Deu no g1 Brasília
Representantes das Forças Armadas estiveram nesta quarta-feira (3) no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para se reunir com técnicos da Corte e inspecionar o código-fonte das urnas eletrônicas. Segundo o TSE, a programação previa reunião com os técnicos pela manhã e a inspeção no período da tarde.
Por volta das 11h, a assessoria do TSE informou que os representantes da Forças Armadas já haviam chegado à sede do tribunal — os nomes e os cargos desses representantes não haviam sido divulgados até a última atualização desta reportagem.
PEÇA FUNDAMENTAL – O código-fonte é um conjunto de linhas de programação do software eleitoral, com as instruções para que o sistema funcione. A abertura do código permite a inspeção pela sociedade civil.
Em ofício classificado como “urgentíssimo” e enviado ao TSE, o ministro da Defesa, Paulo Sérgio Nogueira, pediu que as Forças Armadas tivessem acesso ao código-fonte das urnas. Esse código-fonte, porém, estava disponível desde outubro do ano passado.
Além disso, a colunista do g1 Andréia Sadi informou que em outubro de 2021 o TSE já convidara o Ministério da Defesa a inspecionar o código-fonte das urnas.
CLIMA PESADO – Essa inspeção das Forças Armadas acontece em meio aos frequentes ataques do presidente Jair Bolsonaro às urnas eletrônicas e à Justiça Eleitoral.
Sem jamais terem apresentado quaisquer provas de eventuais irregularidades, Bolsonaro e seus aliados atacam o processo eleitoral repetindo acusações já desmentidas pelos órgãos oficiais. Diante desse cenário, representantes dos poderes Judiciário e Legislativo têm feito frequentes discursos a favor das urnas, do sistema eleitoral e da democracia.
O presidente do TSE, Luiz Edson Fachin, por exemplo, tem dito que atacar a Justiça Eleitoral é atacar a própria democracia; que quem critica as urnas defende interesses próprios; e que não se pode consentir com ameaças à democracia.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – A situação é desconcertante e mostra claramente que o ministro da Defesa, general Paulo Sérgio Nogueira, está sendo mal assessorado nesse assunto, a ponto de fazer um pedido classificado de “urgentíssimo”, como se o acesso ao código-fonte estivesse sendo sonegado à equipe militar de informática, o que decididamente não era verdade. Foi um anticlímax que virou saia justa verde oliva, digamos assim. (C.N.)