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sexta-feira, janeiro 20, 2023

O maior problema do governo do PT é ter uma ostentisa aversão ao mercado

Publicado em 20 de janeiro de 2023 por Tribuna da Internet

Fernando Haddad, ministro da Fazenda, participa do Fórum Econômico Mundial em Davos, na Suíça - Arnd Wiegmann/Reuters

Em Davos, Haddad propõs boicote ideológico a empresas 

Rodrigo Constantino
Gazeta do Povo

Outro dia me senti o próprio escritor americano que vemos nos filmes. Fui ao Starbucks com meu laptop, comprei um frapuccino, e pus-me a escrever minha breve autobiografia. O Starbucks é uma rede “lacradora”, com viés “progressista”. Não curto essa postura ideológica, mas curto seu café e seu ambiente.

Sou também um grande comprador da Amazon Prime. Fico até impressionado: compro minhas cápsulas da Nespresso e chegam no mesmo dia! Sem sair de casa, no conforto do meu escritório, a um preço acessível e competitivo, a mercadoria é deixada na minha porta. Jeff Bezos, o dono da Amazon, é um democrata “progressista” de quem discordo bastante.

IMPESSOABILIDADE – Menciono esses casos para reforçar a ideia de que o grande valor do mercado está em sua impessoalidade. Oferta procura atender a demanda da forma mais eficiente possível, deixando de fora quesitos ideológicos. Não entro no restaurante questionando qual foi o último voto do seu proprietário.

Esse mecanismo “frio” do mercado é seu maior atributo, e por isso mesmo economistas como Thomas Sowell e Walter Williams, ambos negros, enxergaram nesse modelo o maior combate ao racismo. Se as empresas forem racistas, perderão clientes e também funcionários que podem agregar valor. Quem vê cara não vê resultado!

Compreendendo isso fica mais claro por que é temerário um ministro da Economia pregar o boicote de empresas do próprio país por fatores ideológicos ou partidários. O capitalismo é eficiente por ignorar essas coisas. Quem age assim quer dar um tiro no pé da própria economia. Também, o que esperar de quem confessou nada entender do assunto pois “colava” nas provas?!

 

O editorial da Gazeta do Povo hoje fala sobre como o novo governo atrapalha as expectativas econômicas, e não é para menos. As falas desastradas de Haddad e sua equipe apenas jogam lenha na fogueira. A turma de “mercado” que “fez o L” já está arrependida e percebendo a lambança que vem por aí. Diz o jornal:

Infelizmente, o Brasil já abusou demais do desperdício de tempo e, considerando o envelhecimento da população e a perda do bônus demográfico, não há mais muito tempo que possa ser perdido, sob pena de jamais tornar-se um país desenvolvido.

SEM PROGRAMA – Apesar disso, a última eleição talvez tenha sido o pleito eleitoral mais precário dos últimos tempos quanto à clareza, por parte dos candidatos, de quais eram suas ideias para a sociedade.

A chapa vencedora do pleito presidencial nem mesmo chegou a protocolar plano de governo detalhado. A formação de expectativa econômica no plano nacional tornou-se exercício ao acaso, pois não há elementos de certeza razoável necessários para profecias minimamente críveis.

Os primeiros dias do novo governo já demonstraram para onde Lula e o PT querem levar o país, dando marcha a ré em avanços importantes como marcos regulatórios, reforma da Previdência e reforma trabalhista, e apresentando um pacote de contenção do déficit que aposta fortemente no aumento da arrecadação, com minúsculos cortes de gastos.

“NO SUSPENSO” – No entanto, ainda é preciso saber que tamanho terá a base aliada no Congresso e se ela será capaz de concretizar ou de barrar os planos petistas. Enquanto isso, expectativas econômicas sérias e bem embasadas estão na coluna de “suspenso”.

Reforço aqui a análise que já fiz antes: com esse pessoal no comando da economia, não corremos o menor risco de dar certo. Mas à medida que o país envelhece, sem criar riquezas, o caldeirão social aquece mais e mais, até o ponto de ebulição.

É extremamente preocupante acompanhar a trajetória dos nossos dados sócio-econômicos e vislumbrar o descaso do atual governo para com as boas teorias sobre o assunto. Salve-se quem puder!

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – Importante artigo enviado por Mário Assis Causanilhas. Realmente, quem pode confiar num ministro da Economia que boicota produtos de empresas por ideologia e diz não comprar “nem um palito de fósforo” naquelas que considera desalinhadas com a linha política que segue? Ao fazer essa confissão em Davos, Haddad mostrou que tem um parafuso a menos. (C.N.)

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