Dia sim, dia também, o presidente Lula volta à carga. Terceiro mandato não, insiste. Alternância de poder é fundamental para a democracia, decreta. Lula, é verdade, tem se repetido forçado pelas circunstâncias políticas. O assunto permanece em pauta, ora reprisado por análises de cientistas políticos - que não vislumbram sucessores para o atual presidente no horizonte dos anseios populares - ora por aliados.
Estes últimos insistem na tese. Dois finalizam até projetos para incluir o tema na agenda do Congresso. Inspirados pelo exemplar Hugo Chávez, que se impõe à Venezuela com o apoio de parlamentares domados e de uma Constituição forjada para se eternizar no poder, o petista Devanir Ribeiro e Carlos William, do PTC mineiro, correm pelo direito à primazia. Diferem nas fórmulas inventadas para assegurar a permanência do parceiro Lula - que se diz irritado com a insistência.
Devanir, companheiro do presidente desde o sindicalismo no ABC, mantém a proposta engavetada há um ano. O texto prevê a realização de um plebiscito sobre o terceiro mandato. Precavido, não tira o pó das páginas que repassam ao Executivo a tarefa de propor a consulta popular, uma prerrogativa do Legislativo. O deputado concorda que não há clima para abanar as folhas. Afinal, o que o Planalto mais teme é que, se o ti-ti-ti recrudescer, enterre de vez a prorrogação da CPMF no Senado. E como a tucanada está feliz com a promessa de negociação, à espera do encontro com o ministro Guido Mantega ainda esta semana, a hora não é de transformar marola em maremoto.
Se com Devanir, aparentemente, tudo bem, com Willian não parece tão fácil. O deputado gostou da notoriedade que a idéia está lhe dando. Sugere mais uma reeleição apenas para os atuais executivos - prefeitos, governadores e presidente da República. Os sucessores teriam mandatos de cinco anos, sem direito ao retorno por um período subseqüente. Na sua contabilidade vaidosa, está fácil conquistar 171 assinaturas entre os companheiros para incluir a proposta de emenda na pauta da Câmara.
Em política, o calendário nada tem de gregoriano. É oportunista, fisiológico, negociável. Se hoje os dois projetos de projetos parecem folclóricos, amanhã podem não ser. Tudo vai depender do casuísmo, dos interesses em jogo, das ambições do momento. Lula tem popularidade, a economia tende a deslanchar, petistas e ex-sindicalistas adoram as benesses dos cargos e empregos públicos. E os milhões de votos garantidos pelo Bolsa Família, quem vai herdar? O passado ajuda. Getúlio Vargas se referia aos 15 anos no poder como "curto período". E voltou em 1950. Fernando Henrique afirmava-se contrário à reeleição. Mas batalhou pelo segundo mandato. E ficou mais quatro anos.
Em último caso, resta outra saída. Se quiser fortalecer o "nunca antes na história deste país", o presidente pode recorrer à receita Kirchner. Lança Marisa Letícia para sua sucessão. Ela já mostrou que tem iniciativa ao desenhar um estrela de flores nos jardins do Palácio do Alvorada. A onipresente primeira-dama pode até trocar os chapeuzinhos de abas caídas e os terninhos em tons neutros, por detalhes mais vistosos, à la Cristina. Ou realçar lábios com lápis, olhos com delineadores, enfeitar dedos, pescoço, orelhas e pulsos com jóias. Adotar tecidos brilhantes e roupas com um certo ar sexy. Talvez faça sucesso por aqui. As duas abririam uma linha vermelha de comunicação. Brasil e Argentina teriam muito a conversar. Não é uma idéia?
Fonte: JB Online
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