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sábado, outubro 03, 2020

Judiciário se tornou um superpoder que aprendeu a atuar contra o bolso do cidadão

 


Charges: Absoluto!

Charge do Genildo (Arquivo Google)

J.R.Guzzo
Estadão

É fato do conhecimento comum que o sistema judiciário em geral, e o STF e os tribunais superiores de Brasília em particular, se transformaram nas piores ameaças à segurança jurídica no Brasil; criaram um país em que as leis valem ou não valem unicamente de acordo com a vontade dos magistrados. Quando acham que a lei se aplica, ela é aplicada; quando acham que não se aplica, ela não existe.

Uma terceira possibilidade, talvez a mais comum, são as leis que os próprios julgadores inventam – não escrevem o texto, é claro, mas interpretam como lhes dá na telha o que está escrito. Na prática, é como se fossem a Câmara de Deputados e o Senado Federal ao mesmo tempo, e durante o tempo todo.

PÉ-DE-CABRA LEGAL – Menos comentada é a ação permanente da justiça contra o erário público e o bolso do cidadão privado. Sua descoberta mais recente para permitir – permitir não, incentivar – o ataque aos cofres do Estado e à conta bancária das pessoas é um pé-de-cabra legal chamado “imprescritibilidade”.

Por meio desta trapaça de oito sílabas, difícil de pronunciar e fácil de entender, nada do que aconteceu no passado, por mais passado que seja, pode ficar fora da apreciação dos juízes que estão aí hoje – e, naturalmente, fora do alcance dos advogados e dos seus honorários.

Tempos atrás, no primeiro semestre deste ano, o STF decidiu (sem lei nenhuma que autorizasse o que fez, e apenas por decisão no “plenário virtual”) que os “danos ambientais” não prescrevem nunca.

EM MOEDA CORRENTE – Tudo o que pode ter acontecido “contra o ambiente” desde Tomé de Souza até hoje, e o que acontecer de hoje até o Dia do Juízo Final, continua em aberto para a justiça – não “prescreve” nunca. Não tem nada a ver com proteção do ambiente, é óbvio; tem tudo a ver, isso sim, com pagamento de multa, em moeda corrente.

Funciona mais ou menos assim: um fiscal vai ao dono de uma propriedade rural qualquer e lhe apresenta uma multa aplicada 50 anos atrás porque o antigo proprietário, que já morreu, cortou um pé de goiaba. A multa era de 1 real, mas hoje, trazida a “valor corrente”, é de 1 milhão; ou o infeliz paga logo, ou vai ficar ainda mais caro. O STF acha que é assim mesmo que deve ser. (Naturalmente, há advogados muito bons para tratar desses problemas, por 20% do valor da causa; o próprio fiscal, aliás, poderia indicar os melhores nomes.)

INDENIZAÇÃO NA HERANÇA – Inventou-se, também, que não podem prescrever nunca as responsabilidades do “Estado” em relação a cidadãos que sofriam de lepra entre 1920 e os anos 70 do século passado (isso mesmo, 1920), e que durante esse período foram internados compulsoriamente em hospitais públicos (era o “distanciamento social” aplicado pelos gestores da época), para não infectarem outras pessoas.

Advogados com espírito empreendedor têm entrado com ações na justiça cobrando indenizações por “dano moral” para os descendentes desses internados; quem vai pagar é você, e não o “governo”. O filho de um homem nessas condições, que se suicidou 64 anos atrás, em 1956, é um dos que está pedindo para ser indenizado, com base na “imprescritibilidade”.

É o majestoso espetáculo do Poder Judiciário brasileiro defendendo a sociedade e a democracia.

PF indicia Paulinho da Força sob acusação de falsidade ideológica eleitoral, corrupção e lavagem de dinheiro


Investigação constatou que Paulinho ecebeu R$ 1,7 milhão de Caixa 2

Deu na Folha

A Polícia Federal concluiu nesta sexta-feira, dia 2, investigações da 1ª fase da Operação Lava Jato e indiciou o deputado federal Paulinho da Força (Solidariedade-SP) sob acusação dos crimes de falsidade ideológica eleitoral, corrupção passiva e lavagem de dinheiro, com penas de três a 12 anos de prisão.

Além dele, a Operação Dark Side da PF indiciou pelos mesmos crimes o advogado Cristiano Vilela Pinho e o ex-tesoureiro do Solidariedade José Gaspar de Campos, ex-tesoureiro do Solidariedade, ambos acusados pelos mesmos crimes de que é suspeito Paulinho da Força.

CAIXA DOIS – A PF investigou a suspeita de caixa dois nas campanhas eleitorais de 2010 e 2012. A operação, autorizada pela Justiça Eleitoral de São Paulo, utilizou como base delação premiada de executivos do grupo J&F, controlador da indústria de alimentos JBS.

Segundo a PF, a investigação constatou que o deputado recebeu R$ 1,7 milhão de caixa dois. “[Os] pagamentos teriam ocorrido por meio da simulação da prestação de serviços advocatícios e também mediante o pagamento de valores em espécie, contando para isso com doleiros contratados pelo referido grupo [J&F].”

Em 2010, Paulinho da Força, presidente licenciado da Força Sindical, foi reeleito deputado federal. Em 2012, ele disputou a eleição para a Prefeitura de São Paulo, que perdeu ainda no primeiro turno. O pleito foi vencido por Fernando Haddad (PT). Em ambas as eleições, o parlamentar estava filiado ao PDT. O UOL tentou entrar em contato com o deputado, mas não obteve retorno até a publicação da reportagem.

BUSCAS – Em julho, a PF fez buscas no gabinete do parlamentar em Brasília, em seu apartamento e ainda na sede da Força Sindical, na capital paulista. Na ocasião, através de um comunicado, Paulinho da Força disse desconhecer os fatos citados, afirmou lamentar a operação e afirmou que as contas de suas campanhas em 2010 e 2012 foram aprovadas pela Justiça Eleitoral.

“Caso os mandados digam de fato respeito a alegado caixa dois dos anos de 2010 e 2012, a partir da delação da JBS, conforme notícias veiculadas, o deputado lamenta o ocorrido na data de hoje tendo em vista que já são passados dez anos desde os fatos apontados”, disse a nota veiculada em julho.

Bases bolsonaristas criticam escolha Kassio Nunes ao STF e #BolsonaroPetista lidera Twitter

 

Apoiadores não aceitaram indicação e colocaram Bolsonaro no paredão

Deu no Correio Braziliense

O anúncio oficial feito por Jair Bolsonaro de sua escolha pelo desembargador Kassio Nunes Marques para a vaga no Supremo Tribunal Federal (STF) moveu as bases bolsonaristas no Twitter na manhã desta sexta-feira, dia 2.

O movimento Vem Pra Rua, que apoiou Bolsonaro nas eleições em 2018, impulsionou a hashtag #BolsonaroPetista por meio de um vídeo que lamenta a escolha e acusa o mandatário de tomar decisões que lembram os governos do PT. Horas depois da divulgação desse conteúdo, a hashtag alcançou o primeiro lugar entre os assuntos mais comentados no Twitter.

“OPORTUNIDADE PERDIDA” – A movimentação contra a escolha por Marques, magistrado indicado por Dilma Rousseff ao Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1), também partiu de políticos da base de apoio do governo. O deputado federal Otoni de Paula (PSC-RJ), que se descreve como “aliado de Bolsonaro” em seu perfil no Twitter, disse que o governo perdeu uma “oportunidade histórica de ter um representante da direita conservadora no STF”. Já o deputado Luiz Philippe de Orléans e Bragança (PSL-SP) afirmou que há “poucas chances de criar pilares importantes de mudança e arriscamos apostar em dúvidas”.

Na mesma linha, também se manifestaram contrários à decisão o líder Paulo Ganime (NOVO-RJ) e vice-líder Marcel van Hattem (NOVO-RS), do partido Novo, na Câmara. O deputado federal Sóstenes Cavalcante (DEM-RJ), ligado à igreja evangélica Assembleia de Deus, disse que o presidente desperdiçou metade de suas decisões voltadas ao Judiciário em seu mandato. Em 2021, Bolsonaro terá nova vaga aberta no STF para indicar um novo ministro após a saída de Marco Aurélio Mello.

A frustração do deputado Sóstenes é reverberada por praticamente todas as lideranças evangélicas, que apoiam Bolsonaro. Em 2019, o presidente havia prometido nomear alguém “terrivelmente evangélico” à Suprema Corte, o que não foi concretizado, ao menos nesta primeira indicação de Bolsonaro.

CAMPANHA – Antes mesmo da confirmação de Kassio Marques para a vaga, o líder da igreja Assembleia de Deus Vitória em Cristo, Silas Malafaia, iniciou uma campanha contra a indicação em suas redes sociais. Nesta quinta-feira, dia 1º, o pastor publicou um vídeo afirmando ser “aliado de Bolsonaro, mas não alienado”, e criticou Marques por suas supostas ligações com o Centrão e o governo da petista Dilma Rousseff.

Nesta sexta, Malafaia seguiu atacando a escolha de Bolsonaro. “O PT, toda esquerda, o Centrão, os corruptos e todos os que são contra a Lava Jato agradecem a nomeação de Bolsonaro para o STF”, publicou o pastor.

RESPOSTA – Bolsonaro respondeu às críticas de Malafaia em conversa com apoiadores. “Lamento muito que uma autoridade lá do Rio de Janeiro, que eu prezava muito, está me criticando muito, com videozinho me xingando de tudo o que é coisa. Essa infâmia em especial que essa autoridade lá do Rio de Janeiro está fazendo contra o Kassio é uma covardia. Até porque ele está fazendo isso porque queria que eu colocasse um indicado por ele”.

Malafaia, por sua vez, rebateu alegando que líderes religiosos e a Frente Parlamentar Evangélica da Câmara “jamais pediram alguma nomeação para o STF”. Com a enxurrada de críticas vindas de diferentes setores da base de apoio do governo, aliados mais fiéis a Bolsonaro trataram de defender a nomeação de Kassio Marques.

CONFIANÇA – A deputada federal Carla Zambelli (PSL-SP) disse confiar na escolha do presidente, enquanto o parlamentar Daniel Silveira (PSL-RJ) apoia a decisão, apesar de “não ser simpático ao nome do desembargador”. Na manhã desta sexta, Bolsonaro defendeu Marques e disse que qualquer “indicado iria apanhar”.

O presidente disse também, sem citar nomes, que está “chateado” com a perda de apoio de aliados que não gostaram da indicação. “Estou chateado sim com o pessoal que me apoia virando as costas.” Bolsonaro já havia respondido a apoiadores que criticaram a nomeação de Marques, em live nesta quinta. “Preferiam o Moro?”, questionou o mandatário.

sexta-feira, outubro 02, 2020

Para agradar Bolsonaro e o Centrão, subprocuradora muda seu voto e protege corrupto

 

 Foto: Gil Ferreira/Agência CNJ

Lindôra Araújo ajuda Aras na demolição da Lava Jato

Aguirre Talento
O Globo

O recuo da Procuradoria-Geral da República (PGR) em uma denúncia apresentada contra o deputado federal Arthur Lira (PP-AL) pode ter impacto em outras ações da Lava-Jato contra políticos. Na última semana, a PGR voltou atrás e passou a apontar “fragilidade” das provas utilizadas por ela própria na denúncia oferecida três meses antes à Justiça.

Na avaliação de investigadores do Ministério Público, o recuo pode beneficiar outros políticos investigados, cujas defesas usarão a nova posição da PGR como argumento em casos semelhantes. Lira é aliado do presidente Jair Bolsonaro e um dos principais líderes do centrão no Congresso.

MODELO LAVA JATO – De acordo com fontes ouvidas pelo GLOBO, a denúncia contra Lira seguiu o modelo de diversos outros casos da Lava-Jato, com o uso de elementos de corroboração que complementam os relatos de delatores.

Isso inclui planilhas internas de registros de pagamento de propina, deslocamento dos entregadores de dinheiro e depoimentos diversos.

No caso de Lira, a subprocuradora-geral da República Lindôra Araújo, coordenadora da Lava-Jato na PGR, havia escrito há três meses que “resta provado, para muito além das palavras dos colaboradores”, o pagamento de R$ 1,6 milhão ao parlamentar. Agora, escreveu que há “fragilidade probatória”.

DELAÇÃO DE YOUSSEF – A investigação surgiu a partir da delação premiada do doleiro Alberto Youssef, que relatou ter operado o pagamento de propina ao parlamentar por parte da empresa Queiroz Galvão. O doleiro contou que a empreiteira pagou R$ 1,6 milhão a uma empresa de fachada indicada por ele e depois realizou uma engenharia financeira para entregar os valores em dinheiro vivo ao deputado.

“Não se recorda com exatidão a quem foi entregue o dinheiro em Brasília, mas afirma que com certeza foi a um assessor do líder do PP, Arthur Lira”, disse Youssef.

Os investigadores apreenderam uma planilha em posse de um funcionário de Youssef, Rafael Ângulo, que registrava pagamentos de propina para o PP.

PROPINAS PARA O PP – Constavam no documento pagamentos em 16 e 17 de maio de 2012 efetuados em Brasília, com a anotação “dinheiro foi para BSB destinado a políticos do PP/Liderança”. Lira era o líder do PP na Câmara na época. A investigação confirmou que um entregador de dinheiro de Youssef esteve em Brasília nesses dias e foi a um prédio de apartamentos funcionais da Câmara dos Deputados.

A subprocurador-geral Lindôra, entretanto, passou a considerar essas provas insuficientes. Na avaliação de investigadores, o argumento da PGR será usado por advogados em outros casos da Lava-Jato que utilizam provas semelhantes para corroborar pagamentos a políticos, já que a sistemática é semelhante à de outras investigações.

CODINOMES DE CORRUPTOS – Nas delações premiadas dos executivos da Odebrecht, por exemplo, as investigações se baseiam em uma contabilidade interna dos pagamentos de propina, com codinomes atribuídos a políticos e deslocamentos de entregadores do dinheiro. Essa nova avaliação da PGR esvaziaria esses casos, comuns nas investigações sobre corrupção.

Os procuradores também apontam que o novo entendimento da PGR se alinha com a posição de alguns ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), que têm relativizado o peso de provas de corroboração apresentadas nas investigações.

VITÓRIAS NO SUPREMO – Na Segunda Turma do STF, que julga casos da Lava-Jato, os ministros Gilmar Mendes e Ricardo Lewandowski têm dado votos mais favoráveis às defesas na maioria dos casos, divergindo sistematicamente dos ministros Edson Fachin e Cármen Lúcia.

Fachin e Cármen têm ficado vencidos em diversos casos nos quais consideram haver provas suficientes. Um dos exemplos citados por investigadores é quando a Segunda Turma rejeitou, em dezembro de 2017, uma denúncia contra o deputado Dudu da Fonte (PP-PE) sob acusação de pagamento de R$ 10 milhões da Queiroz Galvão em troca de enterrar uma CPI da Petrobras. Os votos pela rejeição foram de Dias Toffoli e Gilmar. Fachin ficou vencido.

Toffoli e Mendes entenderam que a denúncia se baseava apenas em delações premiadas. Mas a acusação continha até mesmo a gravação de uma reunião entre Dudu da Fonte, o ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa e empreiteiros em que negociam benefícios à empreiteira na CPI.

ARMAÇÃO DE ARAS – O recuo na denúncia foi considerado “inédito” nos bastidores do MPF e visto internamente como uma tentativa do procurador-geral da República, Augusto Aras, de angariar apoio político para uma indicação ao cargo de ministro do STF.

Procurada, a PGR afirmou que a manifestação pedindo rejeição da denúncia seguiu critérios técnicos porque a defesa do parlamentar demonstrou que ele não tinha relação com os fatos relatados. Disse ainda que não houve proteção a Arthur Lira e que a função do Ministério Público é o “respeito à Justiça” e evitar a continuidade de um processo que considere inviável.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG 
– É impressionante a campanha contra a Lava Jato, que vem sendo desfechada simultaneamente pelos três Poderes da União. É a velha geração de homens públicos, corrupta e nefasta, tentando impedir a ascensão da geração mais jovem, honrada e abençoada, como na história do Dragão da Maldade contra o Santo Guerreiro, de Gláuber Rocha. (C.N.)

Para agradar Bolsonaro e o Centrão, subprocuradora muda seu voto e protege corrupto

Aguirre Talento
O Globo

O recuo da Procuradoria-Geral da República (PGR) em uma denúncia apresentada contra o deputado federal Arthur Lira (PP-AL) pode ter impacto em outras ações da Lava-Jato contra políticos. Na última semana, a PGR voltou atrás e passou a apontar “fragilidade” das provas utilizadas por ela própria na denúncia oferecida três meses antes à Justiça.

Na avaliação de investigadores do Ministério Público, o recuo pode beneficiar outros políticos investigados, cujas defesas usarão a nova posição da PGR como argumento em casos semelhantes. Lira é aliado do presidente Jair Bolsonaro e um dos principais líderes do centrão no Congresso.

MODELO LAVA JATO – De acordo com fontes ouvidas pelo GLOBO, a denúncia contra Lira seguiu o modelo de diversos outros casos da Lava-Jato, com o uso de elementos de corroboração que complementam os relatos de delatores.

Isso inclui planilhas internas de registros de pagamento de propina, deslocamento dos entregadores de dinheiro e depoimentos diversos.

No caso de Lira, a subprocuradora-geral da República Lindôra Araújo, coordenadora da Lava-Jato na PGR, havia escrito há três meses que “resta provado, para muito além das palavras dos colaboradores”, o pagamento de R$ 1,6 milhão ao parlamentar. Agora, escreveu que há “fragilidade probatória”.

DELAÇÃO DE YOUSSEF – A investigação surgiu a partir da delação premiada do doleiro Alberto Youssef, que relatou ter operado o pagamento de propina ao parlamentar por parte da empresa Queiroz Galvão. O doleiro contou que a empreiteira pagou R$ 1,6 milhão a uma empresa de fachada indicada por ele e depois realizou uma engenharia financeira para entregar os valores em dinheiro vivo ao deputado.

“Não se recorda com exatidão a quem foi entregue o dinheiro em Brasília, mas afirma que com certeza foi a um assessor do líder do PP, Arthur Lira”, disse Youssef.

Os investigadores apreenderam uma planilha em posse de um funcionário de Youssef, Rafael Ângulo, que registrava pagamentos de propina para o PP.

PROPINAS PARA O PP – Constavam no documento pagamentos em 16 e 17 de maio de 2012 efetuados em Brasília, com a anotação “dinheiro foi para BSB destinado a políticos do PP/Liderança”. Lira era o líder do PP na Câmara na época. A investigação confirmou que um entregador de dinheiro de Youssef esteve em Brasília nesses dias e foi a um prédio de apartamentos funcionais da Câmara dos Deputados.

A subprocurador-geral Lindôra, entretanto, passou a considerar essas provas insuficientes. Na avaliação de investigadores, o argumento da PGR será usado por advogados em outros casos da Lava-Jato que utilizam provas semelhantes para corroborar pagamentos a políticos, já que a sistemática é semelhante à de outras investigações.

CODINOMES DE CORRUPTOS – Nas delações premiadas dos executivos da Odebrecht, por exemplo, as investigações se baseiam em uma contabilidade interna dos pagamentos de propina, com codinomes atribuídos a políticos e deslocamentos de entregadores do dinheiro. Essa nova avaliação da PGR esvaziaria esses casos, comuns nas investigações sobre corrupção.

Os procuradores também apontam que o novo entendimento da PGR se alinha com a posição de alguns ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), que têm relativizado o peso de provas de corroboração apresentadas nas investigações.

VITÓRIAS NO SUPREMO – Na Segunda Turma do STF, que julga casos da Lava-Jato, os ministros Gilmar Mendes e Ricardo Lewandowski têm dado votos mais favoráveis às defesas na maioria dos casos, divergindo sistematicamente dos ministros Edson Fachin e Cármen Lúcia.

Fachin e Cármen têm ficado vencidos em diversos casos nos quais consideram haver provas suficientes. Um dos exemplos citados por investigadores é quando a Segunda Turma rejeitou, em dezembro de 2017, uma denúncia contra o deputado Dudu da Fonte (PP-PE) sob acusação de pagamento de R$ 10 milhões da Queiroz Galvão em troca de enterrar uma CPI da Petrobras. Os votos pela rejeição foram de Dias Toffoli e Gilmar. Fachin ficou vencido.

Toffoli e Mendes entenderam que a denúncia se baseava apenas em delações premiadas. Mas a acusação continha até mesmo a gravação de uma reunião entre Dudu da Fonte, o ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa e empreiteiros em que negociam benefícios à empreiteira na CPI.

ARMAÇÃO DE ARAS – O recuo na denúncia foi considerado “inédito” nos bastidores do MPF e visto internamente como uma tentativa do procurador-geral da República, Augusto Aras, de angariar apoio político para uma indicação ao cargo de ministro do STF.

Procurada, a PGR afirmou que a manifestação pedindo rejeição da denúncia seguiu critérios técnicos porque a defesa do parlamentar demonstrou que ele não tinha relação com os fatos relatados. Disse ainda que não houve proteção a Arthur Lira e que a função do Ministério Público é o “respeito à Justiça” e evitar a continuidade de um processo que considere inviável.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG 
– É impressionante a campanha contra a Lava Jato, que vem sendo desfechada simultaneamente pelos três Poderes da União. É a velha geração de homens públicos, corrupta e nefasta, tentando impedir a ascensão da geração mais jovem, honrada e abençoada, como na história do Dragão da Maldade contra o Santo Guerreiro, de Gláuber Rocha. (C.N.)


Bolsonaro reage às críticas a Kassio, mas não tem coragem de citar Malafaia e Olavo


Jair Bolsonaro deve assinar decreto de armas nesta terça | Brasil |  Pleno.News

Bolsonaro chama Malafaia de “a autoridade lá no Rio”…

Ingrid Soares
Correio Braziliense

O presidente Jair Bolsonaro comentou, nesta sexta-feira (02), a indicação do desembargador Kassio Nunes Marques, do Tribunal Regional Federal da 1° Região, para a vaga do ministro Celso de Mello no Supremo Tribunal Federal (STF). A apoiadores, na saída do Palácio da Alvorada, mostrou-se irritado com os ataques que vem sofrendo pela escolha.

“Ou confia em mim, ou não confia”, disparou. Bolsonaro ainda analisou as manifestações do pastor Silas Malafaia, que vem tecendo críticas, pelas redes sociais, a ele e à indicação que fez. E disse que Kassio está sendo vítima de “covardia”.

INDICAÇÃO MANTIDA – “Lamento muito. Uma autoridade lá, no Rio, alguém que eu prezava muito, está me criticando muito, com videozinhos, e me xingando de tudo quanto é coisa porque eu escolhi (o Kassio) para ir para o Supremo. E está mantido, a não ser que haja um fato novo, gravíssimo, contra ele. E, pelo que tudo indica, não tem. Ele vai para o Supremo. Agora, é uma covardia o que estão fazendo com ele”, disse o presidente, visivelmente contrariado.

Bolsonaro aproveitou para alfinetar o ex-ministro Sergio Moro. “Que tal eu indicar o Sergio Moro para o Supremo? Se ele não tivesse pedido demissão, e estivesse comigo até hoje, vários de vocês estariam falando: ‘ou é o Sergio Moro para o Supremo ou não tem reeleição em 2022’. É ou não é isso? Ou vocês confiam em mim ou não confiam, tá certo?”

ATAQUES NAS REDES – Malafaia vem divulgando, em suas redes sociais, que é “uma vergonha e decepção geral” a primeira indicação de Bolsonaro para a vaga no STF. O religioso diz, ainda, que o escolhido foi nomeado pela ex-presidente Dilma Rousseff para desembargador do TRF-1 e que teria “posições socialistas”. O presidente, porém, ressaltou que a indicação ao cargo cabe unicamente a ele e classificou sua escolha como “crucial” para o governo.

“Essa infâmia que essa autoridade lá no Rio está fazendo contra o Kassio é uma covardia. Até porque, ele está fazendo porque queria que eu colocasse um indicado por ele. Com todo respeito, o presidente sou eu. Eu não tenho cabeça dura, não. Eu volto atrás em decisões minhas, mas essa decisão é crucial para mim”, justificou.

LAGOSTA E VINHO – O presidente defendeu Kassio, também, da acusação de ter liberado, em maio de 2019, a compra de lagosta e vinho para os eventos do Supremo que havia sido impedida por uma juíza federal. Bolsonaro disse que isso não tira as qualificações do desembargador.

“Eu recebo autoridades aqui em casa, do mundo todo. O que eu devo servir para eles? Angu e tubaína? Nunca entrou lagosta aqui. Da minha parte não entra. O que acontece? Vamos supor que a liminar cassada pelo Kassio e o cardápio do STF voltou a ter lagosta e vinho. Vamos supor que vocês sejam vegetarianos, entram com uma ação no STF para que não compre filé mignon. Então, o juiz decide na primeira instância que não pode mais comprar filé e tem que ser só verdura. É uma interferência exagerada por parte de alguns dos poderes. Eu não compraria. O Supremo comprou e não respondo por isso. Justifiquem-se se é ilegal, se não é, se pode ou não pode. Agora, uma decisão dessa, mesmo que seja do Kassio, e esse cara não serve mais para ter ascensão na vida de jurista? Que negócio é esse”, indignou-se.

REAÇÃO ÀS CALÚNIAS – Bolsonaro afirmou que está aborrecido com as calúnias que tem ouvido contra Kassio. “Quer me criticar, critique sem problema nenhum. Agora, ir para a calúnia, igual esse cara (Malafaia) do Rio está fazendo covardemente, caluniando o cara”, disse, irritado, acrescentando estar surpreso com a atitude do religioso.

Embora não o tenha citado diretamente, disse que “o que mais dói” é que os ataques venham de “uma autoridade que diz que tem Deus no coração”.

LIBERTAÇÃO DE BATTISTI – O presidente citou, também, o episódio da deportação do terrorista Cesare Battisti. Na época, Kassio votou contra a entrega ao governo italiano. “Culpar o desembargador pelo Battisti ter ficado no Brasil… É um covarde o cara que faz uma acusação dessas. Todo mundo tem defeito. Agora, que esse defeito cause mal só a você. Não fique querendo estender isso para todo mundo. Então, estou chateado sim. O pessoal que me apoia virando as costas, não tem problema – lamento. O voto é um direito dele; até não ir votar é um direito dele. Agora, tudo ver defeito…”, comentou o presidente, para alfinetar Malafaia:

“Essa autoridade do Rio queria que eu indicasse o (candidato) dele. Vocês devem saber de quem estou falando. Tem vários vídeos aí. Lamento. Uma autoridade que diz que tem Deus no coração ainda por cima. É o que dói mais na gente, mas, tudo bem”, arrematou.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
 – Entre o terrivelmente evangélico (André Mendonça), o engavetador-geral da República (Augusto Aras) e o ex-PM (Jorge Oliveira), o presidente optou pelo nome indicado pelo Centrâo (Kassio Marques), que é um magistrado amoldável – num momento é petista, em outra é do Centrão, tudo depende das circunstâncias, como diria Ortega y Gasset. Quanto a Bolsonareo, mostrou que não tem coragem de citar os nomes de Silas Malafaia e Olavo de Carvalho. Saudades de Juscelino Kubitschek, que enfrentava tudo e dizia: “Deus me poupou o sentimento do medo. (C.N.)


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