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quinta-feira, junho 03, 2021

Ex-ministro Pazuello é nomeado para novo cargo e Bolsonaro desafia todo o país


Charge do Miguel Paiva (diariodocentrodomundo.com.br)

Pedro do Coutto

O presidente Jair Bolsonaro nomeou o general Eduardo Pazuello para o cargo de secretário de Estudos Estratégicos da Secretaria Especial de Assuntos Estratégicos da Presidência da República, lançando assim um desafio a todo o país, incluindo o Exército, na medida em que o chefe do Executivo deixa claro que não aceita punição para o ex-ministro da Saúde e também a sua reincorporação ao segmento militar, uma vez que se trata de um oficial da ativa. Como é natural, o ato de Bolsonaro foi publicado com grande destaque pelo O Globo, pela Folha de São Paulo e pelo Estado de São Paulo.

O comandante do Exército, general Paulo Sérgio Nogueira, terá que assumir uma atitude clara, bem como o ministro da Defesa. Quando digo atitude, indico seja ela qual for e em que direção, mas acentuo que não poderá ficar congelada. Por um lado ou pelo outro, será preciso uma forte sensibilidade não só no Planalto, mas em todos os estados brasileiros. No O Globo, a reportagem é de Daniel Giulino, Dimitrius Dantas e Jussara Soares. Na Folha, de Ricardo Della Coletta, no Estadão, de Filipe Frazão e  Lucy Ribeiro. As próximas horas serão decisivas na medida em que medidas terão que ser tomadas.

DESTAQUE – O presidente da República enfrentou a pressão que generalizou o quadro político nacional. Inclusive porque Bolsonaro voltou a destacar Pazuello numa manifestação em Brasília e puxou aplausos para o general. Assim agindo, ele repetiu a cena que já havia acontecido na caravana de motocicletas no Rio de Janeiro. O panorama está crítico, a atmosfera está densa e todos os envolvidos estão à espera de um desfecho a qualquer hora.

O equívoco que Bolsonaro cometeu evidencia-se ainda mais no fato de ter puxado aplausos para um ministro que ele mesmo exonerou, deixando claro que teria que ser substituído. Caso contrário, o teria mantido na pasta. Daí porque não se compreende a ação incentivada.

Curioso é verificar que Bolsonaro criou a secretaria, mas a designação de Pazuello foi assinada pelo ministro Luis Eduardo Ramos, chefe da Casa Civil da Presidência da República. Não parece lógico que um cargo do mesmo nível ministerial possa investir uma pessoa numa secretaria paralela a da da Casa Civil.

CLIMA DE RUPTURA – Na história moderna brasileira, repete-se o clima de ruptura que marcou os desfechos de 11 de novembro de 1955, o de 31 de março de 1964 e o de 13 de dezembro de 1968, Ato nº 5, formando um quadro também semelhante ao do atentado de 1981 no Riocentro.

Há ainda a atmosfera que marcou a campanha pelas Diretas Já que antecedeu de poucas semanas, em 1985, o fim da ditadura militar que se instalou no país em abril de 1964. Agora, um quadro de sensibilidade bastante forte se projeta sobre o país. A população aguarda o duelo final como nos filmes de capa e espada.

PIB  – O IBGE revelou nesta terça-feira e os jornais publicaram no dia seguinte o resultado registrado pelo Produto Interno Bruto no primeiro trimestre de 2021. O crescimento foi de 1,2%, mas a área econômica vê como sintoma de que a economia poderá este ano avançar em torno de 5%.

Para mim é difícil chegar a esses 5% com o desemprego mantendo-se na escala em que se encontra e na qual estão comprimidos 14 milhões de trabalhadores e trabalhadoras. O presidente Bolsonaro, diante de reclamações sobre a manutenção do auxílio emergencial, disse ironicamente que “os que não estão satisfeitos procurem um banco para fazer empréstimos”. Como os miseráveis, eternizados na obra de Victor Hugo, poderão ir ao banco realizar operações se as condições em que se encontram os estão levando até à fome?

CAUTELA – O crescimento do PIB tem que ser analisado com cautela. Em primeiro lugar porque se trata de uma incidência sobre um número absoluto de R$ 6,6 trilhões. Em segundo lugar, porque 1,2% do primeiro ao primeiro trimestre de 2021 em relação ao primeiro trimestre de 2020 não indica um avanço concreto na mesma proporção do crescimento econômico. Não cresce na mesma proporção porque a população brasileira sobe a velocidade de 1% a cada 12 meses. Acentue-se o fato de que a renda per capita resulta da divisão do PIB pelo número de habitantes.

Não termina aí a estrada que leva ao cálculo. Tem que se considerar também o índice inflacionário que separa 2021 de 2020. O índice inflacionário do IBGE foi de 5,4%. Assim, o crescimento fica sujeito a duas lentes: a lente demográfica e a lente inflacionária. Como acontece não só no Brasil , mas em todos os países do mundo.

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Publicado em 5 de janeiro de 2025 por Tribuna da Internet Facebook Twitter WhatsApp Email Charge do Jota A (O Dia/PI) Glenn Greenwald Folha ...

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