Deu na Coluna do Estadão
O vice-presidente da Câmara dos Deputados, Marcelo Ramos (PL-AM), avalia que as recentes manifestações populares contra Jair Bolsonaro, apesar de “significativas”, poderiam ter sido ainda maiores se uma parcela dos chamados “moderados” também estivesse mobilizada e disposta a sair às ruas.
“Simbolicamente, foi pouco plural”, disse. “Não estou tirando a legitimidade dos protestos, pelo contrário. Nas ruas, estavam os antibolsonaristas de esquerda, mas tem um Brasil no meio disso, acho até que majoritário”, afirmou Ramos à Coluna.
ATOS ESTREITOS – “As esquerdas no Brasil insistem em atos estreitos, que não mobilizam uma parcela dos moderados, insatisfeita com Bolsonaro”, afirma Ramos, que, apesar de ocupar a vice-presidência da Câmara por um partido da base do governo, mantém olhar sempre muito crítico sobre Bolsonaro.
Mesmo Marcelo Ramos não tendo participado dos atos, a frase dele que se tornou um bordão foi vista em quase todas as manifestações: “vacina no braço e comida no prato”.
“Não há país que assista passivo às quase 500 mil mortes, quase 15 milhões de desempregados, 19 milhões com fome e 800 mil micro e pequenas empresas fechadas”, disse. Para ele, só “turbinando” o Bolsa Família, Bolsonaro consegue se recompor a tempo.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – Marcelo Ramos é uma das revelações políticas. Formado em Advocacia, tornou-se professor de duas universidades amazonenses. Começou sua carreira no PCdoB, elegendo-se vereador. Depois, passou para o PSB e conquistou uma vaga de deputado estadual. Em 2018, elegeu-se deputado federal pelo PL amazonense. Suas declarações têm sido sempre positivas, sem radicalismos. Com isso, vem ganhando cada vez mais destaque na mídia. No caso da terceira via, ele parece ter razão. Os índices de rejeição de Lula e de Bolsonaro são tão elevados que a eleição realmente pode favorecer um candidato alternativo. (C.N.)