Publicado em 17 de janeiro de 2021 por Tribuna da Internet
Diego Garcia e Waleska Borges
Folha
O ministro da saúde Eduardo Pazuello afirmou neste domingo (17) que o Ministério da Saúde já tem em mãos vacinas do Butantan e Astrazeneca, apesar de a pasta ainda não ter nenhuma dose disponível. Ele ainda criticou o governador de São Paulo, João Doria, que iniciou a vacinação no estado neste domingo (17).
“Nós poderíamos iniciar por marketing a primeira dose em uma pessoa, mas em respeito a todos os brasileiros o Ministério da Saúde não fará isso, não faremos jogada de marketing”, disse Pazuello, em entrevista no Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia, no Rio de Janeiro.
DESLEALDADE DE DÓRIA – O ministro-general afirmou que o governo determinou por medida provisória que a coordenação do plano nacional de vacinação seja executada pelo Ministério da Saúde, em plano apresentado ao STF, lançado de maneira solene no Palácio do Planalto, por todos os governadores.
“Quebrar essa pactuação é desprezar a igualdade entre os estados e todos os brasileiros construída ao longo de nossa história com o programa nacional de imunização. Quebrar isso é desprezar a lealdade federativa. Não permitam movimentos políticos e eleitoreiros se aproveitando da vacinação”, criticou o ministro.
Sem mencionar o nome de Dória, ele disse que o único objetivo da pasta tem que ser salvar mais vidas e não “fazer propaganda própria”.
DÓRIA EM CENA – Neste domingo, em São Paulo, o governador participou de vacinação da primeira pessoa escolhida para tomar a Coronavac, vacina desenvolvida pela chinesa Sinovac em parceria, no Brasil, com o Instituto Butantan. A enfermeira Mônica Calazens, 54 anos, recebeu o imunizante depois que a Anvisa aprovou o seu uso emergencial.
Na última sexta (15), o Ministério da Saúde solicitou urgência para a entrega das 6 milhões de doses do Butantan, que já estavam com o governo de São Paulo. Além disso, a Fiocruz aguardava a chegada de 2 milhões de doses de vacina da Aztrazeneca, que ainda estão em negociações diplomáticas para que seja autorizada a entrega, segundo o próprio Pazuello.
“É provável que a gente coordene essa entrega no começo da semana”, disse o ministro. Ele disse que a Índia, que vai enviar as doses, começaria sua vacinação no sábado (16), e por isso seria interessante que a saída ocorresse apenas após o início da vacinação no país asiático.
VACINAS INVISÍVEIS – O ministro disse estar confiante que essa semana o Brasil deve receber as vacinas da Índia e apontou que as 6 milhões de doses do Butantan são do Ministério da Saúde.
“Todas, inclusive a que foi aplicada agora, é uma questão jurídica. Tudo que tem no estado de São Paulo é contratado e pago pelo Ministério da Saúde e o contrato é de exclusividade, 100% das doses”, disse o ministro, como se isso fosse possível.
Ele reafirmou que a coordenação do plano nacional de imunização é do Ministério de Saúde por força de lei e está pactuado com os governadores que todas as doses recebidas serão distribuídas de forma proporcional aos estados, e aí realizaremos a vacinação de forma igualitária em todos os estados. “Qualquer movimento fora dessa linha está em desacordo com a lei”, repetiu.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BRASIL – Pazuello, o general logístico, disse que nesta segunda (dia 18), a partir das 7h, o Ministério da Saúde vai iniciar a distribuição da vacina para todos os estados, com apoio do Ministério da Defesa, com deslocamento aéreo. Deve ser Piada do Ano. Ou então o general acredita ter o mesmo poder de Cristo, que fazia multiplicação de pães, e está querendo multiplicar vacinas que não existem. (C.N.)