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segunda-feira, abril 24, 2023

Eólicas tiram o sono e danificam a saúde e Inglaterra oferece em troca “pão e circo”



Ditatorialismo ambientalista pouco liga para o bem-estar da população

Por Luis Dufaur, escritor, jornalista

Um argumento habitualmente usado pelo ambientalismo para frear projetos consiste em exigir um estudo provando a priori que ele não causará danos ambientais ou relevantes. Trata-se das tão abusadas "análises de impacto ambiental".

Porém, quando se trata do capricho ideológico verde esse argumento não vale. E assim as turbinas eólicas, decretadas fonte de energias “limpas” e “boas”, invadiram a paisagem europeia.

E o bem-estar dos cidadãos? A pergunta soa como uma blasfêmia. Se os verdes dizem que são “limpas” e “boas”, os cidadãos que engulam!

Agora, após instalarem milhares dessas turbinas, a saúde dos sofridos vizinhos desses engenhos dá sinais de graves prejuízos.

Os parques de energia eólica causam danos “claros e significativos” à saúde mental e ao sono dos vizinhos, como ficou constatado pelo primeiro estudo científico “full peer-reviewed” sobre o problema, vinha informando o jornal inglês “The Daily Telegraph”.

Cientistas americanos e britânicos compararam a saúde de dois grupos de residentes no estado americano de Maine, um dos quais morava no raio de uma milha de um parque de energia eólica, enquanto o outro não.

Embora os dois grupos fossem socialmente semelhantes, os pesquisadores descobriram importantes diferenças na qualidade do sono dos dois.

Os pesquisadores usaram duas escalas de medição científica: 1) o Pittsburgh Sleep Quality Index, que mede a qualidade do sono; 2) o Epworth Sleepiness Scale, que mede a sonolência das pessoas acordadas.

    “As pessoas que vivem perto de parques eólicos industriais têm pior sono”, segundo os dois critérios, observou o trabalho dos pesquisadores Michael Nissenbaum, Jeffery Aramini e Chris Hanning.

    “Houve clara e significativa relação, com a diminuição dos efeitos na medida em que aumenta a distância das turbinas”, acrescenta.

Os pesquisadores também acharam “significativa” relação com uma saúde mental empobrecida, provavelmente por causa do mau sono.

Mais de 25% das pessoas disseram que foram diagnosticadas com depressão e ansiedade desde que as eólicas começaram a funcionar perto de suas casas. Também 25% passaram a tomar comprimidos para dormir.

No outro grupo não houve nenhum caso registrado.

O estudo “Effects of industrial wind turbine noise on sleep and health” foi publicado na revista “Noise and Health”.

Diferentemente de outros fatores perturbadores do sono, o ruído das turbinas eólicas varia muito em função da direção e da velocidade do vento, durante períodos muito longos de tempo.

A lei inglesa fixa o barulho máximo dessas turbinas em 42 decibéis, o que equivale a dizer que não podem ser instaladas a menos de 320-502 metros das residências, segundo os moradores locais.

Agora a Comissão Nacional de Infraestrutura (NIC) recomendou para persuadir as comunidades que se opõem às eólicas e seus maus efeitos que sejam tranquilizadas com compensações do gênero playgrounds e instalações esportivas, informou o mesmo “The Daily Telegraph”.

'Vizinhos das turbinas têm que frequentar psiquiatra e tomar psicotrópicos para dormir'

Porém, as queixas da população estão crescendo e os municípios pedem um maior afastamento. Wiltshire, por exemplo, adotou distâncias mínimas entre 1.300 e 2.900 metros, dependendo do tamanho das turbinas.

O Dr. Lee Moroney, diretor da Renewable Energy Foundation, declarou que “esta situação obviamente é inaceitável e está criando um monte de vizinhos zangados, mas a indústria e o governo respondem de modo lerdo e com muita relutância”.

O então ministro de Energia britânico, John Hayes, denunciou que as turbinas eólicas “pipocaram em todo o país sem prestar atenção nos interesses das comunidades locais ou nos seus desejos”.

Dizendo “demais é demais” Hayes pareceu defender uma moratória de novas instalações, mas essas continuaram atropelando a paz dos moradores do interior.

Na ocasião, também o ministro da Justiça em cargo, George Osborne, manifestou-se cada vez mais cético quanto à eficácia dessas turbinas, que são pesadamente subsidiadas pelo Estado, peso econômico que não cessa de aumentar.

Na realidade, os parques de energia eólica só geram a quarta parte de sua capacidade teórica, devido à mutação dos ventos. Em 2013, 100 deputados conservadores pediram ao primeiro ministro para deter a expansão dessa insensatez.

Porém, o governo parece importar-se pouco com o que pensam e sofrem os cidadãos. E a União Europeia, não para de preparar novas diretivas para impor mais dessas instalações insalubres à Grã-Bretanha e à Europa.

Além de imposições ditatoriais baixadas por Bruxelas, o Parlamento Europeu aprovou aumentos obrigatórios na produção dessas energias renováveis até 2030.

O dirigismo ambientalista não pensa sequer nos humanos, como que um velho imperador romano que não pensava muito em seus escravos e no máximo oferece em troca o vil "pão e circo".

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