Publicado em 2 de fevereiro de 2023 por Tribuna da Internet
Rafael Moraes Moura
O Globo
O Ministério Público junto ao Tribunal de Contas da União (MPTCU) pediu nesta quarta-feira acesso ao relatório engavetado pelo governo Jair Bolsonaro, que concluiu que “não foram verificadas inconsistências no sistema eletrônico de votação” durante o pleito de 2022, vencido por Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
O teor do relatório da Controladoria-Geral da União (CGU), de 1º de dezembro de 2022, foi revelado pela coluna, que obteve acesso ao documento via Lei de Acesso à Informação após acionar o TSE.
PRAZO DE 10 DIAS – O pedido do subprocurador-geral Lucas Rocha Furtado foi endereçado ao atual ministro-chefe da CGU, Vinícius Marques de Carvalho, que terá 10 dias úteis para enviar o material.
O relatório traz o timbre da CGU em sua primeira página, mas não é assinado por ninguém. Rocha Furtado apontou ser “imperioso conhecer e avaliar a autenticidade do referido relatório”, “especialmente diante do suposto conhecimento do Sr. Jair Bolsonaro acerca da inexistência de fraudes no pleito presidencial de 2022”.
“Tal medida se faz necessário a fim de conhecer e avaliar se o ex-presidente Sr. Jair Bolsonaro tinha conhecimento da inexistência de fraudes nas eleições e, mesmo assim, continuou intensificando a divulgação de fake news a ensejar incertezas sobre o sistema eleitoral brasileiro com possível dano ao erário”, observou o representante do MP junto ao TCU.
APÓS PL CONTESTAR – O relatório da CGU, que decidiu fiscalizar as eleições por ordem de Bolsonaro, ficou pronto depois de o PL, partido do então presidente, contestar o resultado de mais de 250 mil urnas sem apresentar provas de irregularidades. Mas Bolsonaro e a CGU nunca divulgaram o documento.
“No âmbito de atuação da CGU como entidade fiscalizadora, considerando o escopo de ação definido pela Controladoria e os instrumentos de fiscalização disponíveis na Resolução TSE nº 23.673/2021 (que trata dos procedimentos de fiscalização e auditoria do sistema eleitoral), não foram verificadas inconsistências no sistema eletrônico de votação entre as situações previstas e as verificadas pelas equipes”, conclui o relatório.
O relatório da CGU é mais uma evidência de que Bolsonaro sabia que não havia provas de fraude ou irregularidades na eleição deste ano, apesar de o ex-presidente até hoje contestar a confiabilidade do sistema eletrônico de votação.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – Diante dessa esculhambação completa, a pergunta que não quer calar: Será que a direita não consegue encontrar um líder melhor do que Jair Bolsonaro? Sinceramente, é difícil de acreditar. Da mesma forma, será que a esquerda não consegue encontrar um líder melhor do que Lula da Silva? É desanimador. (C.N.)