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quarta-feira, fevereiro 22, 2023

Ruy Castro encontra Machado de Assis na Casa das palavras e dos eternos temas da vida


Ruy Castro é um passageiro da história, revelador e tradutor do passado

Pedro do Coutto

O jornalista e escritor Ruy Castro assumirá na noite do próximo dia 3 de março, a cadeira da Academia Brasileira de Letras, que tem como patrono Francisco Otaviano, e que foi ocupada por Sergio Paulo Rouanet, Na sequência de seus titulares encontra-se também o Visconde de Taunay e o historiador Francisco de Assis Barbosa.

A presença de Ruy Castro na Casa de Machado de Assis, como a ABL também é chamada, vai acrescentar muito de vitalidade e modernidade a uma instituição tradicional da vida brasileira. Agregará certamente uma face que julgo essencial a uma era de rejuvenescimento marcada pelo sentido inevitável de que a história é também o presente.

VASTA OBRA – Ruy Castro é autor de uma vasta obra de comunicação imediata  com o público, com a população e com os leitores em geral através dos livros que produziu e por intermédio de sua coluna na Folha de S. Paulo.

Seus personagens desfilam diante de nós com as suas características, qualidades e defeitos, seja pela convergência, seja pela divergência, parcial ou não, diante da lente dos nossos pensamentos tocados pelas traduções do autor. Como já disse uma vez, Ruy Castro é um passageiro da história, revelador e tradutor do passado. A palavra passado sempre distancia todos nós de um acontecimento que inúmeras vezes não vimos ou não tomamos conhecimento por intermédio da leitura de épocas passadas.

TRADUÇÃO – A obra de Ruy Castro e as biografias imortais que produziu, de forma leve e profunda ao mesmo tempo, vai ao encontro das alma dos que desejam saber sempre mais sobre alguma coisa. Neste ponto é que entra a tradução, presente em todas as comunicações humanas em que a linguagem funciona em diversos estágios e degraus da compreensão e da sensibilidade.

A obra de Ruy Castro, muito extensa e muito agradável de ser lida, inclui-se entre as que chegaram tanto ao pensamento quanto ao coração. A sua presença na cadeira dourada, vestindo o fardão, tradicional e tradicionalista, representa, a meu ver, a literatura dinâmica e a capacidade de em poucas horas perceber aquilo que gerações demoraram muito tempo para compreender e aceitar. A presença de Ruy Castro na ABL certamente já é por si um efeito dinamizador e de uma modernidade que se transforma diariamente.

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