Publicado em 15 de fevereiro de 2023 por Tribuna da Internet
Elio Gaspari
Folha/O Globo
Em Pindorama o título de “o homem mais rico do Brasil” não dá sorte aos seus titulares. Em 2012 esse galardão era exibido por Eike Batista, com uma fortuna avaliada em US$ 30 bilhões. Deu no que deu.
Eike passou o título ao empresário Jorge Paulo Lemann, que encabeça a lista dos dez mais com uma fortuna estimada em US$ 16,1 bilhões, acompanhado pelos seus sócios Marcel Telles (US$ 10,8 bilhões) e Carlos Alberto Sicupira (US$ 8,8 bilhões). Com a bancarrota da rede Americanas, a mágica da trinca tisnou-se.
O TRIO RESISTIRÁ – Ao contrário de Eike Batista, cujos negócios tinham muito pó e ao pó retornaram, a fortuna de Lemann, Telles e Sicupira deverá resistir ao tranco da Americanas e eles manterão boas posições na lista dos bilionários.
Na sequência, vem Eduardo Saverin (US$ 6,8 bilhões), um homem de sorte que se associou a Mark Zuckerberg quando ele lançou o Facebook, ainda como estudante em Harvard. Ele é um ponto fora da urucubaca porque mesmo tendo nascido no Brasil, foi jovem para Miami e vive em Singapura.
Durante alguns anos o banqueiro Joseph Safra disputou a posição. Homem discreto, atravessou em silêncio divergências e/ou brigas com irmãos, inclusive com a cunhada Lily, viúva de Edmond, morto em Monte Carlo em 1999. Joseph morreu em 2020. Seu patrimônio teria passado dos US$ 19 bilhões.
PROCESSO FAMILIAR – Enquanto a rede Americanas está na frigideira, devendo ao banco Safra cerca de R$ 2 bilhões, Alberto Safra, filho do “seu” Joseph, abriu um processo contra a mãe e dois irmãos na Justiça americana, acusando-os de terem-no prejudicado na herança.
O litígio envolve a holding que controla o Safra National Bank, que não tem relação com a casa de crédito da família no Brasil.
A lista dos bilionários brasileiros guarda uma diferença com a dos americanos. Apesar das encrencas em que se metem, Jeff Bezos, Elon Musk e Bill Gates associam seus nomes a transformações na economia. Um revolucionou o comércio, outro meteu-se com o carro elétrico e o terceiro, há tempo, mudou o rumo do negócio da informática.