Um tribunal de apelações de Nova Iorque confirmou esta terça-feira a multa de 110 mil dólares (cerca de 102 mil euros) imposta ao ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, por desacato, após o republicano incumprir uma ordem de entrega de documentos.
"Mais uma vez, os tribunais decidiram que Trump não está acima da lei", frisou a procuradora-geral de Nova Iorque, Letitia James, que passou anos a investigar possíveis fraudes nas práticas da Trump Organization, após ser conhecida a decisão do tribunal.
Em comunicado, Letitia James realçou que o magnata republicano tentou "interromper e frustrar a investigação" sobre as suas transações financeiras, "mas a decisão de hoje [terça-feira] envia uma mensagem clara de que há consequências por abusar do sistema legal".
A procuradoria do Estado de Nova Iorque suspeita que a Trump Organization inflacionou "fraudulentamente" o valor dos seus imóveis ao solicitar empréstimos bancários e subestimou o valor dos mesmos perante as autoridades para pagar menos impostos.
Em setembro, a justiça avançou com uma ação contra a empresa, pedindo uma indemnização de 250 milhões de dólares (cerca de 232 milhões de euros) para o Estado.
Antes, em abril, o juiz do Supremo Tribunal do Estado de Nova Iorque, Arthur Engoron, condenou Trump por desacato, por considerar que o ex-Presidente não cumpriu as suas ordens de apresentar os documentos exigidos pelos procuradores, aplicando uma multa de 10 mil dólares (cerca de 9300 euros) por dia, para cada dia em que violou a sua ordem.
Um mês depois, Trump apelou dessa decisão a um tribunal de apelações, onde os cinco juízes emitiram esta terça-feira uma decisão unânime, confirmando o Supremo Tribunal.
"Não seremos intimidados ou dissuadidos de procurar justiça", garantiu ainda a procuradora-geral.
Jornal de Notícias (PT)