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sexta-feira, setembro 02, 2022

Entrevista: José Murilo de Carvalho: 'O Brasil não será um grande país.’




Por Manuel Carvalho

O imortal, cientista político e historiador diz que não há nada a celebrar nos 200 anos da Independência e reflete sobre as causas das desigualdades no Brasil

Ocupante da cadeira nº 5 da Academia Brasileira de Letras, cientista político, historiador consagrado com passagem por instituições americanas e europeias, pós-doutor pela Universidade de Stanford, José Murilo de Carvalho, de 83 anos, conversou com o jornal Público, de Portugal, na sede da ABL, no Rio, em entrevista marcada pelo desencanto com o Brasil atual. “Talvez seja a minha idade”, afirma ele, que coordena a série “200 anos de Brasil na ABL”.

Seguem abaixo os principais trechos da conversa, editados pelo GLOBO dentro da série de reportagens 200+20, que busca expandir os limites da efeméride histórica e oferecer aos leitores reflexões sobre o Brasil mirando seu futuro.

O Brasil parece estar completamente abstraído do Bicentenário da Independência. Como explicar esse alheamento?

A celebração dos 200 anos da chegada da Corte ao Brasil, em 2008, foi quase nacional. O governo, à época, assumiu a liderança, o de hoje não se esforça muito. O ambiente do país, por sua vez, não está pra celebrações.

Era de se esperar que um governo de direita, mais apegado aos ideais nacionalistas, tivesse apostado mais na data, não?

Certamente. O presidente Jair Bolsonaro é de direita, mas é um bronco, totalmente inculto. Não tem nenhuma sensibilidade pra estas coisas, não dá valor.

O Brasil vive um ambiente de desistência cívica?

Há uma sensação de fracasso. Não temos como nos transformar numa grande potência. Como disse José Bonifácio, o sonho da Independência foi que, pelo tamanho e pela população, tínhamos condições de nos transformar num “grande império”. Mas quem conseguiu? A China. Qual país vindo da tradição portuguesa ou espanhola teve êxito? Isso faz com que comecemos a perguntar: o que deu errado?

Já tem respostas?

Honestamente, não. Que país construímos ou não construímos? Isso implica olhar pra frente. As desigualdades são escandalosas, somos o sétimo ou oitavo país mais desigual do mundo. O nível educacional melhorou, mas segue muito baixo. O desemprego é enorme. Cerca de 60 milhões de pessoas recebem auxílio federal. Crescendo a 2%, este país tem futuro? Pode ser a minha idade também, mas estou muito pessimista.

Mas não há nada nestes 200 anos da História do Brasil que possa servir de incentivo?

É sempre celebrado o Brasil não ter se fragmentado, tema do meu livro “A construção da ordem”. E assim se manteve por conta de D. João VI. Os portugueses não gostaram muito da vinda dele pra cá, mas foi um gesto político inteligente. Salvou-se a colônia, deu-se às capitanias brasileiras ponto de referência de legitimidade: “O rei está aqui”. Isto fez com que, bem ou mal, os movimentos separatistas se reduzissem, antes da Regência, a Pernambuco. Mais tarde, já havia um núcleo no Rio que derrotou outras tentativas de separação.

Manter a unidade de um país tão vasto e diverso é o maior sucesso do Brasil independente?

É uma pergunta que sempre me faço e não consigo responder. O que foi melhor? Permanecer esse monstro unido, ou teria sido melhor se separar em vários países? Um fator muito forte da identidade nacional é o tamanho gigante e as riquezas naturais do país, o “motivo edênico”. Ter orgulho do Brasil pela Amazônia, mas jamais por nossas lutas. Em matéria de memória, sofremos um Alzheimer coletivo. A unidade foi uma vantagem? Talvez sim. A língua é uma só.

Em 2017, o senhor já dizia ser lamentável o crescimento de uma “política de ódio” no Brasil. É um problema ao se discutir este país 200 anos depois?

Sem dúvida. Havia o mito da cordialidade brasileira. A capacidade de ódio aqui é grande, não como nos EUA, mas, certamente, como na América Ibérica. Um centro de debate é o racismo, ou racismo estrutural, palavra da moda. Que é muito mais violento nos EUA, mas a situação dos negros lá é muito melhor. Há uma classe média negra, empresários negros, universidades negras. Se formou uma elite negra, com poder.

Como o senhor vê a discussão da escravidão no Brasil hoje?

É uma dinâmica social. À medida que se consegue (avanço nos direitos), reduz-se o grau de violência. É inevitável certos movimentos sociais começarem mais violentos. Minha tolerância é grande, embora, obviamente, não concorde com tudo. Mas talvez seja a maneira de se reduzir a desigualdade, a discriminação.

A desigualdade é o que mais o preocupa no Brasil hoje?

Ela bloqueia o país. Quem ganha R$ 100 mil paga 27, 5% de imposto e quem recebe R$ 5 mil paga 27%, há pouca progressividade. Quando dei aula nos EUA, pagava 35%! Na Holanda, mais de 40%! O que me intriga é que vivemos em uma democracia, as pessoas votam. Mas o produto deste voto é um Congresso, uma elite, medíocre, preocupada com reeleição, em conseguir dinheiro, com o financiamento de milhões para os pleitos, mas não se passa legislação que afete desigualdade.

Mas o trabalhismo dos anos 1950, depois FH e Lula, não promoveram maior aproximação com os eleitores?

Vargas foi o primeiro a fazer uma legislação trabalhista e outras medidas importantes, mas sempre dependendo do Estado. E pagou com a vida pela ousadia. Aí veio a Guerra Fria e os nossos militares consideraram-se tutores do regime. Com FH e Lula, me pareceu que estávamos entrando num caminho que nos levaria à frente. Achei que tínhamos resolvido problemas seriíssimos, como o da educação. Deu nisso que está aí.

Qual o peso da herança colonial?

Os milhões de escravizados e a economia rural fizeram com que a população ficasse alheia à política até os anos 1950. De 1950 a 1980 houve o maior crescimento demográfico e a maior transferência de pessoas do campo pra cidade. Houve invasão de povo na política, e pessoas que nunca tinham votado, ou o faziam a mando dos fazendeiros, passaram a ter capacidade de agir. Os militares mantiveram o direito do voto, mas cortaram liberdade.

O que faz o país cometer sempre os mesmos erros?

A elite econômica, inclusive nas altas camadas do funcionalismo público e das estatais, bloqueia medidas redistributivas. Não considero, por exemplo, o governo Lula de esquerda. Não se conseguiu tocar nos pontos que afetam a desigualdade. Os 5% dos ricos do Brasil seguiram tendo 40% da renda brasileira. Mas o grande enigma brasileiro é que a entrada do povo na política não o beneficiou. Houve atos importantes no governo Lula, como a ação afirmativa. Adotaram-se as cotas e o impacto foi muito grande, mudou a cara das universidades públicas, mudou de cor. Isso, sim, foi, talvez, a iniciativa mais importante para integração social e racial.

O Brasil ainda é o país do futuro?

Não, não é. Não enxergo um futuro bom para o país, os dados não fecham. Creio, e aí já é talvez exagerado, que o Brasil não será um grande país no futuro e também não será capaz de construir um país de renda média, como a Espanha. Estou pessimista.

Jornal Público, de Portugal / O Globo

Gorbachev ainda é necessário - Editorial




O último líder soviético ajudou a acabar com a guerra fria; agora que Putin a está recriando, seu legado é crucial

“Gorbachev é difícil de entender”, disse a um biógrafo, referindo-se a si na terceira pessoa, o último líder do império soviético, falecido há alguns dias, aos 91 anos. Ele se dizia “um produto” daquele sistema e o seu “antiproduto”. “Como”, perguntava-se outro biógrafo, “um país não inteiramente normal acabou com um líder com reflexos morais normais e bom senso?”

Mikhail Gorbachev “foi um líder soviético paradoxal, no momento em que o mundo precisava de um”, disse o Wall Street Journal. Ele quis revigorar a União Soviética, mas acelerou a sua morte. Promoveu a abertura econômica (perestroika) e política (glasnost), não para emular as democracias capitalistas, mas concorrer com elas – já aposentado, disse que Stalin não era um verdadeiro comunista, “eu era”. Ele foi, nas palavras do estudioso Dmitry Furman, “o único político na história russa que, tendo plenos poderes em mãos, voluntariamente optou por limitá-los, arriscando-se mesmo a perdê-los, em nome de valores morais”.

Esses paradoxos estão na raiz das divergências sobre seu legado. Muitos no Ocidente o veem como o maior estadista da segunda metade do século 20; outros, como um fraco incapaz de usar a força quando a força era necessária para preservar o socialismo democrático que estava criando. Na Rússia ele tem admiradores, mas é amplamente recriminado pelas elites no poder como responsável pelo colapso da União Soviética e a debacle econômica que se seguiu.

Ao menos em um aspecto de sua trajetória não houve paradoxo: ele queria encerrar a guerra fria sem violência, e encerrou a guerra fria sem violência. No resto, Gorbachev mudou o seu país e o mundo, mas não como ele queria. Ele não venceu, perdeu. Mas perdeu com dignidade, e essa foi a sua maior vitória. 

Hoje, é impossível não especular como teria sido a vitória que ele buscou. Ele sonhou com uma nova ordem mundial, baseada na renúncia da força, em que as divisões entre Ocidente e Oriente desaparecessem. Ele queria que a Otan se tornasse uma instituição política e fosse substituída por uma nova arquitetura de segurança pan-europeia; estava pronto a abandonar o domínio do Leste Europeu; deu os primeiros passos para o desarmamento nuclear; trouxe liberdade de expressão e introduziu instituições parlamentares, acreditando que o socialismo não seria digno de seu nome a menos que fosse democrático.

Mas o Ocidente insistiu em preservar e expandir a Otan; o controle do armamento nuclear nunca esteve tão periclitante desde então; e o sucessor de Gorbachev, Vladimir Putin, está transformando seu país em um Estado fascista, excitando o nacionalismo e a militarismo para restaurar a Grande Rússia.

Certa vez, Gorbachev disse a um jornalista que quando lançou suas reformas não o fez pela sua geração, ou a de seus filhos, mas a de seus netos. “Um dia a Rússia talvez retome sua marcha rumo à democracia, e o mundo talvez encontre o seu caminho além da guerra fria”, disse seu biógrafo William Taubman. “Se e quando isso acontecer, Gorbachev merecerá ser louvado como o líder que estava presente na criação.” 

O Estado de São Paulo

Estratégia de Lula levará disputa para o segundo turno




Por Luiz Carlos Azedo 

A ideia de uma frente ampla parou na vice para o ex-governador tucano Geraldo Alckmin, ao se rejeitar qualquer possibilidade de aliança mais ao centro, por exemplo, com o ex-presidente Michel Temer

As pesquisas estão mostrando que a estratégia de campanha do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que era o franco favorito das eleições, não está viabilizando sua vitória no primeiro turno. Ao contrário do levantamento do Ipec de terça-feira, que não captou a repercussão do debate entre os candidatos, a pesquisa do Ipespe, divulgada ontem, revelou alterações importantes. Na primeira, Lula ainda venceria as eleições no primeiro turno; na outra, não haveria a menor chance de isso acontecer, porque, a 32 dias das eleições, a distância entre o petista e o presidente Jair Bolsonaro é de seis pontos na pesquisa espontânea (40% a 34%) e oito na estimulada (43% a 35%). Lula caiu um ponto na estimulada, e Bolsonaro cresceu quatro na espontânea.

O ex-presidente está enfrentando dois problemas: a lenta recuperação de Bolsonaro em alguns segmentos, como evangélicos e mulheres, na Região Sudeste e na população de renda até um salário mínimo, que até agora parece ser insuficiente para ultrapassá-lo, mas é o bastante para aproximá-lo do petista no segundo turno; e a resiliência dos candidatos da chamada terceira via, que se mantêm na disputa e ocupam uma franja do eleitorado antipetista que não pretende voltar para os braços de Bolsonaro, ao menos no primeiro turno. Ciro avançou um ponto na espontânea (4% para 5%) e manteve os 9% de julho. Simone Tebet subiu de 1% a 3% na espontânea, e ganha também um ponto na estimulada, de 4% para 5%. Felipe D’Ávila continua com 1%, tanto na espontânea quanto na estimulada.

Lula tem forte expectativa de poder a seu favor, mas sua vantagem em relação a Bolsonaro no segundo turno começou a cair, passando de 17 para 15 pontos. Continua sendo uma boa margem, o suficiente para demover o presidente da República de qualquer tentativa golpista, ainda mais porque ficaria muito difícil contestar o resultado das eleições com uma diferença de tal ordem. Mas o cenário efetivamente está em mudança. A pesquisa mostra que a percepção popular em relação ao governo melhora, com reflexos nos índices de rejeição de Bolsonaro.

Recuperação

A geração de fatos positivos pelo governo, a partir da aprovação da PEC Emergencial e do pacote de bondades, começa a repercutir na avaliação do Executivo e na rejeição de Bolsonaro. Auxílio Brasil, vale-gás, auxílio caminhoneiro, auxílio taxista, empréstimo consignado e reduções no preço dos combustíveis servem de agenda positiva para a campanha do presidente no rádio, na televisão e nas redes sociais.

Resultado: sua aprovação foi de 36% para 39%, enquanto a desaprovação diminuiu, de 59% para 57%; a avaliação positiva (“ótima/boa”) foi de 32% para 35%, e a negativa (“ruim/péssima”) recuou de 49% para 46%. A avaliação do desempenho de Bolsonaro também melhorou: o “ótimo/bom” foi de 32% para 35%, enquanto o “ruim/péssimo”, de 49% para 47%. Um dado que merece atenção foi a redução da rejeição de todos os candidatos, exceto Lula, que oscilou de 43% para 44%. A de Bolsonaro recuou três, de 58% para 55%; de Ciro, de 40% para 39%; e de Simone, de 35% para 32%.

Onde Lula pode ter errado? Na política de alianças. A opção estratégica da campanha dele foi ganhar as eleições com uma frente de esquerda, com base numa análise de que havia uma guinada nessa direção em toda a América Latina, e no Brasil não seria diferente. Chile e Colômbia seriam os grandes exemplos de vitória da esquerda com um discurso mais moderado e democrático, mas claramente mudancista. A ideia de uma frente ampla parou na vice para o ex-governador tucano Geraldo Alckmin, ao se rejeitar qualquer possibilidade de aliança mais ao centro, por exemplo, com o ex-presidente Michel Temer. Na verdade, não passou de retórica para esvaziar a chamada terceira via e constranger os setores que a apoiavam a derivar por gravidade em direção a Lula.

Essa estratégia não está esgotada, porque o “voto útil” pode renascer das cinzas na reta final da campanha, mas está dando errado, principalmente nas eleições estaduais, inclusive São Paulo, onde esses setores de centro podem ser empurrados em direção a Bolsonaro. Nesse aspecto, as candidaturas de Ciro e Simone podem ser a salvação da lavoura, mantendo Bolsonaro distante de Lula e abrindo a possibilidade, aí sim, no segundo turno, da articulação de uma frente ampla cuja tecelagem, obviamente, dependeria de uma mudança de atitude de Lula, do seu projeto de governo e da construção de novas alianças, bem mais amplas.

Correio Braziliense

Veja como Bolsonaro e os filhos pagaram imóveis com dinheiro vivo




"Moeda corrente do País contada e achada certa." Com pequenas mudanças, essa expressão, que significa pagamento em dinheiro vivo, se repete em escrituras de compra e venda de imóveis pelos políticos da família Bolsonaro, obtidas em cartórios pelo Estadão. A prática não é ilegal, mas é vista com desconfiança por órgãos de controle e investigação, como o Ministério Público. O motivo é que esses recursos aparentemente não passam pelo sistema bancário, o que torna difícil ou até impossível rastrear se sua origem é lícita. O presidente Jair Bolsonaro, candidato à reeleição pelo PL, demonstrou não ver problema no procedimento. A família em geral atribui as denúncias a "perseguição".

Entre os Bolsonaros envolvidos com política, o comportamento vem de décadas. Em 12 de maio de 2006, por exemplo, o então deputado Jair Bolsonaro e Ana Cristina Siqueira Valle, sua então mulher, compareceram ao cartório do 17º Ofício de Notas do Rio. Foram fechar a compra de uma casa na Rua Divisória , 30, casa XV, e respectivo terreno. Os vendedores foram um dos irmãos do hoje presidente, Renato Antonio Bolsonaro, e sua mulher, Maria Aparecida Leite Bolsonaro. O preço de R$ 40 mil foi todo quitado no ato, em cédulas de reais. Se corrigido pela inflação oficial (IPCA) medida até julho de 2022, o total chegaria hoje a R$ 99,4 mil.

Três anos antes, em 3 de junho de 2003, o filho "Zero Dois" do presidente, vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos), então com 20 anos de idade e no primeiro mandato na Câmara Municipal do Rio, foi ao mesmo cartório. Pagou, por um apartamento na Tijuca, na zona norte carioca, R$ 150 mil, em "moeda corrente do País, contada e achada certa", segundo a escritura. Corrigido pela inflação medida pelo IPCA, o valor, em julho de 2022, seria de R$ 441.501,34.

Já Eduardo Bolsonaro, atualmente deputado federal pelo PL de São Paulo, quitou quase um terço de uma transação imobiliária em dinheiro vivo, segundo escritura do 24º Ofício de Notas. Em 3 de fevereiro de 2011, Eduardo comprou um apartamento em Copacabana por R$ 160 mil. Pagou R$ 110 mil por cheque administrativo e R$ 50 mil "através de moeda corrente do País, tudo conferido, contado e achado certo". Onze anos depois, esse valor, corrigido pelo IPCA, quase dobrou: chegou a R$ 99.489,76 de acordo com os índices de inflação medidos até julho de 2022.

Eleito para seu primeiro mandato em 2014 e empossado em 2015, Eduardo Bolsonaro comprou, em 29 de dezembro de 2016, um apartamento em Botafogo por R$ 1 milhão. De acordo com a escritura do 17º Ofício de Notas, o parlamentar pagou, no ato da compra, R$ 100 mil. Em julho de 2022, seriam R$ 134.664,06, segundo correção pelo IPCA. Também financiou R$ 800 mil pela Caixa Econômica Federal e pagou um sinal de R$ 81,038,28 e uma parcela de R$ 18.961,72 - não há mais detalhes da maneira como foram pagos.

Presidente reage a questionamentos

Abordado por repórteres nesta terça-feira, 30, o presidente reagiu com irritação a perguntas sobre as compras de imóveis pelo clã, apontadas inicialmente em reportagem do UOL. "Qual é o problema de comprar com dinheiro vivo algum imóvel? Eu não sei o que está escrito na matéria... Qual é o problema?", questionou, impaciente, após evento promovido pela União Nacional do Comércio e dos Serviços (Unecs) em Brasília.

Estadão / Dinheiro Rural

Trump e governo dos EUA se enfrentam na justiça por documentos secretos apreendidos




O confronto cada vez mais duro entre Donald Trump e o governo dos Estados Unidos teve um novo capítulo nesta quinta-feira (1º) no tribunal, dias após as revelações em torno dos documentos ultrassecretos que a Polícia Federal apreendeu durante uma batida na residência do ex-presidente na Flórida.

Trump pede que uma parte externa seja nomeada para avaliar a revisão feita pelo governo dos documentos confidenciais e determinar se algum deles estava protegido por protocolos de confidencialidade ou se eram "informações altamente pessoais" que deveriam ser devolvidas ao ex-presidente.

Um tribunal federal da Flórida afirmou nesta quinta-feira que analisará a petição sem especificar quando, aumentando ainda mais a expectativa em torno do caso.

Na terça-feira, os promotores revelaram boa parte das provas contra o ex-presidente republicano, coletadas durante uma busca e apreensão no mês passado em sua residência em Mar-a-Lago, no sul da Flórida.

Eles disseram ter evidências dos esforços para ocultar documentos confidenciais, apesar de um grande júri ter exigido em maio que Trump apresentasse os registros levados da Casa Branca em janeiro de 2021.

Alguns dos arquivos são tão sensíveis, dizem os promotores, que agentes federais e funcionários do Departamento de Justiça tiveram que obter autorizações de segurança para visualizar o material.

A apresentação do governo também indicou que os agentes do FBI encontraram documentos confidenciais nas gavetas da mesa do escritório Trump, junto com seus passaportes.

"A localização dos passaportes é uma evidência relevante em uma investigação sobre retenção não autorizada e manuseio incorreto de informações de defesa", explicou o departamento.

O governo também fornece em sua apresentação no tribunal as informações mais detalhadas até agora sobre o esforço de 18 meses para recuperar centenas de arquivos confidenciais que foram levados indevidamente a Mar-a-Lago quando Trump deixou o cargo.

A acusação de obstruir a investigação do FBI aumenta a pressão sobre Trump, que nega ter cometido qualquer irregularidade.

- Devolução "atrasada" de um livro -

Um dos advogados de Trump comparou a polêmica no tribunal à devolução de um "livro atrasado à biblioteca", segundo a imprensa americana.

A equipe jurídica do magnata disse que uma revisão independente dos arquivos aumentaria a confiança na investigação e "baixaria a temperatura" no país, segundo a CNN.

Os promotores dizem, no entanto, que os investigadores terminaram de revisar os documentos e identificaram "vários materiais que potencialmente contêm informações privilegiadas entre advogado e cliente", segundo o jornal britânico The Guardian.

O último documento legal apresentado pela defesa de Trump na quarta-feira não aborda os aspectos mais sensíveis do possível caso de obstrução e não diz que ele desclassificou documentos enquanto estava no cargo, como alegou fora do tribunal.

A juíza federal do distrito dos EUA, nomeada por Trump, Aileen Cannon, poderia examinar a certificação que os advogados do ex-presidente enviaram ao Departamento de Justiça em 3 de junho, quando declararam falsamente que todos os arquivos marcados como confidenciais foram devolvidos.

Em mensagem publicada na quarta-feira em sua própria rede social, a Truth Social, Trump pareceu admitir que estava ciente da existência de documentos confidenciais mantidos em caixas em Mar-a-Lago no momento da operação realizada pelo FBI em 8 de agosto.

Sua equipe jurídica diz que a busca foi desnecessária e ocorreu em meio a um "toma lá, dá cá" normal entre Trump e os Arquivos Nacionais sobre o material que o ex-presidente teve permissão para levar quando deixou a Casa Branca.

Os advogados de Trump também criticaram o fato de o Departamento de Justiça ter divulgado "gratuitamente" informações que incluem uma fotografia de documentos sigilosos apreendidos em Mar-a-Lago.

AFP / Estado de Minas

Duas casas de oligarca russo próximo de Putin alvo de buscas em Nova Iorque




Agentes federais e a polícia de Nova Iorque realizaram buscas, esta quinta-feira, em duas residências naquele Estado ligadas ao oligarca russo Viktor Vekselberg (dir.), próximo do Presidente russo Vladimir Putin, noticiaram vários meios de comunicação norte-americanos.

Um apartamento em Manhattan, bem como uma mansão em Long Island, ligadas a Viktor Vekselberg, foram alvo de buscas por agentes do Departamento de Segurança Interna, da polícia federal (FBI) e da polícia de Nova Iorque.

Em março passado, a Guarda Civil espanhola, juntamente com o FBI e o Departamento de Segurança Interna, confiscou um iate de Vekselberg, avaliado em 90 milhões de dólares, como parte das sanções impostas pelos EUA contra aliados de Putin pela invasão russa da Ucrânia.

As autoridades dos EUA estão agora a investigar Vekselberg por fraude fiscal, lavagem de dinheiro e fraude de documentos, pela ocultação da propriedade real daquele iate de luxo para tentar evitar sanções, mas ainda não apresentaram acusações contra o oligarca.

Todos os ativos de Vekselberg nos Estados Unidos estão congelados e as empresas norte-americanas estão proibidas de fazer negócios com o oligarca e as suas empresas.

Em março, os EUA incluíram um grupo de oligarcas próximos de Putin nas sanções contra a Rússia pela invasão da Ucrânia com o objetivo de os isolar do líder do Kremlin.

De acordo com a estação NBC, que cita fontes ligadas ao processo, as buscas desta quinta-feira estão relacionadas com a investigação ao oligarca, que lidera o Renova Group, um conglomerado com sede em Moscovo que engloba metais, mineração, tecnologia e outros ativos.

A ofensiva militar lançada a 24 de fevereiro pela Rússia na Ucrânia causou já a fuga de mais de 13 milhões de pessoas -- mais de seis milhões de deslocados internos e mais de sete milhões para os países vizinhos -, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

A invasão russa -- justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia - foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções.

Até agora, a ONU apresentou como confirmados 5.663 civis mortos e 8.055 feridos, sublinhando que estes números estão muito aquém dos reais.

Jornal de Notícias (PT)

Ficou difícil para Bolsonaro explorar ponto fraco de Lula - Editorial




Denúncia de uso da Abin para blindar filho e transações com dinheiro vivo desgastam discurso contra corrupção

Passadas duas semanas do início da campanha eleitoral, já ficou clara a dificuldade do candidato do PT, Luiz Inácio Lula da Silva, para explicar o inexplicável: a roubalheira na Petrobras durante os anos em que o partido esteve no poder. Na entrevista ao Jornal Nacional na semana passada, para escapar das perguntas disparadas pelos jornalistas, Lula ensaiou piruetas retóricas de cinema. No debate da Band, confrontado pelo presidente em busca de reeleição, Jair Bolsonaro (PL), foi ainda menos convincente, ao repetir a estratégia de ler num papel uma lista de leis e instituições anticorrupção criadas pelo PT — como se isso justificasse os desvios bilionários.

Não é surpresa que Bolsonaro tenha escolhido esse tema para atacar o líder nas pesquisas. Mas essa estratégia esbarra numa limitação óbvia: os eleitores estão cientes dos inúmeros rolos envolvendo o clã Bolsonaro. Para complicar a situação, o noticiário desta semana foi pródigo em novas denúncias contra o presidente e sua família.

De acordo com reportagem do GLOBO, a Polícia Federal (PF) afirmou em relatório que a Agência Brasileira de Inteligência (Abin) interferiu numa investigação envolvendo Jair Renan Bolsonaro, o filho Zero Quatro do presidente.

Um agente da Abin admitiu em depoimento à PF, depois de flagrado numa operação, ter recebido a missão de levantar informações sobre o caso. Jair Renan e seu preparador físico passaram a ser investigados por intermediar, com a ajuda do Palácio do Planalto, uma reunião entre um empresário do Espírito Santo e o então ministro Rogério Marinho, do Desenvolvimento Regional. Em troca, são acusados de ter recebido do empresário um carro elétrico avaliado em R$ 90 mil. Depois da intervenção da Abin, o carro acabou sendo devolvido.

Outra reportagem, publicada pelo portal UOL, mostrou que, desde sua entrada na política no início de 1990, o patrimônio de Bolsonaro e de sua família multiplicou-se de modo incomum. Desde 1999, integrantes do clã — mulher, filhos e irmãos — participaram de 107 transações imobiliárias (eram donos de 12 imóveis valendo R$ 1,9 milhão em valores atualizados; hoje têm 56 valendo R$ 26 milhões). Em quase metade desses negócios foi usado dinheiro em espécie como forma de pagamento, prática cuja justificativa mais comum é a lavagem de dinheiro. “Qual é o problema?”, tentou se defender Bolsonaro.

Desde 2018, Flávio e Carlos Bolsonaro, além de Ana Cristina Siqueira Valle, segunda mulher do presidente e mãe de Jair Renan, são alvos de investigação por suspeita de apropriação de parte do salário de funcionários de gabinetes parlamentares, as famosas “rachadinhas”. Parte das provas foi anulada, mas a apuração segue adiante.

Na atual administração há indícios eloquentes de corrupção à espera de apuração. Pastores são acusados de pedir propina para auxiliar a liberação de recursos no MEC. Obras contratadas com verba do orçamento secreto acabaram, estranhamente, nas mãos de empresários sem experiência no ramo. Não é à toa que Bolsonaro tenha tanta dificuldade para explorar o ponto fraco de seu principal adversário na campanha eleitoral deste ano.

O Globo

O cálculo arriscado de Bolsonaro por trás do ato de 7 de setembro em Copacabana




Bolsonaro discursa para apoiadores em Brasília no 7 de setembro de 2021: presidente disse que atos são um 'ultimato' aos demais Poderes da República

Por Leandro Prazeres, em Brasília

"No próximo dia 7, vamos todos às 15h estarmos presentes em Copacabana quando vamos dar um grito muito forte dizendo a quem pertence essa nação e que o que queremos é transparência e liberdade". A frase em tom de convocação foi dita pelo presidente e candidato à reeleição Jair Bolsonaro (PL) há pouco mais de duas semanas a uma plateia repleta de apoiadores no Rio de Janeiro.

Tradicionalmente, os presidentes da República celebram o feriado da Independência do Brasil em uma parada militar realizada na Esplanada dos Ministérios, em Brasília. Neste ano, porém, Bolsonaro inovou. O presidente vem mobilizando sua militância para tomar as ruas do bairro de Copacabana, no Rio de Janeiro, em um ato que, segundo especialistas, poderá ser o ponto alto de sua campanha à reeleição até agora.

Por que Copacabana? Cientistas políticos e pessoas próximas ao comando da campanha do presidente apontam três fatores como os responsáveis pela celebração do 7 de setembro em uma das praias mais famosas do mundo: expectativa de apoio popular, imagens aéreas impactantes nacional e internacionalmente e suporte das Forças Armadas.

'Na semana que vem, praia de Copacabana vai receber ato convocado por Jair Bolsonaro'

Mas eles também apontam alguns riscos: que os atos acabem afastando de Bolsonaro os eleitores indecisos — caso as manifestações sejam percebidas como ataques às instituições (como aconteceu no ano passado) ou caso ocorram episódios de violência.

Parada militar e ato político

O ato em alusão ao feriado de 7 de setembro em Copacabana acontece em meio à disputa do primeiro turno das eleições presidenciais. Bolsonaro vem aparecendo em segundo lugar nas principais pesquisas de intenção de voto, atrás do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Apesar disso, a maior parte delas mostra que o presidente vem reduzindo a diferença que tinha em relação ao petista.

De acordo com a pesquisa do Instituto Datafolha mais recente, Lula tem 47% dos votos e Bolsonaro aparece com 32%, uma diferença de 15 pontos percentuais. Apesar disso, a pesquisa mostra que, em relação a maio, Bolsonaro vem reduzindo a distância para o petista. Naquele mês, a diferença era de 21 pontos.

E é nesse cenário de aparente subida em suas intenções de voto que o ato em Copacabana vai ocorrer.

"Vai ser o maior ato da campanha dele até agora. Considerando as convocações e a mobilização da sua militância, não acredito que será algo pequeno o que irá ocorrer em Copacabana", afirma a cientista política Viviane Gonçalves, professora do Departamento de Ciência Política da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).

'Lula e Bolsonaro lideram as principais pesquisas de intenção de voto'

Expectativa de apoio

Integrantes da equipe de campanha de Bolsonaro com quem a BBC News Brasil conversou nos últimos dias enfatizaram que a expectativa de apoio popular maciço em Copacabana foi um dos fatores que levaram à escolha da área para o ato. Eles citam a grande concentração de aposentados e militares reformados que vivem no bairro, um público majoritariamente bolsonarista.

Para a doutora em Ciência Política pela PUC de São Paulo Deysi Cioccari, a escolha de Copacabana como palco desse ato foi estratégica.

"Nesse bairro, Bolsonaro tem um apoio muito maior. É uma região do Rio que é concentradamente bolsonarista", explicou a especialista.

Segundo dados do Tribunal Regional Eleitoral do Rio de Janeiro (TRE-RJ), Bolsonaro teve 61,43% dos votos na zona eleitoral que compreende o bairro de Copacabana contra 38,57% do então candidato petista Fernando Haddad.

Viviane Gonçalves aponta que Copacabana também remonta a memória das manifestações em favor do impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT), em 2016, e as demonstrações de apoio a Bolsonaro esde 2018.

"O bairro evoca essa memória de pontos altos do antipetismo e do bolsonarismo", explicou a professora.

Impacto nacional e internacional

Outro elemento citado pelas especialistas e pela equipe de campanha de Bolsonaro é o potencial impacto que uma manifestação em Copacabana pode gerar na comparação com outros locais do Brasil como a Esplanada dos Ministérios, em Brasília, ou a Avenida Paulista, em São Paulo. A ideia, segundo eles, é que o ato sirva como uma demonstração de que Bolsonaro tem apoio popular e que essa imagem repercuta dentro e fora do país.

"Em Copacabana, até pela geografia, com ruas mais estreitas, é mais fácil você dar a impressão de que uma manifestação está lotada. Em Brasília, cheia de espaços amplos, é muito mais difícil", disse Viviane Gonçalves.

Segundo ela, com as ruas de Copacabana lotadas, a campanha deverá fazer imagens aéreas e divulgá-las no material de campanha do candidato.

Para Deysi Cioccari, as imagens de ruas lotadas em Copacabana serão usadas para fortalecer a narrativa da campanha de Bolsonaro.

"Não se trata tanto de quantos votos ele vai conseguir ganhar, mas de reforçar essa narrativa (de apoio popular), especialmente nas redes sociais, onde Bolsonaro se mostra mais eficiente do que seu adversário", afirmou a especialista.

Nos bastidores da campanha de Bolsonaro, o possível impacto internacional também esteve presente no cálculo que definiu Copacabana como o grande palco do 7 de setembro de Bolsonaro.

A tese é de que Copacabana é um dos pontos turísticos mais conhecidos do Brasil em todo o mundo. A imagem das ruas do bairro lotadas em apoio a Bolsonaro teria, segundo a campanha, mais impacto internacional do que se o ato fosse na Avenida Paulista ou em qualquer outro ponto do país. Essa demonstração de apoio poderia, segundo integrantes da campanha, diminuir as resistências que alguns países vêm demonstrando em relação a Bolsonaro nos últimos meses.

Tanto Viviane quanto Deysi ponderam, contudo, que o sucesso do ato vai depender de um fator importante: a forma como a manifestação se desenrolar.

No ato de 7 de setembro do ano passado, Bolsonaro fez críticas a ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) que foram interpretadas como ameaças ao Judiciário. Neste ano, integrantes da campanha do presidente avaliam que esse tipo de discurso afasta eleitores indecisos, essenciais para que Bolsonaro seja reeleito.

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"Se houver vandalismo ou outro tipo de violência, isso pode acabar afastando o eleitor indeciso que o Bolsonaro tanto está procurando", afirmou Viviane Gonçalves.

"Caso seja um ato ordeiro, pacífico e efetivamente lotado, isso pode ter um impacto positivo importante para ele (Bolsonaro), especialmente em uma campanha tão curta como a que temos hoje em dia", afirmou Deysi Cioccari.

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Apoio militar garantido

O terceiro ponto elencado como determinante para a escolha de foi a disponibilidade das Forças Armadas em organizar eventos na cidade durante o 7 de setembro.

Em nota enviada à BBC News Brasil, o Ministério da Defesa disse que, no Rio de Janeiro, haverá uma parada naval com desfile de navios militares na orla da cidade, um show da Esquadrilha da Fumaça, salto de paraquedistas, apresentação de bandas militares e execução de salva de tiros.

Um dos roteiros previstos da parada naval é que ela comece na Baía de Guanabara e se passe pela Praia de Copacabana. Tradicionalmente, essa parada era realizada no período da manhã, mas a expectativa é de que ela ocorra à tarde, coincidindo com o evento convocado por Bolsonaro.

Em princípio, o desfile de veículos blindados que estava previsto para ser realizado no Centro do Rio não deverá acontecer e também não deverá ser transferido para Copacabana.

A BBC News Brasil perguntou sobre os custos da mobilização militar no Rio de Janeiro em razão do 7 de setembro, mas a pasta não respondeu.

Além dos eventos no Rio, o ministério disse que serão realizados atos nas demais capitais do país e nas cidades de Aparecida de Goiânia (GO) e Paracatu (MG).

Para Viviane Gonçalves, a presença dos militares nos festejos em Copacabana reforça a vinculação da imagem de Bolsonaro com as Forças Armadas.

"A participação dos militares era esperada porque isso faz parte da imagem que ele propaga. Tanto é assim que uma das músicas de sua campanha cita o fato de ele ter sido capitão do Exército. A ida dos militares reforça esse vínculo forte entre a imagem dele e dos militares. Será uma demonstração de força", explica a especialista. 

BBC Brasil

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