Em um estado, o nosso, em que mais da metade a população apenas sobrevive, chamar os que roubam o dinheiro da merenda escolar de ladrões é apenas elogiá-los.
Repito: em um estado com pouco mais de três milhões de habitantes, registrando uma pobreza de 900 mil pessoas, que se somam a 760 mil miseráveis, os tais a quem nos referimos acima devem ser tratados por assassinos, homicidas, ou – talvez a melhor definição: latrocidas – aqueles que matam suas vítimas depois de roubar.
E é o que de fato acontece. Crianças que não têm o que comer morrem de inanição ou de doenças provocadas pela subnutrição. Não são poucos, também, os adolescentes que deixam as escolas porque lá não encontram um ambiente saudável, com uma alimentação que os satisfaçam – caem no mundo, nas drogas, nos crimes e, finalmente, no caixão de defunto. Não é só por isso, mas é por isso, também.
Quanto à essa gente podre, sem escrúpulo, que embolsa o dinheiro público, parco, escasso, para viver de prazeres e orgias merece o destino dos grandes bandidos que se encontram, hoje, nos presídios de segurança máxima.
Agora, quem são eles? A Polícia Federal já indiciou vários acusados em Alagoas pelo mesmo crime: roubo do dinheiro da merenda escolar. O que acontece desde 2004 – e já por três vezes.
Mas se não há julgamento, não há culpados. Só vitimas: as crianças e adolescentes que as estatísticas das mortes por assassinato não vão contabilizar. Os seus homicidas não serão assim, jamais, identificados e ainda serão beneficiados pela hipocrisia nossa de cada dia. (http://blog.tnh1.com.br/ricardomota/2011/03/30/eles-sao-mais-do-que-ladroes-sao-assassinos/)