Pedro do Coutto
A reunião da noite de segunda-feira no Palácio do Planalto com a presença de todos os governadores dos estados e as manifestações do Supremo Tribunal Federal, do Congresso, de partidos políticos e dos Tribunais Superiores revelaram amplamente o repúdio da sociedade brasileira como um todo à tentativa de golpe contra a democracia que no domingo deixou para a história um rastro sinistro do fanatismo da direita.
A importância da reação cresce com a plena adesão do empresariado, incluindo indústria, comércio e bancos aos princípios democráticos e o respeito à vontade registrada nas urnas de outubro. Os jornais deram grande destaque, conforme era previsto, aos movimentos de apoio e respeito à Constituição e às leis. Ontem, no O Globo, reportagem de Bruno Rosa, Glauce Cavalcanti, Luciana Casemiro, Mariana Barbosa e Ivan Martinez-Vargas destaca as manifestações do empresariado unânimes na condenação ao terror e aos criminosos mandantes e executores das depredações contra o Palácio do Planalto, Congresso e STF.
TRAIÇÃO – O governador Ibaneis Rocha perdeu as condições de permanecer no cargo, pois traiu a confiança do poder central, facilitando concretamente a ação dos bandos de criminosos que levaram a onda destrutiva à cidade de Brasília durante toda a tarde de domingo.
Foi um absurdo o que aconteceu, pois quando as autoridades de Segurança tiveram conhecimento de milhares de pessoas que se dirigiam à Praça dos Três Poderes, tinham que ter agido imediatamente, não apenas na dissolução da violência, mas na prevenção do drama que o país viveu.
FORTALECIMENTO – O governo Lula e a democracia foram fortalecidos e os golpistas do terror, pelo contrário, derrotados, repudiados, presos e responsabilizados nos termos da lei. Não só os que compuseram a massa de manobra, mas também os mandantes e os financiadores do terror. Passou-se assim mais um capítulo da história do Brasil inédito há 500 anos, mas cuja eclosão em 2023 revelou a verdadeira face do negacionismo, da violência, da destruição.
A blindagem dos valores democráticos funcionou e deixou no panorama brasileiro uma pergunta inevitável que servirá para prevenir no futuro e a partir de agora qualquer tentativa contra a democracia e contra a liberdade: O que aconteceria no país se os terroristas de domingo em Brasília tivessem alcançado êxito? A resposta é fundamental, tanto para o presente quanto para o futuro do Brasil.