Tainá Falcão e Gustavo Uribe
CNN Brasília
A Polícia Federal planeja novas operações na investigação sobre o suposto esquema de espionagem ilegal de autoridades pela Agência Brasileira de Inteligência (Abin) durante a gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro. A expectativa inicial era encerrar o inquérito da “Abin Paralela” em agosto.
Até o momento, segundo apurou a CNN, a PF não encontrou novos áudios nos aparelhos do ex-diretor da Abin, Alexandre Ramagem.
Dados obtidos por meio de mandados de busca e apreensão, no entanto, trouxeram novos elementos para a investigação e novos pedidos de prisão não estão descartados.
CINCO PRESOS – Na última fase da Operação Última Milha, foram presos o ex-funcionário da Secretaria de Comunicação da Presidência da República, Mateus de Carvalho Sposito; o empresário Richards Dyer Pozzer; o influenciador Rogério Beraldo de Almeida; o policial federal Marcelo Araújo Bormevet; e o militar do Exército Giancarlo Gomes Rodrigues.
A Polícia Federal pretende inclusive ouvir novamente os cinco presos, já que Ramagem – durante depoimento de mais de seis horas à PF – citou Marcelo Bormevet e Giancarlo Gomes Rodrigues como responsáveis pelas atividades clandestinas.
Entre os investigadores, há quem fale sobre um acordo de delação premiada com os dois. Advogados negam a possibilidade.
###
NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – Nada de novo no front ocidental. A Polícia Federal até prendeu um de seus próprios agentes, que estava requisitado pela agência, mas está descobrindo que não foi criada nenhuma Abin Paralela para investigar o PT. Pelo contrário, as investigações conduzem ao convencimento de que praticamente toda a Abin estava trabalhando contra o PT, e que isso seria normal na agência, porque ela existe justamente para investigar a oposição, e sempre funcionou assim desde 1999, quando substituiu o Serviço Nacional de Informações, o famoso SNI, que durante a ditadura militar fazia exatamente a mesma coisa – investigar a oposição. Recordar é viver. (C.N.)