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sábado, outubro 13, 2007

Renan foi derrotado pela CPMF e não pela tímida e omissa oposição

Por: Helio Fernandes

Durante 140 dias, apesar das mais diversas bifurcações, o início e o fim dos mais variados assuntos, houve um que não se esgotou: a chamada questão Renan. Quem escreve diariamente estava obrigado a se reportar (de repórter) ao episódio Renan e suas conseqüências, previsíveis e facilmente analisáveis.
Desde o início Renan Calheiros se envolveu na arrogância, não ouviu ninguém, poderia ter evitado todo o desdobramento daquilo que começou com denúncia particular, que não é privilégio ou exclusividade de Renan Calheiros. Muitos personagens e até em posição mais alta do que a dele, se envolveram com mulheres. Tinham Poderes para abafarem o caso, abafaram.
Bastaria que Renan não respondesse, o assunto morreria. Agora não adianta voltar ao passado e sim apreciar ou analisar o que está acontecendo no presente (a licença) e que virá seguida pela (renúncia) conseqüência futura inalienável, indefensável, irrevogável. Só que depois de 140 dias, (hoje) Renan não tem mais saída. E gravíssimo: perdeu o comando da situação, a iniciativa não está mais com ele.
Apesar do clima escabroso, empedernido e escalafobético, o final aconteceu terça-feira passada, dia 9. Ninguém assistiu nada parecido com aquilo. Nem mesmo a tímida, contrafeita e omissa oposição, que no julgamento do plenário acusou Renan UNICAMENTE pelo fato de se defender da cadeira do presidente da "casa", foi hostilizada duramente por Renan, e SENTADO NO LUGAR DE PRESIDENTE.
Avaliei tudo em notas saídas aqui mesmo na quarta e portanto escritas no fim dessa terça amaldiçoada. Dizia então: "Essa vergonha de ontem não pode se repetir mas se repetirá. Só existem duas possibilidades de tudo acabar imediatamente. 1 - A oposição retirar os prazos, se retirar do Senado, retirar Renan do cargo, qualquer que seja o método. 2 - O Planalto-Alvorada se convencer de que está sendo atingido duramente e resolver logo a questão".
Há mais de uma semana eu vinha ressaltando: Renan não será derrotado pela oposição e sim pela CPMF. Estava visível. Diante do estardalhaço que o Planalto-Alvorada fazia pela aprovação da CPMF, constatei simplesmente: "Quando a Câmara aprovar a CPMF em segunda votação e a Medida Provisória for para o Senado, Renan sai de cena.
E ainda dei os números que derrubariam Renan: "Como o Planalto-Alvorada só tem entre 38 e 40 votos e precisa de 49, vai obtê-los arrancando a cabeça de Renan". E concluí: "Renan não é mais importante para o Planalto-Alvorada, o próprio Lula diz que sem CPMF não há GOVERNABILIDADE". Diante disso, como errar na análise?
Tendo errado desde o início, Renan errou até o fim. Não podia deixar que os fatos produzissem aquela terça-feira inenarrável. Aí já não tinha condições de resistir, ao seu lado, nem um só analista digno desse nome. Teve que resolver sozinho embora cercado de muita gente, sabendo que todos se atropelavam para mostrar que falavam pelo Planalto.
Alguns eram amigos mas não analistas, eram amigos mas exaustos, eram amigos mas seduzidos pela satisfação fascinante de falar pelo presidente, pelo Planalto-Alvorada, ser o portador do Poder. Aí e só aí, Renan percebeu que estava perdido. E não tinha opção. Tanto faz uma licença de 45 ou 120 dias, o prazo não é importante em números e sim em palavras.
O que está marcado a fogo, no coração, na mente e no futuro de Renan, é que ele não voltará à presidência. E como 45 dias é pouco para a CPMF, a oposição tímida e omissa jogará com o tempo para obrigar Renan a prorrogar a licença, ao mesmo tempo denúncia e renúncia.
PS - No início da crise a oposição considerava vitória o licenciamento de Renan. Com o desenvolvimento, exigia a renúncia de Renan.
PS 2 - Agora nem isso satisfaz a oposição. Quer a renúncia dele à presidência e a perda do mandato. Só a aprovação da CPMF dá para bancar tanta coisa?
Paulo Melo
Servo, submisso e subserviente de Anthony Mateus, continua o mesmo de Cabral. Vibrou quando Cidinha denunciou Eduardo Cunha.
Sempre que viaja, o governador Sérgio Cabral dá instruções ao vice Pezão. (Esta é a décima viagem em 9 meses de "governo"). Agora, Sérgio colocou como prioridade a construção nos terrenos que pertenciam ao Exército e foram trocados com o estado. Sergio disse a Pezão: "Me comprometi com o grupo que vai construir ali, shopping ou edifícios. Não deixem que tomem medidas contra".
Pezão, como sempre telefonou para seu chefe, o ex-governador Mateus, contou tudo. Conselho de Mateus: "Não entre nessa, você pode ser responsabilizado, qualquer construção ali é ilegal".
Dois assuntos que a Alerj esconde criminosamente.
1 - A cópia da permuta que o Exército fez com o Estado do Rio. Ninguém se interessa, e como eleição só em 2010, adormecem.
2 - O fato de nenhum deputado pedir informações sobre a nomeação do assessor especial, Fernando Jorge Barbosa. Acusadíssimo pela CPI do narcotráfico de Brasília, continua sem ser demitido.
E os deputados Picciani e Paulo Mello, que disseram: "Falaremos com o governador". Falaram? Foi demitido? Ou ficaram com medo de tratar do assunto com Cabral?
Ministro da Justiça devia pelo menos ser bom analista. Não é o caso de Tarso Genro. Está convencido de que será presidenciável do PT-PT em 2010. Se permanecer no cargo já é lucro. E o que fazer com Lula?
As coisas mudam muito, Magalhães Pinto registrou isso de forma simples e irrefutável. Estamos em outubro de 2001, faltam 3 anos para a sucessão presidencial. Numa multidão de nomes, só um é verdadeiro.
Há 6 meses fiz reportagem sobre a eleição para prefeito do Rio em 2008, a cidade felizmente já livre de Cesar Maia e Luiz Conde.
Ouvi 12 possíveis candidatos, todos confirmaram. Alguns falaram muito, pediam, "Helio, não publique isso", não publiquei, claro. Concluí que o Rio teria (terá) um prefeito mulher, a primeira na história.
Aproveitando o "gancho", Cesar e Mateus fizeram acordo, lançaram uma mulher, pegavam "carona" na minha constatação. O nome escolhido por eles? Solange Amaral. Não chega ao segundo turno.
Outro que acredita ser favorito mas também não chega ao segundo turno, é o "edirmacedista" evangélico. Crivella, aliás, vai perder a segunda vez, nada inédito. Cabral e Serra tentaram a prefeitura, foram facilmente derrotados duas vezes.
Pretensioso, medíocre, monótono, incompetente, o ministro Mantega vociferava no Planalto-Alvorada: "Fui eu que consegui aprovar a CPMF no Senado". Primeiro que ainda não houve a votação.
E segundo, que é necessário e indispensável chegar aos 49 votos. As intimidações e bravatas desse ministro da Fazenda têm irritado senadores da oposição e até do PT-PT e do PMDB. Furiosos.
Nos EUA sempre se disse: "Uma mulher na presidência, só através da vice". Pois caminham para eleger uma candidata que já foi primeira-dama.
No Brasil, não se falava nisso, houve um instante que "se pensou". Mas ela ficou tão arrogante, que perdeu com antecedência.
O próximo a desaparecer do mapa político, será o senador Valdir Raupp. Medíocre, sem experiência ou convicção, não pode ser líder do PMDB, o maior partido do Senado.
Só mesmo ele capaz de tirar Pedro Simon e Jarbas Vasconcellos de uma Comissão para atender interesses subalternos. Deve perder o cargo. Senador, já é exagero. Senador e líder, excrescência.
É preciso alertar o presidente Lula: não acredite nesses porta-vozes financeiros que dizem que a desigualdade no Brasil diminuiu. Cuidado, presidente, a DESIGUALDADE é cada vez maior. Dona Yeda Crusius, governadora do Rio Grande do Sul, foi visitar o Senado na terça-feira tumultuada. E apesar do clima tenso, provocou gargalhadas.
Foi quando afirmou: "Serei candidata do PSDB a presidente da República". Ha! Ha! Ha! Até Jereissatti, sempre de mau humor esboçou uma risada, apesar de beijar a mão dela.
Nenhum governador foi ouvido a respeito da retirada de Renan da presidência do senado. Nunca estiveram tão por baixo. O único que participou foi Teotonio Vilela, o filho, o filho, por dois motivos importantes e seriíssimos.
Teotonio é governador das Alagoas, e amigo de Renan desde meninos. Moravam no mesmo edifício, intimíssimos.
Assim Teotonio não podia ficar lá longe, enquanto o amigo sofria no Senado e na sua presidência periclitante. Foi para Brasília, também não tinha nada a fazer em Alagoas.
Serra e Aécio, os dois únicos governadores com possibilidades (?) de chegarem ao Planalto-Alvorada, acompanharam tudo pela televisão e informações de bastidores. (FHC também seguia, por diletantismo.)
Do PT-PT Jaques Wagner que se julga candidato a presidente, telefonou várias vezes para o Planalto-Alvorada. Mas apesar do PT-PT ter apenas um candidato para 2010, falava com "inimigos".
XXX
Ontem, compreensível, todos os jornalões estavam obrigados a dar manchete com Renan e seu afastamento da presidência do Senado. Cada um no seu estilo, claro.
O Globo, verborrágico: "Isolado, Renan se afasta por 45 dias, mas pode não voltar". Apelou para o "palpite e a adivinhação".
Jornal do Commercio, sem saber se o governo estava interessado, deu bem pequeno, (apenas uma linha) "Renan licencia-se da presidência". E ainda atingiu os tímpanos do leitor, o certo seria "SE LICENCIA".
A Folha deu uma linha displicente, sem muita informação ou preocupação: "Sob pressão, Renan SE licencia". Quase as mesmas palavras, só que a Folha respeita o vernáculo.
E finalmente a melhor de todas, desta Tribuna da Imprensa. O fato numa linha, "Renan anuncia afastamento por 45 dias". E conclusão, indagação, constatação, grande: "Será que volta?".
Só se conseguir salvar seu mandato, mesmo perdendo a presidência.
Fonte: Tribuna da Imprensa

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