Por: Correio da Bahia
Ministro da Fazenda chama governadores para refazer entendimento sobre a Lei Kandir e votar proposta orçamentária na terça-feira
O ministro Guido Mantega rompeu o acordo anteontem e ontem deu entrevista voltando atrás
BRASÍLIA - O ministro da Fazenda, Guido Mantega, recuou ontem e afirmou que o governo manterá o acordo feito com os governadores, de liberar mais R$500 milhões para a compensação dos estados exportadores, previsto pela Lei Kandir, desde que o Congresso aprove o Orçamento da União até terça-feira. "Se houver esforço dos governadores para que a gente possa aprovar na terça-feira o Orçamento, nós podemos colocar os R$500 milhões", disse o ministro, que, na véspera, cogitou desfazer o acordo pelo fato de a lei orçamentária não ter sido votada esta semana.
Mantega frisou, entretanto, que o governo não tem espaço para atender novas reivindicações dos estados, como as apresentadas por Sergipe e pelo Rio de Janeiro. "O governo não vai além dos R$500 milhões colocados. Esgotamos nossos recursos", afirmou. A inclusão de solicitações adicionais no acordo com os governadores, segundo Mantega, poderia comprometer o equilíbrio das contas públicas. "Cada demanda adicional representa um dispêndio maior", disse.
A inclusão de novas demandas, de acordo com o ministro, foi o principal fator para que o Congresso Nacional não votasse o Orçamento na última terça-feira. "Começaram a aparecer novas reivindicações que não estavam no acordo acertado com o governador de Minas Gerais (Aécio Neves)", disse.
Entre essas reivindicações, há pleitos como o de Sergipe, de liberação de um empréstimo do BNDES, que nada tem a ver com o Orçamento. No ano passado, essa mesma reivindicação havia sido negociada durante a votação de uma medida provisória, mas acabou não sendo atendida, o que levou o PFL a reapresentá-la.
Apesar desses problemas, o ministro procurou enfatizar que não fechou o diálogo com os governadores. Ele contou que conversou ontem por telefone com o governador Aécio Neves e o governador do Ceará, Lúcio Alcântara. "Nunca disse que estava rompendo as negociações ou o diálogo (com os governadores). Continuo aberto às negociações", afirmou.
Mantega se disse frustrado com a não votação e reconheceu que é difícil administrar sem o Orçamento aprovado. "O governo está tendo que editar medidas provisórias para evitar que a máquina pública entre em paralisia", afirmou. Sem as medidas provisórias, ele lembrou que até mesmo os investimentos da Petrobras ficariam comprometidos.
Ontem, o governo publicou uma medida provisória liberando R$1,77 bilhão para atender aos gastos da Presidência da República e dos ministérios. A ausência da lei orçamentária, de acordo com o ministro, também prejudica os estados. "Sem o Orçamento, não temos como fazer o repasse dos recursos da Lei Kandir", disse.
Na última terça-feira, Mantega havia prometido acrescentar R$500 milhões aos R$3,4 bilhões já previstos no orçamento para ressarcimento da Lei Kandir, que prevê a desoneração de ICMS para as exportações de básicos e semimanufaturados, com a condição de que as proposta orçamentária fosse votada no mesmo dia.
Mas o Congresso decidiu transferir a votação para terça-feira da próxima semana. Com isso, o ministro convocou uma entrevista para dizer que o acordo estava desfeito. Ontem, pressionado pelos governadores, Mantega convocou nova entrevista para esclarecer suas declarações. Segundo ele, houve uma "interpretação equivocada" das suas palavras.
Ele explicou que o acordo negociado com os estados previa a liberação de R$500 milhões, de R$1,8 bilhão já negociados, mas condicionados ao aumento da arrecadação para que fossem liberados. Com isso, os estados já teriam garantidos R$3,9 bilhões e outro R$1,3 bilhão continuaria dependendo de haver um aumento da arrecadação do governo.
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sexta-feira, abril 14, 2006
Oposição é vítima do próprio veneno
Por: Tribuna da Imprensa
BRASÍLIA - Um guerra de bastidores entre governo e oposição explica por que o Orçamento de 2006 não foi aprovado até agora. A oposição foi quem primeiro articulou a estratégia de bloquear a votação da lei orçamentária no ano passado, com o objetivo de paralisar os investimentos do Palácio do Planalto em pleno ano eleitoral, mas acabou sendo vítima do próprio veneno, já que governa grandes estados que estão sofrendo com a falta de lei orçamentária e a conseqüente suspensão dos repasses federais para o fundo de exportação.
Desde o início do ano, o Tesouro Nacional já deixou de repassar R$ 1,2 bilhão para estados e municípios a título de compensação pelas perdas de receita com a Lei Kandir. Desse total, cerca de 46% seriam destinados a governantes tucanos e 31% para peemedebistas da ala oposicionista. Sem saber quando e quanto desse dinheiro receberão, vários estados estão sendo obrigados a conter a gastança em obras de interesse eleitoral.
Essa encruzilhada explica o movimento feito nas últimas semanas pelos governadores, principalmente os do PSDB: eles pressionam a equipe econômica a conceder mais R$ 1,8 bilhão para o fundo de exportação e publicamente ameaçam bloquear a votação do Orçamento caso não sejam atendidos, mas nos bastidores demonstram pressa em resolver logo essa pendenga para ter acesso ao dinheiro.
Já o PFL, que agora está no comando de São Paulo, mas é comandado por nordestinos, não aceita aprovar o Orçamento em troca apenas da liberação dos recursos da Lei Kandir. "As pendências do PFL não se resumem à Lei Kandir", tem repetido o líder na Câmara, deputado Rodrigo Maia (RJ), como porta voz de reivindicações regionais dos governos de Sergipe e da Bahia, além da prefeitura do Rio.
Do lado do governo, há uma estratégia muito bem montada pela equipe econômica desde o final de 2005, quando se antecipou à eminente falta de Orçamento e editou várias medidas provisórias criando créditos suplementares e emergenciais para investimentos, como os da operação "tapa-buraco" das estradas. São esses créditos que possibilitaram ao governo manter o ritmo de gasto no início do ano, enfrentando com tranqüilidade a obstrução da oposição.
Passados três meses e meio, entretanto, a falta de Orçamento já causa apreensão em algumas áreas do governo, principalmente nos ministérios que lidam com convênios, porque em ano de eleição o dinheiro para estados e municípios só pode ser liberado até 30 de junho. E antes de liberar esse dinheiro, a área técnica precisa lançar editais, esperar que as prefeituras apresentem projetos e selecionar aqueles que vão receber os recursos orçamentários.
BRASÍLIA - Um guerra de bastidores entre governo e oposição explica por que o Orçamento de 2006 não foi aprovado até agora. A oposição foi quem primeiro articulou a estratégia de bloquear a votação da lei orçamentária no ano passado, com o objetivo de paralisar os investimentos do Palácio do Planalto em pleno ano eleitoral, mas acabou sendo vítima do próprio veneno, já que governa grandes estados que estão sofrendo com a falta de lei orçamentária e a conseqüente suspensão dos repasses federais para o fundo de exportação.
Desde o início do ano, o Tesouro Nacional já deixou de repassar R$ 1,2 bilhão para estados e municípios a título de compensação pelas perdas de receita com a Lei Kandir. Desse total, cerca de 46% seriam destinados a governantes tucanos e 31% para peemedebistas da ala oposicionista. Sem saber quando e quanto desse dinheiro receberão, vários estados estão sendo obrigados a conter a gastança em obras de interesse eleitoral.
Essa encruzilhada explica o movimento feito nas últimas semanas pelos governadores, principalmente os do PSDB: eles pressionam a equipe econômica a conceder mais R$ 1,8 bilhão para o fundo de exportação e publicamente ameaçam bloquear a votação do Orçamento caso não sejam atendidos, mas nos bastidores demonstram pressa em resolver logo essa pendenga para ter acesso ao dinheiro.
Já o PFL, que agora está no comando de São Paulo, mas é comandado por nordestinos, não aceita aprovar o Orçamento em troca apenas da liberação dos recursos da Lei Kandir. "As pendências do PFL não se resumem à Lei Kandir", tem repetido o líder na Câmara, deputado Rodrigo Maia (RJ), como porta voz de reivindicações regionais dos governos de Sergipe e da Bahia, além da prefeitura do Rio.
Do lado do governo, há uma estratégia muito bem montada pela equipe econômica desde o final de 2005, quando se antecipou à eminente falta de Orçamento e editou várias medidas provisórias criando créditos suplementares e emergenciais para investimentos, como os da operação "tapa-buraco" das estradas. São esses créditos que possibilitaram ao governo manter o ritmo de gasto no início do ano, enfrentando com tranqüilidade a obstrução da oposição.
Passados três meses e meio, entretanto, a falta de Orçamento já causa apreensão em algumas áreas do governo, principalmente nos ministérios que lidam com convênios, porque em ano de eleição o dinheiro para estados e municípios só pode ser liberado até 30 de junho. E antes de liberar esse dinheiro, a área técnica precisa lançar editais, esperar que as prefeituras apresentem projetos e selecionar aqueles que vão receber os recursos orçamentários.
.PT critica procurador e imprensa
Por : Tribuna da Imprensa
BRASÍLIA - Em nota oficial divulgada ontem, o PT critica os termos da denúncia contra 40 acusados de envolvimento no mensalão encaminhada ao Supremo Tribunal Federal (STF) pelo procurador-geral da República, Antonio Fernando de Souza, e faz restrições ao enfoque dado ao assunto pelos meios de comunicação.
O texto, assinado pelo presidente nacional do PT, Ricardo Berzoini, afirma que "o conteúdo" da denúncia do procurador "extrapola os fatos efetivamente investigados e comprovados e repete a tese construída pelo indiciado Roberto Jefferson sobre a existência de um sistema de corrupção e aliciamento de deputados."
Na nota, o PT reafirma seu entendimento de que "não existem elementos suficientes" para comprovar as denúncias da forma como são apresentadas por Antonio Fernando de Souza. Sobre a abordagem do assunto pela imprensa, diz a nota de Berzoini: "O PT repudia a forma como os vários meios de comunicação divulgaram a denúncia, tentando imputar as eventuais ilegalidades cometidas por membros ou dirigentes do PT à instituição partidária, o que não poderia ocorrer, salvo se tivessem sido decididas pelas instâncias do PT."
A nota observa que a apresentação da denúncia "mostra o pleno funcionamento das instituições democráticas", mas não é uma "sentença condenatória", pois o caso ainda não foi julgado pela Justiça. O PT reitera que discorda do "tom empregado na denúncia" pelo procurador e da "caracterização de alguns dos fatos" denunciados.
Ao final, a nota afirma que o PT defende "a mais ampla apuração de todos os fatos denunciados", mas espera que a cobertura jornalística dessa apuração não se transforme em "instrumento de campanha eleitoral dissimulada."
BRASÍLIA - Em nota oficial divulgada ontem, o PT critica os termos da denúncia contra 40 acusados de envolvimento no mensalão encaminhada ao Supremo Tribunal Federal (STF) pelo procurador-geral da República, Antonio Fernando de Souza, e faz restrições ao enfoque dado ao assunto pelos meios de comunicação.
O texto, assinado pelo presidente nacional do PT, Ricardo Berzoini, afirma que "o conteúdo" da denúncia do procurador "extrapola os fatos efetivamente investigados e comprovados e repete a tese construída pelo indiciado Roberto Jefferson sobre a existência de um sistema de corrupção e aliciamento de deputados."
Na nota, o PT reafirma seu entendimento de que "não existem elementos suficientes" para comprovar as denúncias da forma como são apresentadas por Antonio Fernando de Souza. Sobre a abordagem do assunto pela imprensa, diz a nota de Berzoini: "O PT repudia a forma como os vários meios de comunicação divulgaram a denúncia, tentando imputar as eventuais ilegalidades cometidas por membros ou dirigentes do PT à instituição partidária, o que não poderia ocorrer, salvo se tivessem sido decididas pelas instâncias do PT."
A nota observa que a apresentação da denúncia "mostra o pleno funcionamento das instituições democráticas", mas não é uma "sentença condenatória", pois o caso ainda não foi julgado pela Justiça. O PT reitera que discorda do "tom empregado na denúncia" pelo procurador e da "caracterização de alguns dos fatos" denunciados.
Ao final, a nota afirma que o PT defende "a mais ampla apuração de todos os fatos denunciados", mas espera que a cobertura jornalística dessa apuração não se transforme em "instrumento de campanha eleitoral dissimulada."
.PF vai indiciar Palocci em mais dois crimes
por: Tribuna da Imprensa
BRASÍLIA - A Polícia Federal decidiu indiciar o ex-ministro da Fazenda Antônio Palocci por prevaricação e denunciação caluniosa no caso da violação do sigilo bancário do caseiro Francenildo dos Santos Costa. O delegado responsável pelo inquérito, Rodrigo Carneiro Gomes, vai incluir os novos indiciamentos no próximo relatório que será enviado à Justiça Federal.
No documento, o delegado também vai pedir mais 30 dias para terminar as investigações acerca do crime. A PF ainda quer descobrir o papel do Conselho de Controle das Atividades Financeiras (Coaf) e da Receita Federal na violação dos sigilos do caseiro.
Os novos indiciamentos se somam aos crimes de quebra de sigilo bancário e de violação de sigilo funcional, pelos quais Palocci foi indiciado logo após prestar depoimento em casa ao delegado Rodrigo Gomes, no dia 4 deste mês. Palocci nega participação nos crimes.
O delegado resolveu enquadrar o ex-ministro da Fazenda no crime de prevaricação por entender que Palocci deveria ter comunicado a violação do sigilo bancário de Francenildo à Polícia Federal assim que recebeu os extratos do caseiro das mãos de Jorge Mattoso, ex-presidente da Caixa Econômica Federal. A linha de raciocínio leva em consideração o pressuposto de que Palocci sabia que os extratos haviam sido impressos de forma ilegal. Palocci garantiu à PF que destruiu o documento dias depois e que não teve qualquer participação no vazamento à imprensa.
O delegado vai enquadrar o ex-ministro no crime de denunciação caluniosa em razão do pedido feito por ele ao secretário de Direito Econômico, Daniel Goldberg, para que o caseiro fosse investigado pela PF. Em seu depoimento, Goldberg afirmou que Palocci determinou a ele que a PF fosse acionada para apurar os depósitos na conta de Francenildo na Caixa. Cláudio Alencar, chefe de Gabinete do ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, confirmou a versão de Goldberg.
O crime de denunciação caluniosa prevê pena para aquele que pedir investigação policial sobre alguém que o acusador sabe ser inocente. O delegado Rodrigo Gomes entendeu que Palocci tinha conhecimento que não havia elementos para pedir a investigação da PF e agiu de má-fé. A pena para esse tipo de crime é pesada: até oito anos de prisão.
Segundo fontes na PF, os indiciamentos abrem caminho para que as investigações sobre a origem dos depósitos na conta do caseiro morram de " inanição". Para enquadrar Palocci nos novos crimes, o delegado entendeu que não pesavam dúvidas contra Francenildo - o que entraria em contradição com um improvável indiciamento do caseiro, investigado pela PF por "lavagem de dinheiro".
BRASÍLIA - A Polícia Federal decidiu indiciar o ex-ministro da Fazenda Antônio Palocci por prevaricação e denunciação caluniosa no caso da violação do sigilo bancário do caseiro Francenildo dos Santos Costa. O delegado responsável pelo inquérito, Rodrigo Carneiro Gomes, vai incluir os novos indiciamentos no próximo relatório que será enviado à Justiça Federal.
No documento, o delegado também vai pedir mais 30 dias para terminar as investigações acerca do crime. A PF ainda quer descobrir o papel do Conselho de Controle das Atividades Financeiras (Coaf) e da Receita Federal na violação dos sigilos do caseiro.
Os novos indiciamentos se somam aos crimes de quebra de sigilo bancário e de violação de sigilo funcional, pelos quais Palocci foi indiciado logo após prestar depoimento em casa ao delegado Rodrigo Gomes, no dia 4 deste mês. Palocci nega participação nos crimes.
O delegado resolveu enquadrar o ex-ministro da Fazenda no crime de prevaricação por entender que Palocci deveria ter comunicado a violação do sigilo bancário de Francenildo à Polícia Federal assim que recebeu os extratos do caseiro das mãos de Jorge Mattoso, ex-presidente da Caixa Econômica Federal. A linha de raciocínio leva em consideração o pressuposto de que Palocci sabia que os extratos haviam sido impressos de forma ilegal. Palocci garantiu à PF que destruiu o documento dias depois e que não teve qualquer participação no vazamento à imprensa.
O delegado vai enquadrar o ex-ministro no crime de denunciação caluniosa em razão do pedido feito por ele ao secretário de Direito Econômico, Daniel Goldberg, para que o caseiro fosse investigado pela PF. Em seu depoimento, Goldberg afirmou que Palocci determinou a ele que a PF fosse acionada para apurar os depósitos na conta de Francenildo na Caixa. Cláudio Alencar, chefe de Gabinete do ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, confirmou a versão de Goldberg.
O crime de denunciação caluniosa prevê pena para aquele que pedir investigação policial sobre alguém que o acusador sabe ser inocente. O delegado Rodrigo Gomes entendeu que Palocci tinha conhecimento que não havia elementos para pedir a investigação da PF e agiu de má-fé. A pena para esse tipo de crime é pesada: até oito anos de prisão.
Segundo fontes na PF, os indiciamentos abrem caminho para que as investigações sobre a origem dos depósitos na conta do caseiro morram de " inanição". Para enquadrar Palocci nos novos crimes, o delegado entendeu que não pesavam dúvidas contra Francenildo - o que entraria em contradição com um improvável indiciamento do caseiro, investigado pela PF por "lavagem de dinheiro".
.O IMPEACHMENT NECESSÁRIO
Por: Augusto De Franco, na Folha
As oposições não querem. Antes, também não queriam. Agora, porque está muito perto das eleições. Antes, porque estava muito longe. Estão doidas para fazer campanha e avaliam que esse tema pode até atrapalhar os preparativos e a arrumação dos palanques. Tudo desculpa: é puro medo (de serem acusadas de golpismo), eleitoralismo (que confunde a popularidade de Lula com a sua legitimidade) e, no fundo, falta de compreensão do valor estratégico da democracia.Eu sei. Nós sabemos. Mas, a rigor, não há como não iniciar um movimento pelo impeachment de Lula. Por quê? Por um simples motivo: porque Lula é o responsável pelo que está acontecendo, na medida em que nada fez para apurar os crimes de seus subordinados e punir os culpados. Deixou correr solta a bandidagem, banalizando o mal cometido por uma verdadeira quadrilha formada dentro do seu governo.E a coisa chegou a tal ponto que está desconstituindo as instituições republicanas. Mesmo que Alckmin vença o pleito -o que é muito incerto-, mesmo assim, o prejuízo será irrecuperável no curto e no médio prazos.Se forem dados a este governo mais nove meses de vida sem contestação ético-política da sua legitimidade, mesmo que Lula naufrague nas urnas, o processo corrosivo avançará.Os oposicionistas que jogam água fria na conversa do impeachment dizem que a vida é assim mesmo, usando, por um lado, argumentos de sociologia política (baseados na análise das tais condições desfavoráveis, como se isso fosse ciência), e, por outro lado, aforismos retirados do livro bíblico da sabedoria: tudo passa, isso também passará. Com um novo presidente, teríamos novo céu e nova terra, e se recomporia rapidamente o tecido institucional (quer dizer, como num passe de mágica, o Congresso readquiriria sentido público, os tribunais superiores deixariam de ser defensorias do poder e a máquina administrativa, hoje inteiramente aparelhada, renasceria íntegra das cinzas).Ora, quatro anos de infestação partidária, de alteração degenerativa do corpo e do metabolismo das instituições públicas e de perversão da política não podem ser consertados em pouco tempo, a não ser que haja uma ruptura contundente com as práticas anteriores, simbolizada pela punição e execração pública dos culpados por tantos delitos.Ou seja, o ganhador da loteria eleitoral, mesmo que seja Alckmin, sobretudo depois de ter sobrevivido a mil e uma denúncias do PT (e elas virão como avalanche, aguardem), não poderá contar com alta dose de confiança. A credibilidade da "classe política" foi derruída a um ponto tal pelas práticas lulo-petistas e pela sua linha tática de defesa, ao disseminar a idéia de que todos são iguais no crime- que não há volta fácil. Não será trivial fazer o povo confiar novamente nas instituições da nossa democracia representativa.Ademais, permanecendo impune, a quadrilha que se organizou no governo para assaltar o Estado brasileiro e falsificar o processo democrático continuará atuando (nos Estados e prefeituras eventualmente conquistados, nas organizações da sociedade aparelhadas, nos sindicatos e movimentos sociais que funcionam como linha auxiliar do partido) e infernizando a vida do vencedor. Darão o troco, fazendo aquilo que a oposição atual -tendo a lei do seu lado- não quis fazer por falta de coragem e de visão. Ou seja, arrumarão falsos pretextos para desestabilizar o novo governo.Esse é o motivo pelo qual não basta vencer Lula eleitoralmente. É necessário derrotá-lo politicamente, quer dizer, derrotar as concepções e as práticas que refletem o seu projeto de poder. Só um movimento pelo impeachment teria força simbólica para sinalizar, para o conjunto da população, que o país mudou. Ocorreria algo semelhante àquele alto-astral que sucedeu ao impeachment de Collor, quando as pessoas começaram de novo a acreditar no Brasil, lavando a alma ao limpar o país da lama collorida.O impeachment seria a melhor solução democrática, inclusive porque a menos traumática no médio prazo. Não havendo o impeachment -ou, que seja, ao menos um movimento pelo impeachment capaz de suscitar a emergência de uma opinião pública insurgente- e não havendo punição exemplar para os envolvidos, com a total defenestração dos aparelhadores do Estado, o próximo governo carregará, aí sim, uma herança maldita (porque autocrática) de proporções incalculáveis.Isso, é claro, para não falar dos riscos da reeleição de um governante que, conquanto ainda tenha popularidade, não tem mais legitimidade. Deixá-lo concorrer nestas circunstâncias, promovê-lo a competidor legítimo depois de tê-lo poupado e mantido contra a lei e os bons costumes é um erro cuja conseqüência se abaterá sobre nós como uma bomba se, por acaso -o que não é difícil-, Lula tirar a sorte grande na loteria eleitoral que se avizinha.
As oposições não querem. Antes, também não queriam. Agora, porque está muito perto das eleições. Antes, porque estava muito longe. Estão doidas para fazer campanha e avaliam que esse tema pode até atrapalhar os preparativos e a arrumação dos palanques. Tudo desculpa: é puro medo (de serem acusadas de golpismo), eleitoralismo (que confunde a popularidade de Lula com a sua legitimidade) e, no fundo, falta de compreensão do valor estratégico da democracia.Eu sei. Nós sabemos. Mas, a rigor, não há como não iniciar um movimento pelo impeachment de Lula. Por quê? Por um simples motivo: porque Lula é o responsável pelo que está acontecendo, na medida em que nada fez para apurar os crimes de seus subordinados e punir os culpados. Deixou correr solta a bandidagem, banalizando o mal cometido por uma verdadeira quadrilha formada dentro do seu governo.E a coisa chegou a tal ponto que está desconstituindo as instituições republicanas. Mesmo que Alckmin vença o pleito -o que é muito incerto-, mesmo assim, o prejuízo será irrecuperável no curto e no médio prazos.Se forem dados a este governo mais nove meses de vida sem contestação ético-política da sua legitimidade, mesmo que Lula naufrague nas urnas, o processo corrosivo avançará.Os oposicionistas que jogam água fria na conversa do impeachment dizem que a vida é assim mesmo, usando, por um lado, argumentos de sociologia política (baseados na análise das tais condições desfavoráveis, como se isso fosse ciência), e, por outro lado, aforismos retirados do livro bíblico da sabedoria: tudo passa, isso também passará. Com um novo presidente, teríamos novo céu e nova terra, e se recomporia rapidamente o tecido institucional (quer dizer, como num passe de mágica, o Congresso readquiriria sentido público, os tribunais superiores deixariam de ser defensorias do poder e a máquina administrativa, hoje inteiramente aparelhada, renasceria íntegra das cinzas).Ora, quatro anos de infestação partidária, de alteração degenerativa do corpo e do metabolismo das instituições públicas e de perversão da política não podem ser consertados em pouco tempo, a não ser que haja uma ruptura contundente com as práticas anteriores, simbolizada pela punição e execração pública dos culpados por tantos delitos.Ou seja, o ganhador da loteria eleitoral, mesmo que seja Alckmin, sobretudo depois de ter sobrevivido a mil e uma denúncias do PT (e elas virão como avalanche, aguardem), não poderá contar com alta dose de confiança. A credibilidade da "classe política" foi derruída a um ponto tal pelas práticas lulo-petistas e pela sua linha tática de defesa, ao disseminar a idéia de que todos são iguais no crime- que não há volta fácil. Não será trivial fazer o povo confiar novamente nas instituições da nossa democracia representativa.Ademais, permanecendo impune, a quadrilha que se organizou no governo para assaltar o Estado brasileiro e falsificar o processo democrático continuará atuando (nos Estados e prefeituras eventualmente conquistados, nas organizações da sociedade aparelhadas, nos sindicatos e movimentos sociais que funcionam como linha auxiliar do partido) e infernizando a vida do vencedor. Darão o troco, fazendo aquilo que a oposição atual -tendo a lei do seu lado- não quis fazer por falta de coragem e de visão. Ou seja, arrumarão falsos pretextos para desestabilizar o novo governo.Esse é o motivo pelo qual não basta vencer Lula eleitoralmente. É necessário derrotá-lo politicamente, quer dizer, derrotar as concepções e as práticas que refletem o seu projeto de poder. Só um movimento pelo impeachment teria força simbólica para sinalizar, para o conjunto da população, que o país mudou. Ocorreria algo semelhante àquele alto-astral que sucedeu ao impeachment de Collor, quando as pessoas começaram de novo a acreditar no Brasil, lavando a alma ao limpar o país da lama collorida.O impeachment seria a melhor solução democrática, inclusive porque a menos traumática no médio prazo. Não havendo o impeachment -ou, que seja, ao menos um movimento pelo impeachment capaz de suscitar a emergência de uma opinião pública insurgente- e não havendo punição exemplar para os envolvidos, com a total defenestração dos aparelhadores do Estado, o próximo governo carregará, aí sim, uma herança maldita (porque autocrática) de proporções incalculáveis.Isso, é claro, para não falar dos riscos da reeleição de um governante que, conquanto ainda tenha popularidade, não tem mais legitimidade. Deixá-lo concorrer nestas circunstâncias, promovê-lo a competidor legítimo depois de tê-lo poupado e mantido contra a lei e os bons costumes é um erro cuja conseqüência se abaterá sobre nós como uma bomba se, por acaso -o que não é difícil-, Lula tirar a sorte grande na loteria eleitoral que se avizinha.
Oposição ameaça derrubar MP que libera dinheiro para estatais
Por: Folha Online
A oposição reagiu à decisão do governo de editar uma nova medida provisória para liberar recursos do Orçamento da União deste ano. A medida foi tomada porque a proposta orçamentará ainda não foi aprovada no Congresso. O líder do PSDB na Câmara, deputado Juthay Magalhães (BA), disse que a partir de agora o clima será de guerra no Congresso. O primeiro alvo é trabalhar para derrubar a MP editada hoje no Congresso. "O governo demonstra que não quer acordo para aprovar o Orçamento e vai ter que arcar com as consequências. Nós vamos criar um ambiente de beligerância absoluta no Congresso", disse Magalhães. "Se depender de minha posição na bancada, a MP não será aprovada", complementou. Na avaliação do líder tucano, o governo está "desrespeitando" o Congresso ao tratar por MP uma das principais atribuições do Legislativo, que é a aprovação do Orçamento da União. O líder do PFL no Senado, José Agripino Maia (RN), também criticou a edição de mais uma MP para liberar o Orçamento. Essa é a décima vez que o governo recorre a medida provisória para garantir recursos. "Isso demonstra a incapacidade do governo de negociar", afirmou. Segundo o líder pefelista, o governo não tem interesse em aprovar o Orçamento porque está sem recursos para cumprir promessas como o reajuste do salário mínimo, a correção da tabela do Imposto de Renda e o aumento do Bolsa Família. "O governo criou essas despesas, não tem fonte para arcar com elas e agora joga a culpa na oposição", alfinetou.
A oposição reagiu à decisão do governo de editar uma nova medida provisória para liberar recursos do Orçamento da União deste ano. A medida foi tomada porque a proposta orçamentará ainda não foi aprovada no Congresso. O líder do PSDB na Câmara, deputado Juthay Magalhães (BA), disse que a partir de agora o clima será de guerra no Congresso. O primeiro alvo é trabalhar para derrubar a MP editada hoje no Congresso. "O governo demonstra que não quer acordo para aprovar o Orçamento e vai ter que arcar com as consequências. Nós vamos criar um ambiente de beligerância absoluta no Congresso", disse Magalhães. "Se depender de minha posição na bancada, a MP não será aprovada", complementou. Na avaliação do líder tucano, o governo está "desrespeitando" o Congresso ao tratar por MP uma das principais atribuições do Legislativo, que é a aprovação do Orçamento da União. O líder do PFL no Senado, José Agripino Maia (RN), também criticou a edição de mais uma MP para liberar o Orçamento. Essa é a décima vez que o governo recorre a medida provisória para garantir recursos. "Isso demonstra a incapacidade do governo de negociar", afirmou. Segundo o líder pefelista, o governo não tem interesse em aprovar o Orçamento porque está sem recursos para cumprir promessas como o reajuste do salário mínimo, a correção da tabela do Imposto de Renda e o aumento do Bolsa Família. "O governo criou essas despesas, não tem fonte para arcar com elas e agora joga a culpa na oposição", alfinetou.
quinta-feira, abril 13, 2006
.Pão francês é o que mais engana o consumidor, diz Ipem
Por: Portal do Consumidor
O pão francês é o produto da cesta básica que mais apresenta irregularidades e engana o consumidor quanto à quantidade oferecida. A conclusão consta de pesquisa feita na segunda quinzena de março pelo Instituto de Pesos e Medidas (Ipem-SP), órgão do Estado de São Paulo.O levantamento, na capital e no interior, foi feito com 12 produtos da cesta básica: açúcar, arroz, biscoito, café, feijão, leite, margarina, macarrão, óleo, sal, GLP (gás de cozinha) e pão francês.Foram verificadas 3.902 amostras. Dessas, 53 (1,36%) estavam irregulares quanto ao peso. O pão foi onde mais se repetiram os problemas.Segundo o Ipem, em São Paulo, a Panificadora e Confeitaria Povoa Ltda., foi a responsável pela maior irregularidade. Foi contatado 5 g (-10%) a menos no pão francês de 50g obrigatórios.No interior, o estabelecimento Odete Joana Hernandes Seribelli, em Presidente Prudente, estava com o pão 13,24% menor do que o padrão, o que corresponde a 6,62 g.O quadro em Campinas também não esteve bom para o pão francês. As amostras colhidas da empresa Pães e Doces Dori Ltda. apontaram um erro de 16,90% no peso.O pão francês do estabelecimento Jonny de Oliveira Ltda. ME em São José dos Campos, apresentou diferença de 21,24% em relação ao peso padrão.O GLP (gás de cozinha) da Copagás Distribuidora de Gás Ltda, na cidade deBauru, também estava irregular. Na análise dos técnicos do Ipem-SP, o botijão, de conteúdo nominal declarado de 13 kg, apresentou 118 g menos, o que representa 0,91%.Em Ribeirão Preto, o Leite Pasteurizado Padronizado Homogeneizado Coonal, da Cooperativa Nacional Agroindustrial Ltda., foi outro produto irregular. A empresa deixava de entregar 10,7 ml a cada um litro. O biscoito recheado chocolate "Bi Delícia Mabel" da Cipa Industrial Alimentares Ltda., também estava abaixo do peso nas amostras colhidas em São José do Rio Preto. Os pacotes de 150g estavam com 8,20g a menos, uma redução de 5,47% no peso declarado na embalagem.A partir da constatação dessas irregularidades, os proprietários por esses produtos têm 15 dias para apresentar defesa junto à Superintendência do Instituto.Após esse período, haverá uma análise jurídica e administrativa de cada caso para estipular uma punição administrativa cabível, que varia de uma advertência ao pagamento de multas de até R$ 50 mil, dobrando na reincidência.O Ipem-sp analisa produtos da cesta básica diariamente no Estado. Osfiscais do Instituto percorrem estabelecimentos comerciais e coletammercadorias para análise em laboratório.O Ipem atende o público pelo telefone da ouvidoria, 0800-0130522, de segunda a sexta-feira, das 8h às 17h. A ligação é gratuita de qualquer umdos 645 municípios do Estado. Outra forma de contato é pelo site.
Fonte: Uol
O pão francês é o produto da cesta básica que mais apresenta irregularidades e engana o consumidor quanto à quantidade oferecida. A conclusão consta de pesquisa feita na segunda quinzena de março pelo Instituto de Pesos e Medidas (Ipem-SP), órgão do Estado de São Paulo.O levantamento, na capital e no interior, foi feito com 12 produtos da cesta básica: açúcar, arroz, biscoito, café, feijão, leite, margarina, macarrão, óleo, sal, GLP (gás de cozinha) e pão francês.Foram verificadas 3.902 amostras. Dessas, 53 (1,36%) estavam irregulares quanto ao peso. O pão foi onde mais se repetiram os problemas.Segundo o Ipem, em São Paulo, a Panificadora e Confeitaria Povoa Ltda., foi a responsável pela maior irregularidade. Foi contatado 5 g (-10%) a menos no pão francês de 50g obrigatórios.No interior, o estabelecimento Odete Joana Hernandes Seribelli, em Presidente Prudente, estava com o pão 13,24% menor do que o padrão, o que corresponde a 6,62 g.O quadro em Campinas também não esteve bom para o pão francês. As amostras colhidas da empresa Pães e Doces Dori Ltda. apontaram um erro de 16,90% no peso.O pão francês do estabelecimento Jonny de Oliveira Ltda. ME em São José dos Campos, apresentou diferença de 21,24% em relação ao peso padrão.O GLP (gás de cozinha) da Copagás Distribuidora de Gás Ltda, na cidade deBauru, também estava irregular. Na análise dos técnicos do Ipem-SP, o botijão, de conteúdo nominal declarado de 13 kg, apresentou 118 g menos, o que representa 0,91%.Em Ribeirão Preto, o Leite Pasteurizado Padronizado Homogeneizado Coonal, da Cooperativa Nacional Agroindustrial Ltda., foi outro produto irregular. A empresa deixava de entregar 10,7 ml a cada um litro. O biscoito recheado chocolate "Bi Delícia Mabel" da Cipa Industrial Alimentares Ltda., também estava abaixo do peso nas amostras colhidas em São José do Rio Preto. Os pacotes de 150g estavam com 8,20g a menos, uma redução de 5,47% no peso declarado na embalagem.A partir da constatação dessas irregularidades, os proprietários por esses produtos têm 15 dias para apresentar defesa junto à Superintendência do Instituto.Após esse período, haverá uma análise jurídica e administrativa de cada caso para estipular uma punição administrativa cabível, que varia de uma advertência ao pagamento de multas de até R$ 50 mil, dobrando na reincidência.O Ipem-sp analisa produtos da cesta básica diariamente no Estado. Osfiscais do Instituto percorrem estabelecimentos comerciais e coletammercadorias para análise em laboratório.O Ipem atende o público pelo telefone da ouvidoria, 0800-0130522, de segunda a sexta-feira, das 8h às 17h. A ligação é gratuita de qualquer umdos 645 municípios do Estado. Outra forma de contato é pelo site.
Fonte: Uol
ESTRANHAS PESQUISAS, INTIGRANTES ELEITORES, ESTÚPIDA OPOSIÇÃO
Por: Paulo G. M. de Moura, cientista político
A pesquisa CNT/Sensus contribuiu para semear mais confusão às contradições entre os levantamentos recentes que o Ibope e o Datafolha publicaram. Aliás, não é de hoje que os institutos de pesquisas vêm tendo sua credibilidade questionada. Tem-se constatado contradições entre os levantamentos de opinião que esses institutos publicam quase simultaneamente, e também, erros grosseiros entre as projeções que apresentam em relação a resultados eleitorais que, não raras vezes, contradizem inclusive pesquisas de boca de urna cujo potencial de erro deveria ser baixíssimo.A explicação mais comum ampara-se no argumento de que se tratam de pesquisas diferentes, feitas com metodologias diferentes, em momentos diferentes. O argumento é apenas em parte procedente, pois é neutralizado quando, diante de situações e perguntas similares, revelam-se respostas e tendências flagrantemente opostas. Algumas hipóteses podem contribuir para explicar as controvérsias dos institutos de pesquisa. Creio que o problema mais sério provém da volatilidade dos eleitores, num contexto de intensa guerra simbólica travada na mídia pelas principais forças políticas com candidatos em disputa. A segmentação dos meios de comunicação e de seus públicos também contribui para agravar a situação.As modernas tecnologias do marketing político e da propaganda negativa, monitorados por pesquisas quantitativas e qualitativas periódicas e regulares, e a comunicação em tempo real, conferiram à luta política contemporânea características novas. Temos, portanto, um eleitorado relativamente bem informado; saturado por denúncias de corrupção que atingem a classe política indistintamente, na guerra de imagens travada entre adversários. Diante disso, o eleitor aprendeu a desconfiar de tudo que ouve e vê no noticiário, especialmente dos políticos. Não descarto, inclusive que parcelas dos entrevistados nessas pesquisas estejam camuflando suas intenções de voto e opiniões reais sobre os temas pesquisados, ante a desconfiança generalizada que vai se instaurando também sobre a credibilidade dos institutos. Além, disso, os veículos de comunicação atuais são segmentados, atingindo diferentes setores da opinião pública de forma diferenciada. Ou seja, não há reações padronizadas aos fatos, como fazem supor algumas análises conclusivas publicadas por comentaristas da imprensa.Essa combinação de fatores tende a produzir impactos e reações diversas sobre os diferentes segmentos da opinião pública, mesmo em curto espaços de tempo que separam levantamentos de opinião divulgados pelos institutos. A esse fator, agrega-se a desqualificação de jornalistas que se dedicam a analisar pesquisas eleitorais sem o devido preparo e rigor. Nem mesmo nos cursos de Ciência Política das universidades brasileiras preparam-se profissionais com a qualidade necessária para esse fim, como fazem as universidades americanas, por exemplo. Os poucos profissionais preparados para isso no país, ou estudaram no exterior, ou aprenderam no mercado com profissionais que receberam esse preparo no exterior. Jornais importantes do país, no entanto, têm publicado com ares de verdades absolutas, enormes asneiras sobre a leitura que jornalistas despreparados fazem de pesquisas.Pesquisas quantitativas feitas com rigor técnico têm validade científica para mensurar a opinião dos entrevistados sobre aquilo que eles foram perguntados, no momento em que eles foram perguntados. A entrevista domiciliar por amostragem aleatória estratificada, aplicada segundo os setores censitários do IBGE, é a metodologia mais rigorosa e que melhor possibilita controle de qualidade. Mas é mais cara e mais demorada, e, mesmo assim , não está imune aos problemas decorrentes da volatilidade da opinião pública ante o impacto da mídia segmentada sobre os diferentes setores do eleitorado, e sob bombardeio de guerras de denúncias. Divulgas, essas denúncias podem provocar mudanças rápidas de comportamento em parcelas da opinião pública, logo após a realização do campo de uma pesquisa que não captou seu impacto, e, mesmo desatualizada pelos fatos, a pesquisa termina publicada, gerando influência sobre o comportamento dos eleitores e dos atores políticos.Resolver essas vulnerabilidades é um desafio aos institutos cuja credibilidade está em questão. Tratar com mais seriedade a publicação de análises de pesquisas é um desafio aos órgãos de imprensa que se pretendem sérios. E saber lidar com o impacto das pesquisas sobre o comportamento dos eleitores é um desafio para os estrategistas dos candidatos. Sob essas circunstâncias, fica difícil correr riscos analisando pesquisas sob esse tipo de suspeição, por mais sérios que se pretendam os institutos.Há alguns consensos, no entanto. Sobre o eleitor de Lula, por exemplo, sabe-se que se compõe de uma parcela de cerca de 30% do eleitorado brasileiro que é de esquerda por convicção, e que não abandonou Lula apesar do mar de lama em que mergulhou o petismo no poder. A outra parcela significativa do eleitorado de Lula se compõe da clientela do “bolsa-esmola”. Isto é, de gente com baixo grau de instrução e informação, e, portanto, mais dificilmente e mais lentamente atingida por informações sobre a guerra de propaganda negativa travada entre governo e oposição. A imagem de Lula está protegida, portanto, por essa camada de “teflon” que o isola das denúncias perante seu eleitor ideológico, e do seu eleitor miserável e deseducado, devido à desinformação.A esses fatores, deve-se agregar a proteção que a própria estupidez da oposição confere à imagem de Lula. O PT não hesita em convocar o filho de Alckmin a dar explicações na Assembléia Legislativa de SP, nem bem uma denúncia que o PT plantou na mídia veio a público. Como as denúncias contra o filho de Alckmin estão relacionadas ao trato da coisa pública, o fato de ele ser filho do candidato e ex-governador não o exime, pelo contrário, das devidas explicações. Estranhamente, a oposição não trata o filho de Lula da mesma forma. Não estamos lidando aqui - nem no caso do filho de Alckmin, nem no caso do filho de Lula - da vida privada dos homens públicos e seus familiares, como sugere Lula ao pedir à oposição que poupe sua família. Lulinha da Silva recebeu R$ 15 milhões de uma concessionária de serviços públicos de telefonia, investimento que, até onde se sabe, jamais teria sido captado pela lei do mercado, não fosse o beneficiado filho do presidente da República. O fato é conhecido há meses. Curiosamente, nem sequer entrevistado sobre o assunto Lulinha foi (viva nossa imprensa imparcial e independente). Chamá-lo ao banco da CPI sob os holofotes da mídia então, nem sequer a oposição cogita. E querem que Lula desabe nas pesquisas por inércia?A quebra do sigilo bancário, fiscal e telefônico de Paulo Okamoto é um bom caminho, mas julgo a medida insuficiente. Na minha opinião, além da exposição pública de Lulinha da Silva às suas contradições e vulnerabilidades, somente a mãe do caseiro Nildo em frente às câmeras de TV, dizendo aos eleitores nordestinos pobres o que pensa sobre o que Lula fez e disse contra seu filho, teriam o poder de corroer a imagem do molusco na proporção necessária. Mas, para fazer isso, a oposição precisa decidir antes, se quer mesmo ganhar a próxima eleição presidencial.
Fonte: Diegocasagrande
A pesquisa CNT/Sensus contribuiu para semear mais confusão às contradições entre os levantamentos recentes que o Ibope e o Datafolha publicaram. Aliás, não é de hoje que os institutos de pesquisas vêm tendo sua credibilidade questionada. Tem-se constatado contradições entre os levantamentos de opinião que esses institutos publicam quase simultaneamente, e também, erros grosseiros entre as projeções que apresentam em relação a resultados eleitorais que, não raras vezes, contradizem inclusive pesquisas de boca de urna cujo potencial de erro deveria ser baixíssimo.A explicação mais comum ampara-se no argumento de que se tratam de pesquisas diferentes, feitas com metodologias diferentes, em momentos diferentes. O argumento é apenas em parte procedente, pois é neutralizado quando, diante de situações e perguntas similares, revelam-se respostas e tendências flagrantemente opostas. Algumas hipóteses podem contribuir para explicar as controvérsias dos institutos de pesquisa. Creio que o problema mais sério provém da volatilidade dos eleitores, num contexto de intensa guerra simbólica travada na mídia pelas principais forças políticas com candidatos em disputa. A segmentação dos meios de comunicação e de seus públicos também contribui para agravar a situação.As modernas tecnologias do marketing político e da propaganda negativa, monitorados por pesquisas quantitativas e qualitativas periódicas e regulares, e a comunicação em tempo real, conferiram à luta política contemporânea características novas. Temos, portanto, um eleitorado relativamente bem informado; saturado por denúncias de corrupção que atingem a classe política indistintamente, na guerra de imagens travada entre adversários. Diante disso, o eleitor aprendeu a desconfiar de tudo que ouve e vê no noticiário, especialmente dos políticos. Não descarto, inclusive que parcelas dos entrevistados nessas pesquisas estejam camuflando suas intenções de voto e opiniões reais sobre os temas pesquisados, ante a desconfiança generalizada que vai se instaurando também sobre a credibilidade dos institutos. Além, disso, os veículos de comunicação atuais são segmentados, atingindo diferentes setores da opinião pública de forma diferenciada. Ou seja, não há reações padronizadas aos fatos, como fazem supor algumas análises conclusivas publicadas por comentaristas da imprensa.Essa combinação de fatores tende a produzir impactos e reações diversas sobre os diferentes segmentos da opinião pública, mesmo em curto espaços de tempo que separam levantamentos de opinião divulgados pelos institutos. A esse fator, agrega-se a desqualificação de jornalistas que se dedicam a analisar pesquisas eleitorais sem o devido preparo e rigor. Nem mesmo nos cursos de Ciência Política das universidades brasileiras preparam-se profissionais com a qualidade necessária para esse fim, como fazem as universidades americanas, por exemplo. Os poucos profissionais preparados para isso no país, ou estudaram no exterior, ou aprenderam no mercado com profissionais que receberam esse preparo no exterior. Jornais importantes do país, no entanto, têm publicado com ares de verdades absolutas, enormes asneiras sobre a leitura que jornalistas despreparados fazem de pesquisas.Pesquisas quantitativas feitas com rigor técnico têm validade científica para mensurar a opinião dos entrevistados sobre aquilo que eles foram perguntados, no momento em que eles foram perguntados. A entrevista domiciliar por amostragem aleatória estratificada, aplicada segundo os setores censitários do IBGE, é a metodologia mais rigorosa e que melhor possibilita controle de qualidade. Mas é mais cara e mais demorada, e, mesmo assim , não está imune aos problemas decorrentes da volatilidade da opinião pública ante o impacto da mídia segmentada sobre os diferentes setores do eleitorado, e sob bombardeio de guerras de denúncias. Divulgas, essas denúncias podem provocar mudanças rápidas de comportamento em parcelas da opinião pública, logo após a realização do campo de uma pesquisa que não captou seu impacto, e, mesmo desatualizada pelos fatos, a pesquisa termina publicada, gerando influência sobre o comportamento dos eleitores e dos atores políticos.Resolver essas vulnerabilidades é um desafio aos institutos cuja credibilidade está em questão. Tratar com mais seriedade a publicação de análises de pesquisas é um desafio aos órgãos de imprensa que se pretendem sérios. E saber lidar com o impacto das pesquisas sobre o comportamento dos eleitores é um desafio para os estrategistas dos candidatos. Sob essas circunstâncias, fica difícil correr riscos analisando pesquisas sob esse tipo de suspeição, por mais sérios que se pretendam os institutos.Há alguns consensos, no entanto. Sobre o eleitor de Lula, por exemplo, sabe-se que se compõe de uma parcela de cerca de 30% do eleitorado brasileiro que é de esquerda por convicção, e que não abandonou Lula apesar do mar de lama em que mergulhou o petismo no poder. A outra parcela significativa do eleitorado de Lula se compõe da clientela do “bolsa-esmola”. Isto é, de gente com baixo grau de instrução e informação, e, portanto, mais dificilmente e mais lentamente atingida por informações sobre a guerra de propaganda negativa travada entre governo e oposição. A imagem de Lula está protegida, portanto, por essa camada de “teflon” que o isola das denúncias perante seu eleitor ideológico, e do seu eleitor miserável e deseducado, devido à desinformação.A esses fatores, deve-se agregar a proteção que a própria estupidez da oposição confere à imagem de Lula. O PT não hesita em convocar o filho de Alckmin a dar explicações na Assembléia Legislativa de SP, nem bem uma denúncia que o PT plantou na mídia veio a público. Como as denúncias contra o filho de Alckmin estão relacionadas ao trato da coisa pública, o fato de ele ser filho do candidato e ex-governador não o exime, pelo contrário, das devidas explicações. Estranhamente, a oposição não trata o filho de Lula da mesma forma. Não estamos lidando aqui - nem no caso do filho de Alckmin, nem no caso do filho de Lula - da vida privada dos homens públicos e seus familiares, como sugere Lula ao pedir à oposição que poupe sua família. Lulinha da Silva recebeu R$ 15 milhões de uma concessionária de serviços públicos de telefonia, investimento que, até onde se sabe, jamais teria sido captado pela lei do mercado, não fosse o beneficiado filho do presidente da República. O fato é conhecido há meses. Curiosamente, nem sequer entrevistado sobre o assunto Lulinha foi (viva nossa imprensa imparcial e independente). Chamá-lo ao banco da CPI sob os holofotes da mídia então, nem sequer a oposição cogita. E querem que Lula desabe nas pesquisas por inércia?A quebra do sigilo bancário, fiscal e telefônico de Paulo Okamoto é um bom caminho, mas julgo a medida insuficiente. Na minha opinião, além da exposição pública de Lulinha da Silva às suas contradições e vulnerabilidades, somente a mãe do caseiro Nildo em frente às câmeras de TV, dizendo aos eleitores nordestinos pobres o que pensa sobre o que Lula fez e disse contra seu filho, teriam o poder de corroer a imagem do molusco na proporção necessária. Mas, para fazer isso, a oposição precisa decidir antes, se quer mesmo ganhar a próxima eleição presidencial.
Fonte: Diegocasagrande
O VÔO DE GALINHA DO TUCANO ALCKMIN
Por: Paulo G. M. de Moura, cientista político
Com a definição de Alckmin como candidato do PSDB à Presidência da República, criou-se a expectativa de que sua candidatura receberia um impulso inicial que apareceria nas pesquisas publicadas em seguida. Essa expectativa não vem se confirmando conforme o esperado, ainda que não se cultivasse a ilusão de que o peessedebista pudesse alcançar rapidamente os índices que Serra ostentava quando era cogitado como presidenciável. Alckmin cresceu, mas ainda não decolou. Sequer conseguiu atrair para si, parcela expressiva das manifestações de intenção de voto do eleitor que estava com Serra, e que, portanto, não deve votar em Lula.Vários fatores podem ser causas desse problema. O desconhecimento de Alckmin fora de São Paulo; as especulações plantadas pelo jornalismo petista, dando conta de que Serra conspira para substituir Alckmin como candidato do PSDB; e o tiroteio do PT em São Paulo, com as denúncias envolvendo verbas publicitárias da Nossa Caixa e familiares do ex-governador, também não pode ser menosprezado, já que atingiu a imagem do tucano em seu reduto, causando surpresa num flanco do qual não se esperavam vulnerabilidades dessa natureza.Para usar uma imagem tão comum ao economês corrente, pode-se dizer que o candidato tucano apresenta legítimo vôo de galinha. Isto é; sua trajetória é errática. Sua candidatura não tem foco e não está posicionada. As variáveis da imagem que deverá projetar como candidato a presidente não estão claras; ou sequer esboçadas. E, finalmente, Alckmin não encontrou o discurso que precisa fazer para seduzir a maioria dos brasileiros.Acredito, portanto, que o principal problema da candidatura Alckmin é a falta de estratégia. A ocorrência do problema é compreensível dado que Alckmin estava, até pouco tempo, concentrado na disputa interna do PSDB, que demandou um tipo de esforço e de discurso diferente daquele que se demanda de um candidato a presidente que precisa falar para todo o povo brasileiro.Os sinais dessa carência de estratégia, no entanto, já se faziam sentir naquele período pois, mesmo em se tratando de uma disputa com Serra, na qual seu público-alvo estava no âmbito interno do PSDB, Alckmin já era desafiado a apresentar-se como presidenciável, com atributos de imagem e discurso compatíveis com o cargo que postulava ao disputar a escolha de seu partido. Os apelos à imagem do “gerente competente” e do “picolé de chuchu”, que foram concebidas e deram resultados como elementos da estratégia de marketing que o elegeu governador dos paulistas, eram recorrentemente usadas por Alckmin em suas aparições na mídia nacional, como se aquilo que lhe serviu de foco, posicionamento, imagem e discurso de candidato a governador de São Paulo em 2002, servisse também, para sustentar sua candidatura a presidente do Brasil em 2006.A ausência de uma estratégia definida para sua candidatura a presidente expôs Alckmin a vulnerabilidades que não foram suficientes para impedir a definição do PSDB pelo seu nome. Afinal, boa parte da disputa interna do PSDB girou em torno de variáveis paulistas. Os dois pretendentes eram paulistas; a questão da renúncia de Serra estava no centro do debate, e nesse estado concentra-se o grupo hegemônico do partido tucano. Por fim, Serra desistiu.Sem encontrar o foco da candidatura; sem posicionar-se; sem definir a imagem que irá projetar e sem um discurso, qualquer candidato fica sem critérios para agir e para pautar a dinâmica da disputa. Ao contrário, o que tende a acontecer sob essas circunstâncias, é que a candidatura tende a entrar numa lógica entrópica e reativa, sendo pautada pelo adversário ou pela dinâmica dos acontecimentos que não controla. É isso o que está acontecendo com Alckmin. E, pior, essa vulnerabilidade está minando sua decolagem num momento-chave, em que seu crescimento inicial é imprescindível para consolidar sua imagem de adversário competitivo, justificando sua escolha pelo PSDB, que tinha Serra como alternativa.De nada adianta Alckmin sair viajando pelo nordeste como um desesperado atrás dos eleitores de Lula. Se a solução para esse problema da falta de estratégia não for equacionada no curto prazo, se tornará fatal para o projeto de poder do PSDB. Para isso, os tucanos precisam tomar algumas medidas preventivas de curto prazo. A primeira coisa a fazer é parar para pensar e traçar um plano de ação, ao invés de seguir voando como galinhas desesperadas.A providência seguinte é encomendar uma bateria de pesquisas que alimente a construção das variáveis estratégicas (foco, posicionamento, imagem e discurso) da candidatura de Alckmin. Isso leva algum tempo, mas é um investimento imprescindível e inadiável. Enquanto essas repostas não são construídas, é preciso definir algumas balizas mínimas que permitam orientar a atuação do candidato, que precisa trocar o pneu do carro andando. Todo o cuidado em cada declaração e/ou aparição pública de Alckmin, é pouco nesse momento. Sem balizas estratégicas que lhe forneçam critérios para decisões e ações, o candidato torna-se vulnerável e tende a errar, causando prejuízos eleitorais a si mesmo.De onde o PT tirou essas denúncias contra Alckmin e seus familiares, tem mais? Como se antecipar aos próximos ataques do PT?Para ganhar fôlego e tempo, é preciso atacar duro o PT, levando Lula em pessoa para o centro do alvo das investigações sobre a corrupção sob seu governo, de modo a impedir o molusco de dar curso à ofensiva que desenvolve para barrar a decolagem de Alckmin. Okamoto na CPI; o filho de Lula na CPI; a mãe do caseiro Nildo aos prantos na TV, dizendo o que pensa do que Lula mandou fazer com seu filho, por exemplo. É preciso, também, parar de brincar com a hipótese do impeachment com se isso fosse artifício de marketing eleitoral. Que os tucanos não queiram arcar com o ônus da iniciativa é compreensível. Mas, abrir um processo de impeachment contra Lula é uma questão de defesa da democracia e da integridade das nossas instituições. Se Lula tiver que concorrer dando explicações sobre o por quê de a OAB estar pedindo seu impeachment, tanto melhor. Se for cassado antes da eleição, que seja. Além disso, Serra, da cama do hospital na qual está convalescendo de cirurgia de hérnia, precisa dar - e já - uma declaração pública cabal sepultando qualquer especulação sobre a virtual substituição de Alckmin como candidato a presidente. Parem de brincar senhores! Isso não é congresso da UNE! Só o PT tem a ganhar com essas especulações. Se elas seguirem tendo curso ante o silêncio de Serra; dança Alckmin com candidato a presidente, dança Serra como candidato a governador, e dançam o PSDB e o PFL como alternativa de poder ao petismo nos próximos vinte anos.Há tempo para corrigir todos esse problemas e para botar Alckmin na trilha da vitória. Sempre, é claro, supondo-se que os tucanos estejam decididos a fazer de Alckmin presidente e Serra governador de São Paulo, livrando-nos do desastre de mais quatro anos de petismo no poder. Não custa lembrar. Quem apostou tudo abrindo mão da prefeitura e do governo de SP ao mesmo tempo, pode ter muito a ganhar, mas corre o risco de perder tudo se errar.
Fonte: Diegocasagrande
Com a definição de Alckmin como candidato do PSDB à Presidência da República, criou-se a expectativa de que sua candidatura receberia um impulso inicial que apareceria nas pesquisas publicadas em seguida. Essa expectativa não vem se confirmando conforme o esperado, ainda que não se cultivasse a ilusão de que o peessedebista pudesse alcançar rapidamente os índices que Serra ostentava quando era cogitado como presidenciável. Alckmin cresceu, mas ainda não decolou. Sequer conseguiu atrair para si, parcela expressiva das manifestações de intenção de voto do eleitor que estava com Serra, e que, portanto, não deve votar em Lula.Vários fatores podem ser causas desse problema. O desconhecimento de Alckmin fora de São Paulo; as especulações plantadas pelo jornalismo petista, dando conta de que Serra conspira para substituir Alckmin como candidato do PSDB; e o tiroteio do PT em São Paulo, com as denúncias envolvendo verbas publicitárias da Nossa Caixa e familiares do ex-governador, também não pode ser menosprezado, já que atingiu a imagem do tucano em seu reduto, causando surpresa num flanco do qual não se esperavam vulnerabilidades dessa natureza.Para usar uma imagem tão comum ao economês corrente, pode-se dizer que o candidato tucano apresenta legítimo vôo de galinha. Isto é; sua trajetória é errática. Sua candidatura não tem foco e não está posicionada. As variáveis da imagem que deverá projetar como candidato a presidente não estão claras; ou sequer esboçadas. E, finalmente, Alckmin não encontrou o discurso que precisa fazer para seduzir a maioria dos brasileiros.Acredito, portanto, que o principal problema da candidatura Alckmin é a falta de estratégia. A ocorrência do problema é compreensível dado que Alckmin estava, até pouco tempo, concentrado na disputa interna do PSDB, que demandou um tipo de esforço e de discurso diferente daquele que se demanda de um candidato a presidente que precisa falar para todo o povo brasileiro.Os sinais dessa carência de estratégia, no entanto, já se faziam sentir naquele período pois, mesmo em se tratando de uma disputa com Serra, na qual seu público-alvo estava no âmbito interno do PSDB, Alckmin já era desafiado a apresentar-se como presidenciável, com atributos de imagem e discurso compatíveis com o cargo que postulava ao disputar a escolha de seu partido. Os apelos à imagem do “gerente competente” e do “picolé de chuchu”, que foram concebidas e deram resultados como elementos da estratégia de marketing que o elegeu governador dos paulistas, eram recorrentemente usadas por Alckmin em suas aparições na mídia nacional, como se aquilo que lhe serviu de foco, posicionamento, imagem e discurso de candidato a governador de São Paulo em 2002, servisse também, para sustentar sua candidatura a presidente do Brasil em 2006.A ausência de uma estratégia definida para sua candidatura a presidente expôs Alckmin a vulnerabilidades que não foram suficientes para impedir a definição do PSDB pelo seu nome. Afinal, boa parte da disputa interna do PSDB girou em torno de variáveis paulistas. Os dois pretendentes eram paulistas; a questão da renúncia de Serra estava no centro do debate, e nesse estado concentra-se o grupo hegemônico do partido tucano. Por fim, Serra desistiu.Sem encontrar o foco da candidatura; sem posicionar-se; sem definir a imagem que irá projetar e sem um discurso, qualquer candidato fica sem critérios para agir e para pautar a dinâmica da disputa. Ao contrário, o que tende a acontecer sob essas circunstâncias, é que a candidatura tende a entrar numa lógica entrópica e reativa, sendo pautada pelo adversário ou pela dinâmica dos acontecimentos que não controla. É isso o que está acontecendo com Alckmin. E, pior, essa vulnerabilidade está minando sua decolagem num momento-chave, em que seu crescimento inicial é imprescindível para consolidar sua imagem de adversário competitivo, justificando sua escolha pelo PSDB, que tinha Serra como alternativa.De nada adianta Alckmin sair viajando pelo nordeste como um desesperado atrás dos eleitores de Lula. Se a solução para esse problema da falta de estratégia não for equacionada no curto prazo, se tornará fatal para o projeto de poder do PSDB. Para isso, os tucanos precisam tomar algumas medidas preventivas de curto prazo. A primeira coisa a fazer é parar para pensar e traçar um plano de ação, ao invés de seguir voando como galinhas desesperadas.A providência seguinte é encomendar uma bateria de pesquisas que alimente a construção das variáveis estratégicas (foco, posicionamento, imagem e discurso) da candidatura de Alckmin. Isso leva algum tempo, mas é um investimento imprescindível e inadiável. Enquanto essas repostas não são construídas, é preciso definir algumas balizas mínimas que permitam orientar a atuação do candidato, que precisa trocar o pneu do carro andando. Todo o cuidado em cada declaração e/ou aparição pública de Alckmin, é pouco nesse momento. Sem balizas estratégicas que lhe forneçam critérios para decisões e ações, o candidato torna-se vulnerável e tende a errar, causando prejuízos eleitorais a si mesmo.De onde o PT tirou essas denúncias contra Alckmin e seus familiares, tem mais? Como se antecipar aos próximos ataques do PT?Para ganhar fôlego e tempo, é preciso atacar duro o PT, levando Lula em pessoa para o centro do alvo das investigações sobre a corrupção sob seu governo, de modo a impedir o molusco de dar curso à ofensiva que desenvolve para barrar a decolagem de Alckmin. Okamoto na CPI; o filho de Lula na CPI; a mãe do caseiro Nildo aos prantos na TV, dizendo o que pensa do que Lula mandou fazer com seu filho, por exemplo. É preciso, também, parar de brincar com a hipótese do impeachment com se isso fosse artifício de marketing eleitoral. Que os tucanos não queiram arcar com o ônus da iniciativa é compreensível. Mas, abrir um processo de impeachment contra Lula é uma questão de defesa da democracia e da integridade das nossas instituições. Se Lula tiver que concorrer dando explicações sobre o por quê de a OAB estar pedindo seu impeachment, tanto melhor. Se for cassado antes da eleição, que seja. Além disso, Serra, da cama do hospital na qual está convalescendo de cirurgia de hérnia, precisa dar - e já - uma declaração pública cabal sepultando qualquer especulação sobre a virtual substituição de Alckmin como candidato a presidente. Parem de brincar senhores! Isso não é congresso da UNE! Só o PT tem a ganhar com essas especulações. Se elas seguirem tendo curso ante o silêncio de Serra; dança Alckmin com candidato a presidente, dança Serra como candidato a governador, e dançam o PSDB e o PFL como alternativa de poder ao petismo nos próximos vinte anos.Há tempo para corrigir todos esse problemas e para botar Alckmin na trilha da vitória. Sempre, é claro, supondo-se que os tucanos estejam decididos a fazer de Alckmin presidente e Serra governador de São Paulo, livrando-nos do desastre de mais quatro anos de petismo no poder. Não custa lembrar. Quem apostou tudo abrindo mão da prefeitura e do governo de SP ao mesmo tempo, pode ter muito a ganhar, mas corre o risco de perder tudo se errar.
Fonte: Diegocasagrande
Líder do PT diz que procurador-geral foi mordido pela mosca azul
Por: Denise Madueño
Arlindo Chinaglia também levantou suspeita sobre a conduta do relator da CPI dos Correios
BRASÍLIA - O líder do governo na Câmara, deputado Arlindo Chinaglia (PT-SP), reagiu, nesta quarta-feira, com críticas e cobranças à denúncia encaminhada ontem pelo procurador-geral da República, Antonio Fernando Souza, ao Supremo Tribunal Federal (STF) apontando a existência de uma organização criminosa que operou o chamado mensalão para garantir a manutenção do PT no poder.
Chinaglia acusou o procurador de ter sido "mordido pela mosca azul" - expressão utilizada em relação a pessoas que passam a ambicionar o poder - e cobrou investigação sobre suposto superfaturamento na construção do prédio-sede do Ministério Público Federal (MPF) em Brasília. Em discurso no plenário da Câmara, pontuado por ironias, o líder do governo contestou também conclusões da CPI Mista dos Correios.
"Usando a palavra da moda, causou-me estranheza que o procurador-geral da República chamasse o presidente da CPI dos Correios (senador Delcídio Amaral), bem como o seu relator (deputado Osmar Serraglio) e outros para anunciar à imprensa o seu trabalho. Penso que ali Sua Excelência talvez tenha sido mordido pela mesmíssima mosca azul de alguns que entram (na condição de) minhoca na CPI e imaginam saírem de lá como se fossem najas (espécie de cobra)", discursou Chinaglia.
"Homem destemido"
O deputado levantou suspeita sobre a conduta do relator da CPI Mista dos Correios, deputado Osmar Serraglio (PMDB-PR), acusando-o de ter excluído do seu relatório tudo que foi produzido na comissão sobre as franquias da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT).
"O sub-relator pediu a quebra do sigilo de oito franquias, obteve de apenas duas e, dessas, descobriu que, num prazo de cinco anos, foram sacados R$ 8 milhões da boca do caixa. Por que o relator excluiu isso do seu parecer final?", questionou Chinaglia. "Será que Sua Excelência (Serraglio) introjetou a denúncia da oposição de que o Correio era comandado pelo PMDB, e então ficou com medo? Sua Excelência é homem destemido", afirmou Chinaglia.
O líder do governo fez também elogios aos trechos em que a denúncia do Ministério Público Federal (MPF) envolve o PSDB no esquema de Marcos Valério Fernandes de Souza e ao fato de o procurador Antonio Fernando ter deixado de fora do seu relatório o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Chinaglia ressaltou que o trabalho do procurador foi feito com independência.
Fonte: Estadão
Arlindo Chinaglia também levantou suspeita sobre a conduta do relator da CPI dos Correios
BRASÍLIA - O líder do governo na Câmara, deputado Arlindo Chinaglia (PT-SP), reagiu, nesta quarta-feira, com críticas e cobranças à denúncia encaminhada ontem pelo procurador-geral da República, Antonio Fernando Souza, ao Supremo Tribunal Federal (STF) apontando a existência de uma organização criminosa que operou o chamado mensalão para garantir a manutenção do PT no poder.
Chinaglia acusou o procurador de ter sido "mordido pela mosca azul" - expressão utilizada em relação a pessoas que passam a ambicionar o poder - e cobrou investigação sobre suposto superfaturamento na construção do prédio-sede do Ministério Público Federal (MPF) em Brasília. Em discurso no plenário da Câmara, pontuado por ironias, o líder do governo contestou também conclusões da CPI Mista dos Correios.
"Usando a palavra da moda, causou-me estranheza que o procurador-geral da República chamasse o presidente da CPI dos Correios (senador Delcídio Amaral), bem como o seu relator (deputado Osmar Serraglio) e outros para anunciar à imprensa o seu trabalho. Penso que ali Sua Excelência talvez tenha sido mordido pela mesmíssima mosca azul de alguns que entram (na condição de) minhoca na CPI e imaginam saírem de lá como se fossem najas (espécie de cobra)", discursou Chinaglia.
"Homem destemido"
O deputado levantou suspeita sobre a conduta do relator da CPI Mista dos Correios, deputado Osmar Serraglio (PMDB-PR), acusando-o de ter excluído do seu relatório tudo que foi produzido na comissão sobre as franquias da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT).
"O sub-relator pediu a quebra do sigilo de oito franquias, obteve de apenas duas e, dessas, descobriu que, num prazo de cinco anos, foram sacados R$ 8 milhões da boca do caixa. Por que o relator excluiu isso do seu parecer final?", questionou Chinaglia. "Será que Sua Excelência (Serraglio) introjetou a denúncia da oposição de que o Correio era comandado pelo PMDB, e então ficou com medo? Sua Excelência é homem destemido", afirmou Chinaglia.
O líder do governo fez também elogios aos trechos em que a denúncia do Ministério Público Federal (MPF) envolve o PSDB no esquema de Marcos Valério Fernandes de Souza e ao fato de o procurador Antonio Fernando ter deixado de fora do seu relatório o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Chinaglia ressaltou que o trabalho do procurador foi feito com independência.
Fonte: Estadão
Cuidados ao efetuar compras pela internet
Por: IBEDEC
O diretor do Instituto Brasileiro de Estudo e Defesa das Relações de Consumo – IBEDEC - Dr. José Geraldo Tardin alerta os consumidores, que com o aumento do volumes de compras pela internet, aumentou em 30% o numero de reclamações proveniente deste tipo de operação comercial. E enumera cuidados básicos a serem tomados no momento da compra:
a-) imprima todas as fotos do produto:b-) preste atenção em toda a informação oferecida a respeito do produto: c-) se o preço do produto for significadamente menor que o preço de mercado, aumente as cautelas:d-)além do e- mail, é importante verificar se a loja oferece outros meios para poder encontra-la (telefone, endereço e fax):e-) imprima todos os procedimentos realizados para a compra:f-) evite pagar antecipadamente:g-) cuidado com as ofertas, na maioria das vezes não esta incluído o valor do frete:h-) preste muito atenção e imprima as regras de restituição, de pagamentos, devolução, frete, negociação e prazo de entrega :i-) nas compras realizadas via internet, o consumidor tem direito de desistir da compra em um prazo de 07 dias após o recebimento da mercadoria, sem precisar justificar sua decisão, tendo direito à devolução de todo o valor pago.
Fonte: IBEDEC
O diretor do Instituto Brasileiro de Estudo e Defesa das Relações de Consumo – IBEDEC - Dr. José Geraldo Tardin alerta os consumidores, que com o aumento do volumes de compras pela internet, aumentou em 30% o numero de reclamações proveniente deste tipo de operação comercial. E enumera cuidados básicos a serem tomados no momento da compra:
a-) imprima todas as fotos do produto:b-) preste atenção em toda a informação oferecida a respeito do produto: c-) se o preço do produto for significadamente menor que o preço de mercado, aumente as cautelas:d-)além do e- mail, é importante verificar se a loja oferece outros meios para poder encontra-la (telefone, endereço e fax):e-) imprima todos os procedimentos realizados para a compra:f-) evite pagar antecipadamente:g-) cuidado com as ofertas, na maioria das vezes não esta incluído o valor do frete:h-) preste muito atenção e imprima as regras de restituição, de pagamentos, devolução, frete, negociação e prazo de entrega :i-) nas compras realizadas via internet, o consumidor tem direito de desistir da compra em um prazo de 07 dias após o recebimento da mercadoria, sem precisar justificar sua decisão, tendo direito à devolução de todo o valor pago.
Fonte: IBEDEC
Funcionários da Caixa deverão ser inocentados
Por: Correio do Povo
A comissão de sindicância da Caixa Econômica Federal sobre a violação do sigilo do caseiro Francenildo Costa concluiu ontem a primeira etapa da investigação. Quatro servidores são apontados como responsáveis pela emissão e manuseio do extrato da conta de Francenildo, mas a tendência é inocentar todos eles. Para os investigadores, os funcionários acessaram e analisaram a conta do caseiro, mas não vazaram o documento para a imprensa.
A comissão de sindicância da Caixa Econômica Federal sobre a violação do sigilo do caseiro Francenildo Costa concluiu ontem a primeira etapa da investigação. Quatro servidores são apontados como responsáveis pela emissão e manuseio do extrato da conta de Francenildo, mas a tendência é inocentar todos eles. Para os investigadores, os funcionários acessaram e analisaram a conta do caseiro, mas não vazaram o documento para a imprensa.
Delegado rejeita ouvir ex-ministro na sua casa
Por: Correio do Povo (RS)
O ex-ministro Antonio Palocci deverá depor dia 19 ou 20 no inquérito do lixo de Ribeirão Preto. O depoimento não será em sua casa, como ocorreu na apuração sobre quebra de sigilo do caseiro Francenildo Costa. "Posso ouvi-lo em Brasília, mas em casa jamais", disse o delegado Benedito Antônio Valencise. Ele pretende indiciar Palocci por superfaturamento, formação de quadrilha, corrupção de agentes públicos, falsidade ideológica e peculato.
O ex-ministro Antonio Palocci deverá depor dia 19 ou 20 no inquérito do lixo de Ribeirão Preto. O depoimento não será em sua casa, como ocorreu na apuração sobre quebra de sigilo do caseiro Francenildo Costa. "Posso ouvi-lo em Brasília, mas em casa jamais", disse o delegado Benedito Antônio Valencise. Ele pretende indiciar Palocci por superfaturamento, formação de quadrilha, corrupção de agentes públicos, falsidade ideológica e peculato.
O procurador repetiu o que temos escrito desde 2003
Por: Reinaldo Azevedo
Alvíssaras! Apareceu, enfim, alguém na República, além de Primeira Leitura e de mais uns dois ou três (cito dois: Olavo de Carvalho e Diogo Mainardi, mas há mais gente, não muita), que entendeu o que está em curso e o que é, de fato, o governo do PT. Atentem que nem escrevi “governo Lula”. Escrevi “governo do PT”. O procurador-geral da República, Antonio Fernando de Souza, atribuiu nome e sobrenome ao que viu. Chamou o ajuntamento de pessoas para assaltar o Estado de “quadrilha” e disse que uma “organização criminosa” se formou para tramar a perpetuação de um partido no poder.
É rigorosamente o que se vem sustentando aqui muito antes de qualquer denúncia vir à luz. O que o procurador escreve com base na investigação e nos autos — um trabalho que até Márcio Thomaz Bastos considera “histórico” —, Primeira Leitura vem sustentando pelas lentes da economia política desde 2001 — antes, portanto, de Lula chegar ao poder. Parte considerável da imprensa ainda não vê o que está em curso. Algumas ex-sólidas reputações do jornalismo falam até em um suposto movimento “macarthista” contra o PT; fatias consideráveis da imprensa sustentam que “todo mundo é igual”, ignorando o ineditismo dos métodos petistas — “ineditismo” para o Brasil, não para a história da esquerda.
A imprensa, é fato, cumpriu parte da necessária tarefa de desmascarar o PT. A partir de um determinado momento, os crimes não podiam mais ser ignorados ou considerados corriqueiros. E declinou de algumas outras atribuições. O marco zero dessa peça acusatória do procurador é a entrevista de Roberto Jefferson concedida à jornalista Renata Lo Prete, da Folha. Foi ela que originou a CPI e as demais investigações, com indícios de crimes que foram aparecendo aos borbotões. A história do Brasil não poderá jamais ignorar aquelas páginas. O que me parece é que a própria Folha, às vezes, a ignora.
O que a larga maioria da imprensa se negava e se nega a admitir — e também as oposições, até outro dia ao menos — é que isso que se vê é um sistema. Já não estávamos mais falando de batedores de carteira, do velho cartorialismo, dos gatunos das porcentagens. Sem que esses males tenham sido extintos, outro, muito maior, sobre eles deitou a sua sombra: o clepto-stalinismo; o assalto ao Estado ancorado numa visão de mundo e numa ideologia. Tudo muito capenga, é verdade, mas com uma marca inequívoca.
A própria Folha, que tem na sua história a entrevista que deu origem ao deslindamento do que aí se vê, investe contra a sua conquista e seu patrimônio jornalístico quando divide o alto de uma primeira página entre um editorial algo tardio sobre os desmandos do governo Lula e uma denúncia envolvendo Geraldo Alckmin e a Nossa Caixa. A leitura óbvia a ninguém escapa: "São todos iguais". Que noticiasse as duas coisas, é claro. Mas a opção pelo “equilíbrio”, talvez centimétrico, naquele dia, só serve para deseducar e produzir obscurantismo. As suposições freqüentes de alguns articulistas de que vestidos de um costureiro ou propaganda de um banco, ainda que irregulares, são a face tucana do que, no petismo, segundo o procurador, é a “quadrilha” é uma mentira histórica, uma mímica patética da justiça perfeita. A humanidade conheceu juízes assim. Pol Pot era um deles. Um danoninho não vale por um bifinho.
Que se noticie tudo! Mas que se faça a caracterização do procurador: clara, inequívoca, inquestionável. E isso nem sempre acontece, seja por comodismo, ideologia ou arrogância. Ao longo destes quase três anos e meio do governo do PT, tive a chance de conversar com muitos políticos da oposição. Eram e são raros os que admitem que o PT tem um projeto de poder que, no seu pleno exercício, exclui a democracia. O conceito do Moderno Príncipe, na formulação gramsciana, mesmo depois de devidamente explicada, lhes parece fantasiosa. Por mais que os petistas dêem provas cabais de que assim se constituem. Trata-se de arrogância, de não reconhecer o real tamanho do inimigo. Acham que ignorando as suas qualidades, ainda que nefastas, ele se torna menos perigoso.
Uma parte da imprensa não vê o óbvio por ideologia e comodismo — o comodismo inclui um tanto de burrice e de analfabetismo político. Jornalistas quase nunca lêem teoria política. Quase nunca lêem coisa nenhuma. Alegam falta de tempo e rotina estafante. É claro que não é verdade.
É por isso que morro de tédio quanto leio o texto de algumas reputações já encanecidas — o que lhes deveria dar experiência e sabedoria, mas só aumenta a lista de livros que não leram — garantindo que Lula se tornou igual aos outros; que o PT não mudou nada; que resolveu seguir o padrão de sempre; que Brasil é assim desde as capitanias hereditárias; que o Apedeuta traiu seus princípios; que os métodos do atual governo em nada diferem dos de PSDB e PFL; que Eduardo Azeredo e Roberto Brant (que deveriam ter sido cassados, como os outros todos, observo) provam que não há diferença entre oposição e situação; que as denúncias, enfim, contra Alckmin são uma ducha de água fria no banho de ética prometido pelo candidato tucano.
Eu, confesso, não gosto dessa imagem do “banho de ética”. Se Alckmin me desse bola, ele jamais a teria usado. E não porque ele não possa sustentá-la. É que essa conversa da política feita a partir do aprumo ético costuma ser coisa das mais complicadas — e até perigosa. A “ética” como departamento de polícia e organização secreta para denunciar adversários é uma invenção do petismo em conluio com seu braço jornalístico. Funcionou durante os oito anos do governo FHC como uma máquina de destruir reputações e de inventar escândalos fantasiosos: Sivam, dossiê Cayman, caso Eduardo Jorge (“EJ”, como se escrevia, para remeter, claro, a PC), privatizações. Escândalos feitos de nada, que desapareceram no choque com a realidade. Mas que contribuíram para entronizar o poder de certas nulidades intelectuais e morais nas redações.
Os canibais se esbaldavam. “Ética” é sempre a compreensão dominante de um conjunto de indivíduos sobre determinado assunto. A “ética” mais influente, não raro, coincide com a do grupo que consegue se impor sobre os demais. No governo FHC, a imprensa aderiu à "ética" petista. Era o tempo em que não se podia nomear alguém de um partido aliado sem que se acusasse "fisiologismo", como se fosse coisa nossa governar com... aliados!Não é raro que se transfira para um ente de razão — partido ou Estado — a aplicação, então, dessa “ética coletiva”, que pode simplesmente esmagar a moral individual. O PT continua, por incrível que pareça, a ditar os valores "éticos". Sempre que vocês lerem no jornal a acusação de que Lula traiu seus compromissos, não duvidem: quem escreve é um petista ressentido. A cada vez que um jornalista “neste país” puser em pé de igualdade o PT e os partidos de oposição — por mais que estes pratiquem irregularidades, que têm de ser denunciadas e noticiadas —, quem fala é uma facção do PT. Omitir a particularidade petista é fazer o jogo do partido.
E a particularidade do PT está no fato de que “desenvolvendo-se, subverte todo o sistema de relações intelectuais e morais, uma vez que seu desenvolvimento significa, de fato, que todo ato é concebido como útil ou prejudicial, como virtuoso ou criminoso, somente na medida em que tem como ponto de referência o Moderno Príncipe e serve ou para aumentar o seu poder ou para opor-se a ele. O Príncipe toma o lugar, nas consciências, da divindade ou do imperativo categórico, torna-se a base de um laicismo moderno e de uma completa laicização de toda a vida e de todas as relações de costumes” (in Cadernos do Cárcere, de Antonio Gramsci, vol. 3, pág. 19).
Escrevemos isso desde 2003. A rigor, o caráter do PT era apontado aqui desde 2001, ano em que o site entrou no ar. Não há crime de fato sem que haja antes uma idéia criminosa. A idéia criminosa dispensa o crime de fato para que possa ser apontada e denunciada. Há penas de aluguel — aluguel ideológico, quando menos — de sobra para censurar os crimes de fato, mas flertando com idéias criminosas.
De resto, quem iguala crimes desiguais investe é na impunidade. Sempre que vocês lerem por aí o famoso “é tudo a mesma coisa”, lembrem-se do relatório do procurador-geral da República. Que se punam e se noticiem todas as transgressões. Mas que se faça a distinção entre os atos que atentam contra a democracia e o Estado de Direito e os que testam a sua validade.
Contra a imprensa do “todo mundo é igual”, usem o texto do procurador Antonio Fernando de Souza.
[reinaldo@primeiraleitura.com.br]Publicado em 12 de abril de 2006.
Fonte: Primeira Leitura
Alvíssaras! Apareceu, enfim, alguém na República, além de Primeira Leitura e de mais uns dois ou três (cito dois: Olavo de Carvalho e Diogo Mainardi, mas há mais gente, não muita), que entendeu o que está em curso e o que é, de fato, o governo do PT. Atentem que nem escrevi “governo Lula”. Escrevi “governo do PT”. O procurador-geral da República, Antonio Fernando de Souza, atribuiu nome e sobrenome ao que viu. Chamou o ajuntamento de pessoas para assaltar o Estado de “quadrilha” e disse que uma “organização criminosa” se formou para tramar a perpetuação de um partido no poder.
É rigorosamente o que se vem sustentando aqui muito antes de qualquer denúncia vir à luz. O que o procurador escreve com base na investigação e nos autos — um trabalho que até Márcio Thomaz Bastos considera “histórico” —, Primeira Leitura vem sustentando pelas lentes da economia política desde 2001 — antes, portanto, de Lula chegar ao poder. Parte considerável da imprensa ainda não vê o que está em curso. Algumas ex-sólidas reputações do jornalismo falam até em um suposto movimento “macarthista” contra o PT; fatias consideráveis da imprensa sustentam que “todo mundo é igual”, ignorando o ineditismo dos métodos petistas — “ineditismo” para o Brasil, não para a história da esquerda.
A imprensa, é fato, cumpriu parte da necessária tarefa de desmascarar o PT. A partir de um determinado momento, os crimes não podiam mais ser ignorados ou considerados corriqueiros. E declinou de algumas outras atribuições. O marco zero dessa peça acusatória do procurador é a entrevista de Roberto Jefferson concedida à jornalista Renata Lo Prete, da Folha. Foi ela que originou a CPI e as demais investigações, com indícios de crimes que foram aparecendo aos borbotões. A história do Brasil não poderá jamais ignorar aquelas páginas. O que me parece é que a própria Folha, às vezes, a ignora.
O que a larga maioria da imprensa se negava e se nega a admitir — e também as oposições, até outro dia ao menos — é que isso que se vê é um sistema. Já não estávamos mais falando de batedores de carteira, do velho cartorialismo, dos gatunos das porcentagens. Sem que esses males tenham sido extintos, outro, muito maior, sobre eles deitou a sua sombra: o clepto-stalinismo; o assalto ao Estado ancorado numa visão de mundo e numa ideologia. Tudo muito capenga, é verdade, mas com uma marca inequívoca.
A própria Folha, que tem na sua história a entrevista que deu origem ao deslindamento do que aí se vê, investe contra a sua conquista e seu patrimônio jornalístico quando divide o alto de uma primeira página entre um editorial algo tardio sobre os desmandos do governo Lula e uma denúncia envolvendo Geraldo Alckmin e a Nossa Caixa. A leitura óbvia a ninguém escapa: "São todos iguais". Que noticiasse as duas coisas, é claro. Mas a opção pelo “equilíbrio”, talvez centimétrico, naquele dia, só serve para deseducar e produzir obscurantismo. As suposições freqüentes de alguns articulistas de que vestidos de um costureiro ou propaganda de um banco, ainda que irregulares, são a face tucana do que, no petismo, segundo o procurador, é a “quadrilha” é uma mentira histórica, uma mímica patética da justiça perfeita. A humanidade conheceu juízes assim. Pol Pot era um deles. Um danoninho não vale por um bifinho.
Que se noticie tudo! Mas que se faça a caracterização do procurador: clara, inequívoca, inquestionável. E isso nem sempre acontece, seja por comodismo, ideologia ou arrogância. Ao longo destes quase três anos e meio do governo do PT, tive a chance de conversar com muitos políticos da oposição. Eram e são raros os que admitem que o PT tem um projeto de poder que, no seu pleno exercício, exclui a democracia. O conceito do Moderno Príncipe, na formulação gramsciana, mesmo depois de devidamente explicada, lhes parece fantasiosa. Por mais que os petistas dêem provas cabais de que assim se constituem. Trata-se de arrogância, de não reconhecer o real tamanho do inimigo. Acham que ignorando as suas qualidades, ainda que nefastas, ele se torna menos perigoso.
Uma parte da imprensa não vê o óbvio por ideologia e comodismo — o comodismo inclui um tanto de burrice e de analfabetismo político. Jornalistas quase nunca lêem teoria política. Quase nunca lêem coisa nenhuma. Alegam falta de tempo e rotina estafante. É claro que não é verdade.
É por isso que morro de tédio quanto leio o texto de algumas reputações já encanecidas — o que lhes deveria dar experiência e sabedoria, mas só aumenta a lista de livros que não leram — garantindo que Lula se tornou igual aos outros; que o PT não mudou nada; que resolveu seguir o padrão de sempre; que Brasil é assim desde as capitanias hereditárias; que o Apedeuta traiu seus princípios; que os métodos do atual governo em nada diferem dos de PSDB e PFL; que Eduardo Azeredo e Roberto Brant (que deveriam ter sido cassados, como os outros todos, observo) provam que não há diferença entre oposição e situação; que as denúncias, enfim, contra Alckmin são uma ducha de água fria no banho de ética prometido pelo candidato tucano.
Eu, confesso, não gosto dessa imagem do “banho de ética”. Se Alckmin me desse bola, ele jamais a teria usado. E não porque ele não possa sustentá-la. É que essa conversa da política feita a partir do aprumo ético costuma ser coisa das mais complicadas — e até perigosa. A “ética” como departamento de polícia e organização secreta para denunciar adversários é uma invenção do petismo em conluio com seu braço jornalístico. Funcionou durante os oito anos do governo FHC como uma máquina de destruir reputações e de inventar escândalos fantasiosos: Sivam, dossiê Cayman, caso Eduardo Jorge (“EJ”, como se escrevia, para remeter, claro, a PC), privatizações. Escândalos feitos de nada, que desapareceram no choque com a realidade. Mas que contribuíram para entronizar o poder de certas nulidades intelectuais e morais nas redações.
Os canibais se esbaldavam. “Ética” é sempre a compreensão dominante de um conjunto de indivíduos sobre determinado assunto. A “ética” mais influente, não raro, coincide com a do grupo que consegue se impor sobre os demais. No governo FHC, a imprensa aderiu à "ética" petista. Era o tempo em que não se podia nomear alguém de um partido aliado sem que se acusasse "fisiologismo", como se fosse coisa nossa governar com... aliados!Não é raro que se transfira para um ente de razão — partido ou Estado — a aplicação, então, dessa “ética coletiva”, que pode simplesmente esmagar a moral individual. O PT continua, por incrível que pareça, a ditar os valores "éticos". Sempre que vocês lerem no jornal a acusação de que Lula traiu seus compromissos, não duvidem: quem escreve é um petista ressentido. A cada vez que um jornalista “neste país” puser em pé de igualdade o PT e os partidos de oposição — por mais que estes pratiquem irregularidades, que têm de ser denunciadas e noticiadas —, quem fala é uma facção do PT. Omitir a particularidade petista é fazer o jogo do partido.
E a particularidade do PT está no fato de que “desenvolvendo-se, subverte todo o sistema de relações intelectuais e morais, uma vez que seu desenvolvimento significa, de fato, que todo ato é concebido como útil ou prejudicial, como virtuoso ou criminoso, somente na medida em que tem como ponto de referência o Moderno Príncipe e serve ou para aumentar o seu poder ou para opor-se a ele. O Príncipe toma o lugar, nas consciências, da divindade ou do imperativo categórico, torna-se a base de um laicismo moderno e de uma completa laicização de toda a vida e de todas as relações de costumes” (in Cadernos do Cárcere, de Antonio Gramsci, vol. 3, pág. 19).
Escrevemos isso desde 2003. A rigor, o caráter do PT era apontado aqui desde 2001, ano em que o site entrou no ar. Não há crime de fato sem que haja antes uma idéia criminosa. A idéia criminosa dispensa o crime de fato para que possa ser apontada e denunciada. Há penas de aluguel — aluguel ideológico, quando menos — de sobra para censurar os crimes de fato, mas flertando com idéias criminosas.
De resto, quem iguala crimes desiguais investe é na impunidade. Sempre que vocês lerem por aí o famoso “é tudo a mesma coisa”, lembrem-se do relatório do procurador-geral da República. Que se punam e se noticiem todas as transgressões. Mas que se faça a distinção entre os atos que atentam contra a democracia e o Estado de Direito e os que testam a sua validade.
Contra a imprensa do “todo mundo é igual”, usem o texto do procurador Antonio Fernando de Souza.
[reinaldo@primeiraleitura.com.br]Publicado em 12 de abril de 2006.
Fonte: Primeira Leitura
.Tasso responsabiliza presidente
Por: Tribuna da Imprensa
BRASÍLIA - O presidente nacional do PSDB, senador Tasso Jereissati (CE), acusou ontem o presidente Luiz Inácio Lula da Silva de ser o responsável pela "quadrilha e a organização criminosa" denunciada terça-feira ao Supremo Tribunal Federal pelo procurador-geral da República, Antonio Fernando de Souza.
"O grande responsável pela formação da quadrilha é o presidente da República, e é isso que está dito de uma maneira explícita politicamente na denúncia do procurador", afirmou Tasso, em aparte a discurso do líder do PSDB, Arthur Virgílio (AM), no plenário do Senado. "Estou provocando senadores do PT que se manifestem sobre isso", desafiou Tasso.
Na terça-feira, nenhum dos senadores que participaram da CPI dos Correios quis comentar a denúncia do procurador-geral. O presidente do PSDB disse, ainda, que é uma organização criminosa, montada pelo núcleo central do PT, a partir do governo Lula", que está sendo denunciada, e enfatizou: "Isso talvez tenha sido a denúncia mais grave já feita na história do Brasil, em termos de governo federal. O PT montou uma quadrilha a partir do governo federal".
Segundo Tasso, a situação é grave e envolve diretamente o presidente Lula. "Uma denúncia como esta não pode deixar de envolver o presidente, que é o responsável pelo governo federal", acentuou. Em aparte, o senador Pedro Simon (PMDB-RS) concordou com Tasso, observando que o procurador-geral só não citou o nome de Lula porque não quis. "Mas ele (Lula) é o grande responsável, sim. Tudo isso aconteceu em volta dele, e parece que ele não sabe o que acontece em volta dele", afirmou o senador gaúcho.
De acordo com ele, se ele não sabe o que está acontecendo ao lado dele, seria o caso de ser pedida uma análise psiquiátrica dele, para ver se ele pode ou não presidir o País. Simon elogiou o procurador-geral da República, dizendo que ele teve coragem de dizer as coisas, destacando a diferença entre ele e seu antecessor, Geraldo Brindeiro, que tinha fama de "engavetador de processos".
BRASÍLIA - O presidente nacional do PSDB, senador Tasso Jereissati (CE), acusou ontem o presidente Luiz Inácio Lula da Silva de ser o responsável pela "quadrilha e a organização criminosa" denunciada terça-feira ao Supremo Tribunal Federal pelo procurador-geral da República, Antonio Fernando de Souza.
"O grande responsável pela formação da quadrilha é o presidente da República, e é isso que está dito de uma maneira explícita politicamente na denúncia do procurador", afirmou Tasso, em aparte a discurso do líder do PSDB, Arthur Virgílio (AM), no plenário do Senado. "Estou provocando senadores do PT que se manifestem sobre isso", desafiou Tasso.
Na terça-feira, nenhum dos senadores que participaram da CPI dos Correios quis comentar a denúncia do procurador-geral. O presidente do PSDB disse, ainda, que é uma organização criminosa, montada pelo núcleo central do PT, a partir do governo Lula", que está sendo denunciada, e enfatizou: "Isso talvez tenha sido a denúncia mais grave já feita na história do Brasil, em termos de governo federal. O PT montou uma quadrilha a partir do governo federal".
Segundo Tasso, a situação é grave e envolve diretamente o presidente Lula. "Uma denúncia como esta não pode deixar de envolver o presidente, que é o responsável pelo governo federal", acentuou. Em aparte, o senador Pedro Simon (PMDB-RS) concordou com Tasso, observando que o procurador-geral só não citou o nome de Lula porque não quis. "Mas ele (Lula) é o grande responsável, sim. Tudo isso aconteceu em volta dele, e parece que ele não sabe o que acontece em volta dele", afirmou o senador gaúcho.
De acordo com ele, se ele não sabe o que está acontecendo ao lado dele, seria o caso de ser pedida uma análise psiquiátrica dele, para ver se ele pode ou não presidir o País. Simon elogiou o procurador-geral da República, dizendo que ele teve coragem de dizer as coisas, destacando a diferença entre ele e seu antecessor, Geraldo Brindeiro, que tinha fama de "engavetador de processos".
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