Publicado em 15 de janeiro de 2023 por Tribuna da Internet
Rayssa Motta
Estadão
A defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) negou nesta sexta-feira, 13, que ele tenha relação ou participação com os atos golpistas vistos no último domingo na Praça dos Três Poderes. A manifestação foi enviada à imprensa pelo advogado Frederick Wassef.
A nota do defensor de Bolsonaro foi distribuída depois que a Procuradoria-Geral da República (PGR) pediu ao Supremo Tribunal Federal (STF) para investigar se o ex-presidente incitou a ação dos vândalos. Horas depois, o pedido foi aceito pelo ministro Alexandre de Moraes, para quem Bolsonaro pode ter contribuído, ‘de maneira muito relevante’, para protestos extremistas.
“MOVIMENTOS SOCIAIS” – O advogado Frederick Wassef, que representa o ex-presidente, afirmou que ele ‘repudia veementemente os atos de vandalismo e depredação do patrimônio público’.
A defesa também chamou as manifestações radicais de ‘movimentos sociais espontâneos’, em uma tentativa de minimizar os efeitos do discurso de Bolsonaro sobre seus apoiadores.
A nota também endossa a narrativa de que os atos de vandalismo foram obra de ‘infiltrados’ na manifestação. Há inúmeros registros de bolsonaristas que filmaram a depredação dos prédios públicos.
MINUTA DE DECRETO – A inclusão de Bolsonaro como investigado ocorre um dia após vir a público a apreensão de uma minuta de decreto para o então presidente declarar estado de defesa no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e anular a vitória de Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
O documento foi encontrado pela Polícia Federal (PF) na casa do ex-ministro da Justiça, Anderson Torres, que teve a prisão preventiva decretada enquanto passava férias nos Estados Unidos e pode ser extraditado se não voltar ao Brasil.
O ministro da Justiça, Flávio Dino, disse mais cedo que a minuta é o ‘elo perdido’ entre os protestos organizados após a derrota de Bolsonaro e os atos golpistas do dia 8.
NOTA DO ADVOGADO – A nota distribuída pelo advogado Frederick Wassef, em nome de Jair Bolsonaro, é do seguinte teor:
“O presidente Jair Bolsonaro sempre repudiou todos os atos ilegais e criminosos, e sempre falou publicamente ser contra tais condutas ilícitas, assim como sempre foi um defensor da Constituição e da democracia. Em todo o seu governo, sempre atuou dentro das quatro linhas da Constituição”, diz a nota, acrescentando:
“O presidente Jair Bolsonaro repudia veementemente os atos de vandalismo e depredação do patrimônio público cometido pelos infiltrados na manifestação. Ele jamais teve qualquer relação ou participação nestes movimentos sociais espontâneos realizados pela população.”