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sábado, junho 03, 2023

Santo Antônio era intelectual, professor de Teologia, Filosofia e Ciências. Você sabia?

Publicado em 3 de junho de 2023 por Tribuna da Internet

Santo Antônio - A história do intelectual português que se chamava Fernando

Lançada uma bela biografia de Santo Antonio

Antonio Carlos Rocha

Em todo o país, as igrejas preparam comemorações para o 13 de junho, Dia do Santo Antônio (1195-1231), padroeiro de diversas cidades do Brasil e localidades em todo o Ocidente. Poucos sabem, mas o taumaturgo (milagroso) Antônio foi professor em Lisboa e no Seminário de Coimbra, logo, ele também é nosso colega de profissão. Lecionava Teologia, Filosofia e Ciências.

Dentre as várias biografias do referido frade, há uma recente, muito boa, que aborda a vida e a obra deste grande Mestre de forma jornalística e não religiosa, como se fosse uma reportagem.

A capa registra que se trata de “Santo Antonio – A história do intelectual português que se chamava Fernando, quase morreu na África, pregou por toda a Itália, ganhou fama de casamenteiro e se tornou o santo mais querido do Brasil”, Editora Planeta, autoria do jornalista brasileiro Edson Veiga, que mora atualmente na Eslovênia.

EXCELENTE OBRA – São 208 páginas de ótima leitura. O autor, paulista de Taquarituba já trabalhou nos principais jornais brasileiros (Veja SP, Estadão. Folha SP, Uol) e depois na BBC de Londres, Rádio France Internationale e Deutsche Welle da Alemanha.

Diz o autor: “Este livro foi escrito a partir de longas pesquisas e de muitas viagens. O trabalho, ainda bibliográfico e documental, começou em 2017 (…) e transcorreu ao longo de 2018, quando vivi na Itália e percorri muitos pontos onde Antônio pregou oito séculos atrás”.

Eu e minha esposa tivemos a oportunidade, no ano passado, de estar no dia 13 de junho em Lisboa, na Igreja dele. Milhares de peregrinos e visitantes de todo o mundo ganhavam o famoso pãozinho. É o Dia Nacional de Portugal e no centro da cidade, na Avenida da Liberdade, há desfile de carros alegóricos.

GRANDE MESTRE – O professor Antônio também lecionou na Universidade de Pádua, fundada em 1222, e por seus bancos passaram nomes como Nicolau Copérnico (1451-1506), Cristóvão Colombo (1451-1506), Galileu Galilei (1564-1642) entre muitos outros.

Santo Antônio faz parte da cultura brasileira, de nossa literatura, das modinhas folclóricas, como bem disse o autor. Na década de 1970, Maria Betânia gravou a música/canção/poesia “O que seria de mim, meu Deus, sem a Fé em Antônio”.

Houve época em que entre os nomes mais populares no Brasil estavam Antônio e Antônia. E haja apelidos: Toninho, Tuninho, Tonico, Tunico, Tonho etc. E, para quem não sabe, o estudo da Onomástica faz parte dos Estudos Literários, conforme ensina mestre Aurélio em seu Dicionário Século 21: “Investigação da etimologia e transformações morfológicas dos nomes próprios de pessoas e lugares”.


Em meio a tensão, Lira sugeriu a Lula “mais Brasil e menos América Latina”

Publicado em 3 de junho de 2023 por Tribuna da Internet

Assessoria de Lira diz que encontro com Lula foi 'restrito aos dois' Por  Estadão Conteúdo

Lira reclama que Lula abandonou a articulação política

Ranier Bragon, Julia Chaib e Victoria Azevedo
Folha

No telefonema que recebeu do presidente Lula (PT) na última quarta-feira (31), o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), aconselhou o petista a se preocupar menos com a América Latina e olhar mais para o Brasil. A conversa ocorreu na manhã em que o governo estava sob ameaça de sofrer uma inédita e relevante derrota na Câmara com a MP de reformulação da Esplanada dos Ministérios, um dia depois de Lula chefiar em Brasília encontro com representantes de todos os países da América do Sul.

O diálogo foi testemunhado, entre outros, pelo ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, e pelo líder do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE) —os dois estavam com Lula, que aparentemente falava no viva voz.

DURO E RESPEITOSO – De acordo com relatos obtidos pela Folha, Lira teceu um diagnóstico dos problemas na articulação política do governo num tom duro, embora não desrespeitoso, o que incluiu a avaliação de que Lula deveria neste momento se preocupar mais com a desarticulação política interna do que com os problemas da política externa.

No telefonema, que ocorreu por volta das 9h, o presidente da Câmara deu como exemplo a afirmação de que líderes partidários aguardavam havia cinco meses para serem recebidos por ministros do governo. É recorrente a reclamação de que deputados costumeiramente levam “chá de cadeira” nos ministérios.

Lira disse que há uma avaliação de que o Executivo tem desrespeitado os parlamentares e que esses e outros problemas estavam fazendo o governo perder credibilidade na Câmara.

RELATO EXTENSO – O presidente da Câmara afirmou a interlocutores que fez um relato extenso justamente para que, no futuro, o petista não possa alegar que não sabia da situação por completo. De acordo com aliados de Lula, o presidente tem afirmado que não sabia de todos os problemas que foram listados por Lira.

Além das emendas parlamentares não estarem sendo liberadas, assim como as nomeações em cargos regionais, outras reclamações de deputados são as de que ministros não estão informando sobre agendas em estados.

Lira citou ainda na conversa com Lula que há cinco ministérios que não estão dando andamento na liberação das verbas, entre eles as pastas da Educação, da Saúde e da Agricultura.

ENSINAMENTO – Em entrevista à GloboNews na quinta-feira, o presidente da Câmara disse que Lula foi alertado por ele nesse telefonema e que era, naquele dia, “conhecedor de todas as dificuldades que o seu governo tem na parte da articulação”. “Espero que tenha servido de ensinamento”, disse.

Ainda segundo relatos, após a ligação a Lula, Lira telefonou a José Guimarães afirmando que a conversa não tinha sido boa, uma vez que ele não tinha escutado de Lula qual seria a solução. Guimarães informou, então, que já sabia de tudo porque tinha acompanhado a conversa ao lado de Lula.

Em seguida, Guimarães e Padilha foram à residência oficial da presidência da Câmara para se reunir com Lira. Os três conversaram sozinhos.

COM AS LIDERANÇAS – Naquela manhã, o presidente da Câmara também convocou reunião com todos os líderes partidários para tratar da votação da MP que reorganiza a Esplanada dos Ministérios. Padilha não ficou para o encontro. À noite, após longas conversas, reuniões e promessas feitas pelo governo, a MP acabou sendo aprovada por 327 votos a 125.

Ao longo do dia, foi aventado um encontro entre Lula e Lira. Mas, segundo relatos de aliados, Lula acabou não convidando o presidente da Câmara para não passar a ideia de que agiria com “faca no pescoço”. Isto é, que a MP só seria aprovada caso recebesse e atendesse as reivindicações do presidente da Câmara.

O petista, porém, recebeu o líder da União Brasil, Elmar Nascimento (União Brasil-BA). A ida dele ao Palácio do Planalto foi combinada com Lira, de quem o deputado é próximo.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
– É claro que o clima não é nada bom entre Lula e Lira, que criticou o abandono da articulação política pelo presidente, em benefício de uma política sul-americana necessária, mas que precisa ser melhor ajustada. Justamente por isso, aliados do presidente da Câmara esperam que haja um encontro de Lula e Lira nos próximos dias, sem a pressão pela aprovação de propostas legislativas. (C.N.)

Só resta a ONG-Transparencia Jeremabo lamentar que a Constituição Federal não seja respeitada pelo prefeito de Jeremoabo

 https://www.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/busca?q=Publicidade+Oficial+com+Car%C3%A1ter+de+Promo%C3%A7%C3%A3o+Pessoal

Click  NESTE link PARA ABRIR A JURISPRUDÊNCIA


Nota da redação deste Blog - A ONGTRANPARÊNCIAJEREMOABO 

 mesmo respaldada na Constituição Federal Art. 37 paragráfo I,  na jurisprudência dos Tribunais Superiores vem denunciando os supostos casos de Improbidade Administrativa praticado pelo prefeito, vice-prefeito, secretários e vereadores da SITUAÇÃO as custas do diinheiro público em sites oficiais da prefeitura em Jeremoabo (instagram)no está obtendo exito perante o Ministério Público, o que resta a ONG lamentar  e apelar para instrancias superiores já que em Jeremoabo as portas encontram-se fechadas.



Irritado, presidente da Petrobras avisa a conselheiros que investigará vazamentos


Irritado com vazamentos, presidente da Petrobras avisa a conselheiros que  abriu investigação

Prates enfrenta uma forte oposição interna e externa

Malu Gaspar
O Globo

O presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, confrontou os conselheiros da companhia na última reunião do colegiado, na quarta-feira (dia 31), avisando que mandou abrir uma investigação interna para apurar a origem de vazamentos de informações sobre o que se passa nos bastidores da empresa. O CEO também ameaçou fazer uma representação à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), o xerife do mercado financeiro.

Sem citar nomes, Prates afirmou que vai tomar “medidas fortes” para descobrir quem tem passado informações à imprensa – como por exemplo a de que ele disse a alguns conselheiros estimar que a exploração de petróleo na margem equatorial brasileira ‘vai sair’, publicada pelo blog.

FAKE NEWS? – A informação foi apurada com conselheiros que ouviram a “previsão” do presidente da Petrobras e com outros membros do governo que tomaram conhecimento do episódio. Mas, no Twitter, Prates classificou a reportagem como fake news.

A assessoria de imprensa da companhia também confirmou que foi aberta investigação interna para apurar vazamentos. Não há ainda confirmação oficial sobre representação à CVM — órgão que Prates chegou a ironizar em fevereiro, em uma palestra em Sergipe.

Na ocasião, depois de dizer que “a Petrobras tem uma máquina de proibir coisas”, ele reclamou da regra da autarquia que estabelece um período de silêncio a executivos de companhias abertas sobre números e expectativas de negócios. “Vamos falar um pouquinho disso sim, sem comprometer demais”, afirmou na ocasião. Se chegar multa da CVM eu mando o Amaro (o anfitrião) dividir comigo.”

OUTROS VAZAMENTOS – A notícia sobre a previsão de Prates aos conselheiros não foi, porém, a única publicação sobre a Petrobras a irritar o CEO da companhia nos últimos tempos.

Uma delas foi veiculada pelo Estadão e dizia que o ministro Alexandre Silveira, de Minas e Energia, tinha convocado uma reunião de conselho sem avisar a ele, Prates. O executivo negou o episódio, mas, depois da publicação, a reunião foi cancelada.

A disputa entre Prates e Silveira por influência na Petrobras já provocou alguns ruídos internos. O ministro indicou pessoalmente quatro dos onze conselheiros da empresa. Prates concentrou as indicações de diretores.

TOM POLICIALESCO – De acordo com o relato de conselheiros que me confirmaram ter ouvido o discurso de Prates, o CEO da Petrobras adotou um “tom policialesco” na expressão de um, “ameaçador”, na de outro, e “revoltado”, na do terceiro, ao se dirigir aos representantes dos acionistas. “Vou descobrir quem está vazando”, afirmou Prates.

A discussão aconteceu no mesmo encontro em que a cúpula da petroleira discutiu as linhas gerais do plano estratégico de negócios para o período entre 2024 e 2028, divulgado na manhã desta quinta.

Mas embora tenha havido divergências sobre os aspectos do plano entre os representantes dos acionistas minoritários e os do governo, não houve dificuldades em aprová-lo, porque o governo tem maioria e a discussão foi relativamente pacífica.

DOIS MOMENTOS – Mal-estar mesmo, só em dois momentos. Além da interpelação a respeito do vazamento de informações, Prates causou constrangimento generalizado pela ênfase com que defendeu suas nomeações para a área jurídica da companhia: seu assessor direto Cláudio Pinho e o recém-nomeado gerente jurídico, Marcelo Mello.

O primeiro foi investigado por participar de um suposto esquema de pagamento de propina para obter decisão favorável ao padre Robson de Oliveira, ex-reitor da Basílica de Trindade denunciado por um esquema lavagem de dinheiro e apropriação indébita que movimentou cerca de R$ 2 bilhões em dez anos.

Ele foi flagrado em áudios revelados pelo “Fantástico” conversando com o religioso sobre repassar R$ 1,5 milhão a magistrados de Goiás. A investigação, porém, foi interrompida pelo próprio Tribunal de Justiça do estado depois que um desembargador considerou que as provas usadas foram compartilhadas de maneira ilegal de outra apuração. O STJ arquivou o processo em definitivo no ano passado.

PROVAS ILEGAIS – O segundo executivo que teve a nomeação questionada foi o advogado Marcelo Mello, sócio do ex-diretor da área internacional Nestor Cerveró em uma offshore usada para camuflar a compra de um duplex no Rio de Janeiro.

A compra do imóvel para Cerveró no nome da offshore levou à condenação do ex-diretor da Petrobras a seis anos de prisão por corrupção e lavagem de dinheiro.

A informação, porém, não consta do relatório de duas páginas produzido pela área de compliance da companhia, que afirma não haver impedimento à nomeação do executivo.

CONDENADOS PELA MÍDIA – De acordo com o relato feito pelos conselheiros com quem conversei, o presidente da Petrobras passou 40 minutos defendendo os dois executivos, que ele afirma serem inocentes e condenados pela mídia sem investigação.

Afirmou, ainda, que conhece os dois há muito tempo e que são pessoas competentes e probas.

Apesar das ponderações de alguns conselheiros a respeito do prejuízo para a imagem da empresa que as nomeações podem representar, Prates afirmou que não abriria mão deles porque não se pautaria por “colunistas do Leblon” – referindo-se nominalmente aos colunistas do GLOBO que acompanham a Petrobras mais de perto: além de mim, também Lauro Jardim e Miriam Leitão.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – 
Existe uma briga de bastidores pelo controle da Petrobras. Se investigar a área internacional da empresa, que paga caro para importar óleo diesel que poderia ser refinado no Brasil, Prates vai encontrar coisas do arco da velha, como se dizia antigamente. (C.N.)

Um prêmio por tirar Lula da cadeia




O presidente recompensa a lealdade de Cristiano Zanin com uma vaga no STF. Seu nome deverá ser aprovado pelo Senado, mas haverá faturas a pagar. 

Por Vanessa Lippelt, Julia Schiaffarino e Wilson Lima 

O presidente Lula já foi muito criticado por suas indicações ao Supremo Tribunal Federal.

Até esta semana, a mais polêmica havia sido a de Dias Toffoli, que em 2009 era advogado-geral da União e ex-advogado da liderança do PT na Câmara dos Deputados. Na época, muito se falou da juventude — Toffoli tinha 41 anos — e do “notório saber jurídico” do candidato, que estava longe de ser notório. Apesar dos pesares, ele foi aprovado pelo Senado e o resto é história.

Agora, Lula dobra a aposta e resolve indicar o seu ex-advogado pessoal, Cristiano Zanin, de 47 anos, para o Supremo. A companheiros, o presidente admite que saber jurídico pode ter algum valor, mas que a lealdade de Zanin ao longo do seu processo na Lava Jato foi determinante para a escolha. Em resumo: o advogado foi premiado com uma vaga no STF por ter tirado o petista da cadeia.

Deve ser especialmente saborosa para o presidente a seguinte ironia: a tese de que Sergio Moro foi parcial ao julgá-lo anulou seus processos e lhe deu a liberdade. Agora, ele emplaca no Supremo um advogado que considera fiel, enquanto os meios político e jurídico agem como se o risco de parcialidade fosse irrelevante.

Antes de anunciar sua decisão, Lula obviamente procurou se certificar que o nome será aprovado no Senado.

Na Comissão de Constituição e Justiça, a tendência é que Zanin seja aprovado sem maiores dificuldades (obviamente, com voto contrário do senador Moro). Mas até mesmo integrantes do PL já admitem, em caráter reservado, que não vão se opor quando a indicação chegar ao plenário do Senado. Ninguém vê vantagem em despertar a antipatia de quem está muito perto de vestir a toga.

O fato é que desde 1894 um indicado ao STF não é barrado pelo Senado. Para isso, talvez fosse necessária a indicação de um personagem como Cândido Barata Ribeiro, que nem sequer jurista era. E olhe lá.

FATURA A PAGAR

Os sinais para Lula e Zanin são positivos – mas isso não significa que não haverá uma fatura a pagar. Articuladores políticos do Congresso admitem que Lula ainda precisará lidar com uma tensão interna no União Brasil para ver o nome de seu advogado sacramentado.

Nesta quarta-feira, 31 de maio, o presidente da República conversou com o presidente da Comissão de Constituição e Justiça do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), para tratar da indicação. Alcolumbre, no início do ano, recebeu a chave do cofre do Ministério de Integração Nacional e sugeriu o nome de Waldez Góes para a função.

Contudo, a indicação de Góes não contemplou a ala da Câmara do União Brasil — que articulou com integrantes da bancada ruralista uma derrota para o governo Lula na votação da MP dos Ministérios, nesta semana. Se, por um lado, a MP não perdeu a vigência, por outro o governo Lula foi obrigado a engolir o esvaziamento das funções do Ministério do Meio Ambiente e do Ministério dos Povos Indígenas.

Durante conversas com o presidente da Câmara, Arthur Lira, Lula acenou com uma mudança ministerial para contemplar Elmar Nascimento, amigão de Lira e líder do União na Câmara. Mas isso poderia prejudicar justamente Alcolumbre. É bom lembrar que o presidente da CCJ deixou na gaveta a indicação de André Mendonça ao STF por quatro meses, até que o então presidente Jair Bolsonaro resolvesse abrir o cofre (via emendas parlamentares) para o senador amapaense.

O ajuste para agradar a dois senhores não será fácil. Com os tropeços da articulação política, o governo se vê refém tanto da Câmara quanto do Senado nas votações importantes.

Uma solução que começa a ser traçada é a promessa de apoio a Alcolumbre para disputar a presidência do Senado em 2025, quando Pacheco não poderá se reeleger. Também entra nessa conta a possibilidade de um posicionamento mais firme do Palácio do Planalto em favor da perfuração de petróleo na Foz do Amazonas, que poderia render bilhões em royalties ao Amapá. Alcolumbre — que não tem boas relações com Marina Silva, ministra do Meio Ambiente e contrária à exploração da reserva marinha — vê no empreendimento da Petrobras a possibilidade de colher dividendos políticos.

O CORPO A CORPO DE ZANIN

Enquanto Lula procura desfazer nós no Congresso, o próprio Zanin faz corpo a corpo com políticos e outras autoridades que possam poupá-lo de um revés.

Em março, o advogado participou de dois jantares com integrantes do PT para tratar da sua até então hipotética indicação ao STF. Durante os encontros, parlamentares conversaram com Zanin sobre possíveis fragilidades de sua candidatura. A deputada federal Gleisi Hoffmann (PR), que também é presidente do PT, tornou-se uma das suas principais defensoras no Congresso.

No mesmo período, dois ministros do Supremo — Gilmar Mendes e Cármen Lúcia — se manifestaram favoravelmente à indicação de Cristiano Zanin. O ex-ministro Celso de Mello também saiu em defesa do advogado. Em entrevistas, disse que o fato de ter sido advogado de Lula não desqualificava Zanin “para o elevado ofício que exercerá na Corte”.

Já em abril, depois de cumprida a agenda política, Zanin mirou o Judiciário em sua busca por apoio e agendou reuniões com membros do Superior Tribunal de Justiça. O que deveria ser um encontro discreto entre o preferido de Lula e os ministros do STJ acabou sendo descoberto, por acaso, pelo senador Davi Alcolumbre durante uma visita do parlamentar à presidente daquela corte, a ministra Maria Thereza de Assis Moura. Àquela altura, o senador do Amapá apoiava Luis Felipe Salomão, ministro do STJ, para a vaga de Lewandowski.

Talvez não seja surpresa saber que os menos entusiasmados com a indicação de Zanin são seus colegas de carreira. Advogados endinheirados que vivem em torno de Lula e do PT, como os do grupo Prerrogativas e do Instituto para Reforma das Relações entre Estado e Empresa (Iree), reclamam que falta “milhagem” a Zanin. “É um bom advogado, mas não tem leitura política, não tem densidade, não tem produção intelectual”, diz um deles, de nariz torcido.

Antes de indicar Zanin, Lula teve três encontros com o ex-ministro Ricardo Lewandowski para discutir a sua sucessão. Em todos, Levandowski reafirmou seu apoio à indicação de Manoel Carlos de Almeida Neto, ex-secretário-geral do STF e TSE. Nas conversas, Lula pediu compreensão ao colega ex-ministro e disse que desjava colocar alguém de absoluta confiança no STF. Não era o momento de Manoel Carlos. Entre o pagamento de uma dívida que se acumula desde o julgamento do mensalão — ninguém prestou mais serviços a Lula e ao PT no STF do que Lewandowski — e a expectativa de contar com a lealdade canina de um ministro, o presidente optou pela segunda alternativa.

Revista Crusoé

O que Kiev arrisca com ataques de drone na Rússia?




Suposto ataque de drone danificou edifício residencial em Moscou

Por Roman Goncharenko

Relatos de operações militares em território russo aumentaram nos últimos meses e culminaram com um ataque em Moscou. Especialistas divergem sobre motivação por trás destas manobras.

A espiral de violência continua. Nos últimos dias, a Rússia tem lançado bombardeios diários contra Kiev, que teriam deixado mortos, incluindo uma criança. Na região russa de Belgorod, que faz fronteira com a Ucrânia, há também constantes relatos de ataques. A imprensa russa noticiou sobre o abatimento de um drone em Kaluga nesta quinta-feira (01/06) – um dia após um ataque em Moscou ter chamado atenção internacional.

Há quase um ano já são registrados ataques de drones, principalmente contra instalações militares e de infraestrutura energética, não somente em regiões ucranianas anexadas pela Rússia, como a Crimeia, mas também no próprio território russo. Um dos primeiros alvos foi uma refinaria na região de Rostóvia, em junho de 2022.

Ataques em regiões mais distantes da fronteira são mais raros. Em dezembro, a base aérea militar Engels, em Saratov, foi atacada duas vezes.

A Ucrânia normalmente não assume a responsabilidade por esses ataques. Ao mesmo tempo, a Rússia bombardeia todo o território ucraniano com muito mais frequência, utilizando não somente drones, mas também mísseis de vários tipos. Os danos e as vítimas não são proporcionais.

Nos últimos meses, aumentaram dos dois lados os ataques de drones e bombardeios em regiões que não estão na zona de combate.

O que está por trás do ataque em Moscou?

Analistas divergem sobre as causas que levaram a essa expansão. O austríaco especialista em Rússia Gerhard Mangott aponta uma ligação entre o ataque com drones em Moscou, o bombardeio de zonas russas na fronteira e a atuação de "partisans" – como ele chama os combatentes de grupos paramilitares da Legião da Liberdade da Rússia e do Corpo de Voluntários Russos, compostos supostamente por cidadãos russos, que atuam do lado da Ucrânia.

"É evidente que o lado ucraniano quer levar os horrores da guerra para a Rússia. Quer deixar claro para a população que o Estado não é capaz de protege-los, nem na região de fronteira e nem em Moscou", avalia Mangott. Segundo ele, isso desvia a tentativa do Kremlin de "criar a impressão para a sociedade russa de que não há guerra, como se tudo estivesse normal".

'Rússia relatou ataque de drone contra o Kremlin no início de maio'

Já o especialista militar alemão Gustav Gressel, do think tank Conselho Europeu de Relações Exteriores, tem outra avaliação e afirma que é preciso distinguir os ataques em Moscou dos acontecimentos em Belgorod. Segundo ele, os ataques em Moscou são "instrumentos de guerra psicológica". "A história de Belgorod e os ataques na fronteira, por outro lado, estão relacionados à contraofensiva".

De acordo com Gressel, a Ucrânia quer obrigar a Rússia a proteger militarmente a fronteira e, para isso, Moscou precisaria retirar tropas do território ucraniano. Para o especialista, o grau de eficácia dessa estratégia das forças ucranianas na contraofensiva só será medido dentro de algumas semanas.

A reação do Ocidente aos ataques em Moscou

O Ocidente teve uma reação contida aos acontecimentos recentes. Ao ser questionado pela DW, um porta-voz do governo alemão afirmou na quarta-feira que o direito internacional permite que a Ucrânia ataque o território russo em legítima defesa, mas acrescentou que Berlim é contra o uso de armas fornecidas pela Alemanha nessa situação.

A reação dos Estados Unidos, o principal fornecedor de armas a Kiev, foi semelhante. O porta-voz da Casa Branca, John Kirby, afirmou que nenhuma arma americana foi usada no ataque a Moscou e destacou que os EUA "não apoiam ataques dentro da Rússia".

No entanto, representantes do Corpo de Voluntários Russos já utilizaram veículos blindados americanos em uma incursão em território russo. Gressel espera que isso não volte a se repetir, pois "isso poderia tirar do sério os alarmistas da escalada em Washigton. Justamente a Casa Branca é exageradamente cautelosa, Kiev deveria ser mais prudente".

De modo geral, porém, ele está convencido de que "Kiev tem direito de atacar alvos na Rússia", pois "ninguém pediu para Putin começar essa guerra". O especialista acrescenta que o presidente russo precisa arcar com as consequências de seus atos agora.

Caças F-16 para intimidação?

No contexto da expansão dos ataques em território russo, Oleg Ignatov, do Grupo Crises Internacionais, avalia que a Ucrânia tenta "aumentar o preço da guerra para Rússia". Segundo o especialista, os Estados Unidos têm muita influência na Ucrânia, mas não em todas as áreas. Ignatov acredita que Washington pode convencer Kiev a não usar armas americanas, como o sistema de mísseis Himars, em ataques ao território russo, mas não mais do que isso.

O desejo de Kiev de receber mais armas do Ocidente deve ter um efeito dissuasivo. Na mais recente cúpula do G7, no Japão, o presidente americano, Joe Biden, afirmou que seu homólogo ucraniano, Volodimir Zelenski, prometeu não usar os caças F-16, que a Ucrânia pede há tempos, para atacar a Rússia. Até agora, o Ocidente decidiu apenas treinar os pilotos ucranianos, mas ainda não liberou o envio dos jatos.

Deutsche Welle

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