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segunda-feira, novembro 01, 2021

Depois de 111 anos, Marinha açoita de novo a memória de João Cândido, líder dos marujos

Publicado em 1 de novembro de 2021 por Tribuna da Internet

Grafite de Pedro Rajão e Cazé na rua em que viveu João Cândido, em São João de Meriti

João Cândido, retratado num grafite de Pedro Rajão e Cazé

Bernardo Mello Franco
O Globo

A Comissão de Educação e Cultura do Senado aprovou a inscrição de João Cândido Felisberto no Livro de Heróis e Heroínas da Pátria. O marujo morreu há 52 anos, foi anistiado duas vezes e é reconhecido como um ícone da luta contra o racismo. Ainda assim, a Marinha tenta barrar a homenagem.

Filho de escrava, João Cândido liderou a Revolta da Chibata, movimento de marinheiros que parou o Rio em 1910. Os rebeldes tomaram quatro navios na Baía de Guanabara e apontaram os canhões para a cidade. Ameaçavam abrir fogo se as punições físicas não fossem abolidas.

250 CHIBATADAS – Às vésperas do motim, o marujo Marcelino Rodrigues Menezes havia sido castigado diante da tripulação do encouraçado Minas Gerais. Foi amarrado ao mastro e levou 250 chibatadas.

A rebelião mobilizou 2.379 praças aos gritos de “Viva a liberdade” e “Abaixo a chibata”. Em mensagem ao presidente Hermes da Fonseca, eles protestaram contra a rotina de maus-tratos:

“Pedimos a V. Exª. abolir a chibata e os demais bárbaros castigos pelo direito da nossa liberdade, a fim de que a Marinha brasileira seja uma Armada de cidadãos, e não uma fazenda de escravos que só têm dos seus senhores o direito de serem chicoteados.”

PÂNICO NA CAPITAL – A Lei Áurea, assinada em 1888, ainda não havia chegado aos navios de guerra. Os marinheiros, quase todos negros, continuavam a ser açoitados pelos superiores, quase todos brancos.

O motim instalou o pânico na então capital da República. Os rebelados mataram seis oficiais que tentaram reprimi-los. Um tiro de advertência matou mais duas crianças no Morro do Castelo.

A imprensa defendeu os marujos e apelidou João Cândido de Almirante Negro. No Senado, Ruy Barbosa cobrou o fim dos castigos e exaltou “o homem do povo, preto ou mestiço, que veste a nobre camisa azul da nossa Marinha”.

MAIS MENTIRAS – O governo ofereceu uma anistia para encerrar o movimento, mas descumpriu o trato e expulsou a maioria dos rebeldes. João Cândido foi preso e confinado numa solitária. Absolvido, passou a sobreviver como estivador e vendedor de peixes na Praça XV. Na velhice, morava numa rua sem luz e sem asfalto na Baixada Fluminense.

“Ele comeu o pão que o diabo amassou”, conta o historiador Álvaro Pereira do Nascimento, da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro.

Morto em 1969, João Cândido (foto ao lado)  viraria herói popular. Inspirou músicas, peças de teatro e desfiles de carnaval. O Congresso aprovou uma nova anistia há 13 anos, mas os chefes militares insistem em açoitar sua memória.

NOVA INVESTIDA – Nos últimos dias, a Marinha tentou convencer os senadores a desistirem da homenagem. Em nota, definiu a Revolta da Chibata como “um péssimo exemplo e um episódio a ser lamentado”.

“A Marinha não reconhece o heroísmo das ações daquele movimento e o considera uma rebelião”, sentenciou. O texto admite que os castigos físicos não eram “corretos”, mas condena a “ruptura do preceito hierárquico”.

A proposta foi aprovada na sexta-feira e seguirá para a Câmara, onde a pressão deve recomeçar. “Os militares querem apagar a História. João Cândido morreu há 52 anos e continua a ser perseguido”, critica o professor Nascimento. Somando o tempo de banimento em vida, já são 111 anos de perseguição.


Jatos d’água e cassetetes para dissolver protesto contra Jair Bolsonaro em Pádua, Norte da Itália

Publicado em 1 de novembro de 2021 por Tribuna da Internet

 (crédito: Reprodução/Redes Sociais)

A Polícia dissolveu a manifestação, próximo à Basílica

Deu no Correio Braziliense

A polícia italiana usou jatos d’água para dispersar manifestantes que protestavam contra o presidente Jair Bolsonaro em Pádua, no norte da Itália, nesta segunda-feira (1º/11). Em vídeos divulgados nas redes sociais, os policiais aparecem também utilizando cassetetes e bombas de gás lacrimogêneo contra os participantes.

A ação policial ocorreu antes da chegada do presidente brasileiro à Pádua. A previsão era que ele viajasse à cidade depois de visitar a província de Anguillara Vêneta, onde seu bisavô paterno nasceu e que também fica no norte do país.

PERTO DA BASÍLICA – O chefe do governo brasileiro viajou à Itália para participar da cúpula do G20, em Roma, no fim de semana.  O local da manifestação fica a 300 metros da Basílica de Santo Antônio de Pádua, que fazia parte do roteiro da visita de Bolsonaro.

Na noite de domingo (31/10), no centro de Roma, jornalistas brasileiros foram hostilizados pelo presidente e agredidos por homens que faziam a sua segurança. Três jornalistas, da Folha, de O Globo e do UOL deram queixas na delegacia..

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FRACASSO TOTAL NA VIAGEM
Maria Luiza Franco Busse  /  
Site Brasil 247

A prefeita da cidade originária da famiglia Bonzonaro, do partido Liga, da extrema-direita, justificou que a ‘onorificenza’ não será para ele mas para o ‘povo emigrante do Veneto’.

Pelo sim, pelo não, os frades da Basílica de Santo Antônio cerraram as portas do santuário à visitação e declararam como ser possível “um homem que a cada ano e continuamente desonra seu país receber um título honorífico na Itália“.

Por sua vez, o prefeito de Pádua, de centro-esquerda, mandou avisar para não contarem com ele na recepcionar ao homenageado porque já está com a segunda-feira cheia de compromissos e sem espaço para mais nada.

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ABI CULPA BOLSONARO

“A ABI mais uma vez faz o registro: com o seu comportamento avesso à democracia e com ataques constantes à imprensa e ao trabalho dos jornalistas, o senhor estimula essas agressões. Assim, torna-se também responsável por elas.

E, como numa bola de neve, elas só aumentam seu isolamento e o repúdio que o senhor recebe da comunidade internacional. Pior, o isolamento não é só seu. Atinge e envergonha o país que o senhor representa.

O senhor está tornando o Brasil um pária na comunidade internacional, presidente. Tenha compostura” – diz a nota da Associação Brasileira de Imprensa, assinada pelo presidente, Paulo Jerônimo.


Fantástico denuncia agressão da segurança de Bolsonaro a jornalistas em Roma

 

Bolsonaro hostilizado na Itália | Resgate de bombeiros | Mais inflação no Brasil

 

Notícias ao Minuto
 EDIÇÃO DA TARDE DE SEGUNDA, 01 DE NOVEMBRO DE 2021
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Carta aberta da ABI a Jair Bolsonaro

 


Carta aberta da ABI a Jair Bolsonaro


01/11/2021


Mais uma vez o senhor envergonha o Brasil, presidente.
Repudiado por governantes do mundo inteiro, em cada evento de chefes de Estado o senhor mostra que o País foi relegado a uma situação de um pária na comunidade internacional.
Na reunião do G-20 neste fim de semana, mais uma vez, o senhor foi obrigado a ficar pelos cantos, como aqueles convidados indesejados a quem ninguém dá atenção.
Como reação, age como um troglodita, hostilizando e estimulando agressões a jornalistas que lhe fazem perguntas corriqueiras.
É de dar vergonha.
Na cerimônia de abertura do evento do G-20, no sábado, o primeiro-ministro italiano, Mario Draghi, cumprimentou os chefes de Estado e de governo com um aperto de mão, mas o evitou claramente, fato devidamente registrado pela imprensa italiana. Não quis ser fotografado ao seu lado.
Mas as coisas não ficaram por aí.
Percebendo que era quase um penetra na festa, o senhor preferiu não aparecer para a foto oficial com os estadistas do mundo inteiro. Sentiu a rejeição generalizada.
Tampouco sentiu-se à vontade para participar do passeio organizado pelo governo italiano para os líderes do G20, que tiraram fotos jogando moedas na Fontana di Trevi, tradicional ponto turístico de Roma.
Mas o vexame e a vergonha foram maiores. Não pararam por aí.
Seus seguranças agrediram jornalistas brasileiros e roubaram seus equipamentos em represália a perguntas simples sobre as razões pelas quais o senhor não cumpriria a agenda comum aos demais chefes de Estado.
Repórteres da TV Globo e do jornal “Folha de S. Paulo” e um colunista do Uol foram à delegacia de polícia formalizar queixa das agressões praticadas por seus seguranças. Foi, talvez, um acontecimento inédito.
Mesmo assim, o senhor e os demais membros de sua comitiva, aí incluídos representantes do Itamaraty, foram incapazes de uma palavra de desculpa aos profissionais que estavam apenas trabalhando. Ao contrário, continuaram hostilizando os jornalistas brasileiros.
A ABI mais uma vez faz o registro: com o seu comportamento avesso à democracia e com ataques constantes à imprensa e ao trabalho dos jornalistas, o senhor estimula essas agressões. Assim, torna-se também responsável por elas.
E, como numa bola de neve, elas só aumentam seu isolamento e o repúdio que o senhor recebe da comunidade internacional.
Pior, o isolamento não é só seu. Atinge e envergonha o país que o senhor representa.
O senhor está tornando o Brasil um pária na comunidade internacional, presidente.
Tenha compostura.

Paulo Jeronimo

Presidente da Associação Brasileira de Imprensa

http://www.abi.org.br/

‘Tinha que dar cheque antes para depois receber’, diz médico que fez denúncia contra governador Carlesse




Mauro Carlesse (PSL) é acusado de usar as estruturas do governo e da polícia para cobrar propinas de empresários do setor da saúde. Um dos supostos pagamentos de propina foi registrado em vídeo.

O Fantástico conversou com a testemunha-chave da investigação que levou ao afastamento do governador do Tocantins Mauro Carlesse, do PSL.

O médico Luciano Teixeira deu detalhes de como a estrutura do governo e da polícia teria sido usada para cobrar propinas de empresários do setor de saúde.

No dia 20 de outubro, o Superior Tribunal de Justiça determinou o afastamento do governador do Tocantins Mauro Carlesse (PSL) para ser investigado por uma extensa lista de crimes. Ele é acusado de comandar uma suposta organização criminosa que extorquia dinheiro de empresários do setor de saúde.

A família do médico Luciano de Castro Teixeira é dona de um dos maiores hospitais de Palmas. Depois de prestar queixa à polícia, ele passou a fazer denúncias graves em redes sociais.

    “Nós temos duas UTIs fechadas desde o ano passado por falta de recebimento do Plansaúde. E, enquanto isso, os pacientes do Plansaúde estão morrendo”, disse em vídeo de agosto de 2020. 

O Plansaúde é o plano de assistência médica dos servidores públicos do Tocantins. Segundo Teixeira, Carlesse sistematicamente atrasava pagamentos do plano.

    “Todo esse atraso de pagamento tinha uma intenção: criar uma dificuldade para vender uma facilidade. Extorquir os hospitais e clínicas", afirma o médico. 

Repórter: Se não pagava propina, não recebia do governo?

Médico: "Tinha que dar um cheque para eles antes, para depois receber”.

Segundo a Polícia Federal, funcionava assim: empresas usadas no esquema emitiam notas de produtos hospitalares nos valores da propina. Produtos que não existiam. Os hospitais e clínicas extorquidos pagavam esses valores - e então a nota era cancelada.

Ainda segundo a investigação, os valores da propina eram negociados pelo Secretário Especial de Parcerias e Investimentos, Claudinei Aparecido Quaresemin. Claudinei, que é sobrinho do governador, também foi afastado do cargo.

De acordo com Luciano, dois parentes, que administram o hospital da família, estiveram com Claudinei em junho de 2019 para cobrar as dívidas do Plansaúde. Um dos supostos pagamentos de propina foi registrado em vídeo, dois meses depois dessa reunião.

A Polícia Federal e o Ministério Público Federal afirmam que, para manter os esquemas de propina, a suposta organização criminosa liderada pelo governador, montada dentro do Palácio Araguaia, fez uma intervenção direta na cúpula da Secretaria de Segurança Pública. Segundo a decisão do Superior Tribunal de Justiça, o governo nomeou aliados para controlar todas as investigações de corrupção que vinham sendo feitas pela Polícia Civil.

Em nota, a defesa de Carlesse e de seu sobrinho Quaresemin esclarece que os dois sempre exerceram suas funções com correção e probidade e que não foram ouvidos pela Justiça nem tiveram pleno acesso às investigações. Já a defesa do Secretário de Segurança Cristiano Barbosa, que também foi afastado, disse que utilizaram mensagens fora de contexto para lançar inverdades contra um policial sério e honrado.

G1

Bolsonaro esnoba fala de príncipe Charles e sai da embaixada pela porta dos fundos

 




Premier italiano sequer estendeu sua mão a Jair Bolsonaro

Por Ana Estela de Sousa Pinto

O presidente do Brasil, Jair Bolsonaro (sem partido), encerra neste domingo (31) sua participação no G20 —grupo das 19 maiores economias do mundo mais a União Europeia— sem nenhuma reunião bilateral com líderes globais em sua agenda nem integração social com eles.

Isolado durante o evento, ele preferiu usar o tempo em Roma para sair pelas portas do fundo da embaixada brasileira e caminhar pelas ruas da capital italiana, como já havia feito nos dias anteriores, seguido por cerca de duas dúzias de apoiadores que se articulam por canais de WhatsApp.

FALA DO PRÍNCIPE – Bolsonaro deixou a representação diplomática, onde está hospedado, às 10h40, enquanto o príncipe Charles já era ouvido por primeiros-ministros e presidentes na Nuvola, centro de convenções a 15 km dali. A cadeira do Brasil era ocupada pelo ministro das Relações Exteriores, Carlos França.

Na manhã deste domingo, Bolsonaro não participou de uma visita organizada pelo premiê italiano, Mario Draghi, à Fontana di Trevi, aonde tinha ido a pé na sexta (29). Draghi reuniu na cinematográfica fonte do século 18 líderes como a primeira-ministra alemã, Angela Merkel, o presidente francês, Emmanuel Macron, e os premiês indiano, Narendra Modi, espanhol, Pedro Sánchez, e britânico, Boris Johnson.

Os líderes posaram para foto em frente ao monumento e cumpriram o rito da moedinha: segundo a lenda, para voltar a Roma deve-se jogar uma moeda de costas para a fonte e depois voltar-se rapidamente para vê-la enquanto submerge. Na sexta, quando visitou o local, Bolsonaro não fez o tradicional gesto.

MOLHAR AS MÃOS – Alguns líderes não resistiram à tentação de molhar a mão nas águas da fonte antes de se dirigir ao centro de convenções onde tentariam neste domingo aparar diferenças sobre como combater a crise climática.

Na noite de sábado, os carros da comitiva presidencial voltaram à embaixada brasileira por volta das 23h30, enquanto líderes ainda aproveitavam os digestivos —servidos após um creme de tangerina— e a conversa no jantar oferecido pelo presidente da Itália, Sergio Mattarella, no palácio Quirinale.

Na mesa da recepção, o presidente dos EUA, Joe Biden, sentou-se ao lado de Mattarella e aproveitou para trocar ideias com a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, também sua vizinha.

CAFÉ E COCA-COLA – A primeira-dama americana, Jill Biden, entreteve-se com Macron, enquanto era servido salmão marinado, risoto com abóbora e trufas brancas, linguado com alcachofra assada e purê de cenoura.

A primeira-dama brasileira, Michele, não estava presente. Bolsonaro veio a Roma com seu filho Carlos, com quem dividiu os sanduíches servidos na loja de embutidos em que entrou na sexta. No local, aliás, o fato de o presidente ter recusado um café e preferido uma Coca-Cola provocou comentários irônicos.

O apresentador do telejornal da emissora Rai disse que Bolsonaro vai “entrar para a história como o único presidente brasileiro que veio a Roma e recusou um café, produto que representa um elo entre os países”.

ISOLAMENTO – Também no G20 Bolsonaro foi visto isolado. Chamou a atenção dos repórteres que cobriram o primeiro encontro com o premiê italiano, anfitrião do evento, que o brasileiro tenha sido o único a quem Draghi não estendeu a mão.

Quando entrou na antessala do evento, Bolsonaro não foi abordado por nenhum dos líderes que já estavam no local, como Merkel, o australiano Scott Morrison ou o canadense Justin Trudeau, ou Boris, Macron e Von der Leyen.

O brasileiro foi para a mesa de café e tentou puxar conversa com os garçons, falando de suas origens italianas. “Todo mundo italiano aí?”, perguntou, de acordo com o repórter que representou os jornalistas brasileiros neste evento. O interlocutor respondeu apenas com um aceno de cabeça, enquanto Bolsonaro tentava falar de suas origens italianas. Sem obter resposta, começou então a fazer uma piada com a final entre Brasil e Itália, na Copa de 1970, mas ninguém riu.

COM O DITADOR – O presidente ficou alguns minutos sozinho olhando para os outros líderes conversando em grupos, apontando o dedo para os que sabia quem eram e falando com seus próprios seguranças, até que seus assessores lhe conseguissem um diálogo com o autocrata turco Recep Tayyip Erdogan.

Em cerca de dois minutos, Bolsonaro deu ao colega informações falsas sobre a pandemia, a economia brasileira e sua popularidade e criticou a Petrobras e a imprensa. Não fez nenhuma pergunta a Erdogan sobre a Turquia.

Depois de ignorar o ministro das Finanças da Alemanha, Olaf Scholz, provável futuro premiê alemão, ele cumprimentou Boris, trocou algumas frases com Modi e foi provocado pelo presidente argentino, Alberto Fernández, sobre futebol. Mais uma vez isolado, resignou-se a sentar ao lado do ministro da Economia brasileiro, Paulo Guedes, em um sofá distante dos outros líderes.

SEMPRE SÓ – Quando os organizadores avisaram que a cúpula começaria, Macron entrou abraçado a políticos africanos e Merkel entrou rodeada por vários congêneres. O presidente brasileiro foi o último a deixar a antessala e se dirigiu à cúpula apenas com seus ministros.

Durante sua estadia em Roma, Bolsonaro viu o Vaticano do lado de fora, em caminhada com ministros em que terminou chamado de “genocida” por manifestantes contrários. Ele foi defendido pelo pequeno grupo de apoiadores, que, segundo Sandra e Sonia, duas imigrantes brasileiras que o integram, se conhece de atividades voluntárias em igrejas evangélicas de Roma.

Nesse período, Biden e Modi foram recebidos em audiência pelo papa. Mas o presidente brasileiro também não foi recepcionado por nenhuma das autoridades católicas.

Nota do blog Tribuna da Internet – Como previu o então chanceler Ernesto Araújo, o Brasil já virou um pária diplomático. O barbudinho do Itamaraty acertou em cheio. (C.N.)

Folha de São Paulo / Tribuna da Internet

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