Posted on by Tribuna da Internet
Alberto BombigColuna do Estadão
O governo não está conseguindo reagir às campanhas, principalmente na Europa, que o apontam como vilão no enredo de preservação da Amazônia. A estratégia pensada pelo ministro Fábio Faria (Comunicações), de anúncios na programação das emissoras europeias com a defesa da gestão Bolsonaro, como a Coluna mostrou em julho, ainda não andou.
A falta de recursos da pasta neste ano tem inviabilizado a ação. A expectativa é de uma campanha internacional em 2021, quando o orçamento para publicidade oficial deve ser quadruplicado.
VÃO LIVRE – Enquanto o governo patina, seus adversários deitam e rolam. Nesta semana, a Articulação dos Povos Indígenas do Brasil lançou vídeo, narrado em inglês, com a pergunta: “De que lado você está: Amazônia ou Bolsonaro?”.
O mote da campanha é atrelar a destruição da floresta ao financiamento estrangeiro e, assim, constranger empresas internacionais a mudar suas relações com o Brasil.
Para driblar a falta de recursos, o governo busca o apoio de agentes privados. Interlocutores do Conselho da Amazônia entraram em contato com empresários para dar publicidade à “agenda positiva” do meio ambiente lá fora.
NADA DE CONCRETO – Para alguns desses interlocutores, de nada adianta fazer campanha no exterior se ainda não há números positivos para se mostrar. Então, por ora, tudo segue no campo das ideias.
Diplomatas e servidores envolvidos com as articulações pela retomada do Fundo Amazônia projetam que ele só deve ser reativado, de fato, no ano que vem.
Além da questão política, há também trâmites burocráticos que foram interrompidos e agora precisam ser retomados, como a análise de contratos.