos tem sido precisfo recorrer ao Tribunal de Justiça (TJ-BA), pois os juízes locais se negam a dar liminares para o MP, como no caso de Retirolândia e Juazeiro (a 230 km e 500 km da capital).
Má gestão de resíduos sólidos também foi constatada em aterros sanitários. Dos 55 aterros implantados pela Companhia de Desenvolvimento Urbano do Estado da Bahia (Conder), “poucos estavam operando em condições aceitáveis”, segundo o MP.
UPB – Procurada pelos gestores municipais, a quem representa, a União dos Prefeitos da Bahia (UPB) reagiu. Com a orientação de uma ONG, está incentivando os prefeitos a darem o primeiro passo para evitar um mal maior. É que, com a lei federal que estabelece a política nacional do saneamento, que tem pouco mais de um ano de publicada, as prefeituras têm que elaborar planos municipais de saneamento para conseguir recursos da União e instituições financeiras.
De acordo com o coordenador jurídico da UPB, Evânio Antunes Coelho Júnior, o final do mandato não pode ser desculpa para os prefeitos deixarem a questão para depois: “Se o município demonstra interesse em resolver o problema, é possível que o Ministério Público retire as ações, porque a intenção não é a de punir, mas a de resolver”.
Para o presidente da UPB, o prefeito de Taperoá, Ito Meirelles, o MP está cumprindo o seu papel, mas precisa levar em conta que os prefeitos herdaram os lixões de outras gestões. Segundo ele, as principais dificuldades são a disponibilidade de áreas adequadas e a aquisição de recursos. “Isso não se resolve a toque de caixa. É preciso que o Ministério Público Estadual entenda isso, porque ninguém se sente bem com os lixões”, disse Meirelles, enquanto participava da 11ª Marcha dos Prefeitos, em Brasília, último dia 15.
Candeias – Em Candeias, Grande Salvador, um quadro tétrico produzido pelo acúmulo de lixo no local destinado a ser um matadouro chegou a paralisar o trabalho da empreiteira que executa um projeto da usina de biodiesel. Moscas infestaram os refeitórios dos trabalhadores.
O foco dos insetos fica a menos de 300 metros, em um lixão, onde a prefeitura resolveu descartar o lixo doméstico da cidade, com 78 mil habitantes. No local, homens, mulheres e crianças disputam com urubus o acesso aos resíduos, em meio à lama formada pelo chorume – líquido resultante da decomposição.
Se para quem está a uns 300 metros do lixão a situação está insuportável, pior ainda para as famílias que moram em barracos dentro de uma serraria vizinha ao depósito. Adriana Rodrigues Vieira, casada com um dos funcionários da serraria, tem dois filhos pequenos e conta que precisa deixá-los o dia todo na escola para evitar o contato com os insetos. Há dois anos, ela vê crescer a pilha de lixo a poucos metros do quintal da casa, repleto de gatos, que, segundo ela, chegam junto com o lixo. “Vêm ainda filhotes e vão ficando”, diz.
“Enquanto a prefeita e a vice de Candeias disputam, na Justiça, quem é que vai governar o município, o lixo está se acumulando na cidade”, conta o coordenador do Comitê da Cidadania, Manoel Amorim.
Dênio Primo, secretário de Serviços Públicos da gestão da prefeita destituída e instituída recentemente, Maria Célia de Jesus Magalhães (Amiga Ju), chegou a iniciar a transferência do lixo para o aterro de Camaçari, mas alega que o serviço foi interrompido durante o período em que a Amiga Ju ficou fora. “O lixo está tomando a cidade”, disse.
Fonte: A Tarde
Conta de energia vai ficar até 13,89% mais barata
Queda beneficiará principalmente os consumidores residenciais, que correspondem a 80% dos clientes da Coelba
Graciela Alvarez
Apartir da próxima terça-feira, 4,3 milhões de clientes atendidos pela Coelba pagarão menos pelo consumo de energia. A redução das tarifas é resultado da revisão periódica promovida pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), anunciada ontem. O índice médio da distribuidora será de -12,12%, variando de acordo com a classe de consumo. Dentre os consumidores, os residenciais, que correspondem a 80% do total de clientes da concessionária, serão os mais beneficiados, pois as suas contas de energia ficarão 13,89% mais baratas. Já para as indústrias e outros clientes de alta-tensão, a diferença para menos vai variar de 3,43% a 12,04%.
Segundo a assesoria de imprensa da Aneel, a diminuição nos índices da Coelba reflete ganho de produtividade e redução do custo dos serviços. “Entretanto, a diminuição nas tarifas, aprovada hoje (ontem), poderia ser maior caso não houvesse a incidência do repasse da cobertura tarifária para o encargo de serviços do sistema (ESS), que tem como atribuição garantir a segurança energética. Esse valor é resultante da ultrapassagem da curva de aversão a risco (CAR) e do despacho das usinas termoelétricas determinada pelo Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE) no final de 2007 e no início de 2008”, diz a nota.
Vale ressaltar que a Aneel tinha proposto, de forma preliminar, uma redução de 14,34% sobre a tarifa vigente na Bahia, durante reunião de diretoria do órgão realizada no último dia 26 de fevereiro. Este índice foi colocado sob consulta pública no site da Aneel (www.aneel.gov.br) para recebimento de contribuições da empresa e sociedade em geral e ontem foi aprovado pela agência os índices finais de revisão tarifária da Coelba, que é hoje a terceira maior distribuidora do setor elétrico brasileiro e a primeira do Norte/Nordeste em número de clientes. De acordo com a Aneel, as novas tarifas valem até o dia 21 de abril de 2009.
Economia - Apesar de não saber a partir de quando a sua conta de energia elétrica virá mais barata, a dona de casa Eulália Raña Pimentel já comemora a redução de 13,89% nas suas futuras contas de energia. Segundo ela, que paga em média R$265 de luz por mês, para economizar já tinha aposentado o forno elétrico e o ferro de passar roupa há mais de um ano. “Pela primeira vez, os consumidores estão sendo beneficiados. Só tínhamos reajuste. Agora, vou poder voltar a usar o microondas com mais freqüência e quem sabe até juntar um dinheirinho para ajudar nas outras despesas da casa”, comemora. Levando em consideração a fatura no valor de R$265, a partir de agora a dona de casa poupará R$36,80 por mês. “Estou achando o máximo”, finaliza ela.
Procurada pela reportagem, a Coelba, por meio de sua assessoria de imprensa, informou que só se pronunciará sobre o assunto hoje à tarde, através de uma coletiva de imprensa.
***
Redução pode se refletir nos preços dos produtos
O gerente de compras da Panificadora e Mercearia Costa, Valdo Nunes Costa Júnior, avalia que a redução nas contas de luz das empresas é bem-vinda e, além de motivar o empresariado a investir, beneficiará o consumidor. Ele diz que a conta de energia da empresa, que custa em média R$1 mil, chega a representar quase 30% do custo fixo da companhia. “Como empresário acho os custos da tarifa de energia altos, o que, às vezes, acaba inviabilizando preços mais justos e competitivos para os clientes, uma vez que os custos da energia estão embutidos no preço final do produto”, revela, complementando que o corte vai contribuir para melhorar as condições de competitividade e lucratividade dos negócios.
A empresária baiana Mia Ferreira, que há 12 anos a-tua no ramo de bebidas, também considera a redução dos índices uma conquista. “Agora acredito que vamos poder diminuir os preços das mercadorias, uma vez que nossos custos também serão reduzidos”, afirma. Ela comenta que os gastos com energia elétrica são, hoje, um dos principais itens que pesam no seu orçamento. “Quando o movimento está fraco, quase da metade do dinheiro que ganho vai para o bolso da Coelba. Sem alternativa, acabo repassando esse prejuízo para os meus clientes. Pagando menos, todo mundo vai lucrar com isso”, opina a empresária, que pretende economizar R$200 por mês com as reduções das tarifas de energia para clientes de alta tensão, que terá uma redução de 3,43% a 12,04%, a depender da classe de consumo.
Fonte: Correio da Bahia
Graciela Alvarez
Apartir da próxima terça-feira, 4,3 milhões de clientes atendidos pela Coelba pagarão menos pelo consumo de energia. A redução das tarifas é resultado da revisão periódica promovida pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), anunciada ontem. O índice médio da distribuidora será de -12,12%, variando de acordo com a classe de consumo. Dentre os consumidores, os residenciais, que correspondem a 80% do total de clientes da concessionária, serão os mais beneficiados, pois as suas contas de energia ficarão 13,89% mais baratas. Já para as indústrias e outros clientes de alta-tensão, a diferença para menos vai variar de 3,43% a 12,04%.
Segundo a assesoria de imprensa da Aneel, a diminuição nos índices da Coelba reflete ganho de produtividade e redução do custo dos serviços. “Entretanto, a diminuição nas tarifas, aprovada hoje (ontem), poderia ser maior caso não houvesse a incidência do repasse da cobertura tarifária para o encargo de serviços do sistema (ESS), que tem como atribuição garantir a segurança energética. Esse valor é resultante da ultrapassagem da curva de aversão a risco (CAR) e do despacho das usinas termoelétricas determinada pelo Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE) no final de 2007 e no início de 2008”, diz a nota.
Vale ressaltar que a Aneel tinha proposto, de forma preliminar, uma redução de 14,34% sobre a tarifa vigente na Bahia, durante reunião de diretoria do órgão realizada no último dia 26 de fevereiro. Este índice foi colocado sob consulta pública no site da Aneel (www.aneel.gov.br) para recebimento de contribuições da empresa e sociedade em geral e ontem foi aprovado pela agência os índices finais de revisão tarifária da Coelba, que é hoje a terceira maior distribuidora do setor elétrico brasileiro e a primeira do Norte/Nordeste em número de clientes. De acordo com a Aneel, as novas tarifas valem até o dia 21 de abril de 2009.
Economia - Apesar de não saber a partir de quando a sua conta de energia elétrica virá mais barata, a dona de casa Eulália Raña Pimentel já comemora a redução de 13,89% nas suas futuras contas de energia. Segundo ela, que paga em média R$265 de luz por mês, para economizar já tinha aposentado o forno elétrico e o ferro de passar roupa há mais de um ano. “Pela primeira vez, os consumidores estão sendo beneficiados. Só tínhamos reajuste. Agora, vou poder voltar a usar o microondas com mais freqüência e quem sabe até juntar um dinheirinho para ajudar nas outras despesas da casa”, comemora. Levando em consideração a fatura no valor de R$265, a partir de agora a dona de casa poupará R$36,80 por mês. “Estou achando o máximo”, finaliza ela.
Procurada pela reportagem, a Coelba, por meio de sua assessoria de imprensa, informou que só se pronunciará sobre o assunto hoje à tarde, através de uma coletiva de imprensa.
***
Redução pode se refletir nos preços dos produtos
O gerente de compras da Panificadora e Mercearia Costa, Valdo Nunes Costa Júnior, avalia que a redução nas contas de luz das empresas é bem-vinda e, além de motivar o empresariado a investir, beneficiará o consumidor. Ele diz que a conta de energia da empresa, que custa em média R$1 mil, chega a representar quase 30% do custo fixo da companhia. “Como empresário acho os custos da tarifa de energia altos, o que, às vezes, acaba inviabilizando preços mais justos e competitivos para os clientes, uma vez que os custos da energia estão embutidos no preço final do produto”, revela, complementando que o corte vai contribuir para melhorar as condições de competitividade e lucratividade dos negócios.
A empresária baiana Mia Ferreira, que há 12 anos a-tua no ramo de bebidas, também considera a redução dos índices uma conquista. “Agora acredito que vamos poder diminuir os preços das mercadorias, uma vez que nossos custos também serão reduzidos”, afirma. Ela comenta que os gastos com energia elétrica são, hoje, um dos principais itens que pesam no seu orçamento. “Quando o movimento está fraco, quase da metade do dinheiro que ganho vai para o bolso da Coelba. Sem alternativa, acabo repassando esse prejuízo para os meus clientes. Pagando menos, todo mundo vai lucrar com isso”, opina a empresária, que pretende economizar R$200 por mês com as reduções das tarifas de energia para clientes de alta tensão, que terá uma redução de 3,43% a 12,04%, a depender da classe de consumo.
Fonte: Correio da Bahia
Juízes empossados trabalharão no interior
Vinte dos 34 juízes nomeados pelo Tribunal de Justiça na última sexta-feira (11) tomaram posse na tarde desta quinta-feira (17), em Salvador. Todos vão trabalhar no interior do estado.
A posse foi no auditório do Tribunal de Justiça do Estado, no Centro Administrativo da Bahia, na capital. Dos 34 juízes aprovados no concurso, apenas três são baianos. Os demais são de outros quinze estados.
Todos tiveram que esperar mais de três anos pela nomeação por falta de verbas. No discurso, a presidente do TJ, desembargadora Sílvia Zarif, lembrou a importância da posse para a justiça no estado.
Pelo menos oitenta municípios do interior da Bahia não têm juízes, o que tem causado lentidão nos processos e prejudicado a população.
Até o fim do mês, os novos magistrados vão ser nomeados para trabalhar em comarcas do interior, depois de passar por uma semana de treinamento. Os juízes ausentes vão tomar posse em cerimônias individuais na próxima semana.
*Com informações do BATV
Fonte: iBahia
A posse foi no auditório do Tribunal de Justiça do Estado, no Centro Administrativo da Bahia, na capital. Dos 34 juízes aprovados no concurso, apenas três são baianos. Os demais são de outros quinze estados.
Todos tiveram que esperar mais de três anos pela nomeação por falta de verbas. No discurso, a presidente do TJ, desembargadora Sílvia Zarif, lembrou a importância da posse para a justiça no estado.
Pelo menos oitenta municípios do interior da Bahia não têm juízes, o que tem causado lentidão nos processos e prejudicado a população.
Até o fim do mês, os novos magistrados vão ser nomeados para trabalhar em comarcas do interior, depois de passar por uma semana de treinamento. Os juízes ausentes vão tomar posse em cerimônias individuais na próxima semana.
*Com informações do BATV
Fonte: iBahia
A Amazônia e o Brasil mergulhados no caos
Por: Helio Fernandes
A "semente" de um novo Kosovo, que não deixaremos desenvolver
Dois assuntos que felizmente não conseguem tirar do noticiário, e que por terem muita coisa em comum juntei aqui.
1 - A audácia de propor na ONU a criação de "241 países" na Amazônia.
2 - O número elevadíssimo de ONGs, mais de 300 mil, sendo que 100 mil só na Amazônia.
O general Lessa (que comandou a Amazônia com competência extraordinária e uma quase obsessão) foi o primeiro a fazer uma série de televisão, mostrando ao mesmo tempo as duas coisas, ONG-Amazônia.
O almirante Gama e Silva (que tem longo trabalho de pesquisa e livros sobre o assunto) revelou para o repórter: "Helio, essas terras que querem entregar a meia dúzia de índios são maiores do que a Índia e o Paquistão". Disse que não podia ser, Gama e Silva acrescentou: "E isso sem contar com o que chamam de Amazônia legal, pura ficção".
Finalmente, o general Augusto Heleno, que comanda a Amazônia e conhece profundamente a sua desprezada realidade, deixou os seminários (ontem esteve participando de um no Clube Militar) e foi para a televisão, assombrando a todos pelo conhecimento pessoal e o desconhecimento de muitas autoridades. Todos ressalvam e deixam bem claro o que seria desnecessário: "Não estamos contra os índios, mas não podemos permitir a divisão do Brasil EM VÁRIAS NAÇÕES".
Na semana seguinte, o "Canal Livre" (louvo o interesse pelas questões importantíssimas) entrevistou o ministro da Justiça. Sobre a mesma Amazônia e o desinteresse do Itamaraty e, lógico, do próprio governo pelo que a ONU está discutindo. E que naturalmente votará: o que chamam sofismando de "DECLARAÇÃO UNIVERSAL DOS DIREITOS DOS POVOS INDÍGENAS". Assim mesmo, longo e tenebroso, pois precisam complicar bastante o problema, para que ninguém entenda.
O ministro Tarso Genro "honrou" a ONU, mostrou que não conhece nada sobre o assunto. É uma audácia ir à televisão expor seu desconhecimento de tudo. Devia pelo menos ter lido alguma coisa. O ministro parece que confiou bastante no Itamaraty, e disse consigo mesmo: "Se eles aprovaram, não pode ser contra o Brasil, por que vou perder tempo estudando um assunto tão complicado?".
No programa, o ministro criticou, só o Supremo. Defendeu a Raposa/Serra do Sol, não percebeu que pode dividir o Brasil até com guerra civil. E não ligou nem para o que disse o seu chefe, Lula, presidente da República: "A favor dos índios, todos somos, mas N-A-Ç-Ã-O aqui, só existe uma, o Brasil".
No seminário de anteontem, pela primeira vez acertaram no alvo, com espantosa precisão: "Aprovado o projeto da ONU, o exemplo de Kosovo se repetirá no Brasil". É rigorosamente verdadeiro. Só que não deixaremos que a ONU vote nada que ameace o Brasil e sua unidade, mantida no Império e resguardada na República.
Há dezenas de anos personagens do mundo inteiro procuram fórmula de "invadir, se apossar e dominar" oficialmente a Amazônia. Tentam iludir a todos, dizendo "a Amazônia é o pulmão do mundo, não pode ser propriedade do Brasil". Isso não tem nada a ver. Eles sabem que cientistas de alto respeito já concluíram: "As maiores riquezas do mundo ainda não foram transformadas em realidade. Estão no fundo do mar, na Antártida, nas montanhas e na Amazônia". Portanto três desses "territórios" riquíssimos estão no Brasil. Alguma dúvida sobre a intenção desses grupos de ESPECULADORES MULTINACIONAIS ou GLOBALIZANTES?
O general Augusto Heleno novamente colocou as coisas nos termos devidos e usando as palavras irrefutáveis. E teve a simplicidade e a coragem de chamar a atenção para a hierarquia não apenas militar. Textual: "Meu único objetivo é a defesa do Brasil".
PS - Só esse assunto já seria suficiente para dominar a atenção da opinião pública. Voltaremos a tratar muito do assunto, nossa preocupação. E a convicção deste repórter foi sempre esta: ANTIIMPERIALISTA E ANTIGUERRA. Principalmente a civil.
PS 2 - E há ainda o problema G-R-A-V-Í-S-S-I-M-O das ONGs. Só na Amazônia existem 100 mil. Isso mesmo: só na Amazônia 100 mil ONGs, 300 mil no Brasil todo. Por que essa profusão de ONGs, que ninguém sabe como agem e por que recebem FORTUNAS dos governos?
José Dirceu
Está aparecendo como o grande estrategista do nada. Agora tenta encurralar o próprio Lula.
Desculpem, estou sempre me antecipando aos fatos, e servindo ao cidadão-contribuinte-eleitor a informação correta e não contaminada. Anteontem, quarta-feira, jornalões davam em manchete que "o Superior Tribunal do Trabalho mandara demitir quase 4 mil terceirizados de Furnas". E ainda acrescentavam que dessa decisão não cabia mais recurso. Desconhecimento total de tudo, criando desorientação.
Imediatamente, sem consultar ninguém ou "qualquer enciclopédia" (não dava nem tempo), escrevi o que saiu ontem, quinta-feira. Ainda cabem vários recursos, e o próprio TCU garantiu os terceirizados até dezembro de 2009.
Ontem mesmo, de forma irrefutável, o TST (Tribunal Superior do Trabalho), em nota oficial, refutou a todos, explicando: "Diante do que foi noticiado o Tribunal esclarece que a decisão NÃO É IRREVOGÁVEL NEM DEFINITIVA". Perfeito.
E publica uma relação do assunto que chama de "COMPLEXO", é mesmo. Só não podia dizer que a "notícia" saiu do próprio TST.
Como se dizia antigamente, José Dirceu parece que "está vendo passarinho verde". Publicamente muda de posição (aqui e no exterior), se joga contra o governo, critica duramente o próprio presidente Lula. É a primeira vez.
O ex-chefe da Casa Civil, e agora lobista requisitado, direta ou indiretamente, não faz diferença. Se coloca contra a posição do presidente Lula na Holanda, e diz, S-U-R-P-R-E-E-N-D-E-N-T-E-M-E-N-T-E, que "o programa do biodiesel prejudica a produção de alimentos".
Diz ainda que biodiesel provoca aumento de preços de todos os alimentos. Curiosamente, quando Lula começou a exaltar o biodiesel (no caso patrioticamente), houve protesto.
De quem? Do grande amigo de José Dirceu, Fidel Castro. Ele ainda estava no Poder (Dirceu morou lá como fugitivo ou refugiado), quem sabe Fidel não pediu a ele o protesto?
Para terminar o assunto por hoje, por hoje. Dirceu, sem constrangimento, ataca até o "bolsa-família", do qual já foi defensor.
E usa aquela velha imagem chinesa de séculos: "O importante não é dar o peixe e sim ensinar a pescar". Para onde Dirceu está remando?
Uma injustiça: por que Romario não é considerado um dos maiores jogadores do seu tempo? Não foi apenas goleador, driblava, se livrava facilmente dos adversários, "infernizava" as defesas. E mais: fortíssima personalidade, não era servo, submisso, subserviente.
Uma surpresa: como é que Ricardo Teixeira acertou totalmente trocando Parreira pelo Dunga? Ontem dei nota mil ao treinador da seleção, dentro e fora do campo. E não tem medo de nada.
Um franco favorito municipal com sinal trocado: Dona Marta Suplicy, que já foi derrotada por Serra e pensa (?) que ganhará de Alckmin, muito mais forte. Ela não quer, o que fazer?
Um surrealismo. Não podemos esquecer de César Maia: "Assim que eu inaugurar a Cidade da Música, ninguém mais falará no mosquito da dengue". É gozação ou o alcaide acredita mesmo?
Um passado inteiramente ultrapassado: Lucio Costa projetou as ruas de Brasília sem sinais ou cruzamentos. Inacreditavelmente e proporcionalmente, a capital tem mais sinais, desastres e engarramentos.
Daqui dei parabéns ao coronel Chávez pelo fato de ter transformado a maior siderúrgica da Venezuela em propriedade do próprio país.
Agora vejo os "controladores" argentinos chorando a perda do ROUBO da riqueza alheia. A prova de que Chávez estava certo, e este repórter certíssimo no aplauso. Mas não incondicional.
Alerj aprovou projeto do deputado Gerson Bergher que determina revisão geral nos auxílios-educação concedidos. Todos os nomes serão conferidos nos colégios particulares em que as informações dizem estar matriculados.
O auxílio-educação é de 450 reais mensais por aluno. Além disso, os deputados, e não só os funcionários de seus gabinetes, passam a ser diretamente responsáveis pelas informações e comprovações.
Na Câmara de Vereadores, o prefeito César Maia acionou seu rolo compressor para derrubar projeto da vereadora Teresa Bergher que devolvia à Prefeitura a responsabilidade de organizar os desfiles das escolas de samba.
Tarefa que o prefeito transferiu à Liesa, Liga das Escolas de Samba. Não se compreende exatamente a atitude do prefeito, pois ele deveria ser o primeiro a desejar transferir para o município a receita que os desfiles proporcionam.
Ontem, o deputado Paulo Ramos fez discurso na Alerj (com apartes de Wagner Montes) exaltando a participação desta Tribuna da Imprensa na luta contra o regime autoritário.
XXX
Agradecimento ao Paulo Ramos (e Wagner Montes), tudo pode ser lido na íntegra na página 7.
Mês que vem, maio, eleição no Jóquei Clube, mais de 5 mil sócios com direito a voto. Pensei que a campanha fosse se travar em nome da reivindicação dos sócios. Nada disso, o único nome que parece ter importância é BOMBRIL. Como sou, provavelmente, o mais antigo sócio do clube, gostaria que ele fosse devolvido verdadeiramente aos sócios.
Fui contra a derrubada da belíssima "sede antiga", que deveria ter sido TOMBADA, representava uma época do Rio. O Jóquei tem coisas estranhas: em 1956, a chapa Santiago Dantas-Osvaldo Aranha foi derrotada por Mario Ribeiro, apenas o construtor da sede da Gávea em 1932.
Combati abertamente o restaurante popular para não sócios. Numa sessão tumultuadíssima (presidida pelo meu grande amigo e advogado em 9 processos, Evandro Lins e Silva) falei 14 vezes. Fizeram o restaurante, deixei de ir lá. Gostaria que passassem "bombril" em tudo e devolvessem o clube aos sócios.
Fonte: Tribuna da Imprensa
A "semente" de um novo Kosovo, que não deixaremos desenvolver
Dois assuntos que felizmente não conseguem tirar do noticiário, e que por terem muita coisa em comum juntei aqui.
1 - A audácia de propor na ONU a criação de "241 países" na Amazônia.
2 - O número elevadíssimo de ONGs, mais de 300 mil, sendo que 100 mil só na Amazônia.
O general Lessa (que comandou a Amazônia com competência extraordinária e uma quase obsessão) foi o primeiro a fazer uma série de televisão, mostrando ao mesmo tempo as duas coisas, ONG-Amazônia.
O almirante Gama e Silva (que tem longo trabalho de pesquisa e livros sobre o assunto) revelou para o repórter: "Helio, essas terras que querem entregar a meia dúzia de índios são maiores do que a Índia e o Paquistão". Disse que não podia ser, Gama e Silva acrescentou: "E isso sem contar com o que chamam de Amazônia legal, pura ficção".
Finalmente, o general Augusto Heleno, que comanda a Amazônia e conhece profundamente a sua desprezada realidade, deixou os seminários (ontem esteve participando de um no Clube Militar) e foi para a televisão, assombrando a todos pelo conhecimento pessoal e o desconhecimento de muitas autoridades. Todos ressalvam e deixam bem claro o que seria desnecessário: "Não estamos contra os índios, mas não podemos permitir a divisão do Brasil EM VÁRIAS NAÇÕES".
Na semana seguinte, o "Canal Livre" (louvo o interesse pelas questões importantíssimas) entrevistou o ministro da Justiça. Sobre a mesma Amazônia e o desinteresse do Itamaraty e, lógico, do próprio governo pelo que a ONU está discutindo. E que naturalmente votará: o que chamam sofismando de "DECLARAÇÃO UNIVERSAL DOS DIREITOS DOS POVOS INDÍGENAS". Assim mesmo, longo e tenebroso, pois precisam complicar bastante o problema, para que ninguém entenda.
O ministro Tarso Genro "honrou" a ONU, mostrou que não conhece nada sobre o assunto. É uma audácia ir à televisão expor seu desconhecimento de tudo. Devia pelo menos ter lido alguma coisa. O ministro parece que confiou bastante no Itamaraty, e disse consigo mesmo: "Se eles aprovaram, não pode ser contra o Brasil, por que vou perder tempo estudando um assunto tão complicado?".
No programa, o ministro criticou, só o Supremo. Defendeu a Raposa/Serra do Sol, não percebeu que pode dividir o Brasil até com guerra civil. E não ligou nem para o que disse o seu chefe, Lula, presidente da República: "A favor dos índios, todos somos, mas N-A-Ç-Ã-O aqui, só existe uma, o Brasil".
No seminário de anteontem, pela primeira vez acertaram no alvo, com espantosa precisão: "Aprovado o projeto da ONU, o exemplo de Kosovo se repetirá no Brasil". É rigorosamente verdadeiro. Só que não deixaremos que a ONU vote nada que ameace o Brasil e sua unidade, mantida no Império e resguardada na República.
Há dezenas de anos personagens do mundo inteiro procuram fórmula de "invadir, se apossar e dominar" oficialmente a Amazônia. Tentam iludir a todos, dizendo "a Amazônia é o pulmão do mundo, não pode ser propriedade do Brasil". Isso não tem nada a ver. Eles sabem que cientistas de alto respeito já concluíram: "As maiores riquezas do mundo ainda não foram transformadas em realidade. Estão no fundo do mar, na Antártida, nas montanhas e na Amazônia". Portanto três desses "territórios" riquíssimos estão no Brasil. Alguma dúvida sobre a intenção desses grupos de ESPECULADORES MULTINACIONAIS ou GLOBALIZANTES?
O general Augusto Heleno novamente colocou as coisas nos termos devidos e usando as palavras irrefutáveis. E teve a simplicidade e a coragem de chamar a atenção para a hierarquia não apenas militar. Textual: "Meu único objetivo é a defesa do Brasil".
PS - Só esse assunto já seria suficiente para dominar a atenção da opinião pública. Voltaremos a tratar muito do assunto, nossa preocupação. E a convicção deste repórter foi sempre esta: ANTIIMPERIALISTA E ANTIGUERRA. Principalmente a civil.
PS 2 - E há ainda o problema G-R-A-V-Í-S-S-I-M-O das ONGs. Só na Amazônia existem 100 mil. Isso mesmo: só na Amazônia 100 mil ONGs, 300 mil no Brasil todo. Por que essa profusão de ONGs, que ninguém sabe como agem e por que recebem FORTUNAS dos governos?
José Dirceu
Está aparecendo como o grande estrategista do nada. Agora tenta encurralar o próprio Lula.
Desculpem, estou sempre me antecipando aos fatos, e servindo ao cidadão-contribuinte-eleitor a informação correta e não contaminada. Anteontem, quarta-feira, jornalões davam em manchete que "o Superior Tribunal do Trabalho mandara demitir quase 4 mil terceirizados de Furnas". E ainda acrescentavam que dessa decisão não cabia mais recurso. Desconhecimento total de tudo, criando desorientação.
Imediatamente, sem consultar ninguém ou "qualquer enciclopédia" (não dava nem tempo), escrevi o que saiu ontem, quinta-feira. Ainda cabem vários recursos, e o próprio TCU garantiu os terceirizados até dezembro de 2009.
Ontem mesmo, de forma irrefutável, o TST (Tribunal Superior do Trabalho), em nota oficial, refutou a todos, explicando: "Diante do que foi noticiado o Tribunal esclarece que a decisão NÃO É IRREVOGÁVEL NEM DEFINITIVA". Perfeito.
E publica uma relação do assunto que chama de "COMPLEXO", é mesmo. Só não podia dizer que a "notícia" saiu do próprio TST.
Como se dizia antigamente, José Dirceu parece que "está vendo passarinho verde". Publicamente muda de posição (aqui e no exterior), se joga contra o governo, critica duramente o próprio presidente Lula. É a primeira vez.
O ex-chefe da Casa Civil, e agora lobista requisitado, direta ou indiretamente, não faz diferença. Se coloca contra a posição do presidente Lula na Holanda, e diz, S-U-R-P-R-E-E-N-D-E-N-T-E-M-E-N-T-E, que "o programa do biodiesel prejudica a produção de alimentos".
Diz ainda que biodiesel provoca aumento de preços de todos os alimentos. Curiosamente, quando Lula começou a exaltar o biodiesel (no caso patrioticamente), houve protesto.
De quem? Do grande amigo de José Dirceu, Fidel Castro. Ele ainda estava no Poder (Dirceu morou lá como fugitivo ou refugiado), quem sabe Fidel não pediu a ele o protesto?
Para terminar o assunto por hoje, por hoje. Dirceu, sem constrangimento, ataca até o "bolsa-família", do qual já foi defensor.
E usa aquela velha imagem chinesa de séculos: "O importante não é dar o peixe e sim ensinar a pescar". Para onde Dirceu está remando?
Uma injustiça: por que Romario não é considerado um dos maiores jogadores do seu tempo? Não foi apenas goleador, driblava, se livrava facilmente dos adversários, "infernizava" as defesas. E mais: fortíssima personalidade, não era servo, submisso, subserviente.
Uma surpresa: como é que Ricardo Teixeira acertou totalmente trocando Parreira pelo Dunga? Ontem dei nota mil ao treinador da seleção, dentro e fora do campo. E não tem medo de nada.
Um franco favorito municipal com sinal trocado: Dona Marta Suplicy, que já foi derrotada por Serra e pensa (?) que ganhará de Alckmin, muito mais forte. Ela não quer, o que fazer?
Um surrealismo. Não podemos esquecer de César Maia: "Assim que eu inaugurar a Cidade da Música, ninguém mais falará no mosquito da dengue". É gozação ou o alcaide acredita mesmo?
Um passado inteiramente ultrapassado: Lucio Costa projetou as ruas de Brasília sem sinais ou cruzamentos. Inacreditavelmente e proporcionalmente, a capital tem mais sinais, desastres e engarramentos.
Daqui dei parabéns ao coronel Chávez pelo fato de ter transformado a maior siderúrgica da Venezuela em propriedade do próprio país.
Agora vejo os "controladores" argentinos chorando a perda do ROUBO da riqueza alheia. A prova de que Chávez estava certo, e este repórter certíssimo no aplauso. Mas não incondicional.
Alerj aprovou projeto do deputado Gerson Bergher que determina revisão geral nos auxílios-educação concedidos. Todos os nomes serão conferidos nos colégios particulares em que as informações dizem estar matriculados.
O auxílio-educação é de 450 reais mensais por aluno. Além disso, os deputados, e não só os funcionários de seus gabinetes, passam a ser diretamente responsáveis pelas informações e comprovações.
Na Câmara de Vereadores, o prefeito César Maia acionou seu rolo compressor para derrubar projeto da vereadora Teresa Bergher que devolvia à Prefeitura a responsabilidade de organizar os desfiles das escolas de samba.
Tarefa que o prefeito transferiu à Liesa, Liga das Escolas de Samba. Não se compreende exatamente a atitude do prefeito, pois ele deveria ser o primeiro a desejar transferir para o município a receita que os desfiles proporcionam.
Ontem, o deputado Paulo Ramos fez discurso na Alerj (com apartes de Wagner Montes) exaltando a participação desta Tribuna da Imprensa na luta contra o regime autoritário.
XXX
Agradecimento ao Paulo Ramos (e Wagner Montes), tudo pode ser lido na íntegra na página 7.
Mês que vem, maio, eleição no Jóquei Clube, mais de 5 mil sócios com direito a voto. Pensei que a campanha fosse se travar em nome da reivindicação dos sócios. Nada disso, o único nome que parece ter importância é BOMBRIL. Como sou, provavelmente, o mais antigo sócio do clube, gostaria que ele fosse devolvido verdadeiramente aos sócios.
Fui contra a derrubada da belíssima "sede antiga", que deveria ter sido TOMBADA, representava uma época do Rio. O Jóquei tem coisas estranhas: em 1956, a chapa Santiago Dantas-Osvaldo Aranha foi derrotada por Mario Ribeiro, apenas o construtor da sede da Gávea em 1932.
Combati abertamente o restaurante popular para não sócios. Numa sessão tumultuadíssima (presidida pelo meu grande amigo e advogado em 9 processos, Evandro Lins e Silva) falei 14 vezes. Fizeram o restaurante, deixei de ir lá. Gostaria que passassem "bombril" em tudo e devolvessem o clube aos sócios.
Fonte: Tribuna da Imprensa
De como se perde a autoridade
Por: Carlos Chagas
BRASÍLIA - Autoridade é valor que se conquista com muito tempo e muito esforço, mas que se perde em questão de minutos. Está o governo Lula diante de grave decisão: ou mantém o funcionamento das instituições ou verá posta em frangalhos a obra que, até contra as impressões gerais, conseguiu erigir em mais de cinco anos de governo.
Porque está em xeque a autoridade do presidente da República, responsável maior pelo fato de o Brasil afirmar-se como nação organizada, independente e aberta aos desafios do novo século.
Falamos do abril vermelho que nos assola, mais abril do que vermelho, aliás, porque o socialismo verdadeiro nada tem a ver com baderna e truculência. Num crescendo iniciados anos atrás, o Movimento dos Sem Terra vem ampliando sua ação de desmoralizar e erodir as instituições e os valores responsáveis por nossa sobrevivência como nação organizada.
Vejam bem, nenhuma crítica se faz à formação de acampamentos e às invasões onde se concentram centenas de milhares de miseráveis em busca de um pedaço de chão para viver com o mínimo de dignidade que a sociedade lhes nega. Da mesma forma, não haverá que opor restrições ao apoio que o governo dá ao movimento, parte integrante da reação nacional ao domínio das elites e à predominância dos poderosos sobre as massas. Aliás, o MST surge como o movimento político mais importante verificado no mundo desde a ascensão do neoliberalismo.
Agora, não dá para aceitar como centenas de sem-terra, na madrugada de quarta-feira, ocuparam a sede da Caixa Econômica Federal, em Brasília, até utilizando métodos dignos das hordas bárbaras da Idade das Trevas, ou seja, colocando na frente dos invasores montes de velhos, mulheres e crianças.
O que tem a Caixa Econômica a ver com a reforma agrária, reivindicação mais do que justa da imensa maioria da população? Deve conceder crédito para a aquisição de terras e a construção de casas, é certo, mas se sua atividade for interrompida ou obstada, quem perde em toda a história? Ao mesmo tempo, ainda quarta-feira, voltou a interditar rodovias, como a Rio - São Paulo e a Paraná - Rio Grande do Sul.
Obstruíram ferrovias no Norte e assaltaram os prédios do Ministério da Fazenda e da Secretaria de Agricultura no Rio Grande do Sul. Como há pouco vinham fazendo de forma isolada, até mesmo depredando parte da Câmara dos Deputados, agora deram um passo adiante. Agem em uníssono. É o abril vermelho.
Enquanto isso faz o quê o governo? Continua leniente, mesmo com sua autoridade arranhada e contestada, porque a preservação da ordem significa a maior premissa para a conquista e a preservação da liberdade. Gente de má índole começa a comentar que tudo faz parte de um jogo de cartas marcadas, que o presidente Lula, por baixo do pano, estimula o MST a avançar até a criação do caos, de onde emergiria uma nova ordem. Não haverá que acreditar nesses presságios funestos. Mas é preciso crer que um governo organizado e até progressista dispõe de instrumentos para preservar-se, e não hesitará em utilizá-los. Ou não?
O grave é que o problema continua. Transformam-se em milícia da baderna os seguidores de João Pedro Stédile. Cuidam menos da reforma agrária do que da própria manutenção como tropa organizada, pronta para invadir, ocupar e demolir. Não será para restabelecer o comunismo, utopia perdida nos desvãos do autoritarismo. Para quê, então?
Senado, adeus...
Semana passada o senador Pedro Simon pronunciou um dos mais contundentes discursos não só da presente Legislatura, mas de muitas anteriores. Falou da impunidade que grassa no País, na necessidade de a nação reorganizar-se e de as instituições se reciclarem de acordo com os desafios do mundo moderno. Conseguiu, até mesmo, prender as atenções do plenário durante quase duas horas, num desabafo onde clamou pelo fortalecimento das representações políticas. Não dá para o País acomodar-se sequer à indignação, que isolada não leva a coisa alguma.
Pois bem, algum jornal publicou sequer um resumo? Umas poucas linhas de um dos maiores diagnósticos feitos sobre a realidade nacional?
Os frades não mentem
Santo Thomaz de Aquino provocava os escolásticos de seu tempo com o refrigério da razão, demonstrando ser possível à Igreja valer-se dos ensinamentos de Aristóteles. Quase respondeu aos tribunais da Inquisição, mas livrou-se pela inteligência. No mosteiro, eram poucos os frades que conseguiam acompanhá-lo. Certa feita resolveram vingar-se.
Durante uma refeição, levantaram-se subitamente, foram à janela e avisaram: "Venha ver, Thomaz, um boi voando!".
Foi, e enfrentou tremendas gargalhadas. Perguntaram-lhe como podia acreditar que um boi voava. Era o mesmo que acreditar no acoplamento de Aristóteles com a Igreja. Resposta que calou todo mundo: "Eu só não acredito, mesmo, que frades possam mentir...".
O PT bem que poderia utilizar essa historinha para concluir que Ricardo Berzoini rejeita o terceiro mandato...
Fonte: Tribuna da Imprensa
BRASÍLIA - Autoridade é valor que se conquista com muito tempo e muito esforço, mas que se perde em questão de minutos. Está o governo Lula diante de grave decisão: ou mantém o funcionamento das instituições ou verá posta em frangalhos a obra que, até contra as impressões gerais, conseguiu erigir em mais de cinco anos de governo.
Porque está em xeque a autoridade do presidente da República, responsável maior pelo fato de o Brasil afirmar-se como nação organizada, independente e aberta aos desafios do novo século.
Falamos do abril vermelho que nos assola, mais abril do que vermelho, aliás, porque o socialismo verdadeiro nada tem a ver com baderna e truculência. Num crescendo iniciados anos atrás, o Movimento dos Sem Terra vem ampliando sua ação de desmoralizar e erodir as instituições e os valores responsáveis por nossa sobrevivência como nação organizada.
Vejam bem, nenhuma crítica se faz à formação de acampamentos e às invasões onde se concentram centenas de milhares de miseráveis em busca de um pedaço de chão para viver com o mínimo de dignidade que a sociedade lhes nega. Da mesma forma, não haverá que opor restrições ao apoio que o governo dá ao movimento, parte integrante da reação nacional ao domínio das elites e à predominância dos poderosos sobre as massas. Aliás, o MST surge como o movimento político mais importante verificado no mundo desde a ascensão do neoliberalismo.
Agora, não dá para aceitar como centenas de sem-terra, na madrugada de quarta-feira, ocuparam a sede da Caixa Econômica Federal, em Brasília, até utilizando métodos dignos das hordas bárbaras da Idade das Trevas, ou seja, colocando na frente dos invasores montes de velhos, mulheres e crianças.
O que tem a Caixa Econômica a ver com a reforma agrária, reivindicação mais do que justa da imensa maioria da população? Deve conceder crédito para a aquisição de terras e a construção de casas, é certo, mas se sua atividade for interrompida ou obstada, quem perde em toda a história? Ao mesmo tempo, ainda quarta-feira, voltou a interditar rodovias, como a Rio - São Paulo e a Paraná - Rio Grande do Sul.
Obstruíram ferrovias no Norte e assaltaram os prédios do Ministério da Fazenda e da Secretaria de Agricultura no Rio Grande do Sul. Como há pouco vinham fazendo de forma isolada, até mesmo depredando parte da Câmara dos Deputados, agora deram um passo adiante. Agem em uníssono. É o abril vermelho.
Enquanto isso faz o quê o governo? Continua leniente, mesmo com sua autoridade arranhada e contestada, porque a preservação da ordem significa a maior premissa para a conquista e a preservação da liberdade. Gente de má índole começa a comentar que tudo faz parte de um jogo de cartas marcadas, que o presidente Lula, por baixo do pano, estimula o MST a avançar até a criação do caos, de onde emergiria uma nova ordem. Não haverá que acreditar nesses presságios funestos. Mas é preciso crer que um governo organizado e até progressista dispõe de instrumentos para preservar-se, e não hesitará em utilizá-los. Ou não?
O grave é que o problema continua. Transformam-se em milícia da baderna os seguidores de João Pedro Stédile. Cuidam menos da reforma agrária do que da própria manutenção como tropa organizada, pronta para invadir, ocupar e demolir. Não será para restabelecer o comunismo, utopia perdida nos desvãos do autoritarismo. Para quê, então?
Senado, adeus...
Semana passada o senador Pedro Simon pronunciou um dos mais contundentes discursos não só da presente Legislatura, mas de muitas anteriores. Falou da impunidade que grassa no País, na necessidade de a nação reorganizar-se e de as instituições se reciclarem de acordo com os desafios do mundo moderno. Conseguiu, até mesmo, prender as atenções do plenário durante quase duas horas, num desabafo onde clamou pelo fortalecimento das representações políticas. Não dá para o País acomodar-se sequer à indignação, que isolada não leva a coisa alguma.
Pois bem, algum jornal publicou sequer um resumo? Umas poucas linhas de um dos maiores diagnósticos feitos sobre a realidade nacional?
Os frades não mentem
Santo Thomaz de Aquino provocava os escolásticos de seu tempo com o refrigério da razão, demonstrando ser possível à Igreja valer-se dos ensinamentos de Aristóteles. Quase respondeu aos tribunais da Inquisição, mas livrou-se pela inteligência. No mosteiro, eram poucos os frades que conseguiam acompanhá-lo. Certa feita resolveram vingar-se.
Durante uma refeição, levantaram-se subitamente, foram à janela e avisaram: "Venha ver, Thomaz, um boi voando!".
Foi, e enfrentou tremendas gargalhadas. Perguntaram-lhe como podia acreditar que um boi voava. Era o mesmo que acreditar no acoplamento de Aristóteles com a Igreja. Resposta que calou todo mundo: "Eu só não acredito, mesmo, que frades possam mentir...".
O PT bem que poderia utilizar essa historinha para concluir que Ricardo Berzoini rejeita o terceiro mandato...
Fonte: Tribuna da Imprensa
Deputado defende Frente Parlamentar em defesa da TRIBUNA
O deputado e pré-candidato à Prefeitura do Rio, Paulo Ramos (PDT), fez ontem, na Assembléia Legislativa (Alerj), um discurso propondo a criação de uma Frente Parlamentar em defesa da TRIBUNA DA IMPRENSA e das liberdades democráticas. O pedetista salientou no Plenário o papel do jornalista Helio Fernandes pela independência na condução do jornal e na defesa da soberania nacional, em razão das quais sofreu e tem sofrido duras retaliações.
"A Tribuna da Imprensa é um jornal que deve permanecer por aquilo que sempre representou e por aquilo que continua representando", afirmou Ramos, em referência aos problemas que envolvem as negociações das dívidas da TRIBUNA com a União e desta com o jornal. Para o deputado, a TRIBUNA "tem muito mais a receber do que aquilo que deve".
O discurso foi endossado pelo deputado e também pedetista Wagner Montes, para quem "a TRIBUNA DA IMPRENSA faz um jornalismo (...) privilegiando aqueles que muitas vezes não têm voz em outros locais".
Abaixo, a íntegra do discurso de Paulo Ramos.
"Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, venho à tribuna prestar homenagem a um jornalista brasileiro que tem se caracterizado pela independência na condução de um jornal, mas também pela defesa da soberania nacional.
Exatamente por ter essas duas características, sofreu e tem sofrido, ao longo de todos esses anos, a mais dura perseguição. Falo do jornalista Helio Fernandes e do jornal Tribuna da Imprensa. Não é razoável que persista a situação dramática vivida por Helio Fernandes e pela Tribuna da Imprensa, principalmente considerando a promulgação, a 5 de outubro de 1988, de uma Constituição adjetivada por Ulisses Guimarães de "Constituição-cidadã", que dentre outros dispositivos, em homenagem às liberdades democráticas, contemplou a liberdade de opinião e fez com que a liberdade de imprensa se transformasse mais uma vez num dos pilares da democracia. A Tribuna da Imprensa vem sendo aniquilada.
Especialmente o governo federal, se de um lado é credor da Tribuna da Imprensa, por outro lado também é devedor. O jornalista Helio Fernandes reivindica, em nome da justiça e da democracia, que seja feito um encontro de contas, e não que a União persevere na cobrança de dívidas sem o conhecimento das dívidas que tem para com a Tribuna da Imprensa. Diz Helio Fernandes, respondendo à carta de um leitor que trata de indenizações decorrentes de anistia. Diz ele ao final da resposta:"Há 28 anos a indenização da Tribuna fica parada. As nossas dívidas são executadas com toda a velocidade."
E conclui: "a Tribuna deve e não nega; a União deve e não paga". Então, Sr. Presidente, se todos nós defendemos a liberdade de imprensa, se entendemos hoje que a liberdade de imprensa está sendo atingida a partir do controle dos meios de comunicação por poucas famílias, sendo razoável denunciar que o controle da informação está aliado a propósitos e números, inclusive propósitos escusos, e se podemos também afirmar que a liberdade há de consistir na pulverização do controle dos meios de comunicação, nós não podemos aceitar que um veículo que prima pela independência, como a Tribuna da Imprensa, que tem sido uma alternativa àqueles que buscam a verdadeira informação, que tem sido um instrumento na defesa da soberania nacional, esse instrumento venha a ser extinto a partir de uma perseguição na cobrança de dívidas por quem é devedor. A Tribuna tem muito mais a receber do que aquilo que deve.
Então, em nome do direito, em nome da justiça e em nome da democracia, é preciso defender aqui a preservação de um jornal diário que prima por abraçar os mais caros valores nacionais. Pois não, Sr. Deputado Wagner Montes.
O SR. WAGNER MONTES - Quero só hipotecar solidariedade a V. Exa. para que haja esse ajuste de contas entre a União e a Tribuna da Imprensa, que nada mais é do que fazer justiça: eu te devo tanto, você me deve tanto, sobrou tanto. Quem vai pagar? Como é que vai ser feito esse pagamento? Vamos parcelar ou não vamos parcelar? Mas é inadmissível qualquer censura, seja por que meio for, principalmente, ao gabarito, a um dos decanos do jornalismo brasileiro, que é o jornalista Helio Fernandes. Uma família honrada, uma família digna e que merece total solidariedade e principalmente nessa hora. Como V Exa. disse, a Tribuna da Imprensa faz um jornalismo independente, justamente privilegiado aqueles que muitas vezes não têm voz em outros locais.
Portanto, sou totalmente a favor que o representante da União sente com o jornalista Helio Fernandes ou com o seu corpo jurídico, que sejam feitas as contas e aquele que tiver devendo tenha a oportunidade de pagar da melhor forma possível como lhe convier, como convier principalmente àquele que é credor. No entanto, a minha solidariedade a V. Exa. nesse discurso e ao jornalista Helio Fernandes.
O SR. PAULO RAMOS - Agradeço, Sr. Deputado Wagner Montes, V. Exa., que é um homem de comunicação, tem a sensibilidade e a compreensão corretas sobre o significado da liberdade de imprensa. Agradeço. V. Exa. Sr. Presidente, somente para concluir, aproveitando o aparte do Sr. Deputado Wagner Montes, o período autoritário, tenho na memória, na época da censura me lembro que o jornalista Helio Fernandes tinha a dignidade de deixar muitas das páginas da Tribuna da Imprensa completamente vazias, somente com o carimbo "censurado", de modo a que mesmo não transmitindo aquilo que pretendia transmitir, certamente denunciando e protestando, mesmo assim ele denunciava e protestava, porque ao colocar o carimbo em vários espaços do jornal - muitas vezes em páginas inteiras -, o carimbo de "censurado", ele poderia não ter o jornal comprado, ele podeira não ter o alcance que buscava, ele poderia não ter resultados financeiros, porque sem as matérias publicadas o número de compradores certamente diminuía muito, mas mesmo assim Helio Fernandes ousava denunciar. E, por esta razão, a Tribuna da Imprensa, por exemplo, chegou a ser alvo de explosões, cujas autorias, até hoje, não estão identificadas, mas que todos nós sabemos a origem.
O SR. WAGNER MONTES - Sr. Deputado Paulo Ramos, os grandes atores e as grandes atrizes do nosso País, e do mundo inteiro até, do berço do cinema em Hollywood, nunca precisaram de muitos textos, de muitas falas nas novelas. Podemos falar desta forma para que as pessoas entendam com maior clareza, para dizer o que estavam passando. Os grandes atores, as grandes atrizes interpretavam e passavam aquilo que sentiam, através dos olhares.Helio Fernandes é tão inteligente que não precisava nem escrever, ele só carimbava.
O SR. PAULO RAMOS - Obrigado. Sr. Deputado Wagner Montes. Quero concluir, Sr. Presidente, dizendo que, em nome da liberdade de imprensa, vamos criar uma Frente Parlamentar em defesa das liberdades democráticas, em defesa da Tribuna da Imprensa. A Tribuna da Imprensa é um jornal que deve permanecer por aquilo que sempre representou e por aquilo que continua representando.
Portanto, minhas homenagens especiais a Helio Fernandes, pai, e a Helio Fernandes, filho".
Fonte: Tribuna da Imprensa
"A Tribuna da Imprensa é um jornal que deve permanecer por aquilo que sempre representou e por aquilo que continua representando", afirmou Ramos, em referência aos problemas que envolvem as negociações das dívidas da TRIBUNA com a União e desta com o jornal. Para o deputado, a TRIBUNA "tem muito mais a receber do que aquilo que deve".
O discurso foi endossado pelo deputado e também pedetista Wagner Montes, para quem "a TRIBUNA DA IMPRENSA faz um jornalismo (...) privilegiando aqueles que muitas vezes não têm voz em outros locais".
Abaixo, a íntegra do discurso de Paulo Ramos.
"Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, venho à tribuna prestar homenagem a um jornalista brasileiro que tem se caracterizado pela independência na condução de um jornal, mas também pela defesa da soberania nacional.
Exatamente por ter essas duas características, sofreu e tem sofrido, ao longo de todos esses anos, a mais dura perseguição. Falo do jornalista Helio Fernandes e do jornal Tribuna da Imprensa. Não é razoável que persista a situação dramática vivida por Helio Fernandes e pela Tribuna da Imprensa, principalmente considerando a promulgação, a 5 de outubro de 1988, de uma Constituição adjetivada por Ulisses Guimarães de "Constituição-cidadã", que dentre outros dispositivos, em homenagem às liberdades democráticas, contemplou a liberdade de opinião e fez com que a liberdade de imprensa se transformasse mais uma vez num dos pilares da democracia. A Tribuna da Imprensa vem sendo aniquilada.
Especialmente o governo federal, se de um lado é credor da Tribuna da Imprensa, por outro lado também é devedor. O jornalista Helio Fernandes reivindica, em nome da justiça e da democracia, que seja feito um encontro de contas, e não que a União persevere na cobrança de dívidas sem o conhecimento das dívidas que tem para com a Tribuna da Imprensa. Diz Helio Fernandes, respondendo à carta de um leitor que trata de indenizações decorrentes de anistia. Diz ele ao final da resposta:"Há 28 anos a indenização da Tribuna fica parada. As nossas dívidas são executadas com toda a velocidade."
E conclui: "a Tribuna deve e não nega; a União deve e não paga". Então, Sr. Presidente, se todos nós defendemos a liberdade de imprensa, se entendemos hoje que a liberdade de imprensa está sendo atingida a partir do controle dos meios de comunicação por poucas famílias, sendo razoável denunciar que o controle da informação está aliado a propósitos e números, inclusive propósitos escusos, e se podemos também afirmar que a liberdade há de consistir na pulverização do controle dos meios de comunicação, nós não podemos aceitar que um veículo que prima pela independência, como a Tribuna da Imprensa, que tem sido uma alternativa àqueles que buscam a verdadeira informação, que tem sido um instrumento na defesa da soberania nacional, esse instrumento venha a ser extinto a partir de uma perseguição na cobrança de dívidas por quem é devedor. A Tribuna tem muito mais a receber do que aquilo que deve.
Então, em nome do direito, em nome da justiça e em nome da democracia, é preciso defender aqui a preservação de um jornal diário que prima por abraçar os mais caros valores nacionais. Pois não, Sr. Deputado Wagner Montes.
O SR. WAGNER MONTES - Quero só hipotecar solidariedade a V. Exa. para que haja esse ajuste de contas entre a União e a Tribuna da Imprensa, que nada mais é do que fazer justiça: eu te devo tanto, você me deve tanto, sobrou tanto. Quem vai pagar? Como é que vai ser feito esse pagamento? Vamos parcelar ou não vamos parcelar? Mas é inadmissível qualquer censura, seja por que meio for, principalmente, ao gabarito, a um dos decanos do jornalismo brasileiro, que é o jornalista Helio Fernandes. Uma família honrada, uma família digna e que merece total solidariedade e principalmente nessa hora. Como V Exa. disse, a Tribuna da Imprensa faz um jornalismo independente, justamente privilegiado aqueles que muitas vezes não têm voz em outros locais.
Portanto, sou totalmente a favor que o representante da União sente com o jornalista Helio Fernandes ou com o seu corpo jurídico, que sejam feitas as contas e aquele que tiver devendo tenha a oportunidade de pagar da melhor forma possível como lhe convier, como convier principalmente àquele que é credor. No entanto, a minha solidariedade a V. Exa. nesse discurso e ao jornalista Helio Fernandes.
O SR. PAULO RAMOS - Agradeço, Sr. Deputado Wagner Montes, V. Exa., que é um homem de comunicação, tem a sensibilidade e a compreensão corretas sobre o significado da liberdade de imprensa. Agradeço. V. Exa. Sr. Presidente, somente para concluir, aproveitando o aparte do Sr. Deputado Wagner Montes, o período autoritário, tenho na memória, na época da censura me lembro que o jornalista Helio Fernandes tinha a dignidade de deixar muitas das páginas da Tribuna da Imprensa completamente vazias, somente com o carimbo "censurado", de modo a que mesmo não transmitindo aquilo que pretendia transmitir, certamente denunciando e protestando, mesmo assim ele denunciava e protestava, porque ao colocar o carimbo em vários espaços do jornal - muitas vezes em páginas inteiras -, o carimbo de "censurado", ele poderia não ter o jornal comprado, ele podeira não ter o alcance que buscava, ele poderia não ter resultados financeiros, porque sem as matérias publicadas o número de compradores certamente diminuía muito, mas mesmo assim Helio Fernandes ousava denunciar. E, por esta razão, a Tribuna da Imprensa, por exemplo, chegou a ser alvo de explosões, cujas autorias, até hoje, não estão identificadas, mas que todos nós sabemos a origem.
O SR. WAGNER MONTES - Sr. Deputado Paulo Ramos, os grandes atores e as grandes atrizes do nosso País, e do mundo inteiro até, do berço do cinema em Hollywood, nunca precisaram de muitos textos, de muitas falas nas novelas. Podemos falar desta forma para que as pessoas entendam com maior clareza, para dizer o que estavam passando. Os grandes atores, as grandes atrizes interpretavam e passavam aquilo que sentiam, através dos olhares.Helio Fernandes é tão inteligente que não precisava nem escrever, ele só carimbava.
O SR. PAULO RAMOS - Obrigado. Sr. Deputado Wagner Montes. Quero concluir, Sr. Presidente, dizendo que, em nome da liberdade de imprensa, vamos criar uma Frente Parlamentar em defesa das liberdades democráticas, em defesa da Tribuna da Imprensa. A Tribuna da Imprensa é um jornal que deve permanecer por aquilo que sempre representou e por aquilo que continua representando.
Portanto, minhas homenagens especiais a Helio Fernandes, pai, e a Helio Fernandes, filho".
Fonte: Tribuna da Imprensa
Assinar:
Postagens (Atom)
Em destaque
Juiz suspende reajuste de prefeito de Manaus e aponta ilegalidade
Por Thais Matos 9 de janeiro de 2025 O prefeito de Manaus, David Almeida (Composição de Weslley Santos e Paulo Dutra/CENARIUM) MANAUS (AM) ...
Mais visitadas
-
, Herança de Descaso: Prefeito Denuncia Bens Dilapidados e Anuncia Auditoria de 30 Dias Ao assumir a prefeitura, o prefeito Tista de Deda se...
-
Auditoria Já: O Primeiro Passo para Uma Gestão Transparente em Jeremoabo Com a recente transição de governo em Jeremoabo, a nova administraç...
-
Aproveito este espaço para parabenizar o prefeito eleito de Jeremoabo, Tista de Deda (PSD), pela sua diplomação, ocorrida na manhã de hoje...
-
. MAIS UMA DECISÃO DA JUSTIÇA DE JEREMOABO PROVA QUE SOBREVIVEM JUÍZES EM BERLIM A frase “Ainda há juízes em Berlim”, que remonta ao ano d...
-
O último dia do mandato do prefeito Deri do Paloma em Jeremoabo não poderia passar sem mais uma polêmica. Desta vez, a questão envolve cob...
-
Diplomação do Prefeito Eleito Tista de Deda, Vice e Vereadores Será no Dia 19 de Dezembro de 2024. A diplomacao do prefeito eleito de Jere...
-
Justiça aponta fraude e cassa mandato de vereador na Bahia Seguinte fraude seria na cota de gênero em registro de candidaturas de partido ...
-
O Cemitério de Veículos da Prefeitura: Um Crime Contra a Sociedade As imagens que circulam revelam uma realidade chocante e inaceitável: um ...
-
Tudo na Vida Tem um Preço: O Apoio Necessário ao Novo Gestor de Jeremoabo Os Jeremoabenses estão diante de um momento crucial. A eleição do ...