Na visão de Marinho, Doria tem condições de ir ao segundo turno contra o ex-presidente Lula, em que pese a resistência interna no partido e a rejeição nas pesquisas, o que pessoas próximas atribuem ao excesso de exposição do governador. 

REALIZAÇÕES – Para Marinho,  Doria tem ativos para capitalizar como ações de combate à pandemia, como a vacina Coronavac, além de reformas implantadas por sua gestão e a recuperação mais rápida da economia de São Paulo em relação ao país.

– Vou ajudar o Doria tanto nas prévias, quanto na eleição. Quando chegar o momento, ele vai saber comunicar suas realizações – afirma Marinho. – Estou confiante de que será o adversário da esquerda no segundo turno. Eu dizia isso em 2018 sobre Bolsonaro e ninguém acreditava – afirmou Marinho, que nega que vá assumir qualquer cargo no Palácio dos Bandeirantes ou função no PSDB paulista.

MATERIAL DE CAMPANHA – O empresário diz ter guardado material da campanha de Bolsonaro em 2018, quando foi um dos principais articuladores, mas acabou rompendo com o presidente no primeiro ano do governo. Marinho cita como exemplo vídeos com promessas não cumpridas, e que podem servir de munição a uma eventual campanha de Doria.

– Tem um vídeo, por exemplo, em que Bolsonaro diz ser contra o toma lá da cá,o que é o contrário do que a gestão dele vem fazendo. É esse tipo de discurso que podemos contrapor – afirma Marinho, se referindo a abertura de espaço pelo governo aos partidos do bloco do centrão em troca de apoio no congresso.

O empresário se desligou da presidência do PSDB do Rio de Janeiro esta semana numa carta a Bruno Araújo, presidente nacional, e disse que a mudança para São Paulo também ocorreu por motivos familiares, já que seus filhos moram na capital.

COM RODRIGO MAIA – Embora sua saída do partido tenha sido planejada no começo do ano como um gesto para a filiação do ex-presidente da Câmara, Rodrigo Maia, ao partido, ainda não houve nenhum movimento nessa direção.


O convite a Maia foi feito por Doria, cujos interlocutores ainda confiam em sua vinda para ajudar na construção de um palanque para o tucano no Rio. No entanto, o PSDB tem pouca espaço no Rio, o que deve dificultar a mudança.

Além disso, aliados de Maia acreditam que ele depende do apoio do prefeito do Rio, Eduardo Paes, que recentemente se filiou ao PSD e que tem feitos gestos na direção do ex-presidente Lula. A irmã gêmea do deputado, Daniela Maia, foi indicada por Paes à presidência da Riotur, empresa de turismo municipal.