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domingo, novembro 11, 2007

Brasil já produz genérico contra mal de Chagas, mas custo ainda não cai


Débora Xavier, da Agência Brasil
O Benzonidazol, medicamento usado para combater o mal de Chagas, já está sendo produzido no Brasil pelo Laboratório Farmacêutico do Estado de Pernambuco (Lafepe). O primeiro lote de 200 mil comprimidos está pronto e espera pedido do Ministério da Saúde para ser entregue.
Na fase inicial, no entanto, a produção do remédio no Brasil não significará redução de custos. Isso porque o medicamento continuará a custar R$ 20 por cem comprimidos – o mesmo de quando era produzido pelo laboratório suíço Roche, que detinha a patente do medicamento.
Até 2009, a Roche fornecerá à Lafepe os insumos necessários para a fabricação. Somente a partir de então, o princípio ativo do Benzonidazol deverá ser manipulado no Brasil. O remédio brasileiro será oferecido na rede pública de saúde assim que acabar o atual estoque do governo, ainda com os medicamentos produzidos na Suíça, com o nome de Rochagan.
Atualmente, o Lafepe é o único laboratório detentor da tecnologia autorizado a produzir o remédio contra o mal de Chagas em todo o mundo. Por ser um laboratório público, o medicamento no Brasil será vendido com o nome genérico.
Estimados em US$ 1 milhão, os direitos de produção estavam nas mãos da Roche entre 1980 a 2003, quando foram doados ao governo do Acre. Na ocasião, o estado repassou a patente ao Lafepe.
Segundo o diretor-técnico do Lafepe, Davi Santana, o Brasil consome cerca de um quarto da demanda mundial de 2 milhões de unidades anuais pelo medicamento. "Dessa forma, dá para perceber que temos uma parcela considerável de pacientes com Chagas", afirmou.
Santana ressaltou ainda que a fabricação do medicamento é estratégica para os países com grande número de infectados: "É uma doença negligenciada, porque atinge um número relativamente pequeno de pessoas e acomete principalmente de países em desenvolvimento ou subdesenvolvidos".
Uma caixa de cem comprimidos do Benzonidazol é suficiente para três meses de tratamento. Nesta semana, o Lafepe começará a fabricação do segundo lote do medicamento, que deverá ser exportado.
O diretor-técnico do Lafepe informou que recebeu consultas dos governos chileno e peruano e também de um distribuidor internacional sobre a possibilidade de fornecer o remédio. Assim que a produção entrar em ritmo regular, o medicamento também será vendido ao público nas 32 farmácias do Lafepe espalhadas pelo Recife e pelo interior de Pernambuco.
O princípio ativo do Benzonidazol age atacando o Trypanosoma cruzi, o protozoário parasita causador do mal de Chagas transmitido pela picada do inseto conhecido popularmente como barbeiro. A estimativa é que, no Brasil, cerca de 6 mil pacientes morram anualmente de complicações da doença e que existam em torno de 3,5 milhões de pacientes crônicos, dos quais 20% a 30% apresentam comprometimento cardíaco.
Logo após o contágio, o protozoário entra na corrente sanguínea, onde se desenvolve e provoca inchaços com a aparência de furúnculos. Os sintomas, febre e mal-estar, são facilmente confundidos com os de outras doenças. Anos depois da contaminação, a doença provoca insuficiência cardíaca e compromete a digestão. Na maioria dos casos, a doença somente é diagnosticada no momento mais agudo, quando pode ser fatal.
Fonte: A TARDE

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