Publicado em 26 de julho de 2024 por Tribuna da Internet
Mario Sabino
Metrópoles
Neste domingo, acontecerá outra fraude eleitoral na Venezuela para que Nicolás Maduro e a sua cambada bolivariana emprestem aparência de legitimidade democrática à ditadura que há duas décadas esmaga os venezuelanos em todos os aspectos da sua existência.
O script bananeiro terá a participação do Brasil de Lula, mas não da União Europeia e dos Estados Unidos. A primeira foi desconvidada a enviar observadores, porque se recusou a levantar imediatamente as sanções contra 50 sequazes de Nicolás Maduro.
Os americanos, por sua vez, decidiram não compactuar com a nomes da oposição, María Corina Machado e Corina Yoris, de disputar a eleição. Os Estados Unidos voltaram a impor restrições ao setor de petróleo e gás que alimenta a ditadura.
ACORDO TRAÍDO – Nicolás Maduro traiu, assim, o Acordo de Barbados, mediado pela Noruega, que previa eleições livres e transparentes na Venezuela. O espantoso é que alguém tenha acreditado nas boas intenções do tirano.
Como a oposição conseguiu construir a candidatura de Edmundo González Urrutia, que lidera as pesquisas e venceria o ditador nas urnas se as eleições fossem limpas, Nicolás Maduro agora intimida abertamente os eleitores. Disse que haverá uma “guerra civil” e um “banho de sangue” se ele perder nas urnas.
“O destino da Venezuela, no século XXI, depende da nossa vitória em 28 de julho. Se não quiserem que a Venezuela tenha um banho de sangue, uma guerra civil fratricida, produto dos fascistas, garantamos o maior êxito, a maior vitória da história eleitoral do nosso povo”, afirmou o sujeitinho.
MUITA PRESSÃO – A escalada contra a realização de eleições verdadeiramente livres é crescente. No seu ardente amor pela imprensa livre, o regime acaba de bloquear três portais de notícia independentes. Apenas nos primeiros dez dias de campanha, 71 pessoas foram presas arbitrariamente, de acordo com entidades de defesa dos direitos humanos.
O jornalista italiano Paolo Manzo noticiou que o presidente da conferência episcopal venezuelana, Jesús González de Zarate, foi abordado pela Guarda Nacional Bolivariana, enquanto celebrava uma missa na cidade de Cumanacoa.
O seu pecado: distribuir alimentos a vítimas do furacão Beryl. A Caritas, organização de ajuda humanitária católica, foi ameaçada por fazer o mesmo. Foram avisados de que só o governo pode EE – Ontem, confrontado com as afirmações de Nicolás Maduro sobre “guerra civil” e “banho de sangue”, Lula disse a jornalistas ter ficado “assustado”.
BANHO DE VOTO – “Quem perde as eleições toma um banho de voto. O Maduro tem que aprender: quando você ganha, você fica; quando você perde, você vai embora”, afirmou o presidente da República
A frase de Lula foi comemorada pelo candidato Edmundo González Urrutia, mas não há nada a comemorar em relação ao Brasil. Lula é aliado da ditadura bolivariana e escalou Celso Amorim, o cego ideológico, para ser observador das eleições venezuelanas. É mais fácil Lula declamar um soneto de Camões do que Celso Amorim denunciar qualquer gatunagem eleitoral de Nicolás Maduro.
Soube-se hoje, em reportagem da jornalista Malu Gaspar, que o governo brasileiro, por meio do Itamaraty, pressionou o Tribunal Superior Eleitoral a enviar servidores ao país vizinho para acompanhar as eleições. Eles não terão liberdade de movimentação porque serão obrigados a seguir o roteiro já determinado pelo regime. Ou seja, estarão lá para fazer figuração e ser coadjuvantes involuntários na farsa eleitoral.
Pobre Venezuela, tão longe das democracias ocidentais, tão perto do Brasil de Lula.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – Por causa de Venezuela, Cuba e Nicarágua, já tem muito brasileiro que se envergonha de ser de esquerda. Fica parecendo que apoia esse tipo de políticos, que na verdade não são de direita ou de esquerda, são apenas medievais e não têm medo do ridículo. (C.N.)