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domingo, novembro 03, 2019

"Quer ser bom prefeito? É só não roubar" Leia mais em: https://www.gazetadopovo.com.br/vida-publica/quer-ser-bom-prefeito-e-so-nao-roubar-1t9g6lhs5q8t5ibvgprrjgj0u/ Copyright © 2019, Gazeta do Povo. Todos os direitos reservados.

"Gestor de Realeza virou referência de boa administração com gestos simples de transparência, como deixar o próprio celular para reclamações nos postos de saúde
Por André Gonçalves, correspondente
"


"Vida Pública

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 Gaevski, com o livro em que é citado como exemplo de combate à corrupção e à frente da placa na qual presta contas à população | César Machado/ Gazeta do Povo



Gaevski, com o livro em que é citado como exemplo de combate à corrupção e à frente da placa na qual presta contas à população| Foto: César Machado/ Gazeta do Povo
Pega-ladrão
Confira algumas dicas sobre como detectar sinais de irregularidades nas prefeituras:

Sinais de riqueza

São perceptíveis quando o grupo de amigos e parentes das autoridades municipais exibe bens de alto valor, adquiridos de uma hora para outra, como carros e imóveis, e também na ostentação, por meio de gastos pessoais incompatíveis com suas rendas.

Resistência a prestar contas

Corruptos opõem-se a qualquer forma de transparência. Evitam que a Câmara Municipal fiscalize os gastos da prefeitura e não admitem que dados contábeis e outras informações sejam entregues a organizações independentes ou a cidadãos.

Falta crônica de verba

Os orçamentos municipais são normalmente previstos para custear os serviços básicos da sociedade. A negligência em relação a esses serviços pode ser um indício de desvios de recursos.

Parentes e amigos aprovados em concursos

Concursos públicos muitas vezes são abertos pelas autoridades para pagar promessas de campanha, dar empregos a correligionários, amigos, parentes e não por necessidade do serviço público.

Estação-tubo e biarticulado de Realeza: sistema de transporte de cidade grande em município com 16 mil moradores
Em 2008, o prefeito de Realeza, cidade de 16 mil habitantes no Sudoeste do Paraná, foi questionado pela Justiça sobre a cor de uns ônibus enormes que começavam a circular pela cidade. Eduardo Gaevski é do PT e os veículos têm o mesmo vermelho do partido. A polêmica foi parar na Justiça e só acabou quando ele conseguiu explicar a origem dos dois biarticulados e dois articulados utilizados no transporte escolar. Eles haviam sido cedidos sem custo pelo então prefeito de Curitiba, Beto Richa, e apenas mantinham as mesmas cores de quando rodavam na capital."
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"Ainda assim, permanece a dúvida: como um prefeito de uma cidadezinha arranjou os ônibus, negociando com um político de um partido oposto ao seu? Essa é uma das peripécias administrativas de Gaevski, cuja gestão é citada como exemplo de boas práticas por uma das maiores entidades sociais de combate à corrupção no Brasil, a Amarribo, representante no país da Transparência Internacional. Na semana passada, ele participou como convidado da 15.ª Conferência Internacional Anticorrupção, em Brasília.

Gaevski é curto e grosso ao falar sobre o que diferencia as gestões municipais. "Quer ser bom prefeito? É só não roubar." Outra ousadia, principalmente sob o ponto de vista do sistema político brasileiro: não comprometer nenhum cargo com indicação partidária ou pessoal. "Não dá para colocar parente, nem gente que depois você não possa demitir."

Por outro lado, o prefeito conta que chegou ao poder, em 2004, sem ter plano de governo. Pautou toda a administração na transparência – as contas da prefeitura estão expostas em um painel numa praça da cidade. E em ouvir a população. "As pessoas queriam, em primeiro lugar, melhorar a saúde. Depois, que se criasse condições de estudo e emprego para que os jovens não saíssem da cidade."

A primeira tarefa não foi fácil. Para entender o tamanho da confusão na saúde de Realeza, passou os três primeiros meses de gestão entregando senhas de consultas durante a madrugada. Descobriu que os médicos não cumpriam os horários e que havia desvios na entrega de medicamentos. À medida que o dinheiro parou de escoar pelo ralo da corrupção, a prefeitura conseguiu ampliar o quadro de médicos, dentistas, enfermeiros e farmacêuticos. Gaevski hoje se compromete pessoalmente com o atendimento. Nas paredes dos postos de saúde há cartazes com o celular dele, para reclamações.

"Pode até parecer estranho, mas funciona tudo exatamente desse jeito", confirma o presidente da Amarribo, Leo Torresan, que foi à cidade para ver e conferir tudo e, depois, incluir o caso na quinta edição do livro O Combate à Corrupção nas Prefeituras do Brasil – espécie de cartilha administrativa para os municípios."
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"Apesar dos feitos na saúde, Gaevski diz que seu orgulho é a educação. Em 2009, ele conseguiu atrair para a cidade um câmpus da Universidade Federal da Fronteira Sul.

Mas a principal transformação está no ensino fundamental. O material de estudo até a 5.ª série é o mesmo das escolas do Positivo, uma das redes privadas mais tradicionais do país. O ensino integral é prioridade, principalmente na zona rural. Mas tudo começa pelo incentivo à leitura, com os "baús do conhecimento", trenzinhos com livros que circulam entre as crianças. "É só livro de primeira qualidade. Se não for assim, não tem como ganhar do computador, da televisão", diz o prefeito."
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"Há escolas com consultórios de dentistas. Quando a distância aperta, motoristas da prefeitura levam as crianças aos serviços públicos de saúde. Os feitos geram reconhecimento: em 2008, o município foi citado entre os 37 modelos no país pela Unicef.

Já o Índice de Desenvol­­vimento da Educação Básica (Ideb) subiu de 5,0, em 2007 para 6,7 em 2011, o que coloca a cidade entre as dez melhores do Paraná. Como prêmio, Gaevski distribuiu um bônus de R$ 4,8 mil por professor – quase quatro vezes o valor do salário."
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"A propósito dos caminhos para melhorar a educação, os biarticulados que transitam pela cidade são chamados pelas crianças de "minhocões". Ao mesmo tempo em que negociou os ônibus com Curitiba, trouxe as estações-tubo de Foz do Iguaçu. "A prefeitura de lá comprou e não deu certo por causa do calor. Conversamos com eles e trouxemos algumas para cá." Em Realeza, não há dúvidas de que elas couberam direitinho.

TrajetóriaDe executivo de multinacional a petista

A carreira de Eduardo Gaevski mudou com um acidente de carro do outro lado do mundo. Em 2002, o hoje petista era executivo da multinacional de alimentos Kraft e havia acabado de ganhar um robusto bônus salarial como prêmio pelo trabalho na fusão da empresa com a Nabisco. Viajou à Nova Zelândia para aproveitar o dinheiro, mas relaxou tanto que se confundiu com a mão inglesa utilizada por lá e bateu de frente com outro automóvel em uma rodovia.

"Minha esposa ficou presa nas ferragens, o outro motorista também se machucou bastante. Foi uma tragédia. Como a culpa era minha, respondi a processo e fui condenado a pagar o equivalente a 10 mil dólares de multa, o que foi justo", diz ele.

O susto fez o executivo e a mulher repensarem a vida que levavam. "Decidimos viver um dia de cada vez." Nessa época conheceu o fotógrafo Juca Varella, que lhe deu de presente uma das primeiras versões do livro O Combate à Corrupção nas Prefeituras do Brasil. Varella era um dos entusiastas da Associação dos Amigos de Ribeirão Bonito (Amarribo)."
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"Fundada em 1999, a Amarribo virou referência de controle social da gestão pública. O grupo era formado por gente nascida na cidade, que já tinha construído uma carreira profissional sólida e que queria dar um basta na corrupção. Graças à pressão da entidade, dois prefeitos e cinco vereadores envolvidos em desvios no município foram cassados na última década.

Amor

Gaevski se empolgou com o exemplo e criou a Amor – Amigos Associados de Realeza, associada à rede Amarribo. "Depois de um tempo, o pessoal da cidade começou a falar: se esse louco quer fiscalizar tanto, por que não faz algo que preste e se candidata? Aí eu me candidatei."

Não foi fácil. Gaevski diz que escolheu o PT por ser o único partido da cidade que não estava envolvido com as famílias que dominavam a política local. "Falavam que eu não tinha nada a ver com o PT porque eu era um executivo de multinacional. A deputada do partido na região tinha vergonha de tirar foto comigo."

Gaevski começou com 0,8% das intenções de voto, mas venceu em 2004 com 67% dos votos válidos. Quatro anos depois, a reeleição veio com 83%. Em outubro de 2012, elegeu o sucessor, o secretário de saúde Milton Andreoli, também petista, com 70% dos votos"
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"O prefeito em fim de mandato não tem planos de se candidatar a novos cargos. "Quero ajudar a Amarribo a divulgar boas práticas de gestão e colaborar com os municípios do Sudoeste do Paraná.""
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Denúncia revela farra de PSL e empresas fantasmas

Reportagem revela que vinte dos 53 deputados do PSL pediram à Câmara o ressarcimento de R$ 730 mil por serviços prestados por firmas fantasmas
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Após obstruir investigação, Bolsonaro tira sarro: “E aí Globo, já acharam quem matou a Marielle? Foi eu mesmo?”

Oposição marca manifestações para derrubar o governo

Impeachment de Bolsonaro partirá de David Miranda

O deputado federal David Miranda (PSOL-RJ) afirmou que iniciará negociações para um pedido de impeachment do presidente do Brasil, Jair Bolsonaro (PSL).

É preciso entender o que significa o jornalismo independente num país como o Brasil


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Charge do Bier (Arquivo Google)
Carlos Newton
O Brasil vive uma fase democraticamente tenebrosa desde o primoroso governo de Itamar Franco (dezembro de 1993 a janeiro de 1995), que pegou a inflação anual em 631,54% e dois anos depois entregou o cargo com índice de apenas 22,41% ao ano, em viés de baixa, com inflação somente de 1,56% no seu último mês de gestão, dezembro de 1995. O mais importante é que o governo Itamar tirou o país da recessão e registrou crescimento de 10% do PIB e 6,78% da renda per capita.
A partir de Fernando Henrique Cardoso, em 2001, quando o PIB ficou num sobe-e-desce, o PT foi ganhando força com sua estratégia de dividir o país entre “nós e eles”, enfrentamento que se tornou uma espécie de política nacional e cada vez é mais acirrado.
FORA PT! – Foi essa divisão entre “nós e eles” que acabou tirando o PT do poder em 2018, simplesmente porque os erros governamentais foram tantos que os “eles” passaram a ser mais numeroso que os “nós”.
Jair Bolsonaro foi eleito por essa dicotomia, mas infantilmente não agiu como Itamar Franco, que montou um governo de união nacional. Logo ao assumir, o presidente Itamar reuniu-se com os presidentes de todos os partidos, disse que renunciaria e convocaria eleições se não tivesse apoio político e  assim conseguiu a adesão de todos os partidos, inclusive do PT, pois até o relutante Lula afirmou à época que a governabilidade estava garantida.
De lá para cá, surgiu a divisão petista entre “nós e eles”, que Bolsonaro agora está radicalizando, em busca de poderes de exceção (leia-se: uma nova ditadura) e para tanto investe vigorosamente contra a imprensa, para se fazer de vítima.
“DONO DO PODER” – O atual locatário do eixo Alvorada-Planalto se julga dono do poder e tenta desmontar qualquer possibilidade de existência de imprensa independente, sem a qual não existe democracia. Já conseguiu minar a independência dos Poderes, através do pacto pela impunidade, celebrado com os presidente do Supremo, da Câmara e do Senado, mas ainda falta muito para
baixar um novo AI-5, como sugere o irresponsável filho Zero Três.
A falta de cultura, a ambição e a arrogância fazem com que Bolsonaro e seus filhos pensem (?) que seu plano é perfeito, vai comandar as massas pelas redes sociais e logo estará tudo dominado, como se diz hoje em dia.
É um plano aparentemente perfeito. Mas as aparências enganam, especialmente quando se trata de política.
OS OLHOS DA NAÇÃO – Bolsonaro e os filhos jamais conseguirão destruir a imprensa, que funciona como os olhos da nação, no entender de Ruy Barbosa: “Por ela é que a nação acompanha o que lhe passa ao perto e ao longe, enxerga o que lhe malfazem, devassa o que lhe ocultam e tramam…”
“A imprensa é o quarto poder”, definiu há quase três séculos o filósofo irlandês Edmund Burke, que era conservador, mas o revolucionário Karl Marx concordava com ele: “A imprensa livre é o olhar onipotente do povo, a confiança personalizada do povo nele mesmo, o vínculo articulado que une o indivíduo ao Estado e ao mundo, a cultura incorporada que transforma lutas materiais em lutas intelectuais, e idealiza suas formas brutas”, dizia Marx, que era jornalista, editor da gazeta de Renânia.
FALTA DE CULTURA – Bolsonaro e seus filhos são hábeis em manipular adeptos, mas nada sabem sobre Filosofia, gostariam de excluir do currículo essa doutrina que estuda o saber acumulado pela Humanidade. Desconhecem até o moderno pensamento de Julian Assange, um jornalista contemporâneo que dedicou sua vida à liberdade de imprensa e jamais será esquecido:
“Aparentemente, a imprensa ultrapassa os limites éticos, mas isso não significa que um jornal inteiro deva receber uma sentença de morte por causa disso”, assinala Assange.
Aqui na Tribuna da Internet, cultivamos a utopia de exercer um jornalismo livre. Millôr Fernandes ensinava que “imprensa é oposição, o resto é armazém de secos e molhados”. A frase é genial, mas na TI julgamos que a imprensa deve apoiar entusiasticamente todos os atos do governo que sejam positivos e condenar com o mesmo rigor os que forem negativos. Para nós, esta é a doutrina do jornalismo independente, que praticamos.
INDEPENDÊNCIA – Não contem com nosso apoio incondicional a Jair Bolsonaro, Lula da Silva, Ciro Gomes, João Doria e Wilson Witzel, que são hoje os mais importantes líderes políticos do país, porque esse apoio irrestrito jamais acontecerá.
Na semana passada, demos exemplo do que significa o jornalismo independente. Quando as três promotoras convocaram açodadamente a imprensa, para anunciar que o porteiro do condomínio de Bolsonaro tinha mentido, a grande imprensa imediatamente engoliu essa versão.
Mas a Tribuna da Internet não recuou e não só conseguiu demonstrar que o porteiro não mentira, como também descortinou a armação montada para desmoralizar seus depoimentos. A Folha de S. Paulo correu atrás das denúncias da TI e confirmou que a tal perícia era uma falácia e as gravações da portaria poderiam ter sofrido manipulação.
UM HOMEM HONESTO – Na verdade, nada indicava que aquele modesto trabalhador do condomínio havia mentido. Pelo contrário, ele tinha cumprido suas obrigações e prestara dois depoimentos à Polícia que deviam ser respeitados pelas arrogantes promotoras.
E vai ser sempre assim. Não importa o que a grande mídia afirme ou aceite. Não interessa que os sites amestrados, de olho nas verbas públicas, defendam o governo Bolsonaro de maneira incondicional, como se nada fizesse de errado. No governo do PT também era assim e muitos sites e blogs se venderam por 30 dinheiros.
Mas passamos longe disso aqui na TI e sempre lembramos a opinião do líder britânico Winston Churchill: “Não existe opinião pública, existe opinião publicada”.

Os fatos que atrapalham o presidente não são excepcionais, não fossem os demônios

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Jair Bolsonaro perde tempo e se desgasta por motívos fúteis
William Waack
Estadão de S.Paulo
Jair Bolsonaro sente-se e age como homem cercado. Em parte, os motivos para essa autopercepção são práticos e “palpáveis”. Em parte, sente-se acuado por demônios de criação própria – em geral, a combinação dos dois leva os personagens da política a cometer erros. É real o cerco que sofre no Judiciário. O filho Flávio é investigado pelo conhecido esquema das “rachadinhas”, uma série de inquéritos faz menções a ligações do clã Bolsonaro com milícias no Rio, o TSE está tratando da acusação do envio de mensagens durante a campanha eleitoral de 2018. Porém, trata-se de dores de cabeça que, tomadas isoladamente, até aqui não são arrasadoras.
Como é perfeitamente normal em sistemas políticos abertos, atribulações com o Judiciário são fartamente utilizadas por adversários. Que agem segundo o habitual método (nem foi a Lava Jato que inventou isso) dos vazamentos de inquéritos ou, nos últimos dias, de divulgação de áudios de figuras como Fabrício Queiroz, essa espécie de assessor “faz-tudo” que é muito útil no dia a dia dos políticos e muito perigoso pelo o que podem dizer.
FOGO AMIGO – Note-se que adversários, nesses casos mais recentes, não são apenas a oposição composta por correntes políticas antagônicas, empenhadas como em qualquer outro lugar em atrapalhar o governo. Os ex-companheiros de luta do próprio presidente são hoje seus mais ferozes críticos, e os mais raivosos ao prometer vinganças.
É o resultado comum de ondas disruptivas como a das eleições de 2018: depois da vitória, os diversos componentes dela vão disputar o poder entre si, e Bolsonaro sempre favoreceu seu clã em detrimento do resto. Fatos concretos levaram o “mito” a criar fortes laços de dependência em relação a duas instâncias políticas que ele, como candidato, jurou que desprezaria ou transformaria radicalmente.
A primeira é o âmbito do STF, através sobretudo da figura de seu presidente, ministro Dias Toffoli, visivelmente empenhado em aliviar dores de cabeça políticas e pessoais de Bolsonaro. Mas, se quiser, pode aumentá-las substancialmente.
BASE ALIADA – A segunda questão é a esfera da “política tradicional”, à qual Bolsonaro se dedica agora de forma tácita, porém não declarada, pois admitiu com perigosa lentidão que não governa sem ela.
O desarranjo de suas próprias forças, ilustrado no episódio das brigas do PSL, tem como óbvia consequência a necessidade incontornável de se apoiar e depender de outros grupos, a exemplo do que já acontecia com a liderança do governo no Senado. Com um pouco de distanciamento, percebe-se que esse contexto acima nada tem de excepcional, muito menos as brigas de Bolsonaro com setores da imprensa (pode-se dizer que há décadas a história política do Brasil está recheada desse tipo de conflito entre governantes e grupos de mídia).
CARICATURA – Ocorre que os verdadeiros donos de sabedoria política tratam de exercitar a serenidade e o cálculo frio, essenciais para se navegar em águas turbulentas – mas o que Bolsonaro está exibindo é a caricatura de um personagem consumido no caldeirão fervente de seus próprios demônios, às vezes chamados de “hienas”. Ele prefere enxergar sobretudo conspirações e inimigos ocultos (seu ídolo, Donald Trump, fala sempre de um “deep state”) mancomunados para derrotá-lo em sua missão divina e tornada possível por um milagre (sobreviver à facada), num tipo de visão de mundo que inclui mesmo o resto do mundo (conspirações ou forças do mal arquitetando-se no Chile, Argentina, óleo nas praias, Amazônia, etc.).
Lutando contra seus demônios, vai sendo engolido pelo “buraco” (a expressão é do próprio Bolsonaro) no qual está um País estagnado, recuperando-se muito lentamente da mais brutal recessão da sua história, habitado por milhões cujas expectativas não atendidas crescem tanto quanto sua impaciência – isto sim, é diabólico.

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