Publicado em 30 de abril de 2021 por Tribuna da Internet
José Carlos Werneck
Num país de tantos desempregados e com milhões de brasileiros vivendo em situação de extrema pobreza e com uma distribuição de renda perversa, seria interessante que nossos governantes relessem, se algum dia já leram, o que pregava o matemático e economista John Maynard Keynes, para que o Estado conseguisse reverter crises econômicas, como a Grande Depressão de 1929, que atingiu os Estados Unidos e outros importantes países, como Alemanha, , Austrália, França, Itália, Holanda, Bélgica e Reino Unido, especialmente o Canadá.
Muitíssimo influente na elaboração de planos para que os governos pudessem, com grande êxito, superar crises econômicas, seus conceitos serviram de base sólida para elaboração de políticas adotadas em vários países do Ocidente antes da Segunda Grande Guerra.
TEORIA E PRÁTICA – A Economia Keynesiana, como ficaram conhecidas suas ideias, é uma das mais importantes armas para enfrentar longos períodos de recessão e foi utilizada com excelentes resultados, na prática, por governos que enfrentavam gravíssimos problemas econômicos e sociais.
A mais significativa, a “Teoria Geral do Emprego, do Juro e da Moeda”, serve como luva às mãos para os problemas atualmente enfrentados por milhões de brasileiros que sofrem problemas gravíssimos.
Os conceitos ali expostos serviram de base para que muitos governantes, realmente preocupados com o bem estar de seus governados, entendessem a grande importância de ter equilíbrio nos momentos de crises financeiras, notadamente quanto à questão do desemprego, e Keynes defendia que os efeitos devastadores que causa no consumo privado só podem ser remediados quando se incrementam os gastos públicos em períodos de recessão.
NOS EUA – Abandonando a ideia de arrochos monetários tão ao agrado dos partidários de um capitalismo selvagem, Keynes posiciona-se ao lado de outros nomes importantes da história da Economia.
Suas ideias desenvolvimentistas foram postas em prática, por governantes norte-americanos como Franklin Delano Roosevelt e Barack Obama e seu entendimento sobre crise financeira contribuiu significativamente para reestruturação econômica de nações desenvolvidas. Os conhecimentos de Keynes sobre Economia são considerados como dos mais relevantes do Século XX e seus livros e artigos sobre a saúde financeira de um país e seu sistema monetário provocaram grande impacto positivo quando foram implementados naquela época e permanecem atualíssimos.
RENDA MÍNIMA – Criar um Programa de Renda Mínima para os brasileiros desassistidos,ao contrário do que muitos pensam, é o maior investimento que um país pode fazer.
O Brasil ganharia muito em termos econômicos e principalmente sociais. Os recursos investidos voltariam, através do aumento do consumo e de investimentos, enfim. fariam girar a roda da Economia, em diversos setores.
Com sua implantação, aliada a um indispensável Programa de Controle de Natalidade, teríamos incontáveis ganhos sociais. Redistribuição de renda,o que reduziria nossa perversa desigualdade social, causa não única, mas de grande importância em nossos insuportáveis e cada vez maiores índices de violência e Insegurança Pública. Assim, teríamos todas as crianças, frequentando as escolas no caminho de um futuro digno, sem estar mendigando nas ruas.
PROJETO SUPLICY – O ex-senador do PT, Eduardo Suplicy, sempre foi um lutador solitário e incansável e tentou aprovar seu projeto de Renda Mínima, visando dar dignidade a muitos brasileiros. Não conseguiu, nem no governo do “social democrata” Fernando Henrique Cardoso, nem dos seus companheiros Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff, que nunca levaram a sério sua iniciativa.
É estranho e intrigante que os governos brasileiros desprezem tanto as teorias de Keynes, que, embora comprovadas na práticas, são abominadas na Universidade de Chicago, que é o maior polo defensor do Monetarismo, justamente onde,o nosso atual ministro da Economia, Paulo Guedes, fez doutorado.