Publicado em 16 de janeiro de 2023 por Tribuna da Internet
José Carlos Werneck
Reportagem dos jornalistas Anthony Faiola, Samantha Schmidt e Marina Dias para o Washington Post revela que o comandante do Exército brasileiro, general Júlio César de Arruda disse ao ministro da Justiça, Flávio Dino: “Vocês não vão prender gente aqui”, referindo-se ao acampamento montado diante do Quartel-General do Exército. Isso deu a oportunidade para centenas de golpistas escaparem da prisão.
O texto diz claramente que o ministro da Justiça tentou prender os manifestantes após o vandalismo da Praça dos Três Poderes, mas o comandante do Exército impediu a prisão de manifestantes no quartel-general nacional do Exército, porque entre eles havia militares da reserva e parentes de militares da ativa,.
APENAS 209 PRESOS – Foi por isso que, ao final do dia no último domingo, marcado pelas manifestações em Brasília e a invasão de prédios, o ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, informou que apenas cerca de 200 pessoas foram presas. Na verdade, segundo a Polícia Civil, teriam sido 209 presos, alguns em flagrante, como os 39 detidos dentro do Congresso Nacional;
Ou seja, os insurgentes que conseguiram voltar para o acampamento no Quartel-General não chegaram a ser presos no próprio domingo, com as detenções acontecendo apenas na segunda-feira, o que significa que mais de mil deles não sofreram flagrante delito e terão de ser libertados.
Agora, autoridades investigam como prova de “suposto conluio entre militares e policiais e os milhares de manifestantes que invadiram as instituições no coração da jovem democracia brasileira”, conforme diz a reportagem.
PM CONFIRMA – Na Folha, a repórter Paula Saldaña, diz que o ex-comandante da PM (Polícia Militar) do Distrito Federal Fabio Augusto Vieira, preso após as invasões, confirmou em depoimento que o Exército teria impedido que houvesse prisões no acampamento ainda na noite de domingo.
Vieira prestou depoimento à PF (Polícia Federal) na quinta-feira (12). Ele ainda afirmou ter encontrado o diretor de Operações da PM, coronel Jorge Naime, durante o quebra-quebra, apesar de ele estar de férias.
Segundo Vieira, teriam vindo desse departamento da corporação informações de que não haveria risco no ato que estava sendo organizado no dia 8.