Folha de S. Paulo
Alckmin fará auditorias em contratos do governo Serra
O governador Geraldo Alckmin auditará todos os contratos de terceirização de serviços herdados da gestão de José Serra (PSDB).
Os alckmistas dizem que não é revanche, mas a determinação de Alckmin repete pacote anunciado por Serra em 2007 que abriu crise entre "serristas" e "alckmistas".
Na primeira semana de governo, Serra apresentou medidas de austeridade fiscal, que incluíam desde a revisão de contratos até pente-fino no funcionalismo. Alckmin havia deixado o governo em 2006 e se sentiu exposto.
Nessa gestão, o pente-fino nos contratos e repasses a entidades sociais será feito pelo secretário de Gestão Pública, Julio Semeghini (PSDB-SP). Só os serviços terceirizados que serão auditados somam R$ 4,1 bilhões em gastos, sendo R$ 2,8 bilhões na administração direta e R$ 1,3 bilhão na indireta.
Governador congela R$ 1,5 bi do Orçamento
Após a primeira reunião com sua equipe de secretários, Geraldo Alckmin anunciou ontem o contingenciamento de cerca de R$ 1,5 bilhão no Orçamento.
Desse total, cerca de R$ 350 milhões foram congelados na previsão de gastos com custeio -10% do total destinado para a rubrica.
O restante -R$ 1,25 bilhão- foi bloqueado na verba de investimentos -cerca de 20% do total.
Estados anunciam redução de gastos
Assim como o paulista Geraldo Alckmin (PSDB), no primeiro dia útil no cargo governadores recém-empossados anunciaram ontem cortes no custeio da máquina administrativa e redução dos cargos comissionados.
No Paraná, Beto Richa (PSDB), que sucede o peemedebista Orlando Pessuti, anunciou um plano de ação de 180 dias para "reequilibrar" as contas, o que inclui o corte de 15% nos gastos de custeio da máquina.
Richa determinou também a suspensão por 90 dias das ordens de pagamento e serviço do Estado. O governo diz que economizará pelo menos R$ 480 milhões em 2011.
Troca dos carros da Assembleia de SP vai custar R$ 2,5 milhões
A Assembleia Legislativa de São Paulo vai gastar R$ 2,5 milhões para trocar a sua frota de veículos. A Casa assinou contrato com a General Motors no último dia 22 para comprar 150 Vectras Elite, modelo top da linha Vectra.
Os carros, ano 2010 e modelo 2011, vão substituir os atuais Corollas, da Toyota, comprados no final de 2008. Na licitação, a montadora japonesa apresentou proposta para fornecer novos Corollas, mas prevaleceu o menor preço. Os Vectras foram comprados por R$ 59,5 mil cada um. O preço de mercado gira em torno de R$ 71 mil.
Infraero quer terminal provisório em aeroportos
A Infraero estuda fazer a concessão de terminais de passageiros de aeroportos em instalações móveis de longa durabilidade. A ideia de realizar obras permanentes está praticamente descartada por falta de prazo até a Copa em 2014.
Conforme a Folha antecipou ontem, a presidente Dilma Rousseff já determinou que a construção e a operação dos novos terminais de Guarulhos e Viracopos, em São Paulo, sejam concedidas para a iniciativa privada por até 20 anos. O trabalho será feito pela nova Secretaria de Aviação Civil, que deve ser criada ainda este mês.
Oposição a Dilma pede retratação sobre privatizações
Líderes oposicionistas do Congresso cobraram ontem uma retratação da presidente Dilma Rousseff sobre ter condenado as privatizações durante as eleições.
Eles criticaram o fato de, durante a campanha, Dilma ter classificado a oposição de "privatista" e, dois dias após assumir a Presidência, ter decidido entregar à iniciativa privada a construção e operação dos novos terminais de aeroportos paulistas, conforme revelou ontem a Folha. Os aeroportos de Guarulhos e de Viracopos, em Campinas, compõem o pacote aprovado por Dilma.
Fora do cargo, Lula lê jornais e come pastel, arroz e feijão
Em seu segundo dia como ex-presidente em São Bernardo do Campo, Luiz Inácio Lula da Silva acordou às 9h de ontem, leu jornais, viu TV e almoçou uma refeição especialmente preparada por sua mulher, Marisa Letícia: arroz, feijão e pastéis.
Quando ocupava o principal cargo do país, a leitura diária de jornais não era um hábito. Em duas oportunidades Lula disse que tinha "azia" ao ler o noticiário. Além da leitura das edições dos principais jornais do país, Lula tem aproveitado o tempo livre para assistir ao noticiário na TV.
"Tomei a atitude de não ficar com a raiva que eles [imprensa] pensam que eu vou ficar (...). Vou parar de lê-los, não vou ficar com azia. E não perdi nada", disse Lula à TV Brasil na semana passada.
Tumor aumenta, e ex-vice retoma quimioterapia, afirma médico
O tumor que atinge a região abdominal do ex-vice-presidente José Alencar aumentou, segundo o médico oncologista Paulo Hoff, da equipe médica responsável pelo político.
"Houve uma progressão do sarcoma. Não fizemos uma leitura específica sobre o tamanho, mas houve uma progressão clara", disse Hoff ontem, no hospital Sírio-Libanês, em São Paulo.
Para o médico, o avanço do tumor se deve à interrupção da quimioterapia, há mais de um mês. O ex-vice luta contra o câncer há 15 anos.
Tatuagem na nuca é homenagem de Marcela ao marido
No sábado, na posse presidencial, o cabelo à Rapunzel (uma trança loura jogada para o lado) revelou tatuagem que Marcela Temer fez em homenagem ao marido, o vice-presidente Michel Temer.
Ela tatuou na nuca o nome de Temer, que também é o mesmo do filho do casal, Michelzinho, 2. Até ontem, a ex-vice-miss São Paulo continuava como um dos assuntos mais comentados do Twitter.
Desaparecido político não é vergonha, diz ministro
A existência de desaparecidos políticos durante o regime militar brasileiro (1964-1985) não deve ser motivo nem de vergonha nem de vangloriação, disse o novo chefe do GSI (Gabinete de Segurança Institucional) da Presidência da República, general José Elito Siqueira.
Para Siqueira, tanto a ditadura militar -que ele chamou de "movimento de 31 de março de 1964"- como os casos de desaparecidos naquele período devem ser tratados como "fato histórico".
Mudança do Arquivo Nacional para a Justiça é alvo de críticas
Servidores do Arquivo Nacional criticaram a "total falta de diálogo" do governo de Dilma Rousseff, ao anunciar a retirada do órgão da Presidência para torná-lo, nas palavras deles, um "penduricalho" do Ministério da Justiça.
Em nota, a Associação dos Servidores do Arquivo Nacional disse que a medida é um "retrocesso" na abertura dos arquivos da ditadura militar (1964-1985).
"É necessário destacar a inadequação do Arquivo Nacional diante das atribuições do ministério", diz a nota.
Mercadante diz que Brasil será o 1º país tropical desenvolvido
Ao tomar posse como ministro da Ciência e Tecnologia, em Brasília, Aloizio Mercadante (PT) disse que tentará elevar o volume de investimentos no setor para que o país possa se desenvolver.
"Não há país tropical desenvolvido no mundo. Não temos modelo a seguir, estamos criando nosso próprio modelo e temos todo o potencial para sermos o primeiro país tropical desenvolvido."
Na Pesca, Ideli critica comentários "jocosos"
Ao assumir ontem o ministério da Pesca e Aquicultura, Ideli Salvatti prometeu valorizar o setor e criticou comentários "jocosos" sobre a importância da pesca na economia do país.
"A pergunta "quantos peixes você já pescou?", eu não aguento mais ouvir. Deve ser a mesma quantidade de soja colhida pelas centenas de ministros de Agricultura da história do país", ironizou.
Em sua posse, Miriam Belchior (Planejamento), por sua vez, defendeu o salário mínimo de R$ 540 fixado pelo governo. Vinte ministros de uma equipe de 37 tomaram posse ontem. A solenidade para o ex-governador Moreira Franco (PMDB) na Secretaria de Assuntos Estratégicos, hoje, encerra o ciclo.
Mínimo terá aumento abaixo da inflação
O governo Dilma Rousseff reconheceu ontem, discretamente, que o reajuste do salário mínimo ficou abaixo da inflação pela primeira vez desde 1997.
Ao editarem uma portaria conjunta para corrigir os benefícios previdenciários, os ministérios da Fazenda e da Previdência usaram o percentual de 6,41%, indicando o cálculo oficial para o INPC -índice de preços utilizado para salários e aposentadorias- acumulado em 2010.
O Globo
Advogados vão ao STF por libertação de Battisti
Os advogados do ex-ativista italiano Cesare Battisti entraram ontem no Supremo Tribunal Federal (STF) com pedido de libertação imediata. Como o ex-presidente Lula negou, no último dia 31, o pedido de extradição feito pela Itália, não haveria mais razão para manter Battisti atrás das grades, segundo a defesa. O ex-ativista está na penitenciária da Papuda, em Brasília. Em seu país, ele foi condenado por participar do assassinato de quatro pessoas nos anos 1970.
Com o recesso dos ministros do STF, caberá ao presidente, Cezar Peluso, que está de plantão, analisar o pedido. Normalmente, o plantão é dedicado ao julgamento imediato de pedidos de liberdade. Porém, Peluso disse, pela assessoria de imprensa, que esperará o fim das férias, em fevereiro, para submeter a ação ao julgamento em plenário.
Ameaça virtual contra Dilma
O procurador-geral da República, Roberto Gurgel, vai analisar se abre investigação para apurar ameaças de morte feitas contra a presidente Dilma Rousseff pela internet no sábado, dia da posse. Em troca de mensagens pelo Twitter, jovens pediam que um atirador de elite surgisse de um lugar qualquer para atirar e matar a presidente durante o desfile em carro aberto entre a Catedral de Brasília e o Palácio do Planalto. Alguns pediam atiradores também contra o vice-presidente, Michel Temer.
As informações sobre a campanha contra Dilma e Temer foram recolhidas na internet por auxiliares do deputado Dr. Rosinha (PT-PR) e enviadas a Gurgel ontem. Pela lei em vigor, incitação à violência é crime. Nas mensagens, internautas clamam pelo aparecimento de um atirador de elite e, como sugestão, lembram do atentado em que o ex-presidente dos Estados Unidos John Kennedy foi assassinado com um tiro na cabeça.
Anastasia cria cinco secretarias em MG
Um dia depois de ter defendido "mais austeridade" nos gastos públicos e um ajuste "com coragem dos gastos com a máquina pública", na posse como governador de Minas Gerais, o tucano Antonio Anastasia oficializou a criação de cinco novas secretarias de estado e de um Escritório de Prioridades Estratégicas. O governo garante que a mudança administrativa - viabilizada por meio de uma lei delegada e sem a necessidade de ser aprovada pela Assembleia Legislativa - não terá grande impacto no orçamento público, porque parte dela decorrerá do aproveitamento da atual estrutura de governo. Mas o orçamento para 2011 sancionado no fim da tarde de ontem pelo governador já prevê um gasto extra de 3,2 bilhões no custeio de pessoal em todos os poderes, aumento de 15,3% em relação ao do ano anterior.
Aposentados que ganham acima do salário mínimo vão receber um reajuste maior
Os aposentados que recebem acima do salário mínimo terão aumento maior do que os que ganham só o piso. Portaria publicada ontem no Diário Oficial da União concede a esses segurados reajuste de 6,41% a partir deste mês. Quem recebe o piso (a maior parte das aposentadorias e pensões) terá índice de 5,88% - a mesma correção do mínimo, que subiu de R$510 para R$540, conforme Medida Provisória (MP) editada pelo ex-presidente Lula antes de deixar o governo.
Segundo técnicos da Previdência, o reajuste dos benefícios acima do mínimo considera o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) fechado, incluindo a previsão para dezembro. Para quem recebe o piso, o governo manteve os R$540 aprovados pelo Congresso e que levava em conta a projeção do INPC feita em julho, quando o Orçamento foi enviado ao Congresso. Porém, a inflação subiu com mais força nos últimos meses.
Cúpula do PMDB escolta ministro do Turismo
Com trechos do filósofo romano Marcus Tullius Cícero e a promessa de que os ensinamentos de Delfim Netto comporão sua cartilha pelos próximos anos, o novo ministro do Turismo, Pedro Novais, tomou posse escoltado pela cúpula do PMDB. De um lado estava o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), do outro, a governadora do Maranhão, Roseana Sarney, e o vice-presidente Michel Temer. Novais anunciou um esforço concentrado de 120 dias que inclui, por exemplo, o fim da farra de recursos do ministério para festas e folguedos. E também prometeu brigar no Congresso para aprovar a permissão de capital estrangeiro em companhias aéreas.
O plenário estava lotado. Na primeira fila, chamaram a atenção a mulher do ministro, Maria Helena, e a filha, Cláudia, que usava um vestido tomara que caia de cetim preto. Da altura do pai, com pouco mais de um metro e meio, Cláudia chamou a atenção pelo corpo bem torneado.
Dançando conforme a pasta
O Ministério da Cultura celebrou ontem a posse da nova ministra Ana de Hollanda com uma festa. Ela foi recebida ao som de 11 grupos musicais, no Museu da República, e não resistiu, dançando diante deles. O senador Eduardo Suplicy (PT-SP) se empolgou com três mulatas e caiu no samba. Perguntada sobre o custo do evento, no qual o ex-ministro Juca Ferreira transferiu o cargo, a pasta omitiu os cachês de parte dos artistas que se apresentaram.
Na porta do museu, foram armadas tendas para a recepção. Baianas executavam coreografias inspiradas na umbanda, um grupo encenava bumba-meu-boi, outro dançava frevo, e uma bateria de escola de samba - a mesma que encantou Suplicy - batucava enredos, enquanto artistas de circo circulavam em pernas de pau.
Fortes sai dizendo que seu ministério foi o mais cobiçado porque tem verba
Em um discurso curto e direto, feito de improviso, o ex-ministro das Cidades Márcio Fortes não conseguiu disfarçar seu incômodo durante a cerimônia de transmissão do cargo ao sucessor Mário Negromonte, deputado baiano do PP eleito pelo quinto mandato.
Para justificar as breves palavras, cerca de um minuto, disse que o importante é quem entra e não quem sai, sem esconder o ressentimento. Fortes dispensou balanços da sua gestão, lembrando que o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) teve um relatório divulgado recentemente.
- Já se sabe tudo o que foi feito. Talvez, por isso, este tenha sido o ministério mais cobiçado nessa mudança de governo.
Lei sobre aborto não muda, diz Iriny
Tão logo assumiu a Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres, ontem, Iriny Lopes fez questão de reiterar o compromisso que a presidente Dilma Rousseff assumiu durante o segundo turno da campanha presidencial, de que o governo não irá mexer na atual legislação sobre o aborto. A nova ministra garantiu que esse debate só será feito pelo Congresso. Atualmente, o procedimento é permitido no Brasil em casos de estupro e risco de vida para a mãe ou para o bebê. O Supremo Tribunal Federal (STF) ainda pode decidir se estende a possibilidade para os casos de anencefalia.
- Não haverá alteração na legislação. A presidente Dilma se comprometeu com isso. O debate de qualquer alteração será feito pelo Congresso - disse Iriny.
Mercadante promete 'otimizar recursos'
O novo ministro da Ciência e Tecnologia, o petista Aloizio Mercadante, assumiu ontem o cargo disposto a mostrar que não ficou desapontado com a nomeação, embora sua expectativa fosse ficar no comando do Ministério da Educação. Num pronunciamento de quase 40 páginas, ele defendeu parcerias com colegas de Esplanada, para garantir que o Brasil seja o primeiro país tropical desenvolvido do planeta. Para isso, considera fundamental que os investimentos em Ciência e Tecnologia, que hoje representam 1,25% do Produto Interno Bruto (PIB), aumentem e cheguem à casa dos 2% a 2,5% na próxima década. O orçamento anual da pasta é de cerca de R$7 bilhões.
Mercadante admite que a meta é ambiciosa, especialmente diante da perspectiva de ajuste fiscal prevista pela equipe econômica para este ano. Todo seu esforço será para "otimizar o uso dos recursos disponíveis"
Ministra defende cotas raciais para todo o governo
A nova ministra da Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial, Luiza Helena de Bairros, assumiu o cargo ontem elogiando a iniciativa do Itamaraty de criar reserva de vagas para negros no próximo concurso para diplomatas. Ela fez um apelo para que todos os ministérios do governo tomem medidas parecidas em 2011, declarado pela Organização das Nações Unidas (ONU) o Ano Internacional para Afrodescendentes.
- Neste ano, vamos provocar cada ministério a apresentar uma ação de impacto, emblemática. Tivemos uma avant-première com a decisão do Ministério das Relações Exteriores de fazer a reserva de vagas. Podemos ver com os demais ministérios como isso se organiza - disse. "As cotas têm se mostrado eficientes para a inclusão"
Ministro prepara ensino médio em tempo integral
Mantido no cargo, o ministro da Educação, Fernando Haddad, quer que a oferta de ensino médio em tempo integral, associado ao ensino técnico, seja uma das marcas do governo Dilma Rousseff. Ele apresentará à presidente um plano de ação para que estudantes de todo o país possam fazer o curso regular num turno e, no outro, o profissionalizante. "Vamos apresentar propostas nesse sentido: reforçar o ensino médio de tempo integral", diz Haddad. O plano terá como foco também a valorização do magistério e a educação infantil. Aos 47 anos, ele está à frente do Ministério da Educação desde julho de 2005. Antes, foi secretário-executivo da pasta, de janeiro de 2004 até virar ministro.
MST perderá o comando de setores do Incra
O novo ministro do Desenvolvimento Agrário, Afonso Florence, prometeu ontem que não vai nomear pessoas ligadas a qualquer entidade para as superintendências do Incra. Logo que foi confirmado no cargo, ele enfrentou resistências na coordenação nacional do Movimento dos Sem Terra (MST), que preferia o senador eleito e ex-governador do Piauí Wellington Dias (PT) no ministério.
- Não há obstáculo à interlocução com os movimentos, pelo contrário. Agora, a nomeação de gestor é prerrogativa exclusiva do ministro, e assim o farei - avisou Florence.
Na briga por cargos, PMDB e PT se boicotam
No primeiro dia útil do governo Dilma Rousseff, a crise entre PT e PMDB pela disputa do segundo escalão chegou ao Palácio do Planalto e foi tema da reunião de coordenação política de governo. O vice-presidente Michel Temer (PMDB) foi escalado pelos líderes do partido para relatar as insatisfações com o avanço do PT em cima dos principais cargos do partido nas estatais e no segundo escalão dos ministérios. A rivalidade entre os dois partidos ficou clara nas ausências nas cerimônias de transmissão de cargos de ministros petistas e peemedebistas.
Nenhum integrante do PMDB apareceu na cerimônia do petista Luiz Sérgio como novo ministro de Relações Institucionais, de manhã, no Planalto. Da mesma forma, nenhum petista foi prestigiar as posses dos novos ministros da Previdência, Garibaldi Alves, e do Turismo, Pedro Novais, ambos do PMDB.
Posse de Bezerra sem Ciro
Ao assumir ontem o Ministério da Integração Nacional, Fernando Bezerra Coelho, demonstrou cuidado para evitar desgaste com os demais aliados na composição do segundo escalão. O partido herdou a pasta que estava com o PMDB. Na tentativa de conter o clima de crise na base aliada, o presidente do PSB e governador de Pernambuco, Eduardo Campos, negou que haja insatisfação entre os deputados do seu partido não contemplados com cargo no primeiro escalão.
O deputado Ciro Gomes (PSB-CE), convidado por Dilma para a Integração Nacional, não prestigiou a posse do colega de partido. Responsável pela indicação de Bezerra, Eduardo Campos garantiu que o PSB está solidário ao governo Dilma, e que não há disputa por cargos de 2º escalão. Ele minimizou o fato de poucos deputados do PSB terem prestigiado a posse.
Rosário defende apuração de crimes da ditadura
No seu discurso de posse, a nova ministra da Secretaria Especial dos Direitos Humanos, Maria do Rosário, defendeu a responsabilização do Estado pelas violações cometidas pelos militares durante a ditadura. Para ela, essa é uma dívida com os familiares e com os desaparecidos políticos. Na presença do ministro da Defesa, Nelson Jobim, que polemizou sobre esse assunto com o antecessor de Rosário, Paulo Vannuchi, a ministra ainda fez um apelo ao Congresso para aprovar a criação da Comissão da Verdade.
- Passados quase 50 anos, é mais que chegada a hora de agir com objetividade. Devemos dar seguimento ao processo de reconhecimento da responsabilidade do Estado por graves violações de direitos humanos, com vistas à sua não repetição, com ênfase no período 1964-1985, de forma a caracterizar uma consistente virada de página sobre esse momento da História do país - disse Maria do Rosário no seu discurso, de 18 páginas. - Devemos isso às famÍlias daqueles que foram mortos ou estão desaparecidos. Devemos aos que viveram aquele período e empenharam suas vidas generosamente, porque acreditavam na liberdade e na democracia. Eles nos trouxeram até aqui.
Tarso estuda reajuste de 250% a comissionados
O governador do Rio Grande do Sul, Tarso Genro (PT), dedicou seu primeiro dia a reuniões para debater possível convocação extraordinária da Assembleia Legislativa. Os deputados deverão ser chamados, sem remuneração extra, para apreciar projetos relativos a cargos e salários da administração pública, entre eles o que reajusta em mais de 250% os vencimentos de 500 cargos de chefia ou coordenação, que passariam dos atuais R$1,2 mil mensais para R$4,3 mil.
O objetivo é oferecer vencimentos melhores em funções estratégicas, que hoje contam com rendimentos considerados pouco atrativos para profissionais qualificados, segundo o chefe da Casa Civil, Carlos Pestana.
Uma segunda-feira de chinelo
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva aproveitou o primeiro dia útil do ano para descansar e comer uma refeição preparada pela ex-primeira-dama Marisa Letícia. Lula passou a segunda-feira chuvosa em seu apartamento em São Bernardo do Campo, no ABC Paulista, com a família, leu jornais e assistiu ao noticiário na televisão. Acordou às 9h e ficou de camiseta, bermuda e chinelo, segundo um ajudante de ordens. No almoço, comeu pastéis, feijão e arroz preparados por dona Marisa.
Segundo o funcionário, uma possível viagem do ex-presidente para o Guarujá, no litoral paulista, ainda não está definida, até por conta do mau tempo. Lula mandou dizer que tinha pena dos jornalistas de plantão na sua rua, mas afirmou que "estava descansando".
Estado de S. Paulo
Governo fala em cortes de impostos para alguns setores
O novo ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Fernando Pimentel, revelou ontem que a presidente Dilma Rousseff está preocupada com o impacto da taxa de câmbio sobre as exportações brasileiras e admitiu a necessidade de desonerações setoriais de impostos, para compensar a indústria nacional.
Após uma concorrida cerimônia de posse, Pimentel disse que Dilma pediu um "coro afinado" na equipe econômica. Além disso, a presidente pôs na lista dos desafios do novo governo o enfrentamento da guerra cambial. "O governo não vai ficar passivo, inerte, assistindo à nossa moeda se valorizando e a nossa indústria sendo prejudicada", insistiu.
Petista admite negociar valor do mínimo
O candidato do PT à presidência da Câmara, deputado Marco Maia (PT-RS), admite alteração no valor do salário mínimo fixado pelo governo em R$ 540 durante a votação da medida provisória pelos parlamentares. A proposta deverá ser votada em março, quando a MP passará a trancar a pauta dos trabalhos do plenário, com a expectativa de se tornar um dos primeiros embates entre o novo governo Dilma Rousseff e o Congresso.
Maia espera um debate acalorado na Câmara durante a votação da proposta. "Vamos precisar de muita calma e tranquilidade para produzir uma equação para não inviabilizar as contas públicas e, ao mesmo tempo, ter um reajuste que dialogue com a sociedade brasileira", disse. A oposição anunciou que vai defender um mínimo de R$ 600, valor proposto pelo candidato derrotado à presidência da República José Serra (PSDB).
Reajuste para aposentados supera o do salário mínimo
O governo Dilma Rousseff concedeu aos aposentados e pensionistas que recebem mais do que um salário mínimo reajuste maior do que o do próprio mínimo. Uma portaria conjunta dos ministérios da Previdência Social e Fazenda, publicada ontem no Diário Oficial da União, fixou em 6,41% o aumento desses benefícios. Na semana passada, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva corrigiu o mínimo em 5,88% - de R$ 510 para R$ 540. Dilma, na verdade, está dando aos aposentados apenas a inflação acumulada em 2010, de 6,41%, o que não aconteceu com o mínimo.
A ação da equipe da nova presidente será usada, no entanto, por sindicalistas para exigir uma elevação adicional do mínimo. O deputado Paulo Pereira da Silva, da Força Sindical, já apresentou uma emenda à MP de Lula para subir o valor para R$ 580. Segundo a ministra do Planejamento, Miriam Belchior, a intenção é manter os R$ 540, que utiliza regra acordada com as centrais - inflação mais crescimento econômico de dois anos antes.
O salário mínimo de R$ 540 é um sinal de realismo
Depois de anos de liberalidade, uma das últimas decisões do ex-presidente Lula foi a de fixar o salário mínimo em R$ 540, a partir de 1.º de janeiro, com aumento nominal de R$ 30 ou 5,88%, próximo da variação do INPC do ano passado. Em face do desajuste das contas públicas do último biênio, esse foi um raro sinal de realismo. Mas Dilma Rousseff terá agora de fixar o valor das aposentadorias que superam o salário mínimo, e as primeiras informações são de que a correção será de 5,5%, inferior ao INPC de dezembro de 2009 a novembro de 2010.
O salário mínimo passou de R$ 200, em 2002, para R$ 510, em 2010. Descontado o INPC, o aumento foi de 53,46% na era Lula: 1,2% real, em 2003 e 2004; 8,2%, em 2005; 13%, em 2006; 5,1%, em 2007; 4%, em 2008; e 5,8%, tanto em 2009 como em 2010. Houve, além disso, antecipação das correções, que até 2005 ocorriam nos meses de maio; passaram para abril em 2006 e 2007; para março, em 2008; fevereiro, em 2009; e janeiro, a partir do ano passado.
Ministra promete ''avançar'' com plano polêmico de Lula para direitos humanos
Com um discurso forte, a deputada petista Maria do Rosário assumiu ontem a Secretaria de Direitos Humanos pedindo ao Congresso que aprove a formação da Comissão da Verdade e defendendo "o reconhecimento da responsabilidade do Estado pelas graves violações de direitos humanos com vista a não repetição do ocorrido". A nova ministra prometeu ainda implementar o Plano Nacional de Direitos Humanos, que foi fruto de polêmica, inclusive durante a campanha presidencial.
Na plateia, estava o ministro da Defesa, Nelson Jobim (PMDB), que ouviu Maria do Rosário homenagear os guerrilheiros que "empenharam suas vidas generosamente porque acreditavam na liberdade e na democracia". À ditadura, referiu-se como "período de exceção".
Novo presidente do BC diz que País pode perseguir meta de inflação menor
O novo presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, deixou claro ontem que fará tudo que estiver ao seu alcance para manter a inflação sob controle. Durante discurso de posse, o economista enfatizou que o sistema de metas de inflação é o instrumento "mais adequado" para cumprir essa missão e afirmou que o crescimento sustentado só ocorrerá com inflação baixa.
Ele ressaltou que a consolidação da política macroeconômica permitirá, no futuro, a redução da meta de inflação para níveis mais baixos, semelhantes aos observados nas principais economias emergentes. "Esse é um processo que devemos ter ambição de perseguir no futuro", disse. Hoje, o centro da meta da inflação é de 4,5%.
Meirelles ''blinda'' Tombini para o Copom
Sem o peso da presidência do Banco Central, o ex-presidente Henrique Meirelles encarna novo discurso e seu sucessor, Alexandre Tombini, se ancora na orientação da presidente Dilma Rousseff para afirmar que a política do BC é de continuidade. "A orientação da presidente foi para que eu assumisse o compromisso de buscar o controle da inflação de forma incansável e intransigente", disse Tombini na solenidade de transmissão de cargo.
Minutos antes, o próprio Meirelles demonstrava que não há incompatibilidade entre crescimento econômico e controle da inflação, o que ele sempre considerou como "um falso dilema". No discurso de despedida, Meirelles passou uma mensagem e, ao mesmo tempo, uma preocupação: o risco de se considerar que um pouquinho mais de inflação não tem problema. Meirelles defendeu a necessidade de o País ter condições de se planejar no longo prazo, alternativa saudável para atrair investimentos.
Empresas brasileiras atingem valor recorde de US$ 1,5 trilhão na Bolsa
As empresas brasileiras de capital aberto fecharam 2010 com um recorde: juntas, atingiram um valor de mercado de US$ 1,503 trilhão na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa). O levantamento foi feito pela consultoria Economática. A marca anterior havia sido registrada em outubro passado, quando o valor de mercado chegou a US$ 1,464 trilhão.
De acordo com a pesquisa, as dez empresas brasileiras com maior valor de mercado são responsáveis por 56,4% dessa soma, com US$ 848,2 bilhões.
A Petrobrás se mantém no topo da lista como a maior empresa brasileira e latino-americana por valor de mercado, com US$ 228,2 bilhões. A segunda colocação é a Vale (US$ 166,2 bilhões), seguida pelo Itaú Unibanco (US$ 96,4 bilhões), Ambev (US$ 86,6 bilhões) e Bradesco (US$ 67 bilhões).
Governo fala em cortes de impostos para alguns setores
O novo ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Fernando Pimentel, revelou ontem que a presidente Dilma Rousseff está preocupada com o impacto da taxa de câmbio sobre as exportações brasileiras e admitiu a necessidade de desonerações setoriais de impostos, para compensar a indústria nacional.
Após uma concorrida cerimônia de posse, Pimentel disse que Dilma pediu um "coro afinado" na equipe econômica. Além disso, a presidente pôs na lista dos desafios do novo governo o enfrentamento da guerra cambial. "O governo não vai ficar passivo, inerte, assistindo à nossa moeda se valorizando e a nossa indústria sendo prejudicada", insistiu.
Garibaldi descarta reforma na Previdência
O novo ministro da Previdência, Garibaldi Alves Filho, tomou posse preocupado com o tamanho do "abacaxi" que o cargo representa e insinuando que não cumprirá a principal missão da pasta: a reforma da Previdência. "Não é possível realizar de forma abrupta", afirmou. Para ele, a solução seriam pequenas mudanças pontuais que ele próprio admitiu ainda não ter elaborado. "Ainda não tenho nenhuma reforma pontual a ser adotada'', afirmou.
Garibaldi cogitou a possibilidade de substituir o fator previdenciário por um aumento da idade mínima para a aposentadoria, mas deu sinais de que não será uma decisão a ser tomada pelo governo no curto prazo. "Há um consenso, que eu não sei se é um falso consenso, de que poderíamos substituir o fator previdenciário por uma proposta de idade mínima", disse. "Isso parece razoável e pode ser analisado, pois o fator previdenciário agrava mesmo a situação (do segurado)."
Atraso em acordo com a PT não afeta capitalização da Oi
O presidente da Oi, Luiz Eduardo Falco, disse nesta segunda-feira, 3, que o atraso para assinatura do acordo de acionistas de dezembro para janeiro com a Portugal Telecom (PT) não deve interferir no prazo de capitalização da empresa. "Houve um atraso, claramente, e o que a gente imagina é que, se não houver nenhuma coisa nova, esse atraso vai ser absorvido e o prazo (da capitalização) continua", afirmou o executivo, depois de participar da posse do novo ministro das Comunicações, Paulo Bernardo.
O executivo se referiu ao adiamento de 14 de dezembro para 13 de janeiro da assembleia geral extraordinária (AGE) que a Telemar Norte Leste (Tmar), operadora do Grupo Oi, remarcou para ratificar a aquisição da Invitel, holding que controlava a Brasil Telecom (BrT) na época em que a operadora foi adquirida pela Oi, em 2008.
No DF, demissões, mutirão de limpeza e emergência na saúde
Em seu primeiro dia de governo no DF, o petista Agnelo Queiroz anunciou um mutirão de limpeza nas ruas de Brasília. Antes disso, no próprio sábado, dia da posse, sua primeira ação foi exonerar, por decreto, 15 mil servidores comissionados.
Outro decreto assinado por ele estabeleceu a saúde do DF como situação de emergência. Ele ainda determinou um prazo máximo de cinco dias úteis para a conclusão das concorrências pública das iniciadas no governo anterior, do governador-tampão, Rogério Rosso (PMDB).
No domingo pela manhã, Agnelo reuniu-se com o vice-governador, Tadeu Filippelli, e os secretários de Obras, Meio Ambiente e dos Transportes. Foram escalados 1,1 mil máquinas e três mil homens para diminuir o estrago do abandono dos últimos meses, quando a cidade ficou sem recolhimento de lixo, poda de árvores, corte nos gramados e limpeza das bocas de lobo. "Temos que acabar com o sentimento de abandono e com a sensação de que a cidade está largada", disse. Agnelo prometeu que a operação vai continuar no DF nas próximas semanas.
Minas investirá em 2011 R$ 500 milhões a menos
Durante a primeira reunião com seu novo secretariado, ontem, o governador de Minas, Antonio Anastasia (PSDB), sancionou o Orçamento do Estado para 2011, no qual os investimentos diretos sofreram uma queda de cerca de R$ 500 milhões em relação ao ano passado. Anastasia disse que, a princípio, não há previsão de contingenciamento. As despesas e as receitas foram fixadas em R$ 44,9 bilhões, aproximadamente 10% superior ao Orçamento aprovado para 2010.
Possíveis cortes serão negociados na elaboração do decreto de programação orçamentária e financeira, nos próximos 30 dias.As despesas com pagamento de pessoal cresceram 15,3 % em relação ao ano anterior, totalizando R$ 21,1 bilhões.
Licitação para explorar o pré-sal deve sair no segundo semestre
O ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, afirmou ontem que o governo pretende realizar no segundo semestre a primeira rodada de licitação de áreas de exploração de petróleo e gás no pré-sal. O desejo só irá virar realidade se a base governista aprovar no início do ano o projeto de lei que fixa uma nova fórmula de divisão dos royalties.
A tarefa de aprovar o rateio do dinheiro que é repassado ao Estado pelas empresas que exploram campos de petróleo (royalty) não é nada trivial. Em 2009 e 2010 o governo foi derrotado em todas as votações sobre o tema. O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva acabou vetando a proposta de divisão aprovada pelos parlamentares e enviou em 30 de dezembro um novo projeto de lei, restabelecendo a divisão de recursos acordada com os governadores do Rio de Janeiro e Espírito Santo, os maiores produtores de petróleo do País.
STF cassa liminar que desobrigava passar no exame da OAB
O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Cezar Peluso, cassou ontem à noite a liminar que permitia que dois bacharéis em Direito do Ceará exercessem a advocacia independentemente de serem aprovados no exame da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). A íntegra da decisão não foi divulgada.
O presidente da OAB, Ophir Cavalcante, comemorou a decisão. "Ela reafirma a importância do exame de ordem como instrumento de defesa da sociedade. A decisão garante, ainda, que a qualidade do ensino jurídico deve ser preservada", afirmou.
Na ação que pedia a derrubada da liminar, o Conselho Federal da OAB argumentava que a decisão abria brecha para que bacharéis sem formação adequada exercessem a advocacia. E alegava que a Constituição garante o exercício livre de profissão, mas prevê que uma lei pode criar restrições à atuação profissional.
Correio Braziliense
Agnelo vai cortar 50% dos cargos comissionados
No primeiro dia útil do novo governo, Agnelo Queiroz (PT) reuniu o secretariado para combinar como se darão na prática as medidas que anunciou por meio de decreto no dia da posse. Diante de uma equipe de 37 assessores mais próximos, o chamado primeiro escalão, o governador ordenou que a atenção nos primeiros meses de administração esteja voltada para a recuperação do atendimento médico em hospitais e postos de saúde da rede pública. Agnelo determinou a redução da estrutura de governo com o corte de cargos comissionados, que pode chegar a 50% da equipe atualmente formada por 18,5 mil funcionários. A princípio, 6 mil cargos estão congelados, o que equivale a um terço das funções de confiança existentes.
Agnelo abriu a reunião com os secretários de governo orientando o grupo a colocar a estrutura de suas pastas, especialmente os servidores, à disposição da Secretaria de Saúde, que vai coordenar as medidas de recuperação desse sistema na rede. No último sábado, logo após tomar posse como chefe do Executivo no DF, o petista decretou estado de emergência na Saúde. Na tarde de ontem, o novo governador reforçou que a pasta terá acesso a recursos extras para lidar com a situação de “calamidade” nos hospitais (leia mais na página 24). Profissionais com formação médica que, porventura, estejam lotados em áreas não afins devem ser requisitados para o mutirão planejado pelo Executivo.
Dilma imprime a sua marca
O primeiro dia útil de trabalho da presidente Dilma Rousseff foi marcado por decisões difíceis e pouco populares. Elas têm o sentido de sanear as contas públicas e retomar o controle inflacionário, e deixam claro o estilo Dilma de governar. Para começar, mandou trancar o cofre e pediu que todas as receitas e as despesas - das diárias com viagens aos aluguéis de apartamentos - fossem revistas. Também deu o aval para que o Conselho de Política Monetária do Banco Central, que se reúne no dia 19, aumente os juros para conter o apetite do brasileiro pelo consumo. Outra decisão foi fechar, este ano, a torneira para os salários dos servidores efetivos (30 carreiras e 500 mil pessoas). Apenas os rendimentos de 21,8 mil ocupantes de cargos de confiança serão corrigidos. Paralelamente, vários ministros foram empossados. Ávidos por mais cargos, líderes peemedebistas não foram à posse de petistas como Paulo Bernardo, das Comunicações, que exonerou cinco diretores dos Correios - órgão aparelhado pelo PMDB.
Foco na irrigação, mas olhos em todo o país
Em solenidade prestigiada por cinco governadores da região Nordeste, Fernando Bezerra Coelho (PSB-PE) tomou posse ontem no cargo de ministro da Integração Nacional. No discurso, ele se comprometeu a firmar uma agenda nacional de inovação para a área de agricultura e a priorizar políticas de irrigação. Para isso, Bezerra anunciou que vai criar a Secretaria Nacional de Irrigação, que ficará responsável por comandar a ampliação das áreas irrigadas no país, com foco principalmente no Nordeste.
Outra novidade anunciada pelo novo ministro é a criação da Superintendência do Desenvolvimento do Centro-Oeste (Sudec), assunto que, segundo ele, será prioridade já no começo do governo da presidente Dilma Rousseff. Fernando Bezerra avisou, em entrevista concedida depois da transmissão de cargo, que o Nordeste continuará sendo um dos principais focos da pasta, mas avisou que todas as regiões serão atendidas com projetos do ministério, inclusive com a “promoção da Defesa Civil”, com foco em minimizar danos causados por enchentes.
Mais atrasos em Brasília
A volta do feriado de fim de ano foi um tormento para os passageiros que tinham como destino o Aeroporto Internacional de Brasília, que registrou até as 19h de ontem atrasos em 73 voos, o equivalente a 47,1% do total e muito acima da média nacional, que chegou a 34% das decolagens, conforme dados divulgados pela Infraero. Também houve atrasos acima de 40% nos aeroportos de Congonhas e de Guarulhos, em São Paulo. No Aeroporto de Confins (MG), o atraso chegou a 54,5%, por causa o mau tempo. A TAM foi a companhia que mais desrespeitou os consumidores. A empresa apresentou uma média de 56% das partidas domésticas e 67,7% das internacionais acima dos 30 minutos de tolerância.
Tantos problemas levaram a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) a enviar inspetores para acompanhar a área de operação da empresa com o objetivo de verificar os motivos do descumprimento de horários, que a empresa atribuiu ao mau tempo. “O atraso da TAM está muito elevado, além do que seria previsto por causa da intempérie”, informou a agência, durante a tarde. Segundo a Anac, as empresas não podem atribuir o atraso à falta de tripulações, porque em 1º de janeiro as escalas das tripulações foram zeradas, liberando comandantes e comissários para voar.
Fonte: Congressoemfoco