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quarta-feira, maio 05, 2021

Ao bater continência para Sarney, Bolsonaro indagou se Lula era amigo íntimo de Renan


Bolsonaro foi pedi a bênção ao velho cacique do MDB

Merval Pereira
O Globo

‘É verdade que o Renan é muito amigo do Lula?’, teria perguntado o presidente Bolsonaro ao ex-presidente José Sarney, para quem bateu continência na entrada e na saída, em respeito a quem, como ele é, já foi comandante em chefe das Forças Armadas.

A política brasileira segue “fulanizada”, o papel da aliança partidária quase sempre é substituído pelas relações pessoais, e aí aparece uma das fragilidades de Bolsonaro. Mesmo tendo ficado no Congresso por quase 30 anos, Bolsonaro não tem amigos na política, os seus estão em outras áreas, como a militar, com suas imbricações na vida civil, com ex-militares que se desviaram para a milícia.

RELAÇÕES LIMITADAS – O Centrão é uma base política multipartidária para Bolsonaro, mas não existe uma relação interpessoal desses neoaliados com ele, assim como não existia com o ex-presidente Lula no início de seu primeiro mandato. A aliança com o PMDB foi costurada pelo então todo-poderoso chefe do Gabinete Civil, José Dirceu, e prontamente rejeitada por Lula, que não queria peemedebistas em seu governo.

Coube ao tempo provar que Dirceu estava certo, e a aliança acabou saindo pela cooptação por meio do mensalão. A convivência estreitou essa relação, que foi eterna enquanto duraram os recursos do Caixa da União.

Rompido no governo Temer, depois do impeachment da então presidente Dilma, o Centrão custou a engrenar uma intimidade maior com Bolsonaro, cujo mote principal era acabar com a “velha política”.

NA VELHA POLÍTICA – Foi um lema autofágico, que acabou abandonado pela necessidade de defender-se e aos filhos de antigos hábitos da “velha política”, como rachadinhas, funcionários “fantasmas” e favores fisiológicos. O porto seguro foi o Centrão e sua tradição de fazer política a curto prazo. Mas surgiu Lula no caminho desse relacionamento tão frágil. Um velho amor que voltou a ter condições de oferecer expectativa de poder, que é do que vive o Centrão.

O presidente da Câmara, Arthur Lira, que um dia mostrou o cartão amarelo a Bolsonaro com palavras duras, usa hoje o mesmo tema, o combate desorganizado à pandemia, para desdenhar a CPI da Covid, que ele considera desnecessária.

O presidente da Câmara está querendo assumir o papel de grande apoiador do governo no Congresso. Defende a ideia de que a CPI da Covid está sendo superestimada e afirma que não colocará em pauta nenhum pedido de impeachment contra Bolsonaro.

DISPUTA DE PODER – Nada mais é do que uma disputa de poder com o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, ambos eleitos com apoio do Palácio do Planalto, e com o senador Renan Calheiros, também de Alagoas, uma jogada política às vésperas da eleição.

A CPI tem um potencial brutal de atingir o governo. Pode até ser que não ela tenha nenhuma consequência, mas é quase inevitável que saia fragilizado.

Pacheco teve que abri-la por determinação do Supremo Tribunal Federal, e os Bolsonaros sentiram-se traídos. Lira aproveita o momento em que o pior inimigo parece a Bolsonaro ser o senador Renan Calheiros para tentar esvaziar a relatoria da CPI e ganhar o apoio de Bolsonaro na disputa eleitoral de Alagoas em 2022.

VICE DE LULA? – Calheiros, por seu lado, sonha com a vice de Lula na chapa da eleição presidencial, que não terá o General Mourão, que fica de regra três para acalmar os militares caso a CPI leve a um improvável, mas possível, impeachment de Bolsonaro.

A “fulanização” da política, que não agradava a Ulysses Guimarães, levou a que fosse criada a tese estapafúrdia de que o então juiz Moro prendeu Lula para impedir que ele derrotasse Bolsonaro na eleição de 2018, quando Moro e Bolsonaro nem sequer se conheciam.

Um encontro dos dois no saguão do Aeroporto Santos Dumont, no Rio, durante a campanha presidencial, serve bem de exemplo: Bolsonaro bateu continência a Moro, que o tratou com displicência. No futuro, se acaso Moro ou algum aliado seu for eleito para a Presidência da República, tudo mudará de novo, e dirão que o STF anulou as condenações de Lula para estimular sua candidatura à Presidência contra o próprio Moro, e Bolsonaro, que estimula seus seguidores a atacar o STF. A fulanização da política leva a essas teorias da conspiração, que são sempre certas quando coincidem com nossa opinião pessoal.


Nem o vereador Jairo do Sertão conseguiu engolir esse sapo sem vomitar.

O Vereador  Jairo do Sertão, que é a barreira do grupo do prefeito, é o vereador mais atuante do grupo da situação, que na maioria das vezes se "vira nos trinta" para defender o indefensável, dessa vez não se conteve cm a propaganda do " ouro de tolo", isso porque mesmo sendo da situação o vereador dever ter escrúpulo.

 Infelizmente isso faz parte do sistema; vereador da situação se tornou uma espécie de " santo das causas perdidas". 

O prefeito para encobrir os inúmeros absurdos quem vem acontecendo em Jeremoabo, principalmente no que se refere as improbidades administrativas; pega o vice-prefeito(uma espécie de garoto propaganda) a tiracolo para apelar para a propaganda enganoso ou autopromoção.

Essa propaganda que não passa de Migalhas recebidas recentemente, fez-me lembrar da história do descobrimento do Brasil, quando os portugueses doavam espelhos para os índios, com o atenuante  que os índios não eram improbos.

Nessa última sessão, o vereador Jairo do sertão indignado não conseguiu se conter, de maneira suave se expressou dizendo que esse material recebido pelo prefeito era muito pouco para a grandeza de Jeremoabo, inclusive  desejou que ACM Neto se candidatasse para vê se Jeremoabo seria olhado de acordo com o seu merecimento.


Ainda bem não amanheceu o dia, já começo a receber mensagens a respeito da escuridão em Jeremoabo


Mais um dos problemas crônicos de Jeremoabo, dessa vez com  com a iluminação pública,  que está  entre os campeões de reclamações publicadas nas redes sociais,   Na descrição do problema em uma das postagens, um leitor desabafou, sintetizando o sentimento de muitos: "Escuridão total, mas a cobrança de iluminação pública está sempre na conta".
 A escuridão contaminou também as informações a respeito do COVID-19, enquanto o site oficia do Governo registra 34 óbitos em Jeremoabo, o Boletim de Jeremoabo registra apenas 28; vamos que vamos!!!

Vereador Neguinho na reunião da câmara disse a um cidadão que não cito oo nome para não sujar o blog, que quem puxa o saco puxa o tapete também.

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Vereador Neguinho de Lié, já que você falou em puxa-saco, tecerei algumas palavras a respeito desse tipo de verme.
Ninguém há de negar que muitas pessoas são adeptas da ideia de que os fins justificam os meios, não importando quais meios sejam usados, se éticos ou não. Numa busca desenfreada por seus objetivos, os quais tão somente envolvem aquisição de bens materiais e grau alto na hierarquia do trabalho, muitos passam por cima de valores morais, atropelando quem quer que pensem se encontrar no meio desse caminho.
                                           (...)
Por essa razão, jamais possuirão um comportamento minimamente coerente, pautando suas ações pelas máscaras que lhes servirão aos escusos propósitos, aparentando cordialidade somente com quem possa lhes trazer algum privilégio na contrapartida. Não raro, cortejarão seus superiores, mostrando-se extremamente solícitos e competentes, leais e transparentes, até o momento exato em que possam derrubá-los, pois querem o seu lugar.(Marcel Camargo para O Segredo )

Outro ponto positivo que você Vereador Neguinho deve ter herdado do meu amigo Lié, é que: '  não muda de opinião a pessoa que não tem capacidade, nem abertura para entender, ou aceitar os argumentos alheios, e isso denota uma profunda falta de humildade."

A  respeito dos testes você tem razão, deveria ser feito em massa, principalmente que, quem reside na cidade tem que escolher o dia que irá adoecer para coincidir com o dia da semana que tem médico atendendo, já piora a situação de quem mora na zona rural que nem médico tem.
Concordo com você quando justifica que está usando o veículo da câmara de forma talvez indevida, mas é para tapar o buraco  aberto pelo prefeito, ou melhor, para abreviar o sofrimento de portadores de câncer; não há justificativa a não ser a perversidade, para abandonar doentes em Salvador, entregues além da doença ao COVID-19, sem dinheiro e sem saúde por vários dias.
Quanto ao prefeito    DESVIAR DINHEIRO DO COVID-19 PARA PAGAR ALUGUEL DE VEÍCULOS NÃO TEM JUSTIFICATIVA.

A ninguém é dado o direito de desconhecer a lei, principalmente quem elabora a lei, porém, lamento a perversidade que o prefeito está praticando contra o Vereador do seu grupo, cidadão humilde, porém, que por desconhecer a lei, está sujeito a se prejudicar, principalmente devido a omissão e prevaricação dos seus companheiros da situação; é incompatível o vereador alugar veículo, prestar serviço ou negociar com o município,  é improbidade administrativa, com o agravante de estar sendo pago com dinheiro supostamente desviado do COVID-19, além de desrespeitar o Art.54 da Constituição Federal.


terça-feira, maio 04, 2021

Fake News: New York Times desmente capa de jornal que circula em redes sociais


Fake News: New York Times desmente capa de jornal que circula em redes sociais
Foto: Reprodução / Twitter

O jornal americano The New York Times desmentiu a informação que circulava nas redes sociais de uma possível capa do periódico que "celebrava" manifestações favoráveis ao presidente Jair Bolsonaro. Em nota, o jornal ressaltou estar ciente de que "uma versão manipulada" da primeira página do New York Times circula na internet.

 

"Com matérias falsas e uma imagem de manifestações a favor do presidente Jair Bolsonaro. O New York Times não publicou essa capa. Veja nossa cobertura do Brasil aqui. Nosso arquivo de primeiras páginas do New York Times está disponível aqui", diz o jornal. 

 

Na publicação falsa, a manchete possui um erro de grafia na língua inglesa. O texto apresenta a frase: "Brazil whants to be free", em tradução livre "Brazil quer ser livre", sendo que a palavra "wants", que significa "quer" teve o acréscimo da letra "h" de forma errada.

Com a militarização do governo, cientistas políticos apontam a volta do ‘partido fardado’


Alertado por militares, presidente se distância dos olavistas, que admitem perder espaço

Jair Bolsonaro mandou contratar mais de 6 mil militares

Marcelo Godoy
Estadão

A presença de militares no governo Jair Bolsonaro e o comportamento deles reanimaram o interesse na atuação dos militares da ativa, que em dois anos da ativa postaram 3,4 mil tuítes políticos. Foram redescobertas obras como as dos antropólogos Celso Castro e Piero Leirner e as de cientistas políticos como José Murilo de Carvalho e Oliveiros S. Ferreira, autor de “Vida e Morte do Partido Fardado” e “Elos Partidos”.

Um dos centros do debate atual é o conceito de “partido fardado”, usado por Oliveiros e pelo cientista político francês Alain Rouquié.

ROTINA DE PODER – Oliveiros pensava que as reformas do presidente Castelo Branco, limitando o tempo de permanência de generais na ativa, teriam levado ao fim do partido fardado, deixando-o acéfalo. Generais se candidatavam, exerciam cargo político e depois voltavam aos quartéis. Eles simbolizavam o fenômeno.

Para o cientista político Eliezer Rizzo de Oliveira, que prepara um livro sobre o tema, o governo Bolsonaro mostra que o partido fardado não havia morrido, só estava hibernando, sobretudo no Exército. “Estamos diante de um ativismo militar, de um partido verde-oliva.”

Segundo a pesquisadora Ana Penido, do Grupo de Estudos de Defesa e Segurança Internacional (Gedes), o cientista Oliveiros S. Ferreira dizia que o partido fardado não é algo formal para disputar eleições, mas uma organização temporária, que só se evidencia em momentos de tensão interna nas Forças Armadas ou de desencontro entre a instituição e o governo, favoráveis à politização militar.

PARTIDO MILITAR – A pesquisadora Ana Penido adota, porém, o termo “partido militar” para designar o fenômeno.

“Pertencem ao partido aqueles militares que se julgam no direito de interpretar a Constituição e, na condição de defensores da lei e da ordem, estabelecem, por si mesmos, como e quando agirão. Integram o estabelecimento militar aqueles que agem subordinados às leis e regulamentos, pautados pela hierarquia e disciplina.”

Para o coronel da reserva Marcelo Pimentel, que analisa o fenômeno no livro “Os Militares e a Crise Brasileira”, o atual processo de politização dos militares começou em meados da última década.

UM PÓLO POLÍTICO – “A politização dos militares não se confunde com a mera expressão pessoal de opiniões políticas”, explica o coronel Pimentel.

Diz o historiador que o partido militar se coloca em um dos polos da política e cria o risco de divisões nas Forças Armadas, com a volta ao estado de indisciplina crônica, vivido nos quartéis antes de 1964.

“O que preocupa é a atual geração de tenentes em razão do exemplo dos chefes. O mau uso de redes sociais é um meio de politização do Exército”, comenta.


Revelações de Mandetta deixaram Bolsonaro em péssima situação na CPI da Covid

Publicado em 4 de maio de 2021 por Tribuna da Internet

Ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta presta depoimento na CPI da Covid Foto: Jefferson Rudy/Agência Senado

Mandetta não exagerou, disse apenas o que todos sabiam

Natália Portinari, Julia Lindner e André Souza
O Globo

O ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta, na CPI da Covid no Senado, Mandetta confirmou que houve discordância de sua posição sobre isolamento social com a do presidente Jair Bolsonaro. Ele respondeu a um questionamento feito pelo relator Renan Calheiros.

— Sim, senhor. Eu sou médico… Jurei na minha formatura, jurei quando tomei posse como deputado defender a Constituição, o princípio da vida, ali não era uma situação de diferenças políticas. Ali era um momento republicano. Eu conversava com o governador do Ceará, a governadora do Rio Grande do Norte, assim como de São Paulo, todos eles para que tivéssemos momento de união. Nunca discuti com o presidente, nunca tive discussão áspera, mas sempre coloquei a minha posição de forma muito clara — disse.

LEITE DERRAMADO -Mais tarde, questionado novamente sobre “lockdown”, Mandetta afirmou que o Brasil agiu depois do “leite derramado”.

— O Brasil não fez nenhum “lockdown”. O Brasil fez medidas depois do leite derramado. Vai entrar em colapso, então fecha. Vai faltar remédio, então fecha. Vai faltar oxigênio em Manaus, então fecha. A gene sempre foi um passo atrás desse vírus. Aqueles que fizeram preventivo foram poucos. Até Araraquara fez depois do leite derramado — disse Mandetta.

Mandetta foi enfático quando perguntado se, enquanto estava no cargo, alguma empresa ou entidade apresentou perspectivas de vacinas. Disse que não, mas que se houvesse vacinas à época iria atrás delas como um prato de comida.

PRODUZIR CLOROQUINA – Renan também questionou se a ordem do presidente Jair Bolsonaro para o laboratório do Exército aumentar a produção de cloroquina tinha partido do Ministério da Saúde, e Mandetta disse que não.

— A única coisa que o Ministério da saúde fez, após consulta ao Conselho Federal de Medicina e a conselheiros do ministério, era para o uso compassivo, quando não há outro recurso terapêutico. É um medicamento que tem uma série de reações adversas, uma série de cuidados que tem que ser vistos — disse Mandetta.

Segundo ele, havia quantidade suficiente do remédio no Brasil: “A cloroquina nos é produzida regularmente para o uso que convém, para malária, lúpus, pela Fiocruz, e tínhamos a quantidade necessária para isso”.

“ORIENTAÇÕES PARALELAS” – Mandetta disse que Bolsonaro não deu nenhuma orientação ao ouvir a previsão do Ministério da Saúde, no início da pandemia, de que o país poderia chegar a 180 mil mortes. Atualmente, o Brasil ultrapassa 400 mil óbitos decorrentes da doença.

— Não. Ficou aquilo como ‘existem outras pessoas que também falam outras coisas’, enfim. Não foi aquilo que foi capaz de unir — respondeu Mandetta ao ser indagado se Bolsonaro fez alguma recomendação ao ouvir a previsão inicial da Saúde.

O ex-ministro disse ainda que Bolsonaro parecia ter outra fonte de informação paralela, fora do Ministério da Saúde. E citou que o filho do presidente, o vereador Carlos Bolsonaro (RJ), costumava acompanhar reuniões ministeriais e tomar notas.

TRATAMENTO PRECOCE — “Me lembro do presidente sempre questionar a questão da cloroquina como válvula de tratamento precoce, embora sem evidência precoce, lembro de ele falar do isolamento vertical. Ele tinha outra, não saberia dizer, outra fonte que dava para ele. Do Ministério da Saúde nunca houve orientação de coisas que não eram da cartilha”, assinalou.

Questionado pelo vice-presidente da CPI, Randolfe Rodrigues (Rede-AP), sobre se o Ministério da Saúde foi pressionando pelo presidente Jair Bolsonaro a contrariar recomendações da Organização Mundial de Saúde (OMS), Mandetta disse que não.

— Ele foi publicamente confrontado e isso dava uma informação dúbia à sociedade. O objetivo do Ministério da Saúde era dar uma informação, o presidente dava outra informação.

RELAÇÃO DÚBIA – Sobre a relação com Bolsonaro, Mandetta disse que o presidente inicialmente compreendia as informações, mas poucos dias depois mudava de ideia. Segundo o ex-ministro, era uma “relação dúbia”.

O ex-ministro relatou também dificuldades com os filhos de Bolsonaro para conseguir um bom diálogo com a China.”Eu tinha um Ministério de Relações Exteriores que eu precisava muito, porque eu era dependente de insumos que estavam na China, que tinha que trazer para o Brasil. Então era mais do que necessário ter um bom diálogo com a China. Então eu tinha dificuldade com o ministro de Relações Exteriores [Ernesto Araújo, que deixou o cargo em 2021]”, disse, acrescentando:

“O outro filho do presidente que é deputado, Eduardo, tinha rotas de colisão com a China, através de Twitter, mal-estar. Eu fui até um certo dia ao Planalto, eles estavam todos lá, os três filhos [o vereador Carlos, o deputado Eduardo o senador Flávio] do presidente, e mais assessores, que são assessores de comunicação.  Disse a eles: eu preciso conversar com o embaixador da China, preciso que eles nos ajude, pedi uma reunião com ele, posso trazer aqui? “Não, aqui não.” Acabei fazendo por telefone — explicou Mandetta.

EXISTIA DIFICULDADE – O senador Randolfe Rodrigues perguntou então se havia uma oposição a qualquer diálogo com a China. Mandetta respondeu:

— Existia uma dificuldade de superar essas questões.

O senador Ângelo Coronel (PSD-BA) perguntou se Mandetta passou a criticar fortemente o governo federal apenas por que deixou o cargo? Mandetta explicou que, como cidadão, pode criticar Bolsonaro e finalizou:

— Eu como cidadão, hoje, 410 mil vidas me separam do presidente.

IMPACTO DA CORRUPÇÃO – O senador governista Marcos Rogério (DEM-RO) perguntou qual o impacto da corrupção, citando os escândalos do mensalão e do petrolão, na forma como o Brasil enfrentou a pandemia.

— Vem desde o dia que Cabral pisou aqui — disse Mandetta, acrescentando: — Isso é base de inúmeros problemas, não só na saúde.

Logo no início da sessão, Renan questionou se Mandetta vê como adequada a orientação do Ministério da Saúde para que as pessoas só procurassem o sistema de saúde com sintomas graves. Mandetta afirmou que o intuito era apenas evitar aglomerações por suspeitas de viroses em hospitais, antes de haver transmissão comunitária no país, o que só foi registrado no final de março de 2020.

 

HAVIA INSEGURANÇA — “Isso não é verdade. Não havia um caso no país. O que havia eram pessoas com sensação de insegurança, de pânico. Viam China, Itália com seu lockdown, e as pessoas procuravam hospitais com intuito de fazer testes: 99,9999% dos casos eram de outros vírus, e 0,0001% eram indefinidos. Só fizemos transmissão comunitária depois de 24 de março. Em um momento de viroses, a orientação para viroses é que observe a virose, que não vá ao hospital porque aglomera, porque se tiver um paciente ele vai contaminar na sala de espera. Eu tenho visto essa máxima ser repetida. É mais uma guerra de narrativa. Todas as orientações são para dar entrada pelo sistema de saúde”, salientou.

Renan questionou como funcionava o sistema de governança da pasta na gestão de Mandetta e quais foram as orientações aos municípios durante o início da crise sanitária. O ex-ministro respondeu que o ministério é dividido em secretarias especializadas e que tudo ocorreria de maneira harmônica entre eles. Sobre orientações, o ex-ministro citou uma série de portarias sobre medicamentos e testagens.

TESTAGEM EM MASSA – O relator também questionou por que não houve testagem em massa da população, Mandetta respondeu:

— No mês de março iniciamos todo o processo de aquisição da testagem, 24 milhões de testes. Não adianta só ter o teste, é preciso processar os testes. Mas foi assinado o recebimento dos testes no ministro subsequente, ministro Teich. E depois eu soube que essa estratégia não foi utilizada. Foi muito clara a nossa estratégia: testar, testar.

O relator então perguntou se havia impedimento técnico para a testagem na época. O ex-ministro se justificou:

 

— Não havia o teste. Era uma carência mundial.

CAMINHO TRAÇADO – Ainda sobre os testes, Mandetta afirmou: “Nós tínhamos um caminho traçado para a testagem, sabíamos para onde iríamos, sabíamos que íamos testar, bloquear contágio e iríamos tratar via atenção primária e ampliar nossa rede hospitalar. Não tomamos nenhuma medida que não tenha sido pela ciência. E a ciência é essa, é isso que recomendaram. Depois, vimos pararem muitas coisas e não colocarem outras no lugar, a testagem é uma delas”.

Mandetta disse que a estratégia para compra centralizada de respiradores pelo governo federal foi bem-sucedida em sua gestão. De acordo com ele, estados e municípios enfrentavam problemas na aquisição dos produtos.

— Nós entramos, arbitramos, fizemos a encomenda e conseguimos garantir o abastecimento de toda a rede nacional. E são esses respiradores que estão até hoje segurando a epidemia. Todos os 15 mil foram entregues — afirmou.

LÍDER REAGE – O líder do governo no Senado, Fernando Bezerra (MDB-PE), questionou, então, por que os estados partiram para comprar respiradores. Mandetta respondeu que “há um hiato”.

— Eles começaram a predar e a escalonar preços. Ficou insustentável. Nesse momento entrou o Ministério da Saúde. O Brasil foi o país que comprou respiradores pelo preço mais baixo do mundo. E entregou na ponta. Isso não impede os governadores.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
 – Em tradução simultânea, Mandetta deixou Bolsonaro em má situação na CPI da Covid, e isso já era esperado, pois todos sabem qual foi o comportamento do presidente nessa pandemia. (C.N.)

Com medo da CPI, Pazuello inventa desculpa para escapar do Dia D e da Hora H

Publicado em 4 de maio de 2021 por Tribuna da Internet

Charge do Thiagão (Diário do Nordeste)

Bruna Lima e Renato Souza
Correio Braziliense

O ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello avisou que não vai comparecer presencialmente à Comissão Parlamentar de Inquérito sobre a covid-19 no Senado Federal nesta quarta-feira (5/5). O depoimento estava agendado para começar às 10h de amanhã. O general do Exército alega que dois assessores receberam diagnóstico positivo para o novo coronavírus.

O ex-ministro deve tentar autorização para depor a distância, on-line, ou adiar em uma ou duas semanas sua oitiva. Mas nova data foi marcada – o próximo dia 19.

TEM DE COMPARECER – Os senadores avaliaram quais os prejuízos para o andamento dos trabalhos de investigação com a ausência presencial de Pazuello. A avaliação é de que pela internet ele poderia ser orientado quanto às perguntas realizadas pelos parlamentares.

“Ele esteve com pessoas (infectadas com a doença) e, agora, vamos aguardar”, afirmou o senador Randolfe Rodrigues, vice-presidente da CPI, ao Correio.

A gestão de Pazuello ocorreu no auge da crise da covid-19, com registro de estoques zerados de oxigênio em Manaus, aumento potencial de mortes e de infectados pela covid-19 e atraso na compra de vacinas. 

ORDEM DO PLANALTO – Nos bastidores, fontes ligadas ao Executivo afirmam que a orientação para faltar ao depoimento presencial partiu do Palácio do Planalto.

O governo está preocupado com o teor das declarações do militar, que vem recebendo orientação de auxiliares do presidente Jair Bolsonaro para enfrentar a sessão.

A estratégia seria ganhar tempo para avaliar e rebater os depoimentos dos ex-ministros Luiz Henrique Mandetta e Nelson Teich, que depõe quarta-feira, dia 5.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
 – Que vergonha, hein? Um general com medo de depor na CPI. Quando chegou o Dia D, com a Hora H, ele “afinou”, como se diz no Nordeste. Já não se fazem generais como antigamente. (C.N.).

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