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terça-feira, junho 01, 2021

Policial mirou rosto de popular atingido no olho durante manifestação antibolsonaro no Recife. Confiram o vídeo.

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MPPE notifica Corregedoria da SDS para que informe pormenorizadamente as providências tomadas com relação à violência policial em protesto no Recife

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Consultor ouvido pelo Blog explica fiasco da operação da PM durante protesto no Recife contra Bolsonaro e que deixou duas pessoas cegas

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Investigação contra deputado bolsonarista Daniel Silveira é prorrogada por mais 60 dias

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Para Nicolelis, Copa América é “bala de prata” para haver impeachment de Bolsonaro

Publicado em 31 de maio de 2021 por Tribuna da Internet

Duke Universit / Divulgação

A decisão surpreendeu Nicolelis, um dos maiores cientistas do país

Thiago Braga
Site UOL

A Conmebol anunciou nesta segunda-feira (31), que a Copa América 2021 será disputada no Brasil. A entidade agradeceu publicamente o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) por receber a competição depois que Colômbia e Argentina desistiram de sediar o torneio.

Para o médico e neurocientista Miguel Nicolelis, professor catedrático da Universidade de Duke, nos Estados Unidos, a decisão de Bolsonaro é a “bala de prata” para a CPI indiciar o governo federal por omissão e crime de responsabilidade pela atuação durante a pandemia de covid-19 no Brasil. “Não falta mais nenhuma prova. O governo demorou meses para responder [as propostas feitas] sobre vacina, e demorou horas para aceitar a Copa América”, disparou Nicolelis ao UOL Esporte.

DIZ A CPI – Em depoimento à CPI da Covid, no Senado, o gerente-geral da Pfizer para a América Latina, Carlos Murillo, afirmou que apresentou sete propostas para o governo federal comprar vacinas da empresa, mas que o governo brasileiro não respondeu no ano passado a ofertas de contratos apresentados pela empresa que previam 1,5 milhão de doses da vacina ainda em 2020. O Brasil acabou fechando contrato com a Pfizer só em 19 de março deste ano.

Também à CPI, o diretor do Instituto Butantan, Dimas Covas, afirmou que fez três propostas em 2020 para o fornecimento da CoronaVac ao Ministério da Saúde: em julho, agosto e outubro e que não obteve respostas. O acordo, se assinado, possibilitaria a entrega de 60 milhões de doses ao Ministério da Saúde.

STF TEM DE AGIR – “É o teatro da manipulação e da enganação. O futebol é irrelevante neste momento. É um risco a mais. Não só os jogos, tem os deslocamentos, os hotéis, as festas clandestinas. Tem de ter policiamento para impedir os torcedores de fazer uma aglomeração. Os jogadores de futebol também têm de se posicionar. Isso deveria ir para o Supremo (Tribunal Federal). Deveriam interditar a CBF. Qualquer instituição privada que atente contra a segurança sanitária de um país deve sofrer intervenção”, argumenta o professor Nicolelis.

O comunicado de que a competição começará no próximo dia 13, aconteceu horas depois de a Conmebol anunciar que a Copa América estava suspensa após o governo da Argentina abrir mão de sediar a disputa por conta do avanço das infecções de covid-19 no país.

A Copa América, inicialmente, seria dividida entre Colômbia e Argentina; no último dia 20 de maio, a Colômbia pediu adiamento da competição – o país passa por um período de instabilidade, com enormes protestos populares – mas a Conmebol decidiu excluir o país.

TERCEIRA ONDA – “A pandemia está fora de controle e na rampa da terceira onda no país, o sistema de saúde está colapsado, temos a variante indiana em vários pontos do Brasil, taxas de ocupação aumentando. Não faz o menor sentido”, disse o professor Nicolelis, acrescentando:

“Na realidade, é pedir para ter um evento que possa gerar casos e que os jogadores possam levar variantes de volta para a Europa. Será que ninguém pensou nisso?”.

Moderados ainda não estão na rua, mas irão reforçar a terceira via, diz Marcelo Ramos


Protestos ainda estão polarizados, diz o vice-presidente da Câmara

Deu na Coluna do Estadão

O vice-presidente da Câmara dos Deputados, Marcelo Ramos (PL-AM), avalia que as recentes manifestações populares contra Jair Bolsonaro, apesar de “significativas”, poderiam ter sido ainda maiores se uma parcela dos chamados “moderados” também estivesse mobilizada e disposta a sair às ruas.

“Simbolicamente, foi pouco plural”, disse. “Não estou tirando a legitimidade dos protestos, pelo contrário. Nas ruas, estavam os antibolsonaristas de esquerda, mas tem um Brasil no meio disso, acho até que majoritário”, afirmou Ramos à Coluna.

ATOS ESTREITOS –  “As esquerdas no Brasil insistem em atos estreitos, que não mobilizam uma parcela dos moderados, insatisfeita com Bolsonaro”, afirma Ramos, que, apesar de ocupar a vice-presidência da Câmara por um partido da base do governo, mantém olhar sempre muito crítico sobre Bolsonaro.

Mesmo Marcelo Ramos não tendo participado dos atos, a frase dele que se tornou um bordão foi vista em quase todas as manifestações: “vacina no braço e comida no prato”.

“Não há país que assista passivo às quase 500 mil mortes, quase 15 milhões de desempregados, 19 milhões com fome e 800 mil micro e pequenas empresas fechadas”, disse. Para ele, só “turbinando” o Bolsa Família, Bolsonaro consegue se recompor a tempo.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – 
Marcelo Ramos é uma das revelações políticas. Formado em Advocacia, tornou-se professor de duas universidades amazonenses. Começou sua carreira no PCdoB, elegendo-se vereador. Depois, passou para o PSB e conquistou uma vaga de deputado estadual. Em 2018, elegeu-se deputado federal pelo PL amazonense. Suas declarações têm sido sempre positivas, sem radicalismos. Com isso, vem ganhando cada vez mais destaque na mídia. No caso da terceira via, ele parece ter razão. Os índices de rejeição de Lula e de Bolsonaro são tão elevados que a eleição realmente pode favorecer um candidato alternativo. (C.N.)

Cerco se fecha contra Ricardo Salles e sua situação está cada vez mais insustentável

Publicado em 1 de junho de 2021 por Tribuna da Internet

Charge do Claudio Mor (Arquivo Google)

Augusto Fernandes
Correio Braziliense

Revogação de medidas que proibiam a exportação ilegal de madeira; exoneração de servidores do Ministério do Meio Ambiente e do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) que queriam evitar a flexibilização das regras de envio de produtos florestais para o exterior; nomeação de pessoas de confiança para estabelecer atos oficiais que facilitaram o contrabando e as movimentações financeiras suspeitas de pelo menos R$ 1,7 milhão desde que entrou no governo federal.

Esses são alguns dos indícios apontados pela Polícia Federal para a abertura de investigação contra o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, acusado pela corporação de integrar um esquema criminoso de tráfico de madeira.

ANDA SUMIDO -Desde a revelação das informações, há quase duas semanas, o ministro pouco foi visto. Na entrevista à imprensa no dia da operação da PF — que recolheu celulares, tablets e outros aparelhos eletrônicos dele para a busca por mais evidências da sua participação no esquema —, Salles classificou a ação policial como “exagerada e desnecessária” e garantiu não haver “substância em nenhuma das acusações”.

A partir daí, sumiu das redes sociais e deixou de informar os compromissos diários da agenda oficial. Chegou até a não comparecer à reunião do Conselho da Amazônia Legal, que busca auxiliar as ações do Ministério do Meio Ambiente para a preservação do bioma.

Além disso, teve pouco ou quase nenhum apoio público do presidente Jair Bolsonaro, seu maior defensor dentro do governo. A única manifestação do chefe do Executivo foi de que Salles é um “excepcional ministro” e de que ele luta contra os “xiitas ambientais” do Ministério Público.

AFASTAR O MINISTRO – Contudo, internamente, Bolsonaro tem sido aconselhado a afastar o ministro do cargo para preservar a sua gestão. A avaliação de pessoas próximas ao presidente é de que o ministro balança no cargo a cada dia que passa, visto que a Polícia Federal já revelou ter “fortes indícios de uma série bastante complexa de condutas empreendidas” por Salles para favorecer o contrabando de madeira.

A apuração conduzida pelo delegado Franco Perazzoni, chefe da Delegacia de Repressão à Corrupção e Crimes Financeiros, afirma que Salles agiu em favor de empresas madeireiras com sede no Pará, na região amazônica.

Elas pediram a suspensão de uma instrução normativa do Ibama, que entrou em vigor em 2011, para permitir a exportação de produtos e subprodutos madeireiros de origem nativa de florestas naturais ou plantadas apenas mediante autorização do instituto.

NA ILEGALIDADE – Para cancelar os efeitos desse ato, o ministro do Meio Ambiente e o presidente afastado do Ibama, Eduardo Bim — também investigado —, desconsideraram recomendações técnicas de servidores de carreira e, “em total descompasso com a legalidade”, anularam a instrução normativa, legalizando retroativamente milhares de cargas que haviam sido remetidas ao exterior sem a respectiva autorização.

Segundo a PF, é “evidente que o interesse privado de alguns poucos empresários foi colocado à frente do interesse público”.

“A situação que se apresenta é de grave esquema criminoso de caráter transnacional. Essa empreitada criminosa não apenas realiza o patrocínio do interesse privado de madeireiros e exportadores em prejuízo do interesse público, mas também tem criado sérios obstáculos à ação fiscalizatória do Poder Público no trato das questões ambientais com inegáveis prejuízos a toda a sociedade”, afirma a Polícia Federal.

INÉRCIA DO GOVERNO – A corporação também alerta, no inquérito, sobre um crescimento constante da devastação da Amazônia e diz que, se a situação do bioma “nunca foi confortável, o momento atual é gravíssimo”.

Diante dos relatos de testemunhas, a corporação diz que se tornaram uma constante “as denúncias de sucateamento dos órgãos ligados ao Ministério do Meio Ambiente; o afastamento de fiscais de carreira, com anos de experiência, de suas funções; e a adoção de novos procedimentos e interpretações, contrariando pareceres técnicos”.

As testemunhas ouvidas pela Polícia Federal também afirmam que isso não acontecia em governos anteriores e que a questão ambiental nunca era colocada em segundo plano.

MILITARIZAÇÃO – Segundo os depoimentos, houve uma militarização na pasta do Meio Ambiente e no Ibama, com Salles tendo indicado ex-integrantes da Polícia Militar de São Paulo para postos de importância nos dois órgãos. Alguns deles, inclusive, teriam emitido documentos que não têm previsão de expedição pelo Ibama para defender as empresas que enviaram ilegalmente remessas de madeira para os Estados Unidos e países da Europa.

Na avaliação da PF, há uma “evidente inércia governamental” que precisa ser cessada. “A tarefa exige dos poderes constituídos forte papel no fomento de modelos sustentáveis de exploração da floresta, sem, contudo, perder de vista o papel de suma importância que a fiscalização ambiental possui nesse contexto”, frisa a autoridade policial. “É urgente e necessário que as autoridades e os poderes constituídos estejam atentos a todas essas questões, sobretudo diante do atual momento em que vivemos.”

A reportagem tentou contato com Ricardo Salles e com a defesa do ministro, mas não obteve retorno.


Protestos de sábado fazem com que bolsonaristas dirijam ataques a Lula

Publicado em 1 de junho de 2021 por Tribuna da Internet

Charge do Sidney Falcão (humorpolitico.com.br)

Pedro do Coutto

A onda de protestos contra o governo Jair Bolsonaro verificada no último sábado fez com que os seus apoiadores  passassem a atacar diretamente Lula da Silva, buscando assim a polarização tendo em vista o desfecho nas urnas de 2022.

Assumiram a posição destacada como o melhor caminho para que o bolsonarismo possa enfrentar o lulismo, o que, em síntese, significa reduzir a possibilidade de surgir um terceiro candidato capaz de abalar o choque que hoje parece estabelecido para a próxima disputa presidencial.

BANDEIRA PRÓPRIA – A meu ver, os bolsonaristas não possuindo projetos a destacar que possam ir ao encontro das reivindicações sociais que se projetam no cenário nacional, partem para uma tentativa de afastar o debate do plano das ideias, da economia e do lado social, restringindo assim as alternativas pela falta de uma bandeira própria  capaz de motivar os eleitores e eleitoras do país.

A direita, aliás, está tentando obter efeitos eleitorais sobre a polarização porque não possui uma mensagem capaz de seduzir o eleitorado. O bolsonarismo não toca em nenhum ponto favorável à população e preferem buscar o debate entre duas figuras políticas que se encontram consolidadas no momento.

No momento só não, digo eu, no futuro marcado para outubro do próximo ano. No mundo inteiro a direita procura destacar defeitos das correntes adversárias, incorporando o velho anticomunismo em seus posicionamentos. Mas como o comunismo não assusta mais ninguém, o debate restringe-se à tentativa de influenciar aqueles que irão votar mais pelos defeitos dos  adversários do que pelas qualidades que deixam de apontar, no caso brasileiro, do governo do país.

REDES SOCIAIS – Sem dúvida, os protestos de sábado surpreenderam pela reunião de manifestantes em várias capitais do país. Tais manifestações devem ter sido impulsionadas pelas redes sociais, uma vez que não houve nenhuma convocação oposicionista para que as pessoas levassem os seus protestos às ruas, partindo de um apelo pela vacina e terminando com a ameaça de um corte no regime democratico.

Matheus Teixeira, na Folha de São Paulo, focaliza um movimento de aproximação entre  o Supremo Tribunal Federal e o Congresso numa engrenagem baseada na ideia democrática contra Bolsonaro, que a rigor sintetiza a possibilidade de uma ruptura nas instituições brasileiras.

Como aconteceu diversas manifestações de bolsonaristas pedindo pela volta da ditadura militar com Bolsonaro no comando, além do fechamento do Congresso e do STF, os fatos comprovam que a preocupação de resguardar a democracia faz com que, como observa a reportagem, se construa uma ponte na Esplanada de Brasília entre dois poderes, isolando o terceiro, no caso o Executivo. Cenário não falta para comprovar tudo isso.

DECLARAÇÕES – Basta ver as declarações do próprio Bolsonaro contra qualquer punição, por mais leve que seja, contra Eduardo Pazuello. Inclusive a situação do ex-ministro da Saúde não foi estabelecida por nenhum ato do Palácio do Planalto. Pazuello, pelo que se supõe, não está ocupando nenhuma função pública. Apesar disso, o presidente da República se empenha para que ele não seja enquadrado no regulamento disciplinar do Exército baseado na própria Constituição do país.

Pazuello já foi representado pela Advocacia Geral da União, embora não seja mais ministro da Saúde. Ele também ainda não retornou às funções militares. Assim, é surpreendente o empenho do governo, sobretudo porque o próprio presidente da República se viu na obrigação de afastá-lo da Saúde.

GOVERNOS DITATORIAIS –  Portanto o empenho de Bolsonaro, revelado pelo próprio Planalto de que Pazuello não seja punido por ato do comandante do Exército, general Paulo Sérgio Nogueira, soa estranho aos ouvidos da grande maioria da população brasileira que não deseja reviver as sombras que resguardam no passado recente os governos ditatoriais que se sucederam de 1964 a março de 1985. Foram assim 21 anos de autoritarismo.

O STF e o Congresso sob ameaça, naturalmente, assumiram uma posição capaz de exprimir a preocupação dos dois poderes contra a ameaça de um terceiro poder que só pode ter origem nas armas. Aliás, a ocupação do poder só pode ser alcançada por dois caminhos. O caminho das urnas ou o caminho das armas. A semana que começou ontem será um espaço de tempo de fundamental importância para que os rumos a partir de agora se esclareçam.

IGP-M –  O IGP-M da Fundação Getúlio Vargas, como destaca Roberto Dumas, na FSP de ontem, é formado por fatores que se distanciam do relacionamento social entre o governo e o poder de consumo da população.

O autor da matéria coloca bem a questão, pois se o IGP-M reflete os preços das commodities, produtos que seguem os preços internacionais, e também com base nas flutuações do câmbio, não faz sentido que se transforme em ponto de reajuste dos aluguéis e do consumo da energia elétrica.

Como se constatou o índice subiu mais de 30% de 2020 para 2021. Enquanto os salários permaneceram estacionados no marco zero da realidade. Vê-se por essa colocação que é impossível continuar sendo um fator de reajuste tanto da energia elétrica residencial quanto dos aluguéis aos quais estão vinculados milhões de brasileiros.

CRIPTOMOEDAS – Júlia Moura, também na Folha, publicou matéria revelando ter ocorrido uma nova desvalorização das criptomoedas, modelo que já possui um ativo bastante alto no mesmo nível do risco que nelas representam os aplicadores.

O volume das perdas ocorridas no mês de março, publicadas agora, mostram nitidamente uma questão eterna: as engrenagens financeiras, no fundo da questão, dependem do poder de consumo sobre o qual repousam as movimentações. Nenhuma medida financeira por si só é capaz de produzir riqueza e muito menos melhorias da economia ou produção de qualquer avanço social.

CONCENTRAÇÃO DE RENDA – O lance financeiro não existe se não tiver uma base sólida no poder aquisitivo da população. Lance de dados financeiros não criam, por isso, riqueza. Muito menos são capazes de melhorar o panorama econômico ou proporcionar qualquer redistribuição de renda. Pelo contrário; só promovem mais concentração. Isso porque somente os segmentos de renda alta podem ter acesso ao balanço dos índices que representam o caminho da concentração, não o da redistribuição.

O problema da concentração de renda não é só do Brasil, mas em nosso país atinge um grau elevadíssimo. A prova está aos olhos de todos. Basta recorrer aos vídeos que focalizam do alto os redutos da pobreza. A imagem fala por si e resume a triste verdade de que uma parcela enorme da população vive sem contar com o abastecimento de água e serviço na rede de esgotos. As duas imagens, na verdade, são as que condenam a concentração de riqueza levada a uma estratosfera tanto política quanto social.

segunda-feira, maio 31, 2021

Após proprietários de academias se negarem a seguir o decreto, procurador do município diz as academias devem fechar:

 

Comandante do Exército deve convocar general Pazuello para que apresente sua “defesa oral”


Charge do Miguel Paiva (Site DCM)

Felipe Frazão
Site Terra/Estadão

Sob pressão política, o comandante-geral do Exército, general Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira, se prepara para definir nesta semana se o ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello, general de Divisão da ativa, será punido por ter participado de um ato político no Rio de Janeiro em prol do presidente Jair Bolsonaro, o que é proibido segundo as normas militares.

No Quartel-General do Exército, oficiais avaliam que o comandante pode convocar Pazuello a se explicar presencialmente, depois de a justificativa do ex-ministro não ter “convencido”.

OUTRA OPÇÃO – Uma avaliação corrente na caserna é que Paulo Sérgio pode, ainda, optar por não tornar pública sua deliberação para preservar Pazuello. Ele tem sido aconselhado a não aplicar a punição mais pesada, a prisão disciplinar, para evitar uma escalada de crise com Bolsonaro. O presidente quer blindar Pazuello.

A advertência verbal é a opção mais branda e pode ser feita ostensivamente, perante o Alto Comando, ou em caráter reservado. Já a repreensão, uma censura enérgica, tem de ser registrada por escrito e publicada em boletim interno. Mas o teor do documento pode ser classificado como de acesso restrito ao círculo de oficiais generais. Nas palavras de um oficial, a simples existência de uma apuração já é um fato grave e qualquer punição será desabonadora.

Pelas regras, o comandante tem agora uma semana, até a próxima segunda-feira, dia 7, para tomar sua decisão. Depois, Pazuello pode recorrer em até dez dias, caso discorde da decisão monocrática.

EXPLICAÇÃO POR ESCRITO – A defesa de Pazuello chegou em envelope lacrado ao gabinete do comandante-geral na quinta-feira, dia 27, quando Paulo Sérgio estava na Amazônia acompanhando uma agenda do presidente, ao lado dos ministros da Defesa, Walter Souza Braga Netto, e da Casa Civil, Luiz Eduardo Ramos, ambos generais da reserva.

Durante a viagem à floresta, Bolsonaro fez afagos aos militares, disse que os “respeita” e tratou Paulo Sérgio como “amigo”. Depois, aproveitou sua live nas redes sociais para antecipar a linha de defesa de Pazuello e deixar claro que não deseja ver o ministro ser punido.

Segundo a argumentação do Planalto, o passeio de motocicleta em apoio a Bolsonaro no Rio e o discurso em cima de um carro de som não seriam uma manifestação política, porque o presidente está desfiliado de partidos. É a mesma alegação de Pazuello.

CONSTRANGIMENTO – Nas Forças Armadas, a justificativa não soou convincente. Um oficial general da ativa ouvido pela reportagem sob anonimato usou a expressão “cara de pau” para definir a defesa de Pazuello. Outro que acompanha o andamento do caso afirmou que a apuração disciplinar criou um clima de constrangimento geral para que Pazuello entre em qualquer quartel do País.

Como o Estadão mostrou, generais da reserva avaliam que uma intervenção política do Palácio do Planalto, com mudança de uma eventual punição a Pazuello, pode desautorizar o comandante e provocar sua renúncia, causando uma grave crise institucional.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG 
– Há muita especulação e pouca explicação. O ponto-chave nem é a defesa de Pazuello. O que está pegando, como se diz atualmente, é sua resistência em passar para a reserva, uma iniciativa que somente ele pode tomar. O Alto Comando não quer mais vê-lo na ativa. Eis a questão. (C.N.)


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