em 5 jul, 2022 4:04
Blog Cláudio Nunes: a serviço da verdade e da justiça
“O jornalismo é o exercício diário da inteligência e a prática cotidiana do caráter.” Cláudio Abramo.
O Brasil vive uma crise de representatividade pautada por discursos populistas que não se preocupam com os valores republicanos.
Por isso este pequeno espaço sempre lembra e ressalta as palavras do único politico verdadeiramente republicano que conheceu em Sergipe: o professor Marcelo Déda. Alguns taxaram (e ainda taxam) este jornalista como petista. Não, nunca foi filiado, mas pode taxar como “dedista” que será um orgulho imenso.
Um dia deste foi postado no twitter do Instituto Marcelo Déda um trecho de um discurso dele (talvez numa solenidade em Brasília do governo federal, com Lula presidente) que continua vivo e é a síntese do Brasil de hoje, pós-pandemia:
“Não há como falar em progresso e desenvolvimento quando uma pequena minoria de um país vive a pós-modernidade, usufri os avanços da tecnologia, opera nos mercados financeiros do mundo com um mero toque do dedo no computador enquanto bilhões de seres humanos vivem como órfãos da solidariedade, o sans-culotes (como eram chamados os artesãos, os trabalhadores pela aristocracia francesa na revolução) da pós-modernidade vivendo como antes da revolução francesa sem a Liberdade que a fome tira, sem a igualdade que a miséria ofende e sem a fraternidade que lança na vala comum a dignidade do ser humano.”
Na verdade, o professor Déda era um estadista porque pensava acima de muitos e defendia valores como define o cientista político Sérgio Abranches: ausência de qualquer tipo de dominação, inclusive religiosa; direitos iguais de cidadania para todos, ou seja, sem qualquer tipo de discriminação e a república assenta-se em uma cidadania livre e ativa, que só tem condições de existir se assegurar que ninguém fique para trás, na prática protegendo os mais vulneráveis.
Abranches sempre ressalta que: “quem protege a república são os republicanos, sua cidadania. Para protegê-la, é preciso que esteja convencida da legitimidade dos valores republicanos e considerá-los imprescindíveis à uma vida feliz, livre e civilizada. A cidadania que não tem convicções republicanas, não se mobiliza em defesa dos valores republicanos”.
Déda era um operário da política. Déda disse que “atravessou o rio da vida dele sem perder a alma”. O blog vai mais longe, ele também construiu um legado em defesa de uma república com uma democracia sólida, com liberdade e cidadania. Valores que passam longe de grande parte da classe política atualmente.
Obs: o texto acima é apenas uma reflexão de quem a cada dia que passa tem a certeza que o Brasil vive uma crise moral e ética pública sem precedentes.
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