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segunda-feira, outubro 29, 2007

Uma goela sem limites

Por: Carlos Chagas

BRASÍLIA - Não tem limites a goela do sistema financeiro. Quando se pensa ser impossível que abra mais, ela sempre se amplia um pouquinho. Os jornais dão conta de que os juros do cheque especial ultrapassam os 150% ao ano. Dos cartões de crédito, acima disso. Para não falar nas taxas cobradas ao sabor dos interesses de quem cobra.
Junte-se a esse horror a prorrogação quase certa da CPMF, a ampliação cada vez maior dos pedágios nas estradas, mesmo a preços inferiores aos praticados até agora, mais a tri-tributação assolando quem trabalha ou vive sobre rodas, a crueldade do Imposto de Renda incidindo sobre os salários, o aumento no preço dos transportes, dos aluguéis, e ter-se-á a receita de como a classe média se encontra desamparada.
Ela paga a conta enquanto o governo dá de ombros, as elites festejam e as massas conformam-se com o Bolsa-Família. Em bom resultado não vai dar essa estratégia que vem dos tempos do sociólogo e só fez aumentar a carga imposta ao cidadão outrora sustentáculo da sociedade, hoje vítima daqueles que a dirigem. Um dia, a casa cai.
Melhores do que o PT
Apelou a ministra Dilma Rousseff, nos Estados Unidos, para que a oposição brasileira seja melhor do que aquela desenvolvida pelo PT, antes de chegar ao poder. Trata-se de uma confissão de culpa ou da tentativa de enfraquecer os adversários do governo? Tanto faz, mas lições fluem dessa conclusão que leva ao reconhecimento de erros anteriores ou à estratégia de reduzir a ação dos contrários.
Onde o PT foi pior, enquanto oposição? Quando insurgiu-se contra a implantação da CPMF? Quando repudiou a prática do pedágio nas estradas? Ou terá sido ao pregar a moratória no pagamento da dívida externa? Talvez ao condenar todo o tipo de privatizações. Ao rejeitar o desconto previdenciário nas pensões e aposentadorias. Ao afirmar que a Amazônia era intocável e não poderia ser vendida a estrangeiros.
Preocupou-se desnecessariamente a chefe da Casa Civil, porque nem os tucanos nem os demos chegaram ou chegarão tão longe. Pelo jeito, Dona Dilma inverteu a equação e deveria reconhecer que o PT, passando de oposição a governo, ficou igual aos que eram governo e hoje são oposição.
Acorda, Ciro!
Insiste o deputado Ciro Gomes em elogiar o governo e enaltecer o presidente Lula, fiado no sonho impossível de vir a ser escolhido candidato presidencial das forças situacionistas, quer dizer, do Palácio do Planalto, do PT, do PMDB e dos partidos afins.
Perde tempo, o ex-ministro e ex-governador do Ceará, quando já deveria estar na rua com sua candidatura alternativa, à margem dos companheiros petistas e seus penduricalhos, que jamais o aceitarão, tanto quanto dos tucanos e dos demos.
Fará o quê, Ciro Gomes, quando sentir irrefreável a tese do terceiro mandato para Lula? Caso não firme antes suas pretensões, só lhe restará aderir à corrente continuísta e anunciar que será candidato em 2014. Só que tem um problema: conquistado o terceiro mandato, quem garante que não virão o quarto, o quinto e outros?
Brincando com fogo
De repente, na bancada do PMDB no Senado, todo mundo é candidato à presidência da casa. Estabelecido que Renan Calheiros não volta, preferindo lutar pela preservação de seu mandato, abriu-se a temporada das pretensões. José Sarney, mesmo desmentindo, Gerson Camata, Garibaldi Alves, Hélio Costa, José Maranhão, Edison Lobão, Roseana Sarney, todos são nomes lembrados pelos próprios. Até Pedro Simon e Jarbas Vasconcelos, que não se lançam, recebem algum tipo de estímulo por parte de colegas.
Estão brincando com fogo, quase todos, porque a imagem do Senado só irá se recompor numa presidência forte e situada acima e além de pretensões pessoais. O PMDB, como maior bancada, tem a prerrogativa de indicar o substituto de Renan, mas precisa ter presente ser essa uma situação inusitada. Não se trata de escolher qualquer um, muito menos aquele que prometa mais facilidades e mais benesses aos eleitores.
O resultado poderá ser fatal à instituição, já ameaçada por propostas virulentas, como aquela levantada pelo presidente do PT, Ricardo Berzoini, de extinção pura e simples do Senado. Não dá para brincar de eleição, numa hora como a atual.
Fonte: Tribuna da Imprensa

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