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terça-feira, outubro 03, 2023

No Brasil, 200 mil abortos por ano acarretam atendimento hospitalar

Publicado em 3 de outubro de 2023 por Tribuna da Internet

Questão poderia ser evitada com políticas de planejamento familiar

Pedro do Coutto

A reportagem é de Karolini Bandeira, O Globo de ontem, e os dados são do Ministério da Saúde: nos últimos 10 anos, dois milhões de abortos mal feitos exigiram atendimento hospitalar em consequência. Uma média, portanto, de 200 mil a cada 12 meses.

A descriminalização do aborto, defendida pela ministra Rosa Weber, que se aposentou do STF, teve como base os números de complicações decorrentes de processos rudimentares que teriam sido evitados se as interrupções de gravidez tivessem sido praticadas em melhores condições.

VULNERABILIDADE – O problema, conforme escrevi recentemente, é complexo. Mas a criminalização é um dado negativo a mais num cenário vulnerável por questões até de renda pessoal. Essas duas milhões de brasileiras que precisaram ser hospitalizadas de 2013 até 2023, acarretaram uma ocupação de milhares de leitos na rede pública por ano, com base na média de tempo de cada internação.

Tal problema teria sido evitado se o planejamento familiar tivesse sido estendido aos grupos de renda menor, como é o caso da aplicação de dispositivos intrauterinos, vistos há 50 anos como uma forma de esterilizar e evitar o crescimento populacional do Brasil.

COMPROVAÇÃO – Não era nada disso, como o tempo deixou provado, comprovando também que o DIU é um anticoncepcional e não é um abortivo, como em muitos casos chegou a ser apontado. O planejamento familiar nunca teve em vista conter o crescimento da população no país. O seu objetivo era evitar milhares de casos de gravidez indesejada. A reprodução indesejada chegou a ser inclusive fortemente criticada pelo Papa Francisco, afirmando que a gravidez acarreta uma responsabilidade.

O tema agora voltou ao debate, que a meu ver deve ser incentivado porque o DIU pode ser retirado a qualquer momento quando, aí sim, a mulher desejar engravidar. As mulheres têm razão quanto à gravidez, são os direitos do seu corpo. Cabe a elas a decisão final e única em combinação com seus maridos ou companheiros.

PROJETO – O governo Lula da Silva, através de um pronunciamento do ministro Rui Costa, anunciou o lançamento de mais um projeto integrado para o setor de Segurança Pública, a começar pelo Rio de Janeiro e por Salvador, onde as situações passaram a ser caóticas com o crime organizado dispondo de armamentos de uso exclusivo das Forças Armadas e violando os direitos das populações em áreas de renda baixa.

O ministro da Justiça, Flávio Dino, também se pronunciou, afirmando que, com base na própria Constituição do país, o governo federal nesse campo tem que atuar em conjunto com os poderes estaduais e municipais. Flávio Dino lançou também um plano de combate à criminalidade a partir do uso da Inteligência e a identificação dos verdadeiros chefões do crime.

No O Globo, reportagem,de Sérgio Roxo e Jeniffer Gularte, focaliza amplamente o assunto e as dificuldades através das quais têm se revestido as tentativas anteriores que figuram com destaque nos lançamentos, mas que até hoje não encontraram uma continuidade prática. Rio e Bahia lideram as estatísticas de mortes violentas. O plano de ação deve se voltar para emergência imediata e para um processo de redução gradativa da criminalidade.

Organizador de motociatas de Bolsonaro rompe com ex-presidente e chama Lula e Alckmin para passeio


Por Redação

Organizador de motociatas de Bolsonaro rompe com ex-presidente e chama Lula e Alckmin para passeio
Foto: Reprodução

Conhecido por organizar as motociatas de Jair Bolsonaro em São Paulo, o empresário Jackson Vilar decidiu romper com o ex-presidente e tem dedicado tempo a criticar bolsonaristas em suas redes sociais. Agora, Vilar quer organizar um passeio de moto com a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e do vice Geraldo Alckmin.

 

O empresário é idealizador do "Acelera para Cristo", evento que reuniu milhares de motociclistas em 2021 e 2022 em São Paulo, com a presença de Bolsonaro.

 

Ao jornal O Globo, Vilar afirmou que enviou um e-mail para a Presidência da República com o convite para a motociata que ele pretende organizar em 2024. Ele alega que o evento não tem vínculo partidário e garante que deixou de apoiar Bolsonaro por conta das "mentiras dele". "A verdade está aparecendo. Bolsonaro nunca foi cristão. Enganou a todos, principalmente os evangélicos. Mas agora estão acordando", disse.

Modelo de mandatos coletivos possui brecha que pode eleger candidatos inelegíveis, afirma especialista


Por Thiago Teixeira

Modelo de mandatos coletivos possui brecha que pode eleger candidatos inelegíveis, afirma especialista
Foto: Gabriel Lopes / Bahia Notícias

O advogado Ademir Ismerim, especialista em direito eleitoral, durante entrevista ao podcast Projeto Prisma do Bahia Notícias, nesta segunda-feira (02), declarou ser contra a ideia de mandatos coletivos e que o modelo possui uma brecha que poderia fazer com que candidatos inelegíveis participassem das eleições normalmente, podendo até ser eleitos.

 

O modelo de mandatos coletivos, também chamado de candidatura coletiva, estava presente no texto original da minirreforma eleitoral aprovada pela Câmara dos Deputados em setembro e que, logo após, durante a votação dos destaques do Projeto de Lei, foi vetada.

 

“Se agregarem um candidato inelegível, mas que vai participar, como é que vai impugnar a candidatura dele? Ninguém sabe, porque, formalmente, ele não tem registro. Eu soube até que tinha gente inelegível, que estava querendo armar um mandato coletivo para poder disputar”, afirmou o advogado.

 

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    Em tese, o mandato coletivo consiste na divisão de um mandato parlamentar entre várias pessoas, sem hierarquia e com as decisões ocorrendo em colegiado. No entanto, a candidatura continua a ser registrada no nome de uma única pessoa. Na opinião de Ismerim, isso não é benéfico.

     

    “No mandato coletivo você só elege, do ponto de vista legal, um. E isso é benéfico? Eu acredito que não. Não vejo porque [ter mandato coletivo]. Na verdade, o Congresso, as  Câmaras de Vereadores já são representação popular. O que tá ali é o retrato do Brasil, gostemos ou não”, destacou Ismerim.

     

    O especialista ainda explicou que como o mandato coletivo elege, formalmente, apenas um candidato, se algo acontecer com o titular, um suplente iria assumir o cargo - assim como já acontece atualmente - ao invés de um outro parlamentar que fez parte da “chapa” que concorreu ao mandato coletivo. 

     

    “A regra tem que ser para todos. Seria obrigatório todos os partidos lançarem candidaturas coletivas? Não seria. Então, como é facultativo, não se tem os mesmos critérios para todo mundo", destacou Ismerim, afirmando que o modelo de mandatos coletivos não possui isonomia.

    Saiba destino dos R$ 20 mi enviados pelo governo federal para segurança na Bahia

     

    Saiba destino dos R$ 20 mi enviados pelo governo federal para segurança na Bahia
    Fotos: Cândido Vinícius / Ascom-PC

    A Secretaria da Segurança Pública da Bahia (SSP-BA), detalhou, na tarde desta segunda-feira (2), o destino dos R$ 20 milhões em recursos federais adicionais a serem investidos no combate a violência do estado.


    Segundo informações da pasta, os recursos serão usados para a ampliação das redes de enfrentamento, proveniente do Fundo Nacional de Segurança Pública (FNSP), para aquisição e doação de viaturas, armamentos, equipamentos de proteção individual (EPI) e instrumentos de menor potencial ofensivo (IMPO).


    Além disso, alterações na Legislação e parcerias com universidades e empresas de tecnologia também fazem parte do plano.


    Após últimos acontecimentos na Bahia, a SSP-BA entrou para a lista de integrantes do Programa Nacional de Enfrentamento às Organizações Criminosas, lançado pelo Governo Federal, através do Ministério da Justiça e Segurança Pública, nesta segunda (2), em Brasília.

     

    O estado têm enfrentado casos constantes de mortes e tiroteios nas últimas semanas, incluindo o aumento das mortes em confrontos com a polícia.Somente em setembro, foram 68 mortes na Bahia em confrontos com a polícia.

    Gleisi busca vetar candidato de Gilmar e Moraes à PGR que a acusou na Lava Jato

     

    Gleisi busca vetar candidato de Gilmar e Moraes à PGR que a acusou na Lava Jato

    Por Matheus Teixeira | Folhapress

    Gleisi busca vetar candidato de Gilmar e Moraes à PGR que a acusou na Lava Jato
    Fotos: Alejandro Zambrana / TSE e Zeca Ribeiro / Câmara dos Deputados

    O vice-procurador-geral eleitoral, Paulo Gonet Branco, está em campanha nos bastidores para suceder Augusto Aras à frente da PGR (Procuradoria-Geral da República), mas enfrenta resistência dentro do PT, em especial da presidente da legenda, Gleisi Hoffmann (PT-PR).
     

    Gonet conta com apoiadores importantes, como os ministros do STF (Supremo Tribunal Federal) Gilmar Mendes e Alexandre de Moraes. Alas do PT têm preferência por Antônio Carlos Bigonha para o posto.
     

    Em 2016, o atual chefe da seção eleitoral da Procuradoria fez uma sustentação oral na Segunda Turma do Supremo para defender a abertura de ação penal contra Gleisi e seu ex-marido, Paulo Bernardo, que foi ministro de governos do PT por quase dez anos.
     

    Por unanimidade, o colegiado decidiu torná-los réus. Em 2018, no entanto, ambos foram absolvidos pela mesma turma.
     

    Gonet defendeu na época o recebimento da denúncia contra os dois no âmbito da Lava Jato e afirmou que "os denunciados tinham plena ciência do esquema criminoso e da origem espúria das quantidades que receberam".
     

    A acusação da PGR afirmava que a campanha de Gleisi ao Senado em 2010 havia recebido R$ 1 milhão oriundo de contratos superfaturados da Petrobras.
     

    "A denúncia descreve fatos. A denúncia é rica em pormenores do que o procurador-geral da República imputa aos denunciados. Ela está confortada em elementos de convicção suficientes para que a denúncia seja recebida", disse Gonet.
     

    A Procuradoria, à época chefiada por Rodrigo Janot, teve uma vitória inicial e, por unanimidade, o Supremo decidiu tornar ambos réus por lavagem de dinheiro e corrupção.
     

    Relator da Lava Jato no STF à época, o ministro Teori Zavascki votou pela abertura da ação penal e foi endossado pelos demais colegas. O ministro argumentou que a peça fazia uma descrição clara dos fatos. "Os elementos iniciais convergem no sentido de que em tese teria ocorrido o recebimento de vantagem indevida", disse.
     

    Mais tarde, porém, em um julgamento que durou quase nove horas, a turma decidiu absolvê-los das acusações.
     

    O relator do caso já era o ministro Edson Fachin, que defendeu que não foram apresentados elementos que demonstrassem a configuração do crime de corrupção passiva.
     

    "Não se obteve prova indispensável à confirmação da solicitação da vantagem indevida atribuída na denúncia ou qualquer participação no seu recebimento", declarou.
     

    No entanto, Fachin afirmou que Gleisi deveria ser condenada pelo crime de falsidade ideológica. O ministro Celso de Mello acompanhou o relator, mas eles acabaram vencidos.
     

    Prevaleceu a divergência aberta pelo ministro Dias Toffoli, que foi seguido por Gilmar Mendes e Ricardo Lewandowski, para absolver ambos de todas as acusações.
     

    O advogado de Gleisi no processo, Rodrigo Mudrovitsch, nega qualquer irritação com a atuação de Gonet na época.
     

    "Fui o advogado do caso. Em nenhum momento a defesa se incomodou com a sustentação oral realizada pelo doutor Paulo Gonet no momento do recebimento da denúncia. Foi uma atuação técnica em um momento inicial do processo", diz.
     

    Segundo ele, "o que gerou profundo incômodo na defesa --e posteriormente levou à justa absolvição de todos os indevidamente acusados-- foi a temeridade da atuação do então procurador-geral, que atuou de forma totalmente contrária à prova dos autos e tentou, até o último momento, obter uma condenação indevida".
     

    O mandato de Aras na PGR acabou no último dia 26 e caberá ao presidente Lula (PT) escolher seu sucessor.
     

    A subprocuradora Elizeta Ramos assumiu interinamente o posto na quarta-feira (27) sob desconfiança de uma ala do governo Lula (PT) que a vê como lava-jatista. Aliados citam esse fato para pressionar Lula a escolher rapidamente quem será o sucessor de Aras.
     

    O presidente ainda não bateu o martelo, mas o nome de Gonet tem ganhado força nos bastidores por contar com o apoio de Gilmar e Moraes, que são os magistrados mais influentes do Supremo.
     

    O petista já deixou claro a aliados que não quer desagradar aos dois magistrados, que se consolidaram como os principais interlocutores do governo no Supremo.
     

    No entanto o presidente também tem avaliado até que ponto seria adequado ampliar ainda mais os poderes de Moraes e Gilmar, que se articulam para emplacar pessoas próximas em outros postos importantes do Judiciário.


    Vai à sanção presidencial programa de renegociação de dívidas e que limita juros dos cartões de crédito


    Por Edu Mota, de Brasília

    Sessão plenária do Senado
    Foto: Roque de Sá/Agência Senado

    O Senado Federal aprovou, na sessão plenária desta segunda-feira (2), o projeto de lei que institui o programa Desenrola Brasil, que facilita a renegociação de dívidas. O texto do PL 2.685/2022, de autoria do deputado Elmar Nascimento (União-BA), incorpora a medida provisória 1.176/2023 que criou o programa, e que iria perder a validade nesta terça (3).

     

    O projeto, que agora segue à sanção presidencial, foi relatado pelo senador Rodrigo Cunha (Podemos-AL), que manteve o texto da forma que havia sido aprovado na Câmara. O relator, ao defender o projeto, falou que o programa de renegociação de dívidas vai aliviar o “peso emocional e psicológico” que as dívidas causam nas famílias brasileiras.

     

    “Aliviar o fardo das dívidas melhora diretamente a qualidade de vida das pessoas e suas relações familiares. Nós vamos tratar esse assunto não mais como individual, porque não pode ser tratado assim, já estamos falando individualmente de 70 milhões de brasileiros, mas sim de um problema social, problema coletivo, um problema que afeta a economia brasileira”, afirmou Cunha.

     

    A nova legislação atende duas faixas sociais para a celebração de contratos de refinanciamento: uma com dívidas de até 5 mil reais, e outra sem limitação de valor. As duas fases do programa já foram iniciadas. 

     

    Em relação à taxa de juros do cartão, o relator manteve a norma da Câmara que definiu o prazo de 90 dias para os bancos apresentarem uma sugestão de percentual de redução no rotativo. Atualmente, a taxa é 445,7% ao ano. Se uma solução não for encontrada dentro de 90 dias, o total cobrado pelos bancos não poderá exceder o valor original da dívida.

     

    Durante a votação no Plenário nesta segunda, o líder do governo, senador Jaques Wagner (PT-BA), agradeceu o apoio à matéria por parte do relator e do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco. Wagner disse que o projeto é uma espécie de “salvação nacional”.

     

    “Eu diria que a parte fundamental ou mais importante para o povo simples vem agora, a dívida de água e luz, as dívidas que talvez alcancem, segundo dados, praticamente 70% dos devedores. Não sei se alcançarão um montante em dinheiro, mas, pelo menos, alcançarão um montante de pessoas muito grande. Então, essa medida foi uma medida quase que de salvação nacional para o nosso povo mais simples. Ninguém deve porque quer, em geral deve por uma necessidade”, disse o senador baiano.
     

    Alexandre de Moraes não atende pedido de Roberto Jefferson e mantém prisão preventiva


    Por Edu Mota, de Brasília

    Roberto Jefferson preso
    Foto: Divulgação Seap/RJ

    Em decisão divulgada nesta segunda-feira (2), o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, manteve a prisão preventiva do ex-deputado Roberto Jefferson. Alexandre Moraes acolheu manifestação recente da vice-procuradora-geral, Lindôra Araújo, que foi contra pedido da defesa de Jefferson pela revogação da prisão preventiva.

     

    Roberto Jefferson está preso desde outubro do ano passado, quando atirou e lançou granadas em policiais que cumpriam uma ordem de prisão contra ele, na cidade de Levy Gasparian, no interior do Rio de Janeiro. No início de junho, Alexandre de Moraes autorizou a transferência do ex-presidente do PTB para o Hospital Samaritano, no Rio de Janeiro, onde está internado desde então.

     

    Em sua decisão, o ministro do STF reforçou que todas as questões relativas ao quadro clínico de saúde de Jefferson estariam sendo devidamente analisadas. Para Moraes, entretanto, as condutas do ex-deputado são “gravíssimas”, e não há elementos que demonstrem que tenha cessado o comportamento agressivo e desrespeitoso do ex-deputado diante das determinações judiciais.

     

    “Some-se a isso a extrema violência com que recebeu os agentes públicos que se dirigiram à sua residência para cumprimento de ordem legal, no estrito cumprimento de suas funções, comportamento que demonstra sua periculosidade, e não cessará com a mera entrega das armas de sua propriedade”, afirmou Moraes.

     

    No mês passado, a juíza federal Abby Ilharco Magalhães, da 1ª Vara Federal de Três Rios, decidiu mandar a júri popular o ex-deputado, acusado de tentativa de homicídio contra os quatro policiais federais. O júri também analisará acusações por resistência, posse irregular de arma de fogo de uso restrito e posse de artefato explosivo sem autorização.
     

     

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